Maleta pedagógica Elémenterre

Animação:

Anaïs Guéguen Perrin (CRAterre)

Alain Briatte Mantchev (Laboraterra Arquitetura)

E se você descobrisse o que acontece em escala microscópica ao construir com terra? Com a ÉlémenTerre, explore as propriedades da terra por meio de uma série de experimentos didáticos, interativos, simples, divertidos… e, às vezes, surpreendentes.

Por meio de 13 experimentos, vários elementos que compõem a terra são manipulados e, às vezes, misturados para entender as interações que se operam durante os processos construtivos. Por meio desses experimentos com materiais, a oficina nos ajuda a compreender o comportamento surpreendente da matéria em grãos, o papel da argila e da água, e a responder a uma pergunta fundamental: como transformar uma matéria-prima em um material de construção sustentável — e como isso se sustenta?

Élémenterre é uma ferramenta pedagógica e didática desenvolvida pelo CRAterre para apresentar aos estudantes, profissionais, bem como crianças e ao público em geral, adultos e crianças, as propriedades do material terra para entender por que e como é possível construir com terra crua.

Esta ferramenta desenvolve uma nova compreensão da matéria terra para permitir que os participantes se abram melhor à criação e inovação em arquitetura e construção com terra, por meio de várias manipulações que destacam as características e o comportamento dos componentes da matéria terra.

O desenvolvimento de ferramentas pedagógicas específicas, baseadas na descoberta científica e artística da terra, contribui para redescobrir e promover esta matéria-prima natural frequentemente ignorada, até mesmo desprezada. Essas ferramentas contribuem para uma melhor compreensão das arquiteturas da Terra, enriquecendo e fortalecendo uma abordagem baseada no desenvolvimento de recursos intangíveis, que tem estado no cerne da abordagem do laboratório CRAterre desde a sua criação, através da promoção de recursos locais e culturas construtivas para um hábitat sustentável.

Gratuito

Vagas: 20 por turma

Inscrições

Turma manhã – 10h às 12h

As inscrições devem ser feitas aqui.

As inscrições estarão abertas até o inicio da oficina, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Turma tarde – 15h às 17h

As inscrições devem ser feitas aqui.

As inscrições estarão abertas até o inicio da oficina, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas no link que será disponibilizado em breve.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas no link que será disponibilizado em breve.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Com Lygia Nassar (Lab da Cidade), Taynara Gomes (CAU PA), Odilo Almeida (presidente nacional IAB), Cid Blanco (Comissão ODS/UIA), mediação de Raquel Schenkman (presidente IABsp).

Gratuito

Inscrições:

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As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Com Taina de Paula (Prefeitura RJ), Tamires de Oliveira (Prefeitura de São Paulo, SVMA), Rafael Passos (IPHAN RS), Cecilia Sá (MinC), Flavio de Tavares (SNP) e mediação de Raquel Schenkman (Presidente IABsp)

Gratuito

Inscrições:

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As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Com Guilherme Simões

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

A ação climática acontece nos territórios e garante as diferentes justiças quando envolve os saberes, as soluções e práticas populares ancestrais e tradicionais, e as especificidades de cada contexto. Como mobilizar ações para combater as alterações climáticas com um tratamento equitativo e justo dos impactos, considerando a dimensão territorial das desigualdades – onde comunidades vulnerabilizadas, especialmente em áreas de risco e territórios indígenas, são mais afetadas? O debate aponta caminhos da filantropia e políticas públicas para implementar soluções locais e a participação popular, de forma a não apenas adaptar os territórios para os eventos extremos, mas também reduzir as desigualdades socioambientais e garantir os direitos humanos e territoriais das populações mais expostas.

Luana Alves (Periferia Sem Risco)
Mulher negra, arquiteta e urbanista, criada em Paratibe, periferia de Paulista (PE). Especialista em Urbanismo Social, Gestão de Projetos e Obras e certificada em Estudos Afro-Latino-Americanos pela Universidade de Harvard, atua como Coordenadora-Geral de Articulação e Planejamento da Secretaria Nacional de Periferias do Ministério das Cidades, onde trabalha para colocar as periferias no centro das políticas urbanas nacionais. Comunicadora popular, sua trajetória é construída em redes comunitárias e marcada pelo compromisso com a justiça social, o fortalecimento das vozes periféricas e a defesa dos direitos humanos e do direito à cidade.

Claudia Gibeli Gomes (Fundo Casa)
Gestora de Programas Socioambientais. Bióloga com mais de 20 anos de experiência em justiça socioambiental, possui especialização em Planejamento e Gestão do Território, Ecologia e Gestão Ambiental (USP), além de estudos em Política e Relações Internacionais (FESPSP). Sua trajetória é marcada por atuação em projetos de urbanização de assentamentos precários, diagnósticos socioambientais participativos e mobilização comunitária. Foi consultora do PNUD no IBAMA e, há uma década, atua como Gestora de Programas no Fundo Casa Socioambiental, coordenando iniciativas em sociobiodiversidade, transição energética justa, restauração florestal e direito à cidade.

Vitor Mihessen (Casa Fluminense)
Nascido e criado em Realengo, subúrbio do município do Rio de Janeiro, Vitor é economista, formado na UFRJ e mestre pela UFF, especialista em Políticas Públicas. Seus principais temas de trabalho são mobilidade urbana e social, e as desigualdades econômicas, raciais, de gênero e climáticas na Região Metropolitana do Rio. Busca produzir debates e ações sobre políticas públicas a partir de diagnósticos e propostas coletivas. É co-idealizador de tecnologias sociais certificadas como a Geração Cidadã de Dados (GCD) e as Agendas Locais 2030. Desde a fundação da Casa Fluminense, em 2013, coordenou a área de pesquisa e informação, sendo responsável pelas publicações da Instituição, como os Mapas da Desigualdade e as Agendas Rio 2030 e depois se tornou Coordenador Executivo, conduzindo o programa da Organização da Sociedade Civil. Hoje como Coordenador Geral da Casa, cuida da área institucional da OSC. Vitor é Coordenador Geral da Casa Fluminense, co-fundador e co-diretor da Instituição.

mediação de Alan Brum
Favelado, sociólogo, doutorando em Planejamento Urbano IPPUR-UFRJ, Alan é professor GPDES – Gestão Pública para o Desenvolvimento Econômico e Social – IPPUR/ UFRJ (2020/2022); coordenador do Centro de Pesquisa, Documentação e Memória do Complexo do Alemão – CEPEDOCA; cofundador e diretor do Instituto Raízes em Movimento e coordenador do Plano de Ação Popular do CPX. É Diretor Presidente da ABP Consultoria Social, co-idealizador e Integrante do Conselho Editorial do Dicionário de Favelas Marielle Franco – Fiocruz e foi consultor da Secretaria Nacional de Periferias – SNP/MCidades (2023/2024).

Gratuito

Inscrições:

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As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Luciana Ferrara
Arquiteta e urbanista, professora da Universidade Federal do ABC no Bacharelado em Planejamento Territorial e na Pós-Graduação em Planejamento e Gestão do Território. É pesquisadora do Centro de Estudos da Favela.

Luísa Gusmão
Arquiteta urbanista e mestranda em Urbanismo na UFBA, onde pesquisa sobre Assessoria Técnica Popular e Gestão Comunitária de Riscos. Integra o Coletivo Escalar, atuando em parceria com movimentos sociais e organizações comunitárias de Salvador e Região Metropolitana.

Marta Raquel da Silva Alves
Arquiteta paisagista e jardineira, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia. Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Piauí (2007) com Especialização em Patrimônio Cultural pelo Programa de Especialização em Patrimônio – PEP/IPHAN dedicando-se às paisagens (2007-2009), mestre em Arquitetura Paisagística pelo PROURB/UFRJ (2010-2012) e doutora em Arquitetura e Urbanismo pelo PPGAU/UFBA (2019-2025). Membro do grupo de pesquisa DALE! – Decolonizar a América Latina e seus Espaços.

Mediação de Clevio Rabelo
Doutor em História da Arquitetura pela FAUUSP (2011), mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2006) e arquiteto e urbanista pela Universidade Federal do Ceará (2001). Desde 2019, é Professor Adjunto na área de Projeto Arquitetônico (40h-DE) no DAUD-UFC, em Fortaleza, onde coordena ações de extensão como o Projeto Arquitetônico: Pensamento e Práxis, o Geração Migrante e a pesquisa Arquitetura Bicha. Entre 2011 e 2019, foi professor das áreas de projeto e história contemporânea no FIAM-FAAM Centro Universitário, na UNIP e na Especialização em Design de Interior do Senac, todos em São Paulo. Co-curador da 14a Bienal Internacional de São Paulo.

Gratuito

Inscrições:

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Mesa com Eduardo Paes (Prefeito do Rio de Janeiro/ Frente Nacional dos Prefeitos), Alê Youssef (ex-Secretário de Cultura de São Paulo), Marta Moreira (MMBB) 

Gratuito

Inscrições:

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Conversa com curadores: Marcella Arruda, Karina Silva e Renato Anelli

Gratuito

Inscrições:

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As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Thais Rosa
Professora e pesquisadora da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, da Residência AU+E – Especialização em Assistência Técnica, Habitação e Direito à Cidade e do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, onde coordena o grupo Margear. Atualmente é coordenadora do Plano de Ação Periferia Viva junto às ocupações Alto da Conquista e Marielle Franco em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador – BA. Integrou as articulações Monotrilho em Disputa e Campanha Zeis Já! Nosso direito à moradia e à cidade, em Salvador/BA. Foi sócia-fundadora do coletivo TEIA – casa de criação (São Carlos/SP) e colaboradora na assessoria USINA – centro de trabalhos para o ambiente habitado (São Paulo/SP).

Debora Didonê
Jornalista, permacultora e ativista socioambiental, Débora se dedica há 13 anos – desde a criação dos Canteiros Coletivos – à elaboração, captação de recursos e liderança de projetos socioambientais na cidade de Salvador. Antes de sua forte atuação na área, teve longa carreira jornalística na cidade de São Paulo, onde escreveu para revistas e jornais de circulação local e nacional, e também conquistou prêmios e reconhecimentos como repórter. A comunicação, também voltada para o terceiro setor, continua sendo uma característica marcante, presente em seus projetos, trabalhos e iniciativas.

Gloria Cecilia Figueiredo
Urbanista, formada pela Universidade Estadual da Bahia e mestre e doutora em arquitetura e urbanismo pela Universidade Federal da Bahia. Professora da Faculdade de Arquitetura da UFBA na área de planejamento urbano e regional e membro do grupo de pesquisa lugar comum. Atualmente, é uma das curadoras do “Fórum Nosso Futuro: diálogos entre África, Europa e Brasil”, que acontecerá em novembro, em Salvador. É coordenadora brasileira do projeto Territórios e Patrimônios Amefricanos: imaginações espaciais, urgências ecológicas, práticas educativas e justiça epistêmica no Brasil e na África do Sul, uma cooperação internacional entre a UFBA, a UFPA, a Universidade de Joanesburgo e a Universidade de KwaZulu-Natal (Programa Abdias Nascimento/Capes), bem como do projeto de pesquisa cidades ex-cêntricas (CNPq Universal). Está envolvida em iniciativas e colaborações urbanas, como a Perícia Popular no Centro Histórico de Salvador e o Canteiro Modelo de Conservação (IPHAN, FAUFBA).

Zara Francisco
Mestre em Urbanismo pela UFBA, urbanista-arquiteta-artista, moradora e pesquisadora de Valéria, bairro e território negro da cidade de Salvador-BA. Coordenadora Geral da Associação Trama, onde desenvolve ações colaborativas e coletivas com comunidades em defesa aos direitos socioterritoriais por meio da inovação, educação, comunicação, urbanismo e artes.

Flora Tavares
Urbanista-arquiteta de Salvador (BA), dedica-se a projetos que articulam urbanismo e comunicação em iniciativas de impacto social. Com uma trajetória marcada pela interdisciplinaridade, atua também como designer gráfica, pesquisadora, e artista visual, com experiências em cenografia e direção de arte. É sócia-fundadora da TRAMA, organização voltada à realização de projetos de inovação territorial e desenvolvimento comunitário através da educação popular, cultura e audiovisual.

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

O debate discute iniciativas para, a partir do clima, discutir vulnerabilidades e desigualdades que atravessam os territórios: insegurança alimentar, violencia policial, saúde, acesso a educacao e cultura, direito à cidade. Quais arranjos institucionais são importantes? Como conduzir espaços de co-governança a nível territorial? Como compreender as dimensões da desigualdade já presentes no território quando ele sofre com um extremo climático? Com Rodrigo Jesus, Diosmar Filho e Gisele Moura.

Rodrigo Jesus
Porta-voz da campanha de Justiça Climática do Greenpeace Brasil. Geógrafo, formado pela Universidade Federal da Bahia com mobilidade internacional na Universidade de Coimbra. É especialista em Direitos, Desigualdades e Governança Climática na Faculdade de Direito da UFBA. Desenvolve a elaboração, análise, revisão, organização e divulgação dos planos de ação e projetos sobre justiça climática e eventos climáticos extremos enquanto estrategista de campanhas no Greenpeace Brasil.

Diosmar Filho
Geógrafo, Doutor em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Mestre em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Pesquisador Sênior e integra a Coordenação Científica da Associação de Pesquisa Iyaleta. Na liderança da linha de pesquisa “Ordenamento Territorial, Desigualdades e Mudanças Climáticas” integra a coordenação do projeto de pesquisa “Adaptação Climática: uma intersecção Brasil 2030”. Compõe o corpo docente do Curso de Especialização Lato Sensu em Direitos, Desigualdades e Governança Climática da Faculdade de Direito (UFBA) e é Ponto Focal da Associação de Pesquisa Iyaleta na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC).

Gisele Moura
Cientista ambiental com 15 anos de atuação em justiça climática, territórios periféricos e políticas públicas. Coordenou uma rede de tecnologia socioambiental mobilizando mais de 900 pessoas e 300 iniciativas em favelas do Rio de Janeiro, e representou vozes de base comunitária em espaços como a COP27 e o G20. É consultora da Rede de Desenvolvimento Urbano Sustentável (ReDUS) para a COP30 e participou de publicações como “Soluções Baseadas na Natureza nas Periferias”, pelo Ministério das Cidades. Atua na interface entre saberes ancestrais, tecnologia social e co-governança, defendendo que a adaptação climática deve ser antirracista, interseccional e territorialmente enraizada.

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Panorama Urgente! O espaço como ato de permanência visa trazer para a Bienal uma situação urbana crítica: o Jardim Panorama e o Complexo Paraisópolis, na iminência de projetos de reurbanização conduzidos pela Prefeitura, no escopo da Operação Urbana Consorciada Faria Lima. A proposta é coordenada por Cristina Wehba, representante do IABsp na OUC Faria Lima, André Dal`Bó, professor representante da FAUUSP e Nelson Brissac (PUC-SP).

O Jardim Panorama, uma comunidade historicamente ameaçada de remoção, está situada ao lado de grandes empreendimentos imobiliários, às margens do Canal do Pinheiros. Trata-se de área estratégica na reestruturação metropolitana, impulsionada pelo projeto Novo Rio Pinheiros e pela implantação do Parque Bruno Covas. Um processo que pode acentuar a desigualdade social e a exclusão dos moradores da comunidade das habitações de interesse social e dos espaços públicos projetados.

No mesmo perímetro, as comunidades de Paraisópolis, Jardim Colombo e Porto Seguro formam uma das maiores favelas da cidade, um território de enorme complexidade social, urbana e ambiental, alvo de diversos projetos de pesquisa e intervenções promovidas pelo poder público. Tal como o Jardim Panorama, a favela também está implantada em uma topografia com grandes declividades e com a presença de vários córregos, acarretando significativo desafio para soluções de drenagem e urbanização.

As atividades propostas no âmbito da Bienal consistem em apresentações no auditório da Oca (dia 14/10), que busquem situar as localidades no contexto do redesenho da metrópole, com os projetos da gestão governamental e a questão da participação social na definição das políticas públicas.

Também serão apresentados projetos artísticos, preparando intervenções no território (dia 18/10).

Ao aproximar pesquisa, arte e ação comunitária, a proposta afirma o espaço como ato de permanência e reivindica que a reurbanização assegure inclusão, moradia digna e acesso qualificado aos espaços públicos para quem constrói, diariamente, a cidade — com intercâmbio de experiências entre territórios como base para coalizão política, participação efetiva e incidência nas decisões.

Equipe:
Cristina Wehba — arquiteta urbanista, doutora (FAU USP), representante do IABsp na OUCFL.
André Dal’Bó — arquiteto urbanista, professor FAU/Design-USP, pesquisador associado à Université Paris Nanterre.
Nelson Brissac — filósofo, doutor (Sorbonne), organizador do Arte/Cidade. Samira Rodrigues — arquiteta urbanista, mestre (FAU USP), representante do IABsp no CMH e no Conselho ZEIS; conselheira CAU/SP (ATHIS).
Cristiane Farah Kairalla — pedagoga, especialista em educação, arte e cultura popular e em educação ambiental.
Moradores e lideranças do Jardim Panorama

Agenda (eventos abertos ao público)

18 de outubro de 2025 – Jardim Panorama (16h–22h)
Local: acesso pela Rua Pedro Avancine, 130
Evento de encerramento no território, com videomapping, dinâmicas participativas e grande ato do coletivo Panorama LAB.

Inscrições:

As inscrições podem ser feitas pelo e-mail panoramaurgente@gmail.com, informando nome completo, profissão e um breve texto sobre os motivos do interesse. O número de WhatsApp pode ser incluído de forma opcional.

A participação é livre, gratuita e sem limite de vagas. Todas as atividades são abertas e gratuitas, buscando fortalecer a aproximação entre público e comunidade.

Ao se inscrever e participar, as pessoas autorizam automaticamente o uso de sua imagem em registros fotográficos e audiovisuais do projeto.

A programação também conta com:

14 de outubro de 2025 – Auditório da OCA (Parque Ibirapuera)
Dia de debates e apresentações que buscam situar os territórios no contexto do redesenho da metrópole, discutindo os projetos da gestão governamental e a importância da participação social na definição das políticas públicas.

10h às 13h – Panorama Urgente – Panorama 

As inscrições podem ser feitas aqui.

14h às 17h – Panorama Urgente – Paraisópolis

As inscrições podem ser feitas aqui.

15 de outubro de 2025 – IABsp (Rua Bento Freitas, 306 – República)
Continuidade das discussões, com foco nas articulações institucionais e nos desdobramentos do projeto, reforçando o intercâmbio de experiências e a construção coletiva entre diferentes atores e territórios.Também haverá a apresentação de projetos artísticos, preparando o terreno para as intervenções no Jardim Panorama.

Com o Curador do Viver com (Vivre Avec) Pavilhão da França em Veneza, Dieu & Bicho Architectes, Danielle Khoury Gregorio e Raquel Khoury Gregorio

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Palestra com Esteban Benavides (Al Borde, Equador), mediação de Pedro Rossi (Diretor Cultural, IAB-DN)

Gratuito

As inscrições devem ser feitas aqui.

As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Palestra com Wellington Cançado (Piseagrama)

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

ABERTURA

MARIAN SCHUEGRAF
Embaixadora da União Europeia no Brasil.

RENATO ANELLI
Arquiteto e urbanista.
Renato é Diretor de Cultura do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil)
São Paulo, integra a equipe curatorial da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo e coordena pesquisas sobre redes de infraestrutura e resiliência climática na rede Klimapolis.

— ARCHITECTURE FOR LEARNING AND CIVIC USE (ARQUITETURA PARA APRENDIZADO E USO CÍVICO)

GUSTAV DÜSING & MAX HACKE
Projetistas do Pavilhão de Estudos modular e de baixo carbono da TU Braunschweig | VENCEDOR do Prêmio EUmies 2024 (Alemanha).

MATHEUS SECO
Bloco Arquitetos, escritório sediado em Brasília conhecido por seus métodos construtivos racionais, sistemas modulares e uso inovador de estruturas reutilizáveis — incluindo pavilhões, stands e elementos pré-fabricados. Seu trabalho reflete a tradição modernista brasileira ao mesmo tempo que propõe soluções flexíveis e replicáveis para uso cívico.

Gratuito

Inscrições

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As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

— CULTURE AND PUBLIC ARCHITECTURE (CULTURA E ARQUITETURA PÚBLICA)

ELENA ORTE
SUMA Arquitectura, a Vencedora
Emergente do Prêmio EUmies 2024 pela Biblioteca Gabriel García Márquez (Espanha), um projeto que redefine a biblioteca como um espaço cívico e cultural vibrante.

CARLOS ABERTO MACIEL
Arquitetos Associados, renomado escritório brasileiro sediado em Belo Horizonte, reconhecido por projetos culturais e institucionais que exploram a relação entre arquitetura, espaço público e identidade coletiva. Seu trabalho combina clareza formal, expressão material e sensibilidade contextual.

Gratuito

Inscrições

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As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

— RECONNECTING WITH NATURE & CIRCULAR DESIGN (RECONEXÃO COM A NATUREZA E DESIGN CIRCULAR)

FLORIAN FOERSTER
Representante da Bauhaus Earth (Alemanha), uma iniciativa que defende a arquitetura regenerativa e a mudança sistêmica nas práticas construtivas.

GLORIA CABRAL
Arquiteta paraguaio-brasileira radicada em São Paulo, sócia do Gabinete de Arquitectura e ex-aluna de Solano Benítez. Seu trabalho premiado explora processos coletivos, reuso de materiais e narrativas ecológicas na arquitetura, unindo artesanato e imaginários urbanos sustentáveis.

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

— ARCHITECTURE OF BELONGING: INTERPRETING HERITAGE THROUGH PLACE (ARQUITETURA DO PERTENCIMENTO: INTERPRETANDO O PATRIMÔNIO ATRAVÉS DO LUGAR)

AMELIA TAVELLA
Arquiteta francesa e finalista do Prêmio EUmies 2024, reconhecida por suas reinterpretações poéticas de sítios históricos e paisagens. Seu trabalho expressa memória e continuidade material com clareza contemporânea.

ADRIANO MASCARENHAS
Sotero Arquitetos (Bahia) – Arquiteto sediado em Salvador, cujo trabalho se inspira na herança afro-brasileira, no clima e na topografia para construir uma linguagem contemporânea enraizada no lugar e na identidade.

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

— MODERAÇÃO

RAUL JUSTE LORES
Jornalista, autor de “São Paulo nas Alturas” e colunista do UOL. Reconhecido com o Prêmio APCA em 2012 por sua contribuição à divulgação do conhecimento em arquitetura e urbanismo, é Eisenhower Fellow, tendo estudado Urbanismo e Inovação Digital nos Estados Unidos. Também atuou como correspondente internacional, trazendo uma perspectiva global para suas reflexões sobre cidades, design e transformação cultural.

A atividade faz parte da programação Infâncias e Clima na Cidade

Iniciativa: Rede Brasileira de Urbanismo Colaborativo

Organizações: Ateliê Navio, Coletivo Flutua, Paisagem Design Regenerativo, Flora, Descobrir Brincando, Casa Ecoativa

Apoio: Urban95, Frente Parlamentar da Primeira Infância (FPPI)

A Rede Brasileira de Urbanismo Colaborativo reúne mais de 20 organizações de todas as regiões do país, unidas por um objetivo comum: promover cidades mais inclusivas, democráticas e justas por meio da colaboração. 

Para a Bienal de Arquitetura, a Rede propõe uma programação especial na manhã do Dia das Crianças dedicada ao tema infância e clima na cidade, convidando o público a refletir e agir frente aos desafios urbanos e ambientais que afetam as novas gerações. A atividade busca ampliar o debate sobre a inclusão das infâncias no planejamento urbano, a participação ativa de crianças na construção de cidades mais justas e afetivas.

Entre os temas em pauta estão as questões climáticas e seus impactos sobre a vida das crianças, a urgência da justiça climática nos territórios vulneráveis e as estratégias coletivas para o enfrentamento. Também serão discutidas formas de integrar e valorizar as experiências de crianças negras, indígenas, ribeirinhas e quilombolas, promovendo um urbanismo antirracista que reconheça as múltiplas infâncias brasileiras.

A programação inclui as seguintes atividades e ativações:

Vivência: Refúgios Climáticos e Espaços Públicos Naturalizados, com Ecobairro

Horário: 10 horas
Duração: 2 horas
Faixa Etária: A partir dos 6 anos (acompanhado dos responsáveis)
Local: Praça Pablo Garcia Cantero, ao lado da Cinemateca Brasileira

Esta vivência convida as crianças das comunidades próximas ao Parque Ibirapuera a conhecerem o refúgio climático da Praça Pablo Garcia Cantero, que integra o Corredor Verde Parque Ibirapuera – Parque Aclimação, e que  é palco da Compostagem Comunitária Vila Mariana. As crianças terão a experiência do brincar livre no micro parque naturalizado, e irão conhecer o processo natural de compostagem. Da praça faremos uma pequena caminhada lúdica, passando pela Mini Floresta Urbana e pelo “Parque das Cores do Escuro”, na Praça Soichiro Honda, até chegar na Oca, no Parque Ibirapuera.

Ativações: 

Horário: 10h às 20h

Flora: infância em movimento: Parque naturalizado pop-up para crianças pequenas e bebês, com atividades e brincadeiras com materiais naturalizados.

Ecobairro e Paisagem Design Regenerativo: Maquete interativa de cocriação de espaços naturalizados e biofílicos de brincar.

Descobrir Brincando: Espaço de Convivência e Leitura para famílias de 0-3 anos.A Bebeteca é um espaço seguro e intencionalmente planejado para que crianças pequenas acompanhadas por seus cuidadores possam desfrutar, aonde o bebê encontrará desafios motores, livros e objetos para exploração.

Gratuito

Mesa de Debate – 10h30 às 12h

Infâncias e Clima: Justiça Climática em Territórios Vulneráveis 

A mesa será integrada por: 

Gisele Moura, cientista e técnica ambiental com 15 anos de experiência, que atua de forma transdisciplinar combinando ciência, ancestralidade e soluções anticoloniais para desenvolver tecnologias sociais voltadas à sustentabilidade e resiliência socioambiental em favelas do Rio de Janeiro.

Marina Bragante, vereadora em São Paulo pela Rede Sustentabilidade, psicóloga e mestre em Administração Pública por Harvard, dedicada a políticas para a primeira infância e sustentabilidade urbana, com foco em adaptação climática e fortalecimento da rede de cuidados com crianças e famílias.

Ursula Troncoso, arquiteta e urbanista, fundadora do Ateliê Navio, com mais de 10 anos de atuação em planejamento participativo de espaços públicos, habitação e cidades amigas das crianças, em parceria com programas como o Urban95 Brasil e iniciativas do Banco Mundial.

Karoline Freire Dias, moradora da Ilha do Bororé. Formada como agente cultural pelo Percurso Cultural, atualmente atua na Casa Ecoativa é co-fundadora do coletivo Na Ilha Agência. Participou de diversas formações e oficinas, como o NAEA (Núcleo de arte e educação ambiental) com a FAUUSP, e uma formação de educação ambiental juntamente com o Humanaterra. 

Mediação: Jaison Pongiluppi Lara, gestor e coordenador de projetos que integram cultura, educação e meio ambiente. Integrante da Casa Ecoativa e gerente do CCA – Centro para Criança e Adolescente. Articula o projeto Adrião Escola Aberta e o Memorial da Ilha do Bororé, com sua trajetória de ativismo registrada nos documentários O Tamanho que o Planeta é (Instituto Alana) e Itinerários de Resistência (SESC SP).

Gratuito

As inscrições devem ser feitas aqui.

As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Oficina de Birutas com o Coletivo Flutua 

Horário: 10h30
Duração: 2 horas
Faixa Etária: A partir dos 6 anos (acompanhado dos responsáveis)
Local: Pavilhão da Oca | Comedouro emergencial | Subsolo

Nesta oficina vamos criar birutas — objetos feitos com sacolas plásticas e arames que ganham vida ao vento. A atividade propõe um encontro entre materiais reutilizados, corpo, vento e criação. 

Venha se deixar levar, brincar e criar novos rumos com a gente!

Gratuito

As inscrições devem ser feitas aqui.


A oficina faz parte da programação Infâncias e Clima na Cidade

Iniciativa: Rede Brasileira de Urbanismo Colaborativo

Organizações: Ateliê Navio, Coletivo Flutua, Paisagem Design Regenerativo, Flora, Descobrir Brincando, Casa Ecoativa

Apoio: Urban95, Frente Parlamentar da Primeira Infância (FPPI)

A Rede Brasileira de Urbanismo Colaborativo reúne mais de 20 organizações de todas as regiões do país, unidas por um objetivo comum: promover cidades mais inclusivas, democráticas e justas por meio da colaboração. 

Para a Bienal de Arquitetura, a Rede propõe uma programação especial na manhã do Dia das Crianças dedicada ao tema infância e clima na cidade, convidando o público a refletir e agir frente aos desafios urbanos e ambientais que afetam as novas gerações. A atividade busca ampliar o debate sobre a inclusão das infâncias no planejamento urbano, a participação ativa de crianças na construção de cidades mais justas e afetivas.

Entre os temas em pauta estão as questões climáticas e seus impactos sobre a vida das crianças, a urgência da justiça climática nos territórios vulneráveis e as estratégias coletivas para o enfrentamento. Também serão discutidas formas de integrar e valorizar as experiências de crianças negras, indígenas, ribeirinhas e quilombolas, promovendo um urbanismo antirracista que reconheça as múltiplas infâncias brasileiras.

A programação inclui as seguintes atividades e ativações:

Oficina de Birutas com o Coletivo Flutua 

Horário: 10h30
Duração: 2 horas
Faixa Etária: A partir dos 6 anos (acompanhado dos responsáveis)
Local: Pavilhão da Oca | Comedouro emergencial | Subsolo

Nesta oficina vamos criar birutas — objetos feitos com sacolas plásticas e arames que ganham vida ao vento. A atividade propõe um encontro entre materiais reutilizados, corpo, vento e criação. 

Venha se deixar levar, brincar e criar novos rumos com a gente!

Gratuito

As inscrições devem ser feitas aqui.

Mesa de Debate – 10h30 às 12h

Infâncias e Clima: Justiça Climática em Territórios Vulneráveis 

Local: Pavilhão da Oca | Auditório

A mesa será integrada por: 

Gisele Moura, cientista e técnica ambiental com 15 anos de experiência, que atua de forma transdisciplinar combinando ciência, ancestralidade e soluções anticoloniais para desenvolver tecnologias sociais voltadas à sustentabilidade e resiliência socioambiental em favelas do Rio de Janeiro.

Marina Bragante, vereadora em São Paulo pela Rede Sustentabilidade, psicóloga e mestre em Administração Pública por Harvard, dedicada a políticas para a primeira infância e sustentabilidade urbana, com foco em adaptação climática e fortalecimento da rede de cuidados com crianças e famílias.

Ursula Troncoso, arquiteta e urbanista, fundadora do Ateliê Navio, com mais de 10 anos de atuação em planejamento participativo de espaços públicos, habitação e cidades amigas das crianças, em parceria com programas como o Urban95 Brasil e iniciativas do Banco Mundial.

Karoline Freire Dias, moradora da Ilha do Bororé. Formada como agente cultural pelo Percurso Cultural, atualmente atua na Casa Ecoativa é co-fundadora do coletivo Na Ilha Agência. Participou de diversas formações e oficinas, como o NAEA (Núcleo de arte e educação ambiental) com a FAUUSP, e uma formação de educação ambiental juntamente com o Humanaterra. 

Mediação: Jaison Pongiluppi Lara, gestor e coordenador de projetos que integram cultura, educação e meio ambiente. Integrante da Casa Ecoativa e gerente do CCA – Centro para Criança e Adolescente. Articula o projeto Adrião Escola Aberta e o Memorial da Ilha do Bororé, com sua trajetória de ativismo registrada nos documentários O Tamanho que o Planeta é (Instituto Alana) e Itinerários de Resistência (SESC SP).

Gratuito

As inscrições devem ser feitas aqui.

As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Vivência: Refúgios Climáticos e Espaços Públicos Naturalizados, com Ecobairro

Horário: 10 horas
Duração: 2 horas
Faixa Etária: A partir dos 6 anos (acompanhado dos responsáveis)
Local: Praça Pablo Garcia Cantero, ao lado da Cinemateca Brasileira

Esta vivência convida as crianças das comunidades próximas ao Parque Ibirapuera a conhecerem o refúgio climático da Praça Pablo Garcia Cantero, que integra o Corredor Verde Parque Ibirapuera – Parque Aclimação, e que  é palco da Compostagem Comunitária Vila Mariana. As crianças terão a experiência do brincar livre no micro parque naturalizado, e irão conhecer o processo natural de compostagem. Da praça faremos uma pequena caminhada lúdica, passando pela Mini Floresta Urbana e pelo “Parque das Cores do Escuro”, na Praça Soichiro Honda, até chegar na Oca, no Parque Ibirapuera.

Ativações: 

Horário: 10h às 20h

Flora: infância em movimento: Parque naturalizado pop-up para crianças pequenas e bebês, com atividades e brincadeiras com materiais naturalizados.

Ecobairro e Paisagem Design Regenerativo: Maquete interativa de cocriação de espaços naturalizados e biofílicos de brincar.

Descobrir Brincando: Espaço de Convivência e Leitura para famílias de 0-3 anos.A Bebeteca é um espaço seguro e intencionalmente planejado para que crianças pequenas acompanhadas por seus cuidadores possam desfrutar, aonde o bebê encontrará desafios motores, livros e objetos para exploração.

Gratuito

Coordenação/mediação: Daniel Montandon (Uninove)

Relatoria: João Meyer (FAUUSP)

Palestrantes:

Andre Lerner (representação entidades de bairros e regiões da cidade)

Maria Lucia Refinetti Martins (representação universidades)

Eduardo Della Manna (representação empresários)

Silvio Oksman (representação entidades profissionais)

Sidney Pita e José de Abraão (representação movimento de moradia)

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Apresentação de trabalhos:

Do dado à decisão: design de interação para painéis de dados urbanos na escala de bairro – Emilio Bertholdo Neto, Karin Regina de Castro Marins

Fábrica de restauro: uma proposta de plano local? – Nadia Somekh, Thais Cardoso

O envelhecer é urbano? – Beatriz Leite dos Santos, Wilson Levy Braga da Silva Neto

O processo de desapropriação da Ocupação Mauá em São  Paulo – Marina Camargo Heinrich Carrara

Planos de Bairro em São Paulo: subsídios e ferramentas para uma agenda ambiental local – Miguel Martins Fiorelli, Daniel Lutfi

Territorialidades para a infância. Direito à cidade e cidade do cuidado – Carmen Birindelli, Marilia Aldegheri do Val, Luiz Guilherme Rivera de Castro 

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Apresentação de trabalhos:

A Habitação de Interesse Social como forma de desregulamentação – Rosana Yamaguti

Injustiças socioterritoriais e climáticas na franja metropolitana: planos verdes e eventos climáticos extremos em Cidade Tiradentes, São Paulo-SP – Carolina Menezes Horiquini

Locação social no município de São Paulo: balanço e perspectivas de reformulação – Daniela Perre Rodrigues, Maria Rita de Sá Brasil Horigoshi, Felipe Suzuki Ursini

Mobilização de terras públicas e remoção de territórios populares em Parcerias Público-Privadas de habitação e reestruturação urbana no Centro de São Paulo – Amanda Silber Bleich, Paula Freire Santoro 

O Programa Pode Entrar: continuidades e disputas na política habitacional de São Paulo – Camila Yumi Onia

República em disputa: sobre os empreendimentos financeirizados que emergem no centro popular – Fernanda Vitória Neves da Silva

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Coordenação/mediação: Angélica Alvin (Mackenzie).

Relatoria: Maria Cristina da SIlva Leme (FAUUSP)

Palestrantes:

Adriano Borges (Insper)

Bianca Tavolari (Cebrap/Tide Setubal)

Evaniza Rodrigues (UNMM)

Flavia Brito (FAUUSP)

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Apresentação de trabalhos:

Cidade compacta periférica:  um experimento de tratamento metropolitano em Sapopemba SP – Otávio Campos Arantes  

Cidades feministas e mobilidade: dimensões de gênero da tarifa zero – Clareana Silva Dias da Cunha

Análise da sinistralidade cicloviária: a segurança viária na mobilidade sustentável – Bruno Nascimento

Impactos da implantação das grandes estruturas viárias no chão da cidade de São Paulo – Rafael Vieira Cesar Almeida, Viviane Rubio, Luana Siqueira Bernardes

Mapeamento da rede de parques e dos vazios de áreas verdes públicas na cidade de são paulo sob o Plano Diretor Estratégico de 2014 – Giuliano Salvatore Fiusa Magnelli, Nabil Georges Bonduki

Paisagem, caminhabilidade e aprendizado infantil: contribuições para a mobilidade sustentável – Natália Teixeira Lopes da Costa Euler Sandeville Junior

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Apresentação de trabalhos:

Conflitos entre a política de proteção do patrimônio e os instrumentos de desenvolvimento urbano na Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí (OUC-BT) – Gabriel Ferreira Licastro

Mudanças na transferência do direito de construir em São Paulo: reflexões sobre a revisão do PDE de 2023 – Flavia Taliberti Peretto

Cortiço, espera, permanência – o Casarão do Carmo e os desafios da justiça climática urbana – Celso Aparecido Sampaio, Débora Sanches

Re-regulação dos incentivos urbanísticos nos eixos: complexidade normativa e limites para a política urbana – Joyce Reis Ferreira da Silva (IABsp), Isabela Luisi Fernandes da Costa

Revitalização para quem? Gentifricação verde e exclusão no Centro de São Paulo – Maria Luíza Mendonça Chamadoira

Qual patrimônio? Reflexões sobre desigualdades de mobilizações e políticas de preservação na cidade – Lucas Chiconi Balteiro

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Coordenação/mediação:  Nabil Bonduki (FAUUSP).

Relatoria: Carolina Heldt (Escola da Cidade)

Palestrantes:

Joice Berth

Renato Anelli (Klimapolis/INCT/Mackenzie)

Fernando Nogueira (UFABC)

Marussia Whately (Instituto de Água e Saneamento)

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Apresentação de trabalhos:

Análise do impacto do incremento de áreas verdes na dinâmica hidrológica da sub-bacia da Lapa – São Paulo – Thiago Alves de Aquino Santos, Karin Regina de Castro Marins

Arquitetura e mudanças climáticas: por uma ética no construir – Mayra Simone dos Santos

Desafios para o planejamento urbano frente aos  eventos climáticos extremos: os recortes do eixo  Morumbi-Paraisópolis e do município de Franco da Rocha – Nathalia da Mata Mazzonetto Pinto, Thamires Z. S. Souza, Renato Luiz Sobral Anelli

Do alto padrão à precariedade: risco climático e desigualdade ambiental na sub-bacia hidrográfica do Córrego do Antonico – Alane Santos da Silva

Investimento em drenagem sustentável em São Paulo: custos e desafios – Renata Priore Lima, Kelly Almeida da Silva, Mayumi Almeida Inamasu

Metabolismo urbano: estratégias para regeneração do entorno do Mercado Municipal de São Paulo – Luisa Martins, Maurício Addor Neto, Bruno Futema

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Apresentação de trabalhos:

Biofilia como ferramenta de análise de instrumentos urbanísticos e ambientais: o caso do Planpavel do município de São Paulo – Mila Cruz Prado de Carvalho

Experiências de contenção em bambu para encostas no município de Franco da Rocha – SP – Nathalia da Mata Mazzonetto Pinto, Marcos Paulo Ladeia

Governança climática regional e ação pública consorciada: o caso do Grande ABC – Bruno dos Santos Andrade, Eunice Helena Abascal

Preservação do patrimônio urbanístico e ambiental em São Paulo: qual o futuro do Jardim América? – Ingrid Souza Lima e Silva Caixeta, Eduardo Alberto Cusce Nobre 

Risco ao calor na cidade de São Paulo: interações entre desigualdade socioeconômica e ambiental – Luiza Sobhie Muñoz, Denise Duarte

Vulnerabilidade social e territórios de favelas na região metropolitana de São Paulo: desafios para a promoção de moradia digna e justiça climática – Guilherme David dos Santos Viana

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Mesa de abertura com Carlos Nobre e organizadores do Fórum SP 25

 

Entidades Organizadoras Do Fórum Sp 25

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAUUSP

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie

Escola da Cidade

Universidade Nove De Julho – Uninove

Instituto de Arquitetos do Brasil – Dep. São Paulo – IABsp

Conselho de Arquitetura e Urbanismo – CAU/SP

Local:

IABsp – rua Bento Freitas, 306 – Vila Buarque – São Paulo – SP

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

o projeto do comedor – um refeitório social – surge em resposta aos eventos climáticos extremos que devastaram inúmeras cidades do sul do brasil em maio de 2024 e à necessidade de melhorar as condições dos abrigos emergenciais que acolheram pessoas desabrigadas durante esse período.

construído na escola estadual ana neri, na cidade de porto alegre, o projeto começa com uma intervenção temporária no edifício do auditório – uma pequena construção de madeira, característica da arquitetura escolar da região. neste espaço foram instaladas divisórias leves – cortinas suspensas por cabos de aço – capazes de delimitar áreas específicas para cada família e adaptar o uso do pavilhão, proporcionando maior privacidade e habitabilidade ao abrigo.

em uma segunda etapa da intervenção, com o regresso das aulas na escola, foi necessário construir um refeitório para os moradores temporários – uma nova construção – que funcionasse de forma independente ao fluxo dos alunos.

a arquitetura proposta consiste, portanto, em uma grande cobertura e uma mesa linear que ocupam um setor vazio do lote da escola.

a escolha da construção em madeira faz parte de uma investigação que, de alguma forma, permeia os projetos desenvolvidos pelo escritório. uma forma de demonstrar possibilidades de utilização de uma matéria-prima de baixo custo e de fácil obtenção que leva em consideração a existência de mão de obra local com experiência e significativo conhecimento prático do material.

dessa forma, a proposta explora a madeira como técnica construtiva ágil e econômica com a escolha de componentes mais acessíveis, como madeira roliça de eucalipto para as colunas e vigas principais e uma estrutura de ripas finas para sustentar a cobertura.

com o objetivo de unificar a intervenção e as diferentes peças de madeira, a pintura verde unifica a proposta, destacando a cobertura no conjunto construído da escola. a tinta impregnante de proteção da madeira ajuda a preservar o material e a cobrir pequenas imperfeições mantendo os veios visíveis. a estrutura verde dialoga com as telhas de policarbonato branco gerando um ambiente iluminado por uma luz difusa.

o projeto inicialmente concebido para servir de refeitório para as famílias, com o tempo, tornou-se um espaço de lazer para os estudantes, um espaço coletivo e comunitário.

assim, a intervenção provocou uma série de interações e usos surpreendentes. um espaço lúdico, que é utilizado como um lugar de jogos para crianças, e até mesmo como ferramenta de aprendizagem, onde as aulas são ministradas ao ar livre.

o projeto representa uma experiência de desenho e construção em um curto período de tempo. uma singela contribuição – entre tanto a ser feito – como resposta a esta imensa e impensável tragédia.
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porto alegre, rs
2024

Roda de conversa com Instituto Cambará e visita guiada

Gratuito

Inscrições:


As inscrições devem ser feitas aqui.
A seleção será feita por ordem de inscrição.
As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Palestra e debate com LI Hu, Hon. FAIA, Sócio Fundador do OPEN Architecture e mediação de Carlos Eduardo Comas

Nesta conferência principal, o OPEN explora como a arquitetura conecta a natureza, a comunidade e o eu, apresentando uma série de projetos organizados em torno de três temas essenciais: Coexistência, Comunidade e Despertar. Abrangendo diversas tipologias e escalas, estes projetos incorporam a convicção do OPEN de que a arquitetura é um meio que ancora os seres humanos no complexo mundo de hoje, ancorando-nos na realidade e na própria Terra à qual pertencemos. O ato de construir do OPEN e suas reflexões sobre a construção são uma tentativa constante de criar campos de energia que equilibram abordagens radicais com formas construídas poéticas, onde atores humanos e não-humanos são partes integrantes do todo.

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Mesa com Fernando Damata Pimentel (diretor presidente da Emgea), Antônio César Bochenek (Juiz Federal da 4ª Região), José Carlos Alves (Diretor de Operações da Emgea) e convidados

Gratuito

Inscrições:


As inscrições devem ser feitas aqui.
A seleção será feita por ordem de inscrição.
As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Com Padre Julio Lancellotti, Marta Machado (Ministérios da Justiça), Anderson Miranda (Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania), Carlos Hashimoto (Caixa Econômica Federal), e Simone Gatti (Fundo FICA) – mediação e curadoria

A quantidade de pessoas vivendo nas ruas das grandes cidades aumentou consideravelmente nos últimos anos. São mais de 300 mil em todo o país. Com as mudanças climáticas, esse tema é ainda mais urgente, já que a população em situação de rua, apesar de ser a que menos contribui para o aquecimento global, é a mais afetada por seus efeitos, por não terem um abrigo seguro e por apresentarem condições socioeconômicas e de saúde extremamente frágeis.

Desde a década de 1990, as políticas públicas voltadas para esse perfil evoluíram mundo afora. Em muitas cidades, o modelo etapista, que se inicia nos albergues, cedeu lugar à metodologia “housing first”, ou “moradia primeiro” — que entende a residência apenas como o primeiro passo do processo.

No Brasil, habitação social está atrelada à aquisição da propriedade privada. O modelo da casa própria não capacitou nossas políticas para a gestão da moradia, sempre entregue à responsabilidade dos moradores, então proprietários. Uma política de moradia para a população em situação de rua, contudo, precisa garantir serviços de apoio permanente, multidisciplinar e de longo prazo.

Recentemente o programa Minha Casa, Minha Vida anunciou a reserva de 3% dos empreendimentos do FAIXA 1 para essa população. A partir da experiência do Morar Primeiro, implementado pelo Fundo FICA com apoio do padre Julio Lancellotti, debateremos o tema com representantes do governo federal, considerando a urgência do debate sobre como essa política será implementada.

A convite do Fundo FICA, que está trazendo o tema pela primeira vez para a Bienal de Arquitetura de São Paulo, reuniremos a urbanista Simone Gatti, que implementou o programa de moradia pelo FICA; Padre Julio Lancellotti, parceiro na criação do Morar Primeiro e figura emblemática no apoio à população mais vulnerável; e representantes do Governo Federal para abordar as políticas em implementação e os desafios em pauta.

A mesa de debate contará ainda com a participação de Marta Machado, Secretária Nacional de Política sobre Drogas e Gestão de Ativos do Ministérios da Justiça; Anderson Miranda, do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania; e Carlos Hashimoto, da Caixa Econômica Federal, para abordar as políticas em implementação e os desafios em pauta.

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas aqui.
A seleção será feita por ordem de inscrição.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Pavilhão da Oca | Livraria | Subsolo

Com os professores: Leandro Medrano (FAU USP), Mariana Wilderom (FAU-USJT / Pós-Doc FAUUSP) e Marcos L. Rosa (FAU UFRJ / Pós-Doc FAUUSP), que co-editam o livro junto a Luiz Recamán (FAU USP), Dick van Gameren (BK TU-Delft), Nelson Mota (BK TU-Delft) e Harald Mooij (BK TU-Delft).

Resultado da colaboração entre a FAUUSP e a TU Delft, o livro investiga as intersecções entre experiências habitacionais singulares desenvolvidas na Região Metropolitana de São Paulo e na Randstad, entre 1990 e 2010. Embora as realidades urbanas e as tradições críticas e projetuais sejam notavelmente distintas, o livro aborda os sentidos pedagógicos e disciplinares da AU diante dos desafios contemporâneos do urbano. Identificamos estratégias e repertórios que desafiam a mercantilização da moradia e a justiça sócio-ambiental, reafirmando o projeto como um marcador político-espacial. Por meio de aproximações comparativas com a experiência do cotidiano urbano, sugerimos uma compreensão crítica do habitat em relação ao ato de habitar. Essa crítica é subsidiada por um exercício de representação gráfica, que põe em diálogo estratégias projetuais e táticas de apropriação.

Gratuito

Implantação do projeto: Equador
Desenvolvimento do projeto: Equador

Infraestrutura comunitária hídrica para melhorar e fortalecer a rede hídrica existente. Sistema de espaços para interação social, valorização, cuidado ambiental e transmissão de conhecimento sobre a proteção da água. Espaços de abrigo, estações meteorológicas para monitoramento ambiental, espaços de encontro.

La Chimba está localizada no território ancestral da tribo Kayambi, no norte do Equador, perto do vulcão Cayambe. Em um dos ecossistemas mais importantes do Equador, chamado “Paramo”, que possui uma grande biodiversidade e as fontes de água mais importantes do território.

La Chimba, com mais de cem anos de resistência histórica através da autogestão e da auto-organização, protege o território e os seus recursos hídricos de várias ameaças. Fortalecer a sua infraestrutura, reforçando o seu caráter social, é essencial para a sua subsistência e crescimento futuro.

A infraestrutura hídrica comunitária cria espaços para monitorar, cuidar e educar sobre o território do páramo, que fornece fontes de água para a vida. Dessa forma, a comunidade valoriza o trabalho realizado no passado e fortalece os processos para manter o sistema no futuro.

Proposta arquitetónica responsável com o local e as pessoas da comunidade, que são as que constroem os edifícios para uso coletivo em dias de construção participativa chamados «Mingas» (mutirao), que incentivam o trabalho local e a troca de conhecimentos. A intenção é criar espaços de acesso, encontro e abrigo através de técnicas locais presentes nas construções da comunidade e terraços que, pela sua conformação como muros de contenção em encostas, se integram na paisagem natural, para criar uma intervenção respeitosa com o ecossistema do páramo.

“Perceber não é observar de fora um mundo estendido diante de si, pelo contrário, é entrar num ponto de vista, assim como simpatizamos. Percepção é participação.” (Lapoujade)

Durante uma semana, o workshop propõe um exercício de atenção e escuta às paisagens e territórios do parque do Ibirapuera. Observaremos formas, padrões, texturas e gestos, em busca das gramáticas da natureza expressas em seus seres, materiais e processos.
Apontaremos nossas investigações ao ínfimo. Utilizaremos no processo a cartografia como método vivo de pesquisa e registro. Ao traçar linhas, anotar percepções e reconhecer repetições, abrimos espaço para traduzir observações em materialidades provisórias. Essa prática se alimenta de referências de arte contemporânea, de noções de site specific e de exercícios de coletivização, costurando uma reflexão sobre como criar beleza em diálogo com o território.
Com a mentoria de Jane Hall e de Vitor Barão, o grupo reunirá percepções e atravessamentos através da criação de um objeto estético. Experimentaremos formas de expressão que emergem do encontro entre paisagem, corpo e grupo.

Jane Hall é autora e membro fundadora da Assemble, coletivo britânico de arquitetura vencedor do Turner Prize. Pesquisadora no Royal College of Art, é autora do estudo pioneiro Breaking Ground: Architecture by Women (Phaidon, 2019), no qual discute a contribuição historicamente negligenciada das mulheres para a arquitetura. Em seu livro mais recente, Woman Made (Phaidon, 2021), Jane compartilha o que aprendeu sobre as melhores designers do mundo, ampliando a visibilidade do trabalho de mulheres na história do design e da arquitetura.

Vitor Barão é biólogo pela USP e Mestre em Ciências pelo Depto. de Botânica do IB-USP, fotógrafo e cozinheiro autodidata, atua como artista multidisciplinar entre as linguagens da arte, ciência, cozinha e tecnologia. É consultor em biomimética e assessor para projetos de arte e tecnologia além de professor da graduação em design do Istituto Europeu di Design com a disciplina “Biodesign”. É maker, com experiências em invenção de dispositivos para cenografia, empresas e produtos, e em educação mão na massa em diversas escolas.

Programação:

29/setembro (segunda-feira): IED São Paulo – 9h às 11h40
30/setembro (terça-feira): Bienal na Oca | Ibirapuera – 10h às 12h40
01/outubro (quarta-feira): Bienal na Oca | Ibirapuera – 10h às 12h40
02/outubro (quinta-feira): Bienal na Oca | Ibirapuera – 10h às 12h40
03/outubro (sexta-feira): Bienal na Oca | Ibirapuera – 10h às 12h40

Carga horária total: 15 horas

A atividade tem apoio do IED-SP e do British Council.

Gratuito

Inscrições:

São poucas vagas abertas ao público. Inscreva-se e aguarde a confirmação por e-mail.
Inscrições:

As inscrições devem ser feitas aqui.

A oficina convida os participantes a mergulharem em uma experiência prática que une ciência cidadã, tecnologia aberta e mobilidade urbana. A proposta é explorar a cidade com a bicicleta, as transformando em verdadeiros laboratórios móveis capazes de coletar dados ambientais e de mobilidade em tempo real. Ao longo do encontro, as bicicletas equipadas com sensores de código aberto medirão parâmetros como qualidade do ar, temperatura, umidade, condições do pavimento e distância de ultrapassagem por veículos motorizados. Dessa forma, as condições urbanas tornam-se não apenas visíveis, mas também quantificáveis e discutíveis a partir da perspectiva do cidadão comum.

O encontro começa com uma breve introdução sobre a tecnologia do senseBox:bike, destacando a importância dos sensores abertos e da transparência dos dados coletados. Os participantes terão a oportunidade de compreender como funciona o kit de sensores da senseBox:bike, instalá-lo em uma bicicleta e aprender a operar o sistema de forma simples e colaborativa. Em seguida, será realizado um passeio (opcional) de 15 a 30 minutos pelas ruas da cidade, no qual os dados ambientais e de mobilidade serão coletados pelos próprios participantes.

De volta ao espaço da oficina, os dados coletados serão visualizados, permitindo um debate coletivo sobre como essa informação, gerada de maneira participativa, pode apoiar tanto a mobilização social quanto o monitoramento das políticas públicas. Essa etapa busca mostrar que, ao invés de depender exclusivamente de dados oficiais, os cidadãos também podem produzir evidências concretas para o planejamento urbano e para a defesa de melhores condições cicloviárias.

Para participar do passeio, é recomendado trazer sua própria bicicleta. Ao final da oficina, os participantes terão experimentado um novo olhar sobre o ato de pedalar pela cidade misturado com o uso de dados abertos pode fortalecer comunidades, gerar diálogo com o poder público para um futuro mais democrático e sustentável da mobilidade urbana.

Gratuito

Vagas: 15

👉 Traga sua bicicleta.

Inscrições:
As inscrições devem ser feitas aqui.
A seleção será feita por ordem de inscrição.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

A mesa faz parte da programação Infâncias e Clima na Cidade

Iniciativa: Rede Brasileira de Urbanismo Colaborativo

Organizações: Ateliê Navio, Coletivo Flutua, Paisagem Design Regenerativo, Flora, Descobrir Brincando, Casa Ecoativa

Apoio: Urban95, Frente Parlamentar da Primeira Infância (FPPI)

A Rede Brasileira de Urbanismo Colaborativo reúne mais de 20 organizações de todas as regiões do país, unidas por um objetivo comum: promover cidades mais inclusivas, democráticas e justas por meio da colaboração. 

Para a Bienal de Arquitetura, a Rede propõe uma programação especial na manhã do Dia das Crianças dedicada ao tema infância e clima na cidade, convidando o público a refletir e agir frente aos desafios urbanos e ambientais que afetam as novas gerações. A atividade busca ampliar o debate sobre a inclusão das infâncias no planejamento urbano, a participação ativa de crianças na construção de cidades mais justas e afetivas.

Entre os temas em pauta estão as questões climáticas e seus impactos sobre a vida das crianças, a urgência da justiça climática nos territórios vulneráveis e as estratégias coletivas para o enfrentamento. Também serão discutidas formas de integrar e valorizar as experiências de crianças negras, indígenas, ribeirinhas e quilombolas, promovendo um urbanismo antirracista que reconheça as múltiplas infâncias brasileiras.

A programação inclui as seguintes atividades e ativações:

Mesa de Debate – 10h30 às 12h

Infâncias e Clima: Justiça Climática em Territórios Vulneráveis 

A mesa será integrada por: 

Gisele Moura, cientista e técnica ambiental com 15 anos de experiência, que atua de forma transdisciplinar combinando ciência, ancestralidade e soluções anticoloniais para desenvolver tecnologias sociais voltadas à sustentabilidade e resiliência socioambiental em favelas do Rio de Janeiro.

Marina Bragante, vereadora em São Paulo pela Rede Sustentabilidade, psicóloga e mestre em Administração Pública por Harvard, dedicada a políticas para a primeira infância e sustentabilidade urbana, com foco em adaptação climática e fortalecimento da rede de cuidados com crianças e famílias.

Ursula Troncoso, arquiteta e urbanista, fundadora do Ateliê Navio, com mais de 10 anos de atuação em planejamento participativo de espaços públicos, habitação e cidades amigas das crianças, em parceria com programas como o Urban95 Brasil e iniciativas do Banco Mundial.

Karoline Freire Dias, moradora da Ilha do Bororé. Formada como agente cultural pelo Percurso Cultural, atualmente atua na Casa Ecoativa é co-fundadora do coletivo Na Ilha Agência. Participou de diversas formações e oficinas, como o NAEA (Núcleo de arte e educação ambiental) com a FAUUSP, e uma formação de educação ambiental juntamente com o Humanaterra. 

Mediação: Jaison Pongiluppi Lara, gestor e coordenador de projetos que integram cultura, educação e meio ambiente. Integrante da Casa Ecoativa e gerente do CCA – Centro para Criança e Adolescente. Articula o projeto Adrião Escola Aberta e o Memorial da Ilha do Bororé, com sua trajetória de ativismo registrada nos documentários O Tamanho que o Planeta é (Instituto Alana) e Itinerários de Resistência (SESC SP).

Gratuito

As inscrições devem ser feitas aqui.

As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Oficina de Birutas com o Coletivo Flutua 

Horário: 10h30
Duração: 2 horas
Faixa Etária: A partir dos 6 anos (acompanhado dos responsáveis)
Local: Pavilhão da Oca | Comedouro emergencial | Subsolo

Nesta oficina vamos criar birutas — objetos feitos com sacolas plásticas e arames que ganham vida ao vento. A atividade propõe um encontro entre materiais reutilizados, corpo, vento e criação. 

Venha se deixar levar, brincar e criar novos rumos com a gente!

Gratuito

As inscrições devem ser feitas aqui.

Vivência: Refúgios Climáticos e Espaços Públicos Naturalizados, com Ecobairro

Horário: 10 horas
Duração: 2 horas
Faixa Etária: A partir dos 6 anos (acompanhado dos responsáveis)
Local: Praça Pablo Garcia Cantero, ao lado da Cinemateca Brasileira

Esta vivência convida as crianças das comunidades próximas ao Parque Ibirapuera a conhecerem o refúgio climático da Praça Pablo Garcia Cantero, que integra o Corredor Verde Parque Ibirapuera – Parque Aclimação, e que  é palco da Compostagem Comunitária Vila Mariana. As crianças terão a experiência do brincar livre no micro parque naturalizado, e irão conhecer o processo natural de compostagem. Da praça faremos uma pequena caminhada lúdica, passando pela Mini Floresta Urbana e pelo “Parque das Cores do Escuro”, na Praça Soichiro Honda, até chegar na Oca, no Parque Ibirapuera.

Ativações: 

Horário: 10h às 20h

Flora: infância em movimento: Parque naturalizado pop-up para crianças pequenas e bebês, com atividades e brincadeiras com materiais naturalizados.

Ecobairro e Paisagem Design Regenerativo: Maquete interativa de cocriação de espaços naturalizados e biofílicos de brincar.

Descobrir Brincando: Espaço de Convivência e Leitura para famílias de 0-3 anos.A Bebeteca é um espaço seguro e intencionalmente planejado para que crianças pequenas acompanhadas por seus cuidadores possam desfrutar, aonde o bebê encontrará desafios motores, livros e objetos para exploração.

Gratuito

O debate Agriculturas Urbanas: a circularidade do alimento na cidade, se inicia com a apresentação do programa Sampa + Rural da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho da Prefeitura de São Paulo, e continua com o projeto Your greenhouse is Your Kitchen, do escritório Office for Roundtable, e representantes das organizações Pé de Feijão e Comida do Amanhã, com a mediação de Vitória Leão. O debate evidencia a relação da agricultura urbana com o planejamento e gestão urbana, revelando os fluxos do alimento na cidade, considerando dimensões da proximidade e da circularidade. A agricultura urbana não é uma só, mas é diversa: a produção de alimento dentro da cidade acontece de forma capilarizada nos territórios, e portanto em diferentes tipologias, relações, modos e meios. Plantar comida na cidade desmonta o paradigma urbano rural e possui desafios imensos, dentre eles o uso do solo, a logística, o acesso a recursos e a intersetorialidade da pauta.

As experiências apresentam boas práticas das etapas do desenho do sistema alimentar urbano, ligadas à produção, comercialização, aquisição e ao aproveitamento do alimento, de modo que inspiram pensar as cidades a partir da produção de alimentos agroecológicos, com utilização responsável dos recursos naturais, respeito à biodiversidade, transformação dos resíduos e acesso democrático a refeições saudáveis e regulares.

Vitória Leão – CPDA/UFRRJ
Pesquisadora e doutoranda no Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade (CPDA/UFRRJ). Mestra em Ecologia Aplicada pela ESALQ/USP, especializa-se há mais de dez anos na análise da categoria agricultura familiar no Brasil e possui experiência consolidada em estudos e na promoção de ações públicas na temática da agricultura urbana e periurbana em diferentes municípios brasileiros.

Lia Palm – Sampa + Rural
Cientista social pela Universidade de São Paulo e mestre em políticas públicas e gestão governamental pela Fundação Getúlio Vargas. Atua como Coordenadora de Agricultura, na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, e é Analista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (APPGG), cargo efetivo da Prefeitura de São Paulo. A partir de 2019 passou a atuar com as temáticas de agricultura urbana e periurbana, na equipe de gestão do Projeto Ligue os Pontos. No início de 2022 ampliou sua atuação em prol da Agricultura Urbana e Periurbana da cidade de São Paulo, ao passar a liderar a Coordenadoria de Agricultura no município e depois também a Coordenadoria de Segurança Alimentar e Nutricional.

Roberta Curan – Comida do Amanhã
É mestre em Ecologia Aplicada e graduada em Engenharia Ambiental. e trabalha no Instituto Comida do Amanhã como Gerente de Inteligência e Produção de Conhecimento, onde coordena e desenvolve a produção de pesquisas, policy papers, estudos e conteúdos gerais sobre sistemas alimentares sustentáveis. Seu trabalho no setor de ONGs ocorre em paralelo à pesquisa acadêmica; atualmente, é pesquisadora de doutorado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (USP), com foco em sistemas alimentares sustentáveis e política alimentar.

Luisa Haddad
Lidera o Pé de Feijão, negócio de impacto que promove experiências que encantam, acolhem e apoiam as pessoas em suas jornadas para um estilo de vida cada vez mais saudável e sustentável utilizando as hortas urbanas, a alimentação, o consumo consciente e a compostagem como palco para democratizar informações sobre alimentação e meio ambiente, mostrando que o caminho para comer melhor pode ser uma experiência prática, gostosa e transformadora. O foco do seu trabalho é como a informação pode levar à mudança de comportamento alimentar e ambiental e à regeneração de espaços.

Leyuan Li – Office For Roundtable
Arquiteto, educador e pesquisador chinês cujo trabalho profissional e acadêmico se concentra em ambientes internos e urbanos na articulação de espaços e sociedades. Ele atuou internacionalmente na arquitetura, atuando no OMA, SOM e Affordable Housing Lab. É fundador do Office for Roundtable, um coletivo de design que explora diferentes formas e eventos de compartilhamento.

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas aqui.
A seleção será feita por ordem de inscrição.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

A Paisagem, a Geografia e os Pássaros Refugiados

A leitura-performática A Paisagem, a Geografia e os Pássaros Refugiados parte da destruição do Cerrado brasileiro e da memória da Revolução Verde para refletir sobre a relação entre paisagem, guerra e agricultura. O Cerrado, um dos biomas mais ricos em biodiversidade do planeta, é também um dos mais agredidos pelo avanço do agronegócio, das monoculturas e da exploração intensiva dos recursos naturais. A performance conecta esse processo às lógicas de controle e vigilância herdadas de tecnologias militares, revelando como a guerra se reinventa no território por meio da agricultura moderna.

Inspirada pelas reflexões de Edward Said em Invenção, Memória e Lugar, a obra interroga como narrativas, memórias e invenções geográficas são mobilizadas para apagar ecossistemas, modos de vida e histórias coletivas, instaurando uma memória seletiva que favorece o poder. Nesse contexto, as aves que deixam o Cerrado em ruínas e buscam refúgio nas cidades aparecem como metáforas vivas do deslocamento forçado, tornando-se testemunhas de um colapso socio-ambiental.

Entre fragmentos de textos, imagens e voz, a performance traça uma cartografia das migrações — de animais, memórias e pessoas — que emergem de um território em transformação e desaparecimento. O trabalho convida o público a pensar a paisagem não apenas como cenário, mas como campo de disputa política e simbólica, onde se cruzam a violência da guerra, a invenção da memória e a urgência de repensar as geografias do presente.

Gratuito

Inscrições:
As inscrições devem ser feitas aqui.
A seleção será feita por ordem de inscrição.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Nos dias 11 e 12 de outubro serão realizadas 8 oficinas com duração de 1h30 cada. A programação completa com horários está no final da página.


O grupo de Pesquisa e Extensão Natureza Política EA-UFMG propõe a oficina Inventa(rio) Fronteiras – Jogando por Cidades Multiespécies, desenvolvida a partir da pesquisa acadêmica “Fronteiras” (FAPEMIG APQ-02540-24). A atividade se estrutura em torno de um jogo que funciona como ferramenta metodológica voltada a complexificar a compreensão dos conflitos socioambientais no campo da arquitetura, urbanismo e paisagismo. A proposta se insere na discussão do grupo sobre metodologias para Projetos Multiespécies, que buscam integrar agentes não-humanos como sujeitos ativos na constituição e manutenção dos ecossistemas urbanos. Por meio de dinâmicas lúdicas convida os participantes a mapear, narrar e imaginar outras formas de habitar os territórios, reconhecendo as múltiplas existências que compõem a vida nas cidades. A oficina propõe uma escuta atenta às fronteiras visíveis e invisíveis que marcam os espaços e seus conflitos, ampliando o repertório crítico e sensível para atuação profissional e acadêmica.

Equipe – Grupo de Pesquisa e Extensão Natureza Política EA – UFMG.
Coordenação: Luciana Bragança, Marcela Brandão.
Bolsistas: Ana Clara Vitor, Beatriz Amorim, Geisielly Saroa, Maria Clara Campos, Thales Andrade, Bruna Sirotheau, Marcelo Eisenberg.

A proposta é a aplicação desse jogo desenvolvido pelo grupo como uma metodologia lúdica que simula a construção de cidades a partir da interação entre sujeitos, evidenciando como projetos urbanos podem beneficiar ou prejudicar diferentes sujeitos. Ele se estrutura assim, como um de Jogo de Empatia e considera a interação e coexistência de diferentes espécies — humanas e não-humanas — nos ambientes construídos e busca superar desafios de comunicação e interpretação que, muitas vezes, dificultam o entendimento em processos de projeto e planejamento urbano. A estrutura, os objetivos e as dinâmicas propostas para o jogo fazem com que cada jogador tenha a experiência de viver a construção da bacia hidrográfica como seu personagem.

O objetivo é promover uma discussão crítica sobre resiliência climática e planejamento urbano, utilizando o jogo como instrumento dialógico. A oficina busca sensibilizar os envolvidos para as situações de conflito no território planejado, que, na maioria das vezes, marginaliza a presença dos sujeitos não-humanos e de alguns humanos, como por exemplo os racializados e os sem casa. Com essa oficina, espera-se não apenas gerar reflexões, mas também inspirar projetos e ações concretas rumo a cidades mais inclusivas.

Os participantes serão convidados a jogar com seus corpos assumindo papéis como água, vento, plantas, animais ou seres humanos de diversos grupos. Os peões são a própria pessoas. Cartas de construção, conflito, conectividade e permanência introduzem situações e espaços reais, como prédios, enchentes, desmatamento, arborização, permitindo que os jogadores vivenciem as consequências de diferentes intervenções urbanas de acordo com o personagem que assume.

Gratuito

Vagas: 20 por turma (8 turmas)

Atenção: Trazer material de desenho. Não usar salto alto ou sapato com pontas.

Inscrições:
As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.
A seleção será feita por ordem de inscrição.
As inscrições estarão abertas até 10 de outubro de 2025.

Programação:
Cada oficina terá a duração de 1h30

11/10 – 09h às 10h30
11/10 – 10h30 às 12h
11/10 – 14h às 15h30
11/10 – 15h30 às 17h


12/10 – 09h às 10h30
12/10 – 10h30 às 12h
12/10 – 14h às 15h30
12/10 – 15h30 às 17h

Em caso de dúvidas fale com o Grupo Natureza Política através do e-mail: natureza.política@gmail.com.


O ambiente construído atualmente é responsável por 23–40% das emissões urbanas globais e está associado a riscos climáticos significativos, como calor extremo e inundações nas cidades. Com o aumento da população urbana, a demanda por novas edificações, espaços públicos e infraestrutura só crescerá: estima-se que 60% do ambiente construído que existirá em 2050 ainda não foi construído. Por esse motivo, a transição verde é crucial. Nesta sessão reuniremos formuladores de políticas, arquitetos e pesquisadores para explorar de forma prática como podemos alcançar essa meta. Com estudos de casos reais e expertise global, esta sessão demonstrará como a transformação do ambiente construído no caminho da sustentabilidade e resiliência é uma oportunidade vital para cidades ao redor do mundo.

Mesa de debates com:

Elisabete França, Secretária Municipal de Urbanismo e Licenciamento de Sao Paulo

Maria Teresa Fedeli, Secretária Executiva do Programa Mananciais (SEHAB)

Fábio M. Espíndola, Analista de Politicas Publicas e Gestao Governamental na SECLIMA – São Paulo

Denise Duarte, Professora Titular na FAU-USP

Riciane Pombo, Arquiteta no escritório de arquitetura Guajava

Marcella Arruda, presidente do instituto A Cidade Precisa de Você e cofundadora da Rede Brasileira de Urbanismo Colaborativo

Moderação:

Birgitte Krohn, Conselheira para Cidades – Consulado da Dinamarca no Brasil

Henrique Goes, Gerente em Construção Sustentável no C40 Cities

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Mesa redonda com convidados e lançamento de concurso da Prefeitura de Palmas

O Instituto de Arquitetos do Brasil do Tocantins (IAB/TO), com patrocínio da Prefeitura de Palmas, apresenta os parques urbanos lineares da cidade de Palmas: Cesamar, dos Povos Indígenas e dos Pioneiros, este em fase de idealização.
Os habitantes de Palmas entendem que seus parques urbanos são ambientes naturais em meio ao urbano “acomodado”, e que garantem a qualidade de vida e ambiental no processo evolutivo da cidade, adaptando-a ao atual cenário de urgência climática.

O Projeto Urbanístico de Palmas

Resguardada a origem do Estado do Tocantins e sua capital ecológica, Palmas (ver painel 1), o projeto urbanístico de Palmas – idealizado pelos arquitetos Luís Fernado Cruvinel e Walfredo Antunes – foi impactado diretamente pelas características ambientais da região. Neste sentido, a preservação das massas de áreas verdes no entorno dos corpos hídricos que permeiam o urbano de Palmas, sempre foram tratadas como elementos prioritários de preservação e de uso sustentáveis de destinação pública.
O urbano, estruturado pelo cruzamento de duas vias arteriais, Av. Teotônio Segurado, no sentido norte-sul; e, a Av. JK, no sentido leste-oeste. No cruzamento delas, a Praça dos Girassóis, a quarta maior praça do mundo, onde se estabeleceram as sedes dos três poderes do Estado.
A partir desse ponto, o projeto previa seu crescimento gradual, num espaço planejado de aproximadamente 15km x 7km. No entanto, sua ocupação motivou ocupações periféricas, tanto ao norte, quanto ao sul do projeto da cidade, ampliando sua malha urbana para os atuais 25km x 8km.
Todavia, quer no planejado, quer no espontâneo, a preservação do ambiente natural, e a manutenção da biodiversidade ecológica iniciais são respeitadas na implementação da cidade e seus elementos, referendando o legado ecológico da ocupação do território de Palmas.

Parque Cesamar

O primeiro parque urbano de Palmas. Seu projeto urbanístico de autoria do GrupoQuatro, teve seu paisagismo implantado pelo então Presidente da Agência de Desenvolvimento do Tocantins (AD Tocantins), o Arq. Aílton Lélis.
A exemplo de outros parques urbanos, é o ponto de encontro dos palmenses para caminhada em trilhas, e possui equipamentos de lazer e de esporte para diversas faixas etárias. Em especial, o local oferta uma piscina pública no córrego Brejo Comprido.

Parque dos Povos Indígenas e Parque dos Pioneiros

Nas outras áreas da cidade, temos ao norte, o Parque dos Povos Indígenas e, ao sul, a proposta de instalação do Parque dos Pioneiros, ambos estabelecidos em áreas inicialmente reservadas no projeto de Palmas, e que buscam ofertar mais serviço ambiental e de lazer para as famílias residentes no seu entorno, a exemplo do Parque Cesamar. Para mais detalhes da estrutura ofertada nestes parques, observar os painéis 1 e 2.
Ressaltamos que a orla fluvial do Parque dos Pioneiros será objeto de concurso nacional. Mais detalhes no diálogo que se fará no dia 11 de outubro, no auditório.

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O Instituto de Arquitetos do Brasil do Tocantins (IAB/TO), com patrocínio da Prefeitura de Palmas, apresenta os parques urbanos lineares da cidade de Palmas: Cesamar, dos Povos Indígenas e dos Pioneiros, este em fase de idealização.
Os habitantes de Palmas entendem que seus parques urbanos são ambientes naturais em meio ao urbano “acomodado”, e que garantem a qualidade de vida e ambiental no processo evolutivo da cidade, adaptando-a ao atual cenário de urgência climática.

O Projeto Urbanístico de Palmas

Resguardada a origem do Estado do Tocantins e sua capital ecológica, Palmas (ver painel 1), o projeto urbanístico de Palmas – idealizado pelos arquitetos Luís Fernado Cruvinel e Walfredo Antunes – foi impactado diretamente pelas características ambientais da região. Neste sentido, a preservação das massas de áreas verdes no entorno dos corpos hídricos que permeiam o urbano de Palmas, sempre foram tratadas como elementos prioritários de preservação e de uso sustentáveis de destinação pública.
O urbano, estruturado pelo cruzamento de duas vias arteriais, Av. Teotônio Segurado, no sentido norte-sul; e, a Av. JK, no sentido leste-oeste. No cruzamento delas, a Praça dos Girassóis, a quarta maior praça do mundo, onde se estabeleceram as sedes dos três poderes do Estado.
A partir desse ponto, o projeto previa seu crescimento gradual, num espaço planejado de aproximadamente 15km x 7km. No entanto, sua ocupação motivou ocupações periféricas, tanto ao norte, quanto ao sul do projeto da cidade, ampliando sua malha urbana para os atuais 25km x 8km.
Todavia, quer no planejado, quer no espontâneo, a preservação do ambiente natural, e a manutenção da biodiversidade ecológica iniciais são respeitadas na implementação da cidade e seus elementos, referendando o legado ecológico da ocupação do território de Palmas.

Parque Cesamar

O primeiro parque urbano de Palmas. Seu projeto urbanístico de autoria do GrupoQuatro, teve seu paisagismo implantado pelo então Presidente da Agência de Desenvolvimento do Tocantins (AD Tocantins), o Arq. Aílton Lélis.
A exemplo de outros parques urbanos, é o ponto de encontro dos palmenses para caminhada em trilhas, e possui equipamentos de lazer e de esporte para diversas faixas etárias. Em especial, o local oferta uma piscina pública no córrego Brejo Comprido.

Parque dos Povos Indígenas e Parque dos Pioneiros

Nas outras áreas da cidade, temos ao norte, o Parque dos Povos Indígenas e, ao sul, a proposta de instalação do Parque dos Pioneiros, ambos estabelecidos em áreas inicialmente reservadas no projeto de Palmas, e que buscam ofertar mais serviço ambiental e de lazer para as famílias residentes no seu entorno, a exemplo do Parque Cesamar. Para mais detalhes da estrutura ofertada nestes parques, observar os painéis 1 e 2.
Ressaltamos que a orla fluvial do Parque dos Pioneiros será objeto de concurso nacional. Mais detalhes no diálogo que se fará no dia 11 de outubro, no auditório.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Em uma escala como a da cidade de São Paulo, o enfrentamento das mudanças climáticas demanda a articulação de três fatores: soluções projetuais, planejamento urbano e políticas públicas. Este espaço busca demonstrar como a ação do poder público é diversa e enfrenta o desafio de equacionar diversas escalas, do lote ao município, além de mobilizar diversos atores sociais.

Em síntese, o espaço da Prefeitura é um convite a uma reunião em volta de uma mesa no qual o assunto gira em torno de São Paulo. Trata-se de um ambiente para que todos e todas possam ver nossa cidade, conhecê-la, e discutir sua feitura.

O ambiente é composto de um prisma de lado 4 metros, altura de 1,3 metro e elevado a 2 metros do chão, o qual delimita o espaço; e de uma maquete central, de 1,5 por 2,1 metros, que funciona como ponto de encontro. Externamente, a exposição apresenta ao visitante uma linha do tempo intitulada “Parques Paulistanos: 200 anos de história”, na qual estão dispostas todos os anos correspondentes às inaugurações dos parques municipais, além de outras informações referentes à criação de órgãos públicos e eventos importantes para que políticas públicas se desenvolvessem. Internamente, as paredes do prisma são revestidas de telas que expõem um vídeo explicativo intitulado “São Paulo: um projeto de sustentabilidade”. Para localizar no território os planos e projetos da cidade, são projetados mapas sobre uma grande maquete topográfica. A profusão de imagens e pontos de vistas guiadas por um único áudio permite que o vídeo seja assistido mais de uma vez, variando o enfoque pretendido.

A exibição associa projetos de parques, políticas para retrofit, novos edifícios públicos sustentáveis e outras ações do poder público para demonstrar a complexidade de se intervir em uma capital de tantos superlativos. Para isso, são mencionados: Plano Diretor; Requalifica Centro; Subvenção Econômica; a nova frota de ônibus elétricos; Bonde SP; Bairro Conectado: terminal Sapopemba; Plano Hidroviário; Aquático SP; Parque Jardim da Luz; Parque Linear Córrego do Bispo; Parques da Borda da Cantareira; Plano Municipal da Mata Atlântica; Parque Apurá-Búfalos; Parque Natural Fazenda do Carmo; Parque Natural Cabeceiras do Aricanduva; Casa de Cultura Cidade Ademar; Parque Jardim do Éden; Parque Jardim Castelo; Parque Ribeirão Caulim; Sampa+Rural; Plano Municipal de Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável; Programa Operação Trabalho, da Prefeitura; e o Plano de Ação Climática.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O edifício Virginia foi inaugurado em 1951, projetado pelo arquiteto José Augusto Bellucci e engenheiro Luiz Maiorana.

O prédio foi encomendado pela família Matarazzo para servir de renda para Virginia Matarazzo Ippolito. Com 11 pavimentos, dois blocos de apartamentos e quatro lojas no térreo, foi um residencial de alto e médio padrão nas suas primeiras décadas.

Com o declínio econômico da região central na década de 1970 o prédio passou de residencial para comercial e aos poucos foi sendo abandonado, fechando as portas em 2019. Em 2020 foi adquirido pela Somauma, incorporadora focada em retrofit.

O novo projeto, desenvolvido pelo Metrópole Arq, partiu de uma leitura aprofundada do edifício existente, tendo como objetivo adaptá-lo ao novo contexto respeitando suas qualidades arquitetônicas. A fachada será restaurada mantendo suas características formais e de acabamentos. Os apartamentos foram redesenhados para atender às novas demandas de moradia da região, com unidades de 26 a 182 m² que se encaixam à modulação do edifício, preservando os pisos de taco, o acesso às varandas, os janelões, o pé direito alto, boa iluminação e ventilação natural. Todos os caixilhos e guarda-corpos foram substituídos, atendendo às novas configurações do espaço, desempenho termoacústico e normas de segurança.

As prumadas de circulação foram atualizadas para atender as normas de segurança. Todas as instalações hidráulicas e elétricas foram refeitas considerando as novas demandas do edifício.

O edifício conta com áreas comuns para academia, lavanderia e bicicletário. As lojas do térreo serão reabertas para a calçada e será criada uma galeria conectando as ruas Martins Fontes e Álvaro de Carvalho.

Na cobertura foi projetado um espaço comercial que permite uma vista surpreendente do entorno. Esse espaço recebe uma estrutura leve de laminada colada e um jardim com espécies nativas

Metrópole Arquitetos
Em duas décadas de existência, o Metrópole_arq é responsável por projetos que estão presentes na cena cultural do país, sendo eles públicos ou privados e de diferentes escalas. O escritório atua com ênfase em expografia e preservação de patrimônio cultural e seus atuais sócios, Anna Helena Villela, Silvio Oksman e Ana Paula Pontes, participam ativamente, em conjunto e/ou individualmente, de projetos desenvolvidos em museus e espaços culturais em todo o Brasil.

FICHA TÉCNICA:
LOCAL: São Paulo, Brasil.
ANO: 2025
EQUIPE METRÓPOLE ARQUITETOS:
Silvio Oksman, Lia Soares, Mariah Peruzzo, Camila Vasconcelos, Amanda Klajner, Eric Dick, Fabiana Costa, Micaela Kosmalski.
INCORPORAÇÃO E OBRA:
Somauma
GERENCIAMENTO:
Tools Engenharia
ESTRUTURAS EM MADEIRA:
Ita Construtora
PROJETO DE ILUMINAÇÃO:
Lux Projetos
ARQUITETURA DE INTERIORES
Belezas Imperfeitas
MODELAGEM BIM:
Estudio +1
SISTEMAS:
Adolfi, RRP Projetos e RGK
ESTRUTURAS:
Emplatec
CONSULTORIA DE CAIXILHOS:
Polar Ltda
BOMBEIROS:
Engeplot
VEDAÇÕES E DESEMPENHO:
Versalit
CONSULTORIA DE ACESSIBILIDADE:
Inovatech

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Formosa Hi-Fi é um bar de audição de música em alta fidelidade, localizado em uma galeria subterrânea que integra o conjunto do Viaduto do Chá, construído na década de 30 e hoje protegido pelos órgãos de preservação. O projeto, elaborado em parceria com o escritório Acústica e Sônica, teve como partido a integração entre acústica, arquitetura e patrimônio.

O espaço tem acesso por uma galeria subterrânea que atravessa a Rua Xavier de Toledo. Também tem abertura para a fonte dos suspiros, junto a escadaria que faz a passagem do Teatro Municipal para o Vale do Anhangabaú. Nesse local, o espaço do Formosa se amplia para fora, com uma perspectiva urbana extraordinária.

Todo o ambiente foi revestido com painéis de acústicos de madeira, que preservam as paredes originais de mármore e tem desenho inspirado no padrão das portas e janelas de serralheria existentes. Na área do bar e DJ, o mesmo painel recebe nichos iluminados para a exposição dos discos de vinil.
Para o forro foi pensado um plano iluminante. As luminárias estão conectadas a um sistema de automação que permite infinitas combinações de iluminação que podem ser sincronizadas com a música.

O bar e a área do DJ foram posicionados em fita, aproveitando um balcão existente, de frente para o salão, conservando seu espaço amplo. Atrás do painel de madeira há um corredor de serviços, onde estão geladeiras, estoques, equipamentos etc. As áreas de cozinha, bar e sanitários possuem piso elevado para evitar intervenções no piso existente. O único banheiro existente foi reformado e adaptado para receber um banheiro acessível em nível.

Todas as instalações elétricas, hidráulicas e de climatização foram atualizadas. As novas instalações passam aparentes pelo teto, mas são quase imperceptíveis pois passam acima do plano de luminárias.

Metrópole Arquitetos
Em duas décadas de existência, o Metrópole_arq é responsável por projetos que estão presentes na cena cultural do país, sendo eles públicos ou privados e de diferentes escalas. O escritório atua com ênfase em expografia e preservação de patrimônio cultural e seus atuais sócios, Anna Helena Villela, Silvio Oksman e Ana Paula Pontes, participam ativamente, em conjunto e/ou individualmente, de projetos desenvolvidos em museus e espaços culturais em todo o Brasil.

Acústica e Sônica
Acústica & Sônica, fundada em 1962, atua em áreas inter-relacionadas como acústica, controle de ruído, áudio e vídeo, iluminação cênica, tecnologia de palco e planejamento espacial. Desde 2001, mantém parceria permanente com a empresa norte-americana Akustiks (South Norwalk, CT), com projetos realizados nas Américas, Europa, África e Ásia. A equipe tem ampla experiência em edifícios históricos e culturais, com destaque para a Sala São Paulo, Sala Cecília Meireles, Teatros Municipais de São Paulo e Rio de Janeiro, Praça das Artes, Teatro Cultura Artística, Teatro Castro Alves, David Geffen Hall (Nova York), Teatro Amira de la Rosa (Colômbia) e o Convento do Carmo (Salvador), entre outros.

LOCAL:
São Paulo, 2025
PROJETO DE INTERVENÇÃO:
Acústica e Sônica e Metrópole Arq
EQUIPE METROPOLE ARQ:
Silvio Oksman, Anna Helena Villela,
Camila Vasconcelos, Lia Soares,
Eric Dick, Fabiana Costa.
EQUIPE ACÚSTICA E SÔNICA:
José Augusto Nepomuceno, Julio Gaspar e Julia Batista
GERENCIAMENTO E INSTALAÇÕES:
100 Engenharia, Tatiana Bianchi e Rosana Nakano
CONSTRUÇÂO: Lar Engenharia
AUTOMAÇÃO: Taboada Elétrica e Automação
LUMINOTÉCNICA: Lux Projetos
MOBILIÁRIO: Faher
FOTOGRAFIA: Dandara Bettino
ÁREA: 940 m²

Implantação do projeto: Jamaica
Desenvolvimento do projeto: Alemanha

Estudante: Vanessa Verona Herold
Orientação: R. Radulova-Stahmer & V. Katthagen

Costa Viva – Ancestrando o Futuro da Jamaica é uma proposta de design visionária dedicada a regenerar e proteger os frágeis ecossistemas costeiros da Jamaica. Concebido como uma rede de sete estações de reabilitação, o projeto se estende ao longo do litoral da ilha e aborda habitats diversos: orlas urbanas, manguezais, zonas de água salobra, prados de gramas marinhas e recifes de coral, ambientes de mar profundo, e praias arenosas e rochosas. Cada estação atua como um ponto de ancoragem, estrategicamente projetado para enfrentar os desafios de seu ambiente específico, contribuindo para um sistema de recuperação maior e interconectado.

As intervenções unem adaptação climática, restauração de ecossistemas e engajamento comunitário. Zonas úmidas flutuantes filtram a água e criam habitats para espécies aquáticas; quebra-mares bioativos protegem o litoral enquanto abrigam a biodiversidade marinha; viveiros de mangue e coral cultivam vida para reintrodução em áreas degradadas. Piscinas de resgate animal, pontes ecológicas e caiaques microfiltradores ilustram como estratégias baseadas na natureza podem se fundir com a arquitetura e o paisagismo. Esses exemplos são parte de uma visão mais ampla: juntas, as sete estações formam uma estrutura holística e transferível que fortalece a resiliência e redefine como os humanos interagem com as paisagens costeiras.

Embora todas as estações tenham sido exploradas conceitualmente, três foram estudadas em maior profundidade para exemplificar a abordagem estratégica: a Estação de Mangue em Jackson Bay, onde viveiros e passarelas elevadas restauram um vital sumidouro de carbono; a Estação de Praia Arenosa e Rochosa em Unity Bay, onde a costa e as tartarugas marinhas são protegidas por meio de defesas bioativas e um centro de resgate; e a Estação de Estuário em Buff Bay, onde pontes ecológicas e piscinas de retenção de água revitalizam frágeis fozes de rios. Juntas, elas demonstram como estratégias adaptadas localmente se tornam parte de um único sistema vivo.

Por trás deste projeto está Vanessa Verona Herold, uma mestranda alemã-jamaicana em Arquitetura na Jade University of Applied Sciences em Oldenburg, Alemanha. Após concluir sua graduação com distinção, ela está atualmente finalizando sua tese de mestrado com resultados excelentes. Seus estudos anteriores em Arte, Mídia, Filosofia e Ética moldaram uma abordagem de design criativa, porém reflexiva, equilibrando imaginação artística com um profundo senso de responsabilidade ecológica. Com foco em edificações culturais públicas e design urbano, ela integra consistentemente dimensões sociais e ambientais em seu trabalho.

O projeto foi desenvolvido no âmbito da disciplina de mestrado “Projeto de Design Individual” sob a orientação da Prof.ª Dr.-Ing. Radostina Radulova-Stahmer (Design Urbano Regenerativo) e do Prof. Dipl.-Ing. M.Sc. Volker Katthagen (Design Urbano e Planejamento Paisagístico). Ambos a encorajaram a explorar a interseção entre arquitetura, ecologia e comunidade, enquanto ela concebeu e desenvolveu o conceito de forma independente.

Para Herold, Costa Viva é mais do que um exercício acadêmico — é uma visão pessoal profundamente conectada à sua herança jamaicana e à sua convicção de que a sustentabilidade na arquitetura deve ir além do design centrado no ser humano. “A sustentabilidade”, ela enfatiza, “não é opcional. É uma responsabilidade fundamental — para com as futuras gerações, para com o passado que honramos e para com os ecossistemas dos quais dependemos.”

Ao ancorar a recuperação ecológica ao longo da costa jamaicana, Costa Viva oferece não apenas um roteiro esperançoso para a conservação da biodiversidade e a resiliência climática, mas também uma estratégia escalável para regiões costeiras em todo o mundo — uma promessa de salvaguardar a riqueza natural da ilha e inspirar futuros sustentáveis para as gerações que estão por vir.

A Secretaria Nacional de Periferias (SNP) convida estudantes de graduação em Arquitetura e Urbanismo e todas as pessoas interessadas a participarem da Mesa de Debate Conhecer para Transformar: Mapeamento Popular e Planos Comunitários de Redução de Risco e Adaptação Climática.

A Mesa de Debate (16h às 18h) faz parte da atividade geral Periferia sem Risco, a ser realizada durante todo o dia 10/10/2025, no Auditório da Oca, no Parque do Ibirapuera, das 14h às 20h30.

As ações da SNP para promoção do mapeamento popular de territórios periféricos, de prevenção de risco e adaptação climática e a iniciativa CEP para Todos serão apresentadas destacando o protagonismo comunitário como fundamento para viabilizar o processo de adaptação das periferias urbanas às mudanças climáticas.

O objetivo é apresentar formas de mapeamento e visibilização dos territórios periféricos, a partir da lente técnico-comunitária e sua contribuição aos processos e ações para adaptação climática.

A Mesa será organizada em 3 momentos:
1- Apresentação Mapeamento Popular e CEP para Todos: formas de produção cidadã de dados e Rede Nós Periféricos

2- Apresentação Planos Comunitários de Redução de Risco e Adaptação Climática: formas de articulação técnico-comunitárias e implementação de ações contextualizadas a partir das realidades socioterritoriais

3- Perguntas e Respostas/ Debate coletivo sobre SBN e SBN nas Periferias: desafios técnico-comunitários e potencial contribuição para a adaptação das periferias urbanas às mudanças climáticas
Participantes:
Representantes da Secretaria Nacional de Periferias e Lideranças comunitárias de territórios periféricos envolvidos nas ações

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

A Secretaria Nacional de Periferias (SNP) convida estudantes de graduação em Arquitetura e Urbanismo e todas as pessoas interessadas a participarem da Mesa de Debate Adaptação inclusiva e novas formas de intervir: Soluções Baseadas na Natureza nas Periferias.

A Mesa de Debate (18h30 às 20h30) faz parte da atividade geral Periferia sem Risco, a ser realizada no dia 10/10/2025, no Auditório da Oca, no Parque do Ibirapuera, das 14h às 20h30.
As ações da SNP para promoção da adaptação inclusiva das periferias urbanas às mudanças climáticas, através da implementação de Soluções Baseadas na Natureza, serão apresentadas com foco nas inovadoras abordagens de leitura técnico-comunitária, metodologias de projeto multiescalar e repertório técnico.

O objetivo é debater o alcance das de Soluções Baseadas na Natureza para adaptação das periferias e sua possível contribuição para diversificação das formas de infraestruturação desses territórios.

A Mesa será organizada em 3 momentos:
1- Apresentação da política pública SBN nas Periferias

2- Ações SBN nas Periferias:
SBN Protótipo: projetos de pesquisa e extensão envolvendo SBN em Belém/UFPA e Ilhéus/UFSB
Estudos de Viabilidade SBN: estudos técnicos para implementação de Arranjos SBN em Ceilândia/DF e Diadema/ SP (em parceria com VDFresta)
Periferias Verdes Resilientes em parceria com Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima

3- Perguntas e Respostas/ Debate coletivo sobre SBN e SBN nas Periferias: desafios técnico-comunitários e potencial contribuição para a adaptação das periferias urbanas às mudanças climáticas

Participantes:
Anita Rodrigues Freire, arquiteta urbanista. Desde 2013 se dedica exclusivamente aos projetos e obras realizados pela Oficina d.a. e pelo Grupo Fresta.

Carolina Jessica Domschke Sacconi, arquiteta urbanista. Desde 2009 se dedica aos trabalhos do Grupo Fresta e é sócia e coordenadora da VD Arquitetura desde 2018, unindo muitas vezes os dois escritórios em um só trabalho.

Leonardo dos Santos Varallo, graduado em Engenharia Ambiental e Urbana e Coordenador Geral de Planos de Riscos e SBN da Secretaria Nacional de Periferias do Ministério das Cidades.

Jordana Alca Barbosa Zola, arquiteta urbanista. Consultora da Secretaria Nacional de Periferias do Ministério das Cidades para estruturação da política pública SBN nas Periferias.

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

A Secretaria Nacional de Periferias (SNP) convida estudantes de graduação em Arquitetura e Urbanismo e todas as pessoas interessadas a participarem da Mesa de Debate Novas formas de ver: Periferia Sem Risco no contexto de mudanças climáticas.

A Mesa de Debate (14h às 15h30) faz parte da atividade geral Periferia sem Risco, a ser realizada durante todo o dia 10/10/2025, no Auditório da Oca, no Parque do Ibirapuera, das 14h às 20h30.

As ações da SNP para identificação e mapeamento de riscos em territórios periféricos serão apresentadas com foco nas inovadoras abordagens de leitura técnico-comunitária e na aplicação de novas tecnologias de mapeamento e modelagem de terreno para elaborar estratégias de mitigação do risco e qualificação das diversas formas de ocupação periférica.

O objetivo é discutir como a produção social do risco se materializa nas ocupações periféricas e como as formas de identificação e mapeamento de risco devem ser aplicadas para fortalecer os laços comunitários, a autonomia e a resiliência das populações periféricas frente aos desastres agravados pelas mudanças climáticas.

A Mesa será organizada em 3 momentos:
1- O que é Periferia sem Risco?
O processo de identificação e mapeamento como subsídio a ações de qualificação dos territórios periféricos

2- Perguntas e Respostas/ Debate coletivo sobre a construção social do risco e a estratégia Periferia Sem Risco: desafios técnico-comunitários e potencial contribuição para a adaptação das periferias urbanas às mudanças climáticas

Participantes:
Leonardo dos Santos Varallo, graduado em Engenharia Ambiental e Urbana e Coordenador Geral de Planos de Riscos e SBN da Secretaria Nacional de Periferias do Ministério das Cidades.

Jordana Alca Barbosa Zola, arquiteta urbanista. Consultora da Secretaria Nacional de Periferias do Ministério das Cidades para estruturação da política pública SBN nas Periferias.

Julia Ladeira, geógrafa e consultora técnica da Secretaria Nacional de Periferias no DPR, com foco na promoção da política de Planos Comunitários de Redução de Risco e Adaptação Climática (PCRA)

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Palestra e debate com Akemi Ino, Leticia Grappi, Natalia Lessa, Karina Schwartzman e mediação de Graziela Nivoloni

Leticia Grappi
Arquiteta pela UFBA, busca trabalhar com projetos e obras de baixo impacto ambiental. Arquiteta responsável pela construção de uma escola e biblioteca no Assentamento João Amazonas, em Ilhéus (BA). Compôs a Coordenação do Congresso TerraBrasil 2024, foi conselheira da Rede TerraBrasil de 2022 a 2024, revisora técnica do livro Manual de Construção com Terra, do Gernot Minke, co-criadora do mapadaterra.org e criadora do grupo Mulheres na Bioconstrução.

Akemi Ino
Professora Livre Docente, Associado Doutor (2008) no Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU USP), atualmente Vice-Diretora do IAU (2024-2028), ocupou cargo de Vice-Presidente da Comissão de Pós-Graduação do IAU na gestão 2016-2018 e 2018-2020, orientadora de Mestrado e Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP é coordenadora do Grupo de Pesquisa HABIS (Habitação e Sustentabilidade), criado em 1993 cadastrado no Diretório CNPq. Graduada em Engenharia Civil pela USP (1979); Mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela EESC USP (1984-Casa provisória utilizando papelão ondulado); Especialização na Osaka City University (1987) Habitação Japonesa em Madeira; Doutorado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica USP (1992) Sistema Estrutural Modular em Eucalipto Roliço para Habitação e Livre Docência pelo IAU USP (2008) Tecnologias em habitação social, Pesquisa, Extensão e Ensino, uma reflexão da trajetória na universidade pública.

Natália Lessa
Sócia fundadora da Arquivo e graduada em Arquitetura pela UFBA (Universidade Federal da Bahia). Coordena a desmontagem e recirculação de materiais provenientes de imóveis da cidade de Salvador, fornece consultorias sobre políticas públicas relacionadas à desmontagem e à economia circular para clientes públicos e privados. Participou academicamente de bancas de projetos em universidades nacionais e internacionais (Architectural Association UK, UFBA, UFMG, SENAI, UFRJ).

Karina Schwartzman
Arquiteta pela Universidade Ibero-Americana, com mestrado em Arquitetura Bioclimática pelo Isthmus Panamá. Fundadora do escritório de arquitetura Tecorral Estudio, com mais de 15 anos realizando projetos em diferentes escalas, desde planos mestres, casas, reconversões de imóveis e mais. Conta com especialidades em design regenerativo, biomimética, design de ecovilas e permacultura, Alquimia Gaia, U-lab, coaching transformacional e ecologia profunda. É docente na Universidade Ibero-Americana da Cidade do México, em projetos de Incidência Socioambiental, onde ganhou o prêmio UBUNTU. Junto com Karen Poulain, Alan Cohen e Diego Pontones, fundou a SEED, empresa focada na inovação de técnicas de construção com terra, como terra vertida e Impressão 3D com terra. Atualmente estão construindo o primeiro módulo habitável autoportante na América Latina impresso em 3D. Além disso, contam com um laboratório onde realizam eventos e workshops focados em compartilhar conhecimentos sobre técnicas ancestrais de construção com terra e biomateriais.

Graziela Nivoloni
Arquiteta e Urbanista, com mestrado em Design pela Universidade de São Paulo, Graziela Nivoloni atua na confluência entre educação, natureza e organizações por meio de abordagem sistêmica e inteligência coletiva. No IED, lidera o Laboratório de Biodesign | Circularidade e Biomateriais, coordena a graduação em Design de Produto e Serviço e os cursos em parceria com a Casa Vogue, onde também integra o conselho acadêmico do Centro de Inovação, Design e Negócios (CR+IED).

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.
A seleção será feita por ordem de inscrição.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

A Oficina de Concepção de Estruturas de Madeira para Arquitetos tem como propósito aproximar profissionais e estudantes de arquitetura dos princípios que orientam o uso da madeira enquanto sistema estrutural contemporâneo. Conduzida por Marcelo Maia Rosa, do escritório Andrade Morettin Arquitetos, e João Pini, da Ita Engenharia em Madeira, a atividade busca articular fundamentos teóricos, prática projetual e análise de casos de referência, estabelecendo um campo de diálogo entre a lógica arquitetônica e a racionalidade da engenharia. A oficina está estruturada em duas etapas complementares. Na primeira parte, será apresentada uma exposição teórica organizada em torno dos fundamentos de concepção de estruturas em madeira, com ênfase nas características do material. Será também introduzido o aplicativo FIBRA, ferramenta de pré-dimensionamento que permitirá aos participantes exercitar a análise de modulações estruturais. Na segunda parte, serão analisados projetos desenvolvidos pelo escritório Andrade Morettin, concebidos originalmente em madeira ou em aço e concreto, nos quais se realizará o exercício especulativo de transposição para sistemas construtivos em madeira. Esse procedimento comparativo oferecerá subsídios para refletir criticamente sobre as potencialidades e limitações do material, evidenciando suas condições de aplicabilidade, bem como suas implicações formais e construtivas. A oficina configura-se, assim, como um espaço de investigação e de formação, cujo objetivo é auxiliar no processo de concepção de estruturas de madeira em sua dimensão técnica e projetual.

Gratuito

Vagas: 60

IABsp – Rua Bento Freitas, 306 – Vila Buarque – São Paulo – SP

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até 1 de outubro, desde que haja vagas disponíveis.

A mesa propõe um diálogo sobre projetos que apontam caminhos para a preservação da sociobiodiversidade nas cidades. Serão apresentados e discutidos exemplos que envolvem a integração entre comunidades locais e paisagem, a promoção de cadeias produtivas sustentáveis e o desenvolvimento de soluções baseadas na natureza. O debate também abordará iniciativas que ampliam os espaços verdes, criam paisagens favoráveis à vida silvestre e estimulam a consciência coletiva sobre a importância da conservação ambiental. Esta discussão conecta-se diretamente a um dos eixos temáticos centrais da Bienal, Preservar as florestas e reflorestar as cidades, incorporando radicalmente a biodiversidade como forma de reversão do aquecimento global.

Participantes convidados:

Patricia Sanches – selo CAIXA de gestão sustentável
Ricardo Cardim – Paisagista, botânico e diretor da Cardim Arquitetura Paisagística
Adriana Afonso Sandre – Arquiteta paisagista, bióloga, professora doutora na FAUUSP e pesquisadora pela FAPESP
Oscar Bressane – Arquiteto paisagista e diretor da Oscar Bressane Arquitetura e Paisagismo

Debatedora convidada:
Marina Bragante – Vereadora de São Paulo – Rede Sustentabilidade

Mediação:
Mediação: Leandro Fontana – IABsp

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Pavilhão da Oca | 1º andar | Lab Vivo

O workshop explorará o potencial de biomateriais marinhos , a partir do projeto CONQ, desenvolvido por Heidi Jalkh e Angie Dub. Inspirada na natureza, esta solução investiga como materiais como as conchas marinhas — podem transformar resíduos em biocerâmica em temperatura ambiente. Essas biocerâmicas figuram como alternativa sustentável para sistemas de revestimento de fachadas de edifícios, monomateriais projetados sob medida para alcançar uma variedade de propriedades mecânicas e estéticas. Ao mesmo tempo, os participantes são convidados a refletir sobre os impactos ambientais e sociais do uso de resíduos como recurso, destacando o potencial dos biomateriais de origem marinha no design regenerativo e na economia circular local.

Todos os anos, mais de 10 milhões de toneladas de conchas — principalmente de ostras, vieiras e mexilhões — são descartadas como resíduo. Este projeto investiga como os recursos de origem marinha, frequentemente negligenciados como subprodutos, podem servir de base para a experimentação material na arquitetura, no design, no artesanato e na ciência. Ele destaca práticas materiais inovadoras que redefinem a relação entre o ambiente construído e os ecossistemas que o sustentam.

Abrangendo múltiplas escalas — desde edifícios e elementos construtivos até cadeias de valor material— o projeto examina como o design pode fomentar novas interdependências entre materiais, construção e sistemas ecológicos.

No centro desta investigação está a pesquisa colaborativa da arquiteta ambiental Angie Dub e da designer experimental Heidi Jalkh, que vêm transformando conchas descartadas em um material sustentável para o ambiente construído. Ao combinar conchas trituradas com biopolímeros à base de algas, elas produzem uma biocerâmica sem uso de calor, composta inteiramente de biomassa marinha. Esta pesquisa baseada na prática repensa as cadeias de valor biorregionais, explorando o potencial dos resíduos marinhos dentro de territórios urbanos como Buenos Aires e Berlim, cidades onde as designers estão sediadas.

Por meio de protótipos, matérias-primas, componentes moldados e amostras de teste desenvolvidas durante a fase de pesquisa, o projeto oferece uma exploração detalhada da transformação do material — da concha ao produto final.

CONQ apresenta um sistema construtivo modular emergente, ilustrando o potencial de aplicação dessa biocerâmica à base de conchas e apontando para futuras trajetórias de pesquisa. Além disso, as amostras de materiais revelam a diversidade de cores e acabamentos que emergem naturalmente de diferentes espécies de conchas, demonstrando a variabilidade inerente do material e o equilíbrio do design entre desempenho mecânico e versatilidade estética.

O projeto enfatiza a urgência de uma transição das práticas extrativistas para economias regenerativas e circulares. Em vez de considerar os recursos naturais como elementos inertes e meramente extraíveis, propõe uma abordagem dinâmica e sistêmica, que reconhece as profundas interconexões entre materiais, edificações e os ecossistemas que os sustentam.

Implantação do projeto: Austrália
Desenvolvimento do projeto: Austrália

Peter Stutchbury Architecture (PSA) é um coletivo de indivíduos únicos que praticam arquitetura com mente aberta e abordagem experimental. Eles possuem o talento que mantém os padrões de design, qualidade e entrega. Sua compreensão das tarefas da arquitetura, juntamente com suas habilidades para aprimorar o trabalho, contribuem unmistakavelmente para o resultado social e profissional dos projetos do escritório.

O trabalho da PSA é especializada e inventivamente responsivo ao contexto ambiental e físico, tanto na forma quanto na tecnologia. Buscando beleza e clareza, enquanto sempre mantêm a terra em mente, suas obras construídas situam-se de forma confortável e consciente em seu contexto — elas conectam.

A PSA é reconhecida na Austrália por sua abordagem inovadora em sustentabilidade e design na prática da arquitetura. O principal do escritório, Peter Stutchbury, atua de forma independente desde 1981, produzindo uma ampla variedade de trabalhos. Seus projetos têm sido publicados e aclamados internacionalmente. A obra da PSA está representada em edições do Atlas Mundial da Phaidon.

Desde 1995, o escritório conquistou 75 prêmios do Royal Australian Institute of Architects, incluindo 17 Prêmios Nacionais. Em 2003, a PSA tornou-se a primeira empresa a ganhar os dois principais prêmios de arquitetura do país, repetindo esse feito em 2005. Em 1999, venceram o National Metal Industries Award of Excellence e, em 2000 e 2008, o Australian Timber Award. Em 2001, o trabalho da PSA foi o principal contribuidor para que a Universidade de Newcastle ganhasse o Prime Minister’s National Environmental Banksia Award. Em 2006, a PSA foi vice-campeã do prêmio “Arquiteturas Inovadoras – Design e Sustentabilidade”, na Itália, e, em 2008, a firma venceu o International Living Steel Award na Rússia. A Peter Stutchbury Architecture exibiu seus trabalhos na Austrália, Alemanha, Luxemburgo, França, Nova Zelândia, África do Sul, Namíbia, EUA, Japão, Eslovênia e na Bienal de Arquitetura de Veneza, na Itália, em 2006 e 2008. A PSA é expositora anual na GA Gallery, em Tóquio.

Desde o início dos anos 90, o escritório venceu ou foi classificado em 21 competições nacionais e internacionais, enquanto produzia uma variedade de edificações em todas as disciplinas da arquitetura. Da pequena Israel House em Pittwater (Menção Honrosa Robin Boyd, 1995) ao significativo Edifício de Ciências da Vida da Universidade de Newcastle (Prêmio Sir John Sulman, 2001), seu trabalho mantém consistentemente um alto nível de reconhecimento em design. O escritório concluiu obras no exterior em Papua Nova Guiné, Vanuatu, Japão, Rússia, e possui um projeto em andamento em Taiwan.

Estudantes: Ishiyama, Condori, Fuentes, Meneses, Paucar, Quispe

Lima está localizada em um dos poucos vales do deserto do litoral peruano e é um grande atrator de população que migra em busca de oportunidades. A cidade cresceu de forma desordenada, recebendo população do interior que se instala de forma precária, geralmente em locais vulneráveis e inadequados.
San Juan de Lurigancho (SJL) é o distrito com maior população de Lima e é um claro reflexo do fenômeno de transbordamento da cidade.


“San Fernando” está localizado no setor 4 de SJL, sendo formado por um grupo de comunidades jovens que compartilham uma escola, empreendimentos e um único espaço público.

O espaço público é composto por 3 plataformas dispostas de forma descendente. A plataforma baixa é a quadra de vôlei, a intermediária é a laje de multiuso e a pequena superior é a área de jogos. O projeto propõe reutilizar a infraestrutura do local, fazendo pequenas melhorias para potencializar a atividade existente e promover novas através do uso do espaço flexível.

Estuda-se o percurso solar para ampliar os espaços de sombra e aproveita-se a ventilação natural. Produz-se energia para equipamentos e iluminação utilizando painéis solares, reutiliza-se as águas cinzas tratadas, para habilitar mecanismos hidráulicos para ajudar pessoas com deficiência e manter uma área verde comunitária.

Propõe-se a instalação de um reservatório para armazenamento de água e um sistema de distribuição por gravidade, para garantir o acesso ao recurso em períodos de seca, emergência ou desastre.

O projeto procura melhorar o setor fazendo muito com pouco. Buscamos que o bairro encontre no espaço público melhorado o suporte adequado para se reunir, se organizar e enfrentar os desafios.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O Memorial Brumadinho é um espaço de memória e resistência, construído no local do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), para homenagear as 272 vítimas da maior tragédia humanitária do país. Resultado da mobilização histórica dos familiares, reunidos na Avabrum, o memorial nasceu do desejo de salvaguardar os segmentos corporais das vítimas e de ressignificar o território marcado pela lama, transformando-o em um lugar de reflexão, aprendizado e transformação. Aberto ao público em 2025, é gerido pela Fundação Memorial de Brumadinho, criada em 2023 para conduzir sua gestão e fomentar projetos de pesquisa e educação sobre memória, meio ambiente, direito, arquitetura e história.

O projeto, assinado pelo arquiteto Gustavo Penna e sua equipe da Gustavo Penna Arquitetos Associados (GPAA), propõe um percurso simbólico e sensível que parte de um pavilhão de entrada em concreto pigmentado com rejeito da mineração. Suas formas angulosas e fragmentadas remetem ao choque do rompimento, enquanto feixes de luz atravessam as frestas e, todos os anos no exato horário da tragédia, iluminam uma drusa de cristais em homenagem às “joias”, como os familiares chamam seus entes queridos.

A partir dali, a fenda, um corte de 230 metros no solo, conduz o visitante ao epicentro do desastre. As paredes exibem os nomes das vítimas, emergindo um a um ao longo do caminho. No ponto central, a escultura suspensa conhecida como “cabeça que chora” verte lágrimas sobre o concreto e leva a água, símbolo de memória e purificação, até o espelho d’água junto ao mirante. Ao redor, um bosque com 272 ipês-amarelos floresce como sinal de vida e continuidade.

Os espaços Memória e Testemunho, concebidos em diálogo com os familiares, guardam objetos pessoais, registros da tragédia e os segmentos corporais das vítimas, acolhidos com dignidade e profundo respeito. Para Carlos Antônio Leite Brandão, o memorial é uma “fortaleza da dor”, cujas frestas de luz rompem a penumbra e transformam o silêncio em presença. Já Milton Hatoum descreve o memorial como um gesto civilizador, capaz de “dar forma estética à tragédia” e de convocar as novas gerações a olhar criticamente para o passado com atenção ao futuro.

O Memorial Brumadinho assume a tarefa de manter viva a memória e de afirmar a dignidade das vítimas, recusando o esquecimento e reafirmando o direito à memória como fundamento da vida coletiva.

Comunidades Indígenas apresentam seus territórios ancestrais em primeira pessoa. Narram situações em que a TERRA é intencionalmente colocada em TRAMA. O barro no entremeado de taquara construindo paredes e definindo espaços; a geografia na urdidura das cartografias constituindo argumentos e delineando divisas; o verbo na tessitura das narrativas engendrando estratégias e traçando rumos. O conjunto de mapas produzidos crítica, coletiva e colaborativamente reúne enredos de Territórios Indígenas e tocam diferentes etnias, perspectivas, biomas e formas de agenciamento vivenciadas no Estado do Paraná e em suas vizinhanças.

Em busca de alternativa às experiências de documentação coloniais, que ao longo dos séculos forjaram – e seguem forjando – um universo originário exotizado e anacrônico, TERRA EM TRAMA ensaia a autorrepresentação específica na abordagem de um dos temas cruciais da luta Indígena: Territórios em disputa. São descritos na precisão acadêmica e anotados na precisão ancestral, de forma a constituir auto-retratos cartográficos. Os mapas discorrem sobre a presença e as relações entre Comunidades e seus Territórios implementando procedimentos das tradições oral e material Indígenas de sobreposição de camadas, aproveitamento inventivo e diversidade de expressões.
As pranchas anotadas apoiam-se em estrutura expositiva que, de forma similar, toma forma a partir da interação com os saberes tradicionais de construtores indígenas, sendo suporte para a transmissão de conhecimentos diversos pela prática construtiva. Traz em si o argumento de que estruturas expositivas, espaços livres, edifícios, cidades, florestas são fundamentalmente políticos e ferramentas cruciais para adiarmos tantos fins de tantos mundos.

Estúdio Fronteira – projeto de extensão universitária coordenado pela arquiteta e professora Marina Oba dentro do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPR. Tem como objetivo o desenvolvimento de registros e orientações engajados com modos de produção de espaço não hegemônicos. Contempla o desenvolvimento de levantamentos técnicos e diagnósticos de conjuntos arquitetônicos e recortes urbanos e rurais, com ênfase nas apropriações e manifestações humanas, bem como a composição de orientações de manejo e de estruturação territorial.

+Retomada Kaingang de Kógunh Jãmã, Parque do Mate (Campo Largo), Retomada Kaingang de Rán Krī Tupē Jamã, Cristo de Purunã (São Luís do Purunã), Aldeia Urbana de Kakané Porã (Curitiba), Retomada Multiétnica Tekoa Ywy Dju, Território Sagrado (Piraquara), Tekoa Kuaray Haxá (Antonina), Tekoa Tupã Nhe’e Kretã (Morretes), Tekoa Kuaray Guatá Porã, Terra Indígena Cerco Grande (Guaraqueçaba), Tekoa Pindoty e Tekoa Takuaty, Terra Indígena Ilha da Cotinga (Paranaguá), Terra Indígena Rio d’Areia (Inácio Martins), + colaborações independentes.

Este projeto tem o patrocínio da Copel, por meio do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura | PROFICE da Secretaria de Estado da Cultura | Governo do Estado do Paraná.

A construção pode ser visitada até 19 de outubro no Museu das Culturas Indígenas, Rua Dona Germaine Burchard, 451 – Água Branca, São Paulo

Informações sobre horários de visitação em museudasculturasindigenas.org.br

Implantação do projeto: China
Desenvolvimento do projeto: EUA

Sua Estufa é a Sua Sala de Estar é um dispositivo ambiental que amalgama as funções de estufa, cozinha externa e sala de estar. Ele especula sobre a capacidade de cultivar vegetais e compartilhar alimentos como um ato coletivo para combater extremos ambientais. Projetado para espaços urbanos abandonados e subutilizados, o pavilhão apresenta um conjunto de móveis móveis e operáveis que animam o entorno com racks de cultivo de vegetais, bancadas de cozinha e mesas dobráveis. Quando fechado, funciona como uma estufa que incentiva atividades de cultivo; quando aberto, transforma-se em uma sala de estar ao ar livre que promove novas formas de compartilhamento comunitário na vida urbana.
O pavilhão incorpora um microclima de cuidado que nutre tanto plantas quanto seres humanos. Promove um sistema de agricultura coletiva, no qual solos contaminados de terrenos agrícolas próximos são tratados in situ e armazenados em vasos portáteis projetados para cultivo comunitário e troca de produtos entre membros da comunidade. A água da chuva, coletada e filtrada por meio do reservatório metálico suspenso, circula no pavilhão para atividades de jardinagem e culinária. Graças a táticas espaciais que mitigam os desafios impostos pelo clima extremo em um contexto subtropical — como vãos estratégicos entre painéis que permitem o resfriamento passivo —, a estrutura proporciona um ambiente ideal para as plantas, oferecendo aos visitantes condições equilibradas de ventilação e sombreamento para coabitarem o espaço com plantas e outras espécies.

Office for Roundtable é um coletivo de prática de projeto e pesquisa liderado por Leyuan Li, atualmente sediado em Denver, Colorado, e Guangzhou, China. Seus projetos abrangem um amplo espectro de tipos e escalas na interseção entre o interior e o urbano, explorando espaços e eventos que facilitam o compartilhamento entre diversas comunidades para criar narrativas coletivas. Projetos construídos recentes foram destacados em PLOT, ArchDaily, Designboom, Architect’s Newspaper, Gooood e KoozArch, entre outros. Mais recentemente, o Office for Roundtable recebeu uma Menção Honrosa no AN’s Best of Practice Awards na categoria Architect (New Firm) – Southwest em 2025.
JXY Studio é um estúdio interdisciplinar de arquitetura e arte cofundado por Yue Xu e Jiaxun Xu. Nosso trabalho visa expandir os limites do projeto arquitetônico tradicional e explorar abordagens inovadoras para a construção do espaço e da narrativa por meio de uma gama mais ampla de mídias, envolvendo os campos do design, pesquisa e artes visuais, incorporando imagens, pintura, instalação, fotografia, imagem em movimento e outras formas multimídia. Combinando ampla experiência em criação digital, instalação espacial, reconceitualização artística do espaço e urbanismo inovador, cada projeto do estúdio está ancorado tanto em pesquisa lógica quanto em prática inventiva. Inspirados pela rica herança cultural de Lingnan e pela interseção das culturas oriental e ocidental, usamos essa perspectiva única para alimentar as explorações interdisciplinares de arquitetura e arte.

Implantação do projeto: EUA
Desenvolvimento do projeto: Áustria, Letônia, EUA

O clima futuro da nossa cidade ainda não é conhecido. Mas o clima sempre foi e será um companheiro permanente em nossas vidas.

O clima e a água são forças intrinsecamente conectadas que moldam nosso ambiente e influenciam a vida na Terra de maneiras profundas.

O Institute of Weather Modification examina o entrelaçamento da modificação do clima, da engenharia hidrológica e da resiliência urbana na Califórnia. Como as sociedades buscaram manipular condições atmosféricas e hidrológicas—desde as práticas indígenas de manejo da terra até os experimentos de controle do clima do século XX? Que papel as infraestruturas da água—represas, reservatórios, usinas de dessalinização—desempenham quando emparelhadas com intervenções atmosféricas especulativas, como a semeadura de nuvens?

O trabalho em vídeo segue o Aqueduto de Los Angeles e suas extensões—reservatórios, estações de tratamento UV, fontes termais, lagos e estações de semeadura de nuvens—traçando as infraestruturas e paisagens que sustentam a metrópole, ao mesmo tempo que aponta para as controvérsias que as moldaram.
Em última análise, o projeto questiona o que significa construir cidades em diálogo com a própria atmosfera. Se a arquitetura há muito tempo se preocupa em nos abrigar dos elementos, como ela pode agora responder à sua intensificação e manipulação?

Studio Paradox

Atuando entre o documental e o imaginário, Julia Obleitner e Helvijs Savickis trabalham entre instalação, filme e arquitetura. Como fundadores do Studio Paradox, eles abordam condições políticas, ecológicas e urbanas contemporâneas através de uma lente multidisciplinar. Sua prática frequentemente engaja com infraestruturas ocultas ou de larga escala, examinando suas consequências ecológicas, seu papel na formação de trajetórias urbanas futuras e seu entrelaçamento com a memória

Implantação do projeto: Espanha, Itália, Brasil
Desenvolvimento do projeto: Espanha, Brasil

Este trabalho é um passeio a modo de colagem por várias cidades sem muitas semelhanças aparentes, mas conectadas por um mesmo olhar que destaca aspectos intimamente ligados ao meio ambiente, como a vegetação, sua relação com a água ou o clima. A abordagem não é técnica nem acadêmica, mas fenomenológica: diante de estímulos como o calor são propostas soluções poéticas, que as vezes olham para o passado em busca de respostas, tentando seduzir o espectador, convidando-o a esquecer preconceitos, desbloquear sua imaginação e conectar com seu bem-estar físico.

Esta linha de trabalho, que começou há anos em Madri foi desenvolvida em profundidade no Guia Fantástico de São Paulo, um falso guia turístico ilustrado publicado em 2015 que mistura realidade e ficção. Se o guia turístico é um relato para o consumo massivo da cidade contemporânea, este projeto parte dessa ideia e propõe normalizar um relato utópico, apresentando situações surpreendentes para o leitor como se fossem cotidianas, conectando cidades onde a autora tem morado, ligando problemas que parecem locais e são globais.

Os desenhos expostos funcionam como esboços para chamar a atenção sobre os eixos temáticos da Bienal. Para “Preservar as florestas e reflorestar as cidades”, tem que garantir as condições optimas para a sobrevivência das mamangavas, os sabiás, assim como outros polinizadores, o que passa por cuidar da vegetação existente. Embora a presença de água tenha sido decisiva para a fundação das cidades, no desenvolvimento destas temos esquecido da sua importância. Não podemos “Conviver com as águas” sem saber que existem, por isso se expõe um mapa de cada uma das cidades com seus cursos d’agua e infraestruturas desenvolvidas e depois soterradas e esquecidas. “Reformar mais e construir verde” implica preservar o patrimônio arquitetônico de predios populares com valor histórico como o neomudejar ou transformar pátios internos em jardins com água onde se refrescar no verão para “Garantir a justiça climática”. Mas também transformar o Minhocão ou o Puente de Vallecas. Ambos são exemplos muito similares de grandes infraestruturas pensadas para o carro na década dos 70 que atuam como fronteiras físicas, acentuam a desigualdade entre bairros e cujos problemas associados tem movilizado a vizinhança por anos. No projeto, em lugar de optar pela demolição total, se apresentam modificadas com o objetivo de ressignificá-las valorizando os enormes recursos materiais que foram investidos na sua construção, mas também sua potencia simbólica, como monumento ao passado adaptado as necessidades do futuro.

Os desenhos tem sido adaptados ao formato expositivo desta Bienal e farão parte da publicação São Paulo e outras cidades Fantásticas, editada por Lote42 e lançada no final de 2025.

Implantação do projeto: Índia
Desenvolvimento do projeto: Brasil, Portugal

Mumbai, localizada na ilha de Salsette no estado de Maharashtra, consolida-se como o maior e mais dinâmico canteiro de obras do planeta. A cidade enfrenta uma crise extrema de espaço urbano, com uma densidade populacional quase cinco vezes superior à de São Paulo – o que significa que Mumbai concentra muito mais pessoas em edificações significativamente mais baixas. Esta superconcentração cria um ambiente onde o espaço se tornou um recurso escasso, limitado e absurdamente caro.

A disputa por cada metro quadrado é tão acirrada que praticamente não existem mais lotes vagos. A propriedade de um apartamento nos bairros centrais transformou-se num sonho inatingível não apenas para a população de baixa renda, mas também para a classe média profissional. A paisagem urbana carece completamente de áreas verdes significativas e os vazios urbanos, essenciais para a respiração da cidade, foram totalmente eliminados.

Diante desta realidade distópica, duas propostas visionárias da tese “Espaços Colaterais: subsídios para imaginar os novos vazios de Mumbai”, desenvolvida na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto sob orientação dos professores Jorge Figueira e Teresa Cálix, oferecem soluções inovadoras.

1. Espaço Aéreo: Novos Territórios Urbanos Elevados

A proposta aproveita os 250 quilómetros de viadutos do metrô suspenso de Mumbai, particularmente a Linha 7 que atravessa diversas favelas na região de Mogra-Gundavali. Em contraste com a abordagem da Slum Rehabilitation Authority – que utiliza o capital imobiliário para habitação social de forma convencional -, o “Espaço Aéreo” propõe um experimento social radical ao ocupar os espaços non-aedificandi acima dos trilhos.

Trata-se de um edifício linear meândrico que abriga intencionalmente diferentes classes sociais numa mesma megaestrutura polivalente. A convivência acontece numa plataforma contínua e neutra, com todas as unidades garantidas como luminosas e arejadas, desafiando o padrão habitual de habitações sociais precárias. Esta ousada intervenção liberaria 23 hectares de terreno para a criação de parques, playgrounds e praças, transformando infraestrutura em arquitetura habitacional e convertendo espaços marginais em novas centralidades urbanas.

2. Arranha-céu de Ar: A Arquitetura do Imaterial

Esta proposta confronta a transformação dos vazios industriais de Parel em condomínios e shopping centers, apresentando instead uma verticalidade imaterial na forma de um microclima artificial. O projeto ecoa visionários como Buckminster Fuller e sua proposta de cúpula climatizada para Manhattan, criando aqui uma “nuvem” atmosférica permanente sobre as antigas fábricas.

O sistema combina figueiras monumentais com centenas de nebulizadores de alta pressão controlados por sensores que mantêm a temperatura constantemente em 21°C. A névoa adquire cores simbólicas conforme o calendário cultural indiano – açafrão no Dia da Independência, cores vibrantes durante o Holi. Percebido apenas pela névoa e copas das árvores, este “paralelepípedo de ar e umidade” serve como manifesto pela preservação dos vazios urbanos, oferecendo um espaço público refrigerado dedicado ao lazer, ao críquete e ao simples usufruto dos cidadãos.

Vazio S/A: Entre a Prática e a Pesquisa Urbana

O escritório Vazio S/A Arquitetura e Urbanismo opera na intersecção entre prática convencional e pesquisa crítica sobre os vazios urbanos. Adota uma postura propositiva que entende a informalidade, os vazios e as forças de mercado como potentes indutores de novos projetos urbanos. Além do trabalho tradicional com edificações, desenvolve experimentações através de concursos de ideias, publicações acadêmicas, parcerias com grupos sociais e intervenções urbanas efêmeras, sempre buscando novas relações entre a cultura contemporânea e a produção do espaço arquitetónico.

Implantação do projeto: Suíça
Desenvolvimento do projeto: Suíça

As intervenções de recomposição, iniciadas em 1994 e ainda em curso, referem-se às ruínas de abrigos para pessoas e animais construídos em pedra seca nos pastos alpinos de Sceru, Giumello, Quarnei, Luzzone e Piora, e nos Alpes do cantão do Ticino, a mais de 2000 metros de altitude na Suíça. As recomposições consistem concretamente no recolhimento das pedras dentro da parede perimetral das ruínas destes edifícios abandonados desde os anos 1950.

Hoje, a construção de novos edifícios nesses locais de alto valor em paisagem natural é permitida apenas para obras de interesse público, como infraestruturas hidrelétricas, estradas florestais, captações de água, abrigos contra avalanches, refúgios alpinos, etc. Os particulares podem fazer a manutenção dos edifícios existentes, respeitando sua função original. Apenas em casos raros é permitida a sua conversão em casas de férias.

Nas recomposições, a componente funcional e privada do edifício, cuja manutenção implicaria uma obra de reconstrução, é anulada através da criação de um volume compacto e sem espaços utilizáveis. Pelo contrário, o valor público do edifício, entendido como presença geométrica de referência na paisagem, é integralmente restaurado. Também o espaço circundante, uma vez limpo dos escombros, recupera o seu valor original.

As recomposições são realizadas numa base voluntária. Participam amigos, estudantes, familiares e colegas. A população local e os proprietários das ruínas recompostas apreciam o idealismo e a eficácia deste trabalho, que tem um impacto nas realidades a que estão afetivamente ligados.

As recomposições devolvem um sentido às pastagens abandonadas. Representam o epílogo de uma civilização que sobreviveu no Ticino até ao advento da modernidade. Fatores como sustentabilidade, simplicidade, durabilidade, participação, idealismo, coerência e beleza garantem a qualidade das intervenções ao longo do tempo, mas acima de tudo consolidam a presença de valores positivos na sociedade.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O Jardim de Sequeiro é um jardim temporário, redesenhado e replantado a cada ano. Irrigado apenas com a chuva, o jardim germina, cresce, floresce, produz sementes e se seca em poucos meses, sendo assim adaptado à sazonalidade do Cerrado.

Suas flores ocupam o vão central do Instituto Central de Ciências (ICC) – edifício icônico da arquitetura moderna brasileira, projeto de Oscar Niemeyer e João Filgueiras Lima (Lelé), de 1962. Estende-se pelos módulos sequenciais do edifício, com 730 metros de comprimento por 15 metros de largura. Com mais de 5.000 m² de área plantada sobre laje, o jardim vive sobre uma fina camada de terra, sem irrigação. Com o fim das chuvas, suas sementes são colhidas para serem utilizadas no próximo ciclo. O jardim faz uso de flores de ciclo curto, exóticas, e capins nativos do Cerrado em composição naturalista, inspirada nas formações campestres do Cerrado.

Surgido como integração entre projeto de extensão e gestão das áreas verdes da Universidade de Brasília, o Jardim de Sequeiro tem possibilitado economia e qualificação do espaço central da Universidade, ao mesmo tempo que tem promovido a articulação com atividades de ensino, pesquisa e inovação.

Como um jardim temporário e experimental, o Sequeiro pode ser redesenhado e aperfeiçoado a cada ano, possibilitando a ampliação contínua de seu escopo inicial e o desdobramento de seus temas em pesquisas e oficinas diversas, a partir de interações com diferentes campos disciplinares e vivências acadêmicas.

O Jardim de Sequeiro já teve 5 ciclos completos entre 2020 e 2025. Neste período 142 voluntários e bolsistas participaram diretamente do projeto, compondo as equipes que se renovam a cada ano. Foram oferecidas 118 oficinas temáticas (fotografia, aquarela, arranjos florais, coleta de sementes, abelhas nativas, tintura em tecido, visitas guiadas e muitas outras), com apoio de professores da UnB, de outras instituições de ensino e da comunidade em geral. Neste percurso, têm sido fundamentais as pesquisas científicas e o plantio colaborativo de jardins com a ESALQ/USP, a UNESP/Bauru, assim como o que ocorreu entre 2022 e 24 no Instituto Inhotim/MG.

O projeto foi premiado na V Bienal Latino-Americana de Arquitetura Paisagística em 2022. Mais recentemente, foi escolhido pelo Plano Coletivo para integrar, junto a outras referências, seu projeto intitulado (RE)INVENÇÃO, na 19ª Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza.

Jardim de Sequeiro, 2020 -, é um projeto idealizado e coordenado pelo Dr. Júlio Barêa Pastore, professor de paisagismo da Faculdade de Agronomia e Veterinária da Universidade de Brasília. O projeto é realizado em parceria com a Prefeitura da UnB, responsável pela gestão das áreas verdes da Universidade. São participantes do projeto servidores da PRC, alunos bolsistas, voluntários e público externo.

Mais informações: Instagram: jardimdesequeiro@gmail.com; Youtube: jardimdesequeiro E-mail: jardimdesequeirpo@gmail.com

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O Ilê Asé Odé Ibualamo, Unidade Territorial Tradicional de matriz Yorubá, e seus espaços de vivências coletivas foram materialmente destruídos em 15 de Dezembro de 2022. A vida verde e o curso hídrico carregados de histórias também sucumbiram no processo de canalização do Córrego Cadaval para implantação de via pública, dando lugar ao frio e cinzento asfalto que lhe tirou o respiro, sufocou aterra e silenciou as águas. O Ilê Asé Odé Ibualamo representava a grande árvore de sustentação daquele meio urbano periférico, como um grande Baobá com suas memórias, seus saberes e fazeres transladados de África para cá.

O projeto surge a partir do movimento de luta da Frente Ilê Odé, idealizada por Odecidarewá Zana de Odé, que reuniu arquitetos, urbanistas, docentes, pesquisadores e lideranças periféricas para compor um estudo que deu origem a este projeto que integra a sabedoria tradicional e suas tecnologias em resposta à violência sofrida. A proposta opera como ferramenta de luta e ressignificação da memória do Ilê, mas também de uma urbanidade ancestral. Propomos uma nova leitura de cidade a partir da crítica à metodologias higienistas de exclusão da territorialidade negra, que guiaram o desenvolvimento da metrópole paulistana. O conjunto de equipamentos baseado na cultura dos Povos Tradicionais de Matriz Africana é prática de re-existência e reencantamento da vida, que ressignifica e cicatriza uma grande ferida aberta na cidade. Um resgate possível para um futuro que também deve ser ancestral.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Consórcio Regenera Dilúvio –  Profill Engenharia e Ambiente, Consult Engenharia e Avaliações e Pezco Economics

A Operação Urbana Consorciada Regenera Dilúvio busca integrar desenvolvimento urbano, sustentabilidade ambiental e infraestrutura, considerando os impactos dos eventos climáticos recentes em Porto Alegre. Trata-se de um plano com horizonte de 25 anos e que teve como centro a implantação de um parque linear nas margens do Arroio Dilúvio, afluente do Guaíba, em Porto Alegre/RS.

A elaboração do projeto responde à demanda da Secretaria de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (SMAMUS) de Porto Alegre, que acompanha e contribui com os estudos. O trabalho foi desenvolvido por consórcio formado pelas empresas Profill Engenharia e Ambiente, Consult Engenharia e Avaliações e Pezco Economics, com coordenação geral do arquiteto e urbanista Marcelo Ignatios e coordenação do projeto urbanístico do arquiteto e urbanista Marlon Rubio Longo.

A estruturação da OUC foi explorada por múltiplas frentes de trabalho, abrangendo estudos urbanísticos, ambientais, de mobilidade urbana, econômicos, sociais e demográficos, jurídicos e um plano de comunicação do processo, para discussão pública. O projeto endereça soluções para as questões de drenagem e saneamento, com a distribuição de áreas verdes e o encaminhamento da água pluvial, melhoria da mobilidade em múltiplas escalas, além de novos equipamentos, urbanização de assentamentos precários e produção de habitação de interesse social.

O parque linear foi estruturado como um corredor ambiental urbano, integrado a um sistema de áreas verdes e infraestruturas de drenagem, de maneira a promover a recomposição da arborização das margens, o incentivo aos usos nas quadras lindeiras e a conexão entre praças e fragmentos de vegetação pré-existentes. A implantação desses dispositivos é territorialmente abrangente, de maneira a distribuir a reservação e ampliar a infiltração no solo, combinando infraestruturas tradicionais (redes cinzas), com soluções baseadas na natureza (redes verdes e azuis).

A OUC Regenera Dilúvio prevê a possibilidade de um adensamento distribuído no território que, em um cenário otimista, alcançaria em 25 anos cerca de 60 mil moradores adicionais em empreendimentos verticais novos. O crescimento e a atração de novos empregos são potencializados pelas melhorias de infraestrutura e ambientais para a área, em parte financiadas pela comercialização de Certificados de Potencial Adicional de Construção. Com expectativas de arrecadação de R$ 1,46 bilhão em valores atuais, os títulos correspondem a cerca de 4 milhões de m² de novas áreas construídas, obtidas por meio do adensamento de 65 ha de terrenos.

Além do programa de investimentos previstos, que soma cerca de R$ 1,76 bilhão até 2050 e conta com outras fontes de recursos, foram previstas estratégias de incentivo para criação e fortalecimento das centralidades no território, consolidando um novo eixo de concentração do adensamento e desenvolvimento urbano de Porto Alegre.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O FICA faz parte da Associação pela Propriedade Comunitária que atua, desde 2015, pelo acesso à moradia digna para famílias de baixa renda, adquirindo e gerindo imóveis em áreas bem localizadas, através da oferta do Serviço de Moradia Social.

Desde 2023, o Programa Morar Primeiro do FICA oferece moradia para 60 pessoas que estavam em situação de rua, através de uma parceria com o Padre Júlio Lancellotti. O programa é baseado na metodologia internacional Housing First, que defende que a casa é o primeiro passo (e mais essencial) para a reinserção social de pessoas em situações de extrema vulnerabilidade.

Trouxemos para a Bienal o programa desenvolvido para a população mais vulnerável aos impactos da crise climática: pessoas em situação de rua – as que menos contribuem para as mudanças do clima e as que mais sofrem seus efeitos, por não terem abrigo para se proteger e por apresentarem condições socioeconômicas e de saúde extremamente fragilizadas. O programa Morar Primeiro é uma resposta contundente ao cruzamento entre crise climática e habitacional e garante moradia segura, apoio para acessar renda e trabalho, direito à cidade, e melhora de condições de saúde, educação e cidadania.

Para viabilizar o programa, o FICA adquiriu casas e apartamentos vazios e subutilizados, próximos das áreas em que as famílias atendidas pelo programa viviam. O FICA realiza as gestões predial, condominial e social, e as famílias recebem atendimento psicossocial contínuo e personalizado. Nossa equipe multidisciplinar conta com assistentes sociais, psicólogas, advogadas, arquitetas e urbanistas, e uma rede de parceiros de diversas áreas e especialidades.

Nossa instalação é uma planta de um apartamento tipo do Morar Primeiro em escala 1:1. Ao adentrar esse espaço, os visitantes da Bienal têm acesso a dados sobre o impacto do programa Morar Primeiro e sobre o Serviço de Moradia Social do FICA. Na parte externa da planta, apresentamos dados sobre a crise habitacional no Brasil e em São Paulo. A instalação é complementada com a projeção, em uma das paredes da Oca, de uma foto do baixo do viaduto ocupado pelas famílias, antes da mudança para as unidades do Morar Primeiro.

Implantação do projeto: EUA
Desenvolvimento do projeto: EUA

OPEN-GROUND é uma proposta para uma arquitetura de lazer público ao ar livre destinada a climas quentes, úmidos, tóxicos e propensos a inundações. Inspirado pelas quadras esportivas cobertas típicas de Houston, o projeto implanta uma cobertura espessa, um solo oco e chaminés térmicas para sombrear e resfriar esse ambiente difícil, criando ao mesmo tempo um espaço para encontros da comunidade.

A estrutura espacial da cobertura é preenchida de forma não compacta com material de isolamento reciclado, funcionando como uma barreira térmica para retardar o ganho de calor nas quadras abaixo. No subsolo, uma série de câmaras tubulares funciona como detenção de águas pluviais, filtro de toxicidade e sistema de captação de água. Conectando a cobertura e os reservatórios inferiores, uma série de estruturas de ventilação cilíndricas fornecem condutos para a movimentação do ar por empuxo. Essas chaminés térmicas criam um motor microclimático, usando diferenciais de temperatura, umidade e pressão para ventilar e resfriar o espaço ao ar livre.

Este centro de resfriamento não apenas amplia a capacidade de detenção de água on-site, mas também propõe como as infraestruturas climáticas podem funcionar para além do mero abrigo. OPEN-GROUND oferece o posicionamento político de que o papel da arquitetura no Antropoceno é hibridizar a relação entre a vida pública e os sistemas terrestres. A parte inferior do projeto, composta por tubos e condutos, vigas cruzadas e substratos do solo, imagina a arquitetura como parte de uma pilha planetária, mediando as geologias, hidrologias e atmosferas de um lugar para oferecer um novo espaço para reuniões sob o sol.

HOME-OFFICE é uma colaboração de pesquisa e design que explora a reciprocidade entre os tipos arquitetônicos, seus assemblies técnicos e o meio ambiente. HOME-OFFICE foi fundado por Brittany Utting e Daniel Jacobs em 2017 e tem sede em Houston, Texas. Brittany Utting é professora assistente de arquitetura na Universidade Rice, e Daniel Jacobs é professor assistente de instrução de arquitetura na Universidade de Houston.

Implantação do projeto: EUA
Desenvolvimento do projeto: EUA

As árvores são consideradas por urbanistas e designers uma infraestrutura verde eficaz para mitigar os impactos do calor extremo. No entanto, a distribuição urbana da copa das árvores está frequentemente correlacionada com classe e raça. Em Miami, por exemplo, estudos de scholars ambientais e de políticas públicas demonstraram que bairros mais pobres e racializados têm menos árvores do que os bairros affluenters. Apesar das iniciativas de florestamento urbano, dois problemas principais persistiram na última década. Primeiro, os municípios só podem plantar árvores em áreas de propriedade pública, o que pode ser limitante em escopo. Segundo, a falta de investimento na manutenção das árvores resulta em “desperdício verde” – mudas de árvores nem sempre sobrevivem aos primeiros 5 a 10 anos antes de amadurecerem o suficiente para fornecer copas efetivas. Nesses anos decisivos, o engajamento da comunidade é crucial para estabelecer sistemas de cuidado contínuo entre humanos e a vida vegetal.

Este projeto aborda o florestamento urbano tanto como um projeto ambiental quanto socioeconômico, no qual a arquitetura pode apoiar uma cultura de cuidado recíproco entre árvores e pessoas. Ele adapta as estruturas botânicas de “casas de sombra” (shade houses), onipresentes nas áreas agrícolas e horticultoras do Sul da Flórida, para o contexto urbano. As intervenções equipam espaços públicos e residuais com a sombra temporária necessária para apoiar a manutenção das árvores e articular engajamentos comunitários. O objetivo é fornecer uma estratégia arquitetônica para programas administrados pelo governo, como a distribuição de mudas, compostagem e educação botânica, acessíveis ao público a um baixo custo.

Desenvolvimento do projeto: Brasil

O projeto propõe uma estratégia de infraestrutura verde e Soluções Baseadas na Natureza (SbN) para o Morro da Formiga, no Rio de Janeiro, território caracterizado por ocupação informal em encostas íngremes, insuficiência de infraestrutura e alta vulnerabilidade a deslizamentos. A proposta parte de uma leitura delicada do lugar e do reconhecimento dos saberes e práticas ambientais desenvolvidos pela própria comunidade, entendidos como tecnologias socioambientais capazes de promover resiliência mesmo à margem do planejamento formal. O objetivo é qualificar espaços públicos e residuais, integrando ações de mitigação de riscos, valorização ambiental e fortalecimento das dinâmicas socioculturais já presentes.

A área de intervenção corresponde a um recorte de 34 mil m² sob linhas de transmissão elétrica, que constitui um eixo de conexão entre o tecido urbano, o morro e a Floresta da Tijuca. O desenho organiza faixas contínuas de espaços livres ao longo das encostas, configurando amortecedores ecológicos e sociais. Entre as intervenções previstas estão a requalificação do Rio da Cascata, com alargamento do leito e implantação de jardins filtrantes; a ampliação do programa comunitário Hortas Cariocas, com viveiro de mudas e áreas de apoio; e a implementação de sistemas agroflorestais, compostagem e soluções de drenagem verde. Essas ações são articuladas para dialogar com iniciativas já existentes, incorporando o conhecimento acumulado pelos moradores na gestão ambiental e ampliando seu alcance.

O projeto é estruturado em três diretrizes centrais: articular, conectando espaços fragmentados e aproximando a ocupação urbana de áreas livres; potencializar, ampliando e fortalecendo projetos socioambientais; e preservar, protegendo a vegetação nativa, corpos hídricos e saberes culturais. A estratégia prevê também a replicação das tipologias em áreas de maior risco geotécnico, incluindo a implantação de bacias de evapotranspiração para tratamento descentralizado de esgoto e a recomposição de encostas com vegetação adaptada. Ao reforçar o papel do Rio da Cascata como elemento estruturante, cria-se um sistema que integra infraestrutura ecológica, espaços de convivência e equipamentos comunitários, estabelecendo uma transição gradual entre a floresta e o tecido urbano.

Além de um conjunto de intervenções físicas, a proposta constitui um processo colaborativo que reconhece a comunidade como protagonista na transformação do território. A incorporação dos saberes locais, somada a soluções ambientais de alto desempenho, permite construir uma paisagem multifuncional e adaptativa, capaz de responder aos extremos climáticos e às desigualdades históricas, promovendo segurança, pertencimento e qualidade de vida.

Sobre a autora:
Larissa Scheuer é arquiteta e urbanista formada pela FAU-UFRJ e atua como arquiteta paisagista no escritório Embyá – Paisagismo Ecossistêmico. Com experiência nas áreas de arquitetura da paisagem e urbanismo, teve sua produção reconhecida em diferentes premiações nacionais, incluindo o Prêmio Arquitetas e Arquitetos do Amanhã, o 3º lugar no Grandjean de Montigny e a seleção como finalista do Prêmio Tomie Ohtake AkzoNobel.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

A cidade de Foz do Iguaçu, emancipada em 1914, registra em seu tecido urbano cicatrizes da história do Brasil. A construção da usina de Itaipu marca o território, sendo sua ocupação em área, maior que a atual mancha urbana da cidade. O terreno a ser ocupado pelo Ecoparque faz parte deste processo de ocupação e ressignificação urbana. Processo contínuo, tortuoso, mas que se revela com uma visão de futuro extremamente necessária frente ao colapso ambiental que já enfrentamos como sociedade.

A construção da usina se inicia em 1974, em meio à ditadura militar. Como modo de minimizar o impacto ambiental, foram reservadas áreas na cidade com funções diversas. O atual terreno foi um antigo espaço de viveiros de mudas para reflorestamento ao redor da represa. Ainda que parece especulação, caso esta área não tivesse sido reservada para tal fim, provavelmente teia sido engolida pela dispersão da cidade, pois hoje, o perímetro do local já se encontra adensado. Aqui é revelado um tortuoso processo de reciclagem da história: sem Itaipu não haveria alagamento para a represa, sem represa não haveria a necessidade de viveiros de novas mudas, sem a necessidade de reflorestamento não haveria esta reserva vegetada urbana, que resulta agora em um novo parque para a cidade. Como afirmado por Eduardo Galeano a mais de 50 anos, “na história dos homens cada ato de destruição encontra sua resposta, cedo ou tarde, num ato de criação” (Galeano, 1978: p. 396).

André Prevedello é arquiteto e pesquisador. Diretor AP Arquitetos em 2010 (www.aparquitetos.com.br) com projetos e prêmios no Brasil, América do Sul e Europa. Graduado e Mestre pela Universidade Federal do Paraná, pós-graduado em artes híbridas pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Desenvolve pesquisa de doutorado com bolsa de estudos pela Universidade Lusófona de Lisboa. É pesquisador SOS Climate Waterfront H2020-MSCA-RISE-2018, programa Horizon da União europeia 2022 com pesquisas desenvolvidas em Portugal, Grécia e Suécia. Professor de Teoria e História. Possui os prêmios IAB-PR 2021 e IAB-SC 2021, BUILD – Sustainable Building Awards England, Best Spatial Architecture Design Studio e Prêmio IAB MS 2023. Ainda o 1º lugar Eco Parque Itaipu, 1º lugar Requalificação Salão Nobre e Teatro UFCSPA, 1º lugar Câmara Municipal de Pelotas, 1° lugar Colinas Cooperativa Cascavel, 1° lugar Concurso Seminário Internacional de Projeto Salvador, 1° lugar Caixa Econômica – Soluções para habitações de baixo custo, entre outros. Trabalha constantemente em palestras, conferências, críticas e exposições.

Tais Mendes é geóloga formada pela Universidade Federal do Paraná. Gerente de projetos no escritório AP Arquitetos. Com experiência no gerenciamento de projetos de grande complexidade tendo atuado em projetos de hidrelétricas no Brasil, Perú e Guiana. Na AP Arquitetos foi responsável pela gestão de diversos projetos pelo Brasil como a Unidade Sesc Mogi das Cruzes, a nova sede do Batalhão da Polícia Militar de São Paulo, a unidade Balneário Sesc Mato Grosso do Sul, o Teatro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFCSPA), a nova Câmara Municipal de Pelotas, entre outros.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil, México

Cidades Invisíveis, Pessoas Incríveis (cipesin.com) é um projeto de mídia participativa que utiliza recursos audiovisuais para dar voz e visibilidade a líderes comunitários da América Latina. Nas periferias urbanas, a precariedade habitacional e a ausência de infraestrutura básica seguem como grandes desafios, enfrentados diariamente por moradores que, muitas vezes, encontram em seus próprios líderes locais as soluções para questões coletivas. Suas iniciativas, embora transformadoras, permanecem invisíveis para além de seus territórios. O projeto busca justamente romper esse silêncio, documentando e difundindo histórias de mobilização e solidariedade que revelam a potência das comunidades excluídas.

A iniciativa nasceu como projeto piloto no pós-doutorado da professora da Universidade Federal do Amapá Bianca Moro de Carvalho, realizado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, com bolsa CAPES e supervisão da professora Dra. Angélica Benatti Alvim. Desde o início, contou com a colaboração de pesquisadores da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), da Mackenzie e da Universidad Autónoma de Ciudad Juárez (México), resultando em documentários que retratam a vida de moradores em diferentes contextos latino-americanos. Atualmente, integra o projeto de pesquisa de mesmo nome na UNIFAP e ganhou uma plataforma própria, cipesin.com, que abriga os filmes produzidos e novas narrativas.

Já foram registradas histórias em sete cidades: Macapá e Santana (Amapá), Paraisópolis (São Paulo), Goiânia (Goiás), São Félix do Coribe (Bahia), Cidade do México e Ciudad Juárez. A autoria e captação dos documentários é resultado de uma direção compartilhada entre a coordenação do projeto e a colaboração voluntária de profissionais: o fotógrafo Guy Veloso filmou no Sertão da Bahia; Mariana Contreras-Saldaña registrou Ciudad Juárez; Selenne Galeana Cruz atuou na Cidade do México; Willian Santiago em Paraisópolis e Filemon Tiago em Goiânia. Essa rede fortalece o alcance e amplia a diversidade de olhares. Em todas as cidades, as trajetórias revelam líderes que enfrentam desigualdades sociais, falta de acesso à moradia, educação, saúde e representatividade política. Apesar das adversidades, demonstram enorme capacidade de mobilização, articulando práticas que vão desde oficinas culturais e alimentação comunitária até a reivindicação de políticas públicas.

A metodologia utilizada é a da mídia participativa, introduzida na UNIFAP em 2017 pelo cineasta Peter Lucas, professor da New York University e The New School, e autor do livro Viva a Favela: direitos humanos e inclusão visual no Brasil, dez anos de fotojornalismo. Sua proposta se baseia na produção audiovisual em conjunto com os próprios moradores, permitindo que narrem a realidade a partir de sua perspectiva. Essa prática democratiza a comunicação, reforça o protagonismo comunitário e transforma os documentários em ferramentas de inclusão social, reflexão crítica e promoção dos direitos humanos.

Os resultados já demonstram impacto: fortalecimento de redes acadêmicas internacionais, criação de espaços de debate sobre o direito à cidade e incentivo para que comunidades produzam seus próprios registros audiovisuais.

Cidades Invisíveis, Pessoas Incríveis é, portanto, mais que um projeto de pesquisa: é um movimento de escuta e reconhecimento das vozes silenciadas. Ao unir ensino, pesquisa e extensão, promove intercâmbios transnacionais e aproxima mundos distantes, contribuindo para a construção de sociedades mais justas, solidárias e resilientes.

Palestras e debate com José Renato Nalini (Secretário de Mudanças Climáticas), Edmilson Dias de Freitas (Instituto de Astrofísica, Geofísca e Ciências Atmosféricas USP-Brasil), Maria de Fátima Andrade (Instituto de Astrofísica, Geofísca e Ciências Atmosféricas USP-Brasil). Mediação de Renato Anelli (Universidade Presbiteriana Mackenzie e Curador da 14ª BIAsp) e Judith Johanna Hoelzemann.

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Venha conhecer os projetos vencedores da unidade Thermas de Presidente Prudente 

Convidamos todos para a cerimônia de divulgação do resultado do bloco 2 dos Concursos Sesc de Arquitetura, durante a 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, onde serão reveladas as classificações e as menções honrosas dos projetos da unidade Thermas de Presidente Prudente.

A cerimônia é aberta ao público com retirada de ingressos no link abaixo.

Data:

26 de setembro de 2025

a partir das 19h na 14ª BIAsp

Local:

Auditório da Oca, subsolo – Parque Ibirapuera

Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Portão 2

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Palestras e debate com Tércio Ambrizzi (Instituto de Ambiente e Energia  USP- Brasil), Stelio Marras (Instituto de Estudos Brasileiros USP-Brasil) e mediação de Maria de Fátima Andrade (coordenadora do Klimapolis)

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Pesquisadores: Judith, Jean, Thallysson, Ricardo, Roney

Resumo:

A pesquisa propõe o desenvolvimento e implementação de uma estratégia integrada de monitoramento sistemático da qualidade do ar urbano na cidade de Natal-RN. A metodologia baseia-se na instalação de equipamentos padrão e de baixo custo, capazes de registrar dados de poluentes atmosféricos, tais como material particulado fino (PM2,5 e PM10). A organização do trabalho contempla a aquisição, calibração e operação contínua desses sensores, além da estruturação de uma rede de monitoramento distribuída estrategicamente em pontos críticos da malha urbana, com ênfase em áreas de maior vulnerabilidade social e maior fluxo veicular. 

O projeto adota uma abordagem transdisciplinar, integrando conhecimentos oriundos da física atmosférica, modelagem ambiental, saúde pública e Engenharia Sanitária e Ambiental. Essa articulação interdisciplinar é fundamental para compreender a dinâmica dos poluentes em escala urbana, suas fontes, dispersão e os efeitos diretos e indiretos sobre a saúde da população. A modelagem matemática e computacional dos dados coletados permite simular cenários futuros e subsidiar ações de controle e mitigação de emissões, especialmente em função de mudanças no uso e ocupação do solo, crescimento urbano e políticas de mobilidade. 

Entre os principais desafios urbanos enfrentados pelo projeto, destacam-se: (1) a ausência de uma cultura consolidada de monitoramento da qualidade do ar em escala municipal; (2) a dificuldade de incorporação desses dados em políticas públicas efetivas de controle de emissões atmosféricas e planejamento urbano; e (3) a carência de envolvimento comunitário em ações voltadas à sustentabilidade ambiental. Neste sentido, uma das metas do projeto é estabelecer uma cultura local de monitoramento ambiental participativo, com estratégias futuras de envolvimento da comunidade, escolas e instituições públicas e privadas. 

Do ponto de vista da sustentabilidade, o projeto aborda diretamente três pilares fundamentais: cidades sustentáveis, meio ambiente e saúde pública. Ao promover um monitoramento acessível e contínuo da qualidade do ar, espera-se produzir evidências que sustentem políticas públicas mais inclusivas e eficazes, contribuindo para a redução da exposição a poluentes e seus impactos sobre doenças respiratórias, cardiovasculares e neurodegenerativas, especialmente em populações mais sensíveis. 

O experimento se relaciona diretamente com a cidade ao propor a criação de uma lógica territorial de monitoramento ambiental, utilizando os dados obtidos para subsidiar a tomada de decisão por parte do poder público e da sociedade civil. Os resultados poderão indicar zonas críticas de poluição, períodos de maior risco à 

saúde e potenciais soluções baseadas na natureza ou em infraestrutura verde para mitigação da poluição atmosférica e sonora. 

Por fim, o projeto também visa formar uma base científica robusta, passível de replicação em outras cidades brasileiras de médio porte, e fomentar a formação de estudantes em áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável urbano. Ao articular ciência, tecnologia e participação cidadã, busca-se consolidar um modelo de cidade mais resiliente, saudável e ambientalmente equilibrada, alinhada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente os ODS 3 (Saúde e Bem-Estar), 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis) e 13 (Ação contra a Mudança Global do Clima).

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Pesquisadores: Sarah de Andrade e Andrade, Ruth Maria da Costa Ataíde, Venerando Amaro Eustáquio, Zoraide Sousa Pessoa

Resumo:

O projeto intitulado “Mudanças do clima e as vivências e saberes no espaço local: um Experimento de Mundo Real em Ponta Negra, Natal/RN” – reduzido, para referência, pela palavra VIVERES – está vinculado ao projeto de extensão Fórum Direito à Cidade** e ao projeto de pesquisa “Áreas urbanas brasileiras em perspectiva transdisciplinar: avaliação, cenários e soluções para adaptação às mudanças climáticas e ao desenvolvimento sustentável” do INCT Klimapolis. 

As transformações no comportamento do clima geradas pela atuação antrópica, tem gerado fortes impactos à vida humana e não humana ao redor do mundo. Não por acaso, os países, territórios, cidades e espaços mais vulnerabilizados, e que normalmente pouco contribuem com a emissão de Gases do Efeito Estufa – GEE, são aqueles que mais sofrem com os eventos extremos (CEPAL, 2011). A isso associa-se às consequências materiais e imateriais de um modelo predatório (quase universal) de urbanização que impede, sobretudo, no Brasil, o alcance do desenvolvimento urbano sustentável. 

Diante do desafio de adaptar o modo de vida contemporâneo, especialmente nas cidades, ao enfrentamento de tais eventos, as pesquisas aplicadas – como aquelas desenvolvidas em Laboratórios de Mundo Real – LMR -, são importantes instrumentos de desenvolvimento de soluções baseadas na ciência, respeitando, ao mesmo tempo, a identidade, a realidade e as experiências daqueles que vivem nos territórios em discussão. 

Nos LMR, são desenvolvidos os Experimentos de Mundo Real – EMR, uma abordagem que combina diversos tipos de conhecimento para capacitar lideranças na condução de melhorias em suas localidades, impulsionando o desenvolvimento urbano sustentável em nível local (Experimento de Mundo Real, s/d). Apesar de manter sua terminologia, os Laboratórios e Experimentos não se dão nos limites dos tradicionais laboratórios científicos. Ao contrário, buscam o estudo e a experimentação em ambientes que não podem ser controlados, considerando a complexidade inerente aos sistemas sociais, ambientais e tecnológicos, para a troca de saberes e a coprodução do conhecimento. Dessa forma, são importantes tanto o produto – o protótipo, a simulação, a política, o plano, o projeto, a obra, etc. – quanto o processo e as aprendizagens por ele proporcionadas. 

Nesse sentido, o projeto VIVERES está amparado pela intenção de criar um ambiente compartilhado para reflexão e construção de soluções de adaptação para o bairro e a orla da Praia de Ponta Negra. Ali, no ano de 2024, foi implementada a 

maior obra de adaptação climática da cidade de Natal – capital do Rio Grande do Norte -, o aterro hidráulico ou engorda da Praia de Ponta Negra. 

O processo que resultou na obra, iniciado ainda em 2012, foi uma espécie de porta de entrada para aprofundar os contatos e estreitar os laços entre professores-pesquisadores-extensionistas do Departamento de Arquitetura, Políticas Públicas e Engenharia Civil e Ambiental. Tal aproximação e a afinidade entre as abordagens metodológicas utilizadas em seus respectivos projetos, resultou na parceria entre o projeto de extensão Fórum Direito à Cidade e o INCT Klimapolis. Estes compõem o “núcleo acadêmico” do EMR. 

Conformando o “núcleo comunitário” do projeto, estão os agentes sociais engajados em entidades e grupos populares de luta por melhores condições de vida no bairro e na Vila de Ponta Negra, uma das Áreas Especiais de Interesse Social – AEIS da localidade, bem como pela atenção às suas vozes no planejamento e gestão do território. Diante desta problemática, ou seja, a desconsideração, pelo poder público, das vivências e saberes locais na implementação do aterro hidráulico da Praia de Ponta Negra, juntos, os grupos co-criaram (Schäpke et al.,2018), como estratégia de enfrentamento, um instrumento de planejamento popular e gestão urbana baseadas na ciência para enfrentar a crise ecológica. Trata-se do Plano Setorial Urbanístico- Ambiental à luz da emergência climática. 

Iniciando seu segundo ano de atividades, o projeto VIVERES vem realizando um conjunto de oficinas, conduzidas por ferramentas de cartografia social, como um exercício de coprodução (Schäpke et al.,2018) do Plano Setorial popular. Isso porque os cenários vividos e os desejados/futuros – elaborados por meio de outro modo de ocupar/viver o espaço – postos nas oficinas de diálogo, são o combustível para a construção das medidas de adaptação do território. Estas serão sistematizadas pelos agentes acadêmicos e validadas (ou não) em oficinas de devolutiva, pelo conjunto de agentes do EMR. 

Quanto ao caráter experimental da proposta – buscando ir além da geração de conhecimento teórico, sem prescindi-lo (Schäpke et al., 2018) – entende-se que este será dado pelo desenho/projeto/simulação das medidas de adaptação do setor, etapa ainda não realizada. 

Sobre os papéis dos agentes e seu impacto nos procedimentos metodológicos, importa mencionar que, aparentemente, a literatura internacional sobre os LMRs e EMRs, quase sempre versa sobre agentes locais “profissionais”, com algum conhecimento técnico e atuação na área da pesquisa. Aqui, no entanto, trata-se de um conjunto heterogêneo de moradores, trabalhadores e ativistas socioambientais, buscando criar um produto que lhes represente no contexto de uma governança para o desenvolvimento sustentável. 

Observado o potencial para promover ações de impacto e empoderamento local, a estreita relação/dependência entre contexto, processo e produto acaba por o limitar o potencial de generalização das estratégias adotadas pelo projeto VIVERES. A limitação, no entanto, não lhe é particular, sendo também registrada na literatura internacional. Deste ponto de vista, o processo de avaliação do projeto deve “[…] implicar o enfraquecimento de critérios clássicos de qualidade, como a fiabilidade e a validade externa, em nome de uma maior validade ecológica (o contexto do estudo aproxima-se do mundo real)”(Schäpke et al., 2018, p. 106). 

Finalizando esta breve reflexão sobre o ciclo de co-criação/co-produção/co-avaliação (Schäpke et al., 2018) do projeto VIVERES, entende-se que, devido à natureza da metodologia e seu ponto de partida, uma problemática real, os processos de avaliação focados apenas nos resultados tangíveis e documentáveis/documentados, podem não alcançar seus reais impactos. Assim, também é importante focar/avaliar os limites e possibilidades da metodologia de escuta; a potência e qualidade das relações desenvolvidas entre os agentes participantes; a impulsão dos processos de engajamento popular e empoderamento das lideranças locais, bem como da incorporação de novos ativistas à pauta das mudanças do clima; a consolidação ou ampliação do conhecimento acerca das mudanças climáticas; a apropriação de ferramentas de governança urbana, dentre outros. 

** Ancorado no Laboratório de Habitação – LabHabitat do DARQ/UFRN, baseia suas atividades no princípio da gestão democrática da cidade, construindo junto com os habitantes dos territórios populares de Natal, estratégias para, por um lado, reafirmar e fazer cumprir, pelo poder público, as conquistas sociais institucionalizadas sob a forma do direito à moradia, ao transporte, ao lazer, etc., e, por outro, contribuir para o fortalecimento da política de base comunitária, capaz de construir narrativas e ações criativas, contra hegemônicas. O Fórum mantem, desde sua criação, em 2018, parceria com o Instituto de Políticas Públicas (IPP/UFRN) e o INCT Observatório das Metrópoles Núcleo Natal. Mais recentemente, desde 2023, também se coloca como parceiro do INCT Klimapolis.

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Pesquisadores: Venerando Eustáquio Amaro, Afonso Celso Vanoni De Castro, Ana Marcelino 

Resumo: 

As zonas costeiras brasileiras, com alta importância ecológica e socioeconômica, são vulneráveis às mudanças climáticas, especialmente ao aumento do nível do mar, que agrava a erosão, alagamentos e intrusão salina, afetando infraestrutura, agricultura e comunidades pesqueiras. No Nordeste, intensifica-se a energia das ondas, com eventos extremos como ressacas e chuvas intensas, ameaçando manguezais, estuários e infraestrutura costeira. 

O RN destaca-se por não ter territórios indígenas reconhecidos. Nesse cenário, famílias da zona costeira de Sagi, Baía Formosa, reivindicam reconhecimento como etnia Potiguara de Sagi. O processo na FUNAI enfrenta entraves como a falta de consenso sobre limites territoriais e os efeitos da pandemia. A ausência histórica de estudos sobre indígenas no RN contribui para esse panorama. 

A comunidade Sagi Trabanda, com 232 famílias, possui economia baseada em pesca, agricultura e turismo. A degradação ambiental ameaça essas atividades, com desmatamento de manguezais, expansão da monocultura canavieira, barramentos de lagoas e contaminação por agrotóxicos, além da construção de infraestrutura que impacta a maré e o acesso aos recursos pesqueiros, comprometendo sua sobrevivência. 

A comunidade Sagi Jacu, com 41 famílias, ocupa área ribeirinha às margens do rio Pau-Brasil. Dificuldades de acesso e serviços básicos levaram moradores a se aproximarem da cidade. Enfrentam conflitos fundiários com empresas agrícolas e de carcinicultura, o que afeta sua produção agrícola e manutenção da subsistência. A ausência de demarcação territorial formal gera insegurança constante. 

Por fim, a integridade dos ecossistemas litorâneos é vital para a subsistência das comunidades tradicionais. A demarcação de terras e o respeito aos direitos dessas populações são essenciais para a preservação da biodiversidade e resiliência ecológica. Um modelo sustentável de desenvolvimento deve integrar saberes tradicionais e científicos, com ordenamento territorial e gestão ambiental eficaz. 

Nesse sentido, o grupo de geólogos e arquitetos orientados por lideranças indígenas realizaram estudos no território, definindo áreas de risco em relação às marés e ao aumento do nível do mar, e determinando áreas seguras e imunes para a realocação das barracas. A equipe desenvolveu oficinas de cocriação com a comunidade, aplicando a metodologia EMR. 

Considerando as condições socioambientais, trabalhamos em parceria com as comunidades indígenas procurando construir diálogos que resgatassem os saberes ancestrais a proposições de SBNs para a instalação das barracas. 

Considerando a relação risco x custo, definiu-se que estruturas rígidas (como cozinhas) devem estar protegidas fora das áreas de risco, enquanto estruturas moles ou flexíveis (como varandas de atendimento e estar) podem se aproximar da praia, dispensando a integração física entre cozinha e atendimento. 

Na cultura indígena a gestão de espaços e recursos, são geralmente comunais e articulam regras coletivas e familiares de gestão, daí desenvolveu-se a hipótese de “cozinha central”, preservando um espaço individual composto de cozinha e depósito para cada família, como em um mercado de peixes. 

Essa cozinha contará com infraestrutura sanitária de Bacias de Evapotranspiração (BET) ou Tanques de Evapotranspiração (TEVAP) com absorção e evapotranspiração de plantas, como a bananeira, para filtrar a água residual, contribuindo para redução da poluição dos aquíferos da região. Outros dispositivos SBN serão implantados, como coberturas verdes, sistema de cisternas para armazenamento de águas pluviais destinados à irrigação de jardins, limpeza de pisos e outros usos que não necessitem de água potável. 

Quanto às técnicas construtivas e a materialidade, propõe-se o uso de técnicas vernaculares: construções em barro, estruturas em madeira nativa bruta e cobertura com palhas naturais; com adaptações para atender a quesitos de segurança e salubridade. 

Adotando alternativas decolonizadoras para a manutenção das comunidades indígenas do Sagi que desafiam a dicotomia entre natureza e cultura, a proposta promove resistência e justiça racial e ambiental.

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Pesquisadores: Loyde Vieira De Abreu Harbich, Mariana Zuliani Theodoro de Lima, Sasquia Hizuru Obata, Anny Cardeli, Ariella Cristine Cabezas Piffer, Pérola Felipette Brocaneli, Andre Luiz Nery Figueiredo, José Alonso Pajuelo Bravo, Thiago Oliveira Leite, Taizy de Jesus Santos, Luan Fagner de Almeida Esteves, Júlia Tiemi Martins Goia

Resumo:

Para enfrentar os desafios da escassez hídrica, ações de extensão universitária desempenham um papel estratégico na promoção de soluções sustentáveis e na aproximação entre pesquisadores e comunidades em situação de vulnerabilidade. Em Portada de Manchay II — uma área urbanizada nos arredores de Lima, Peru — líderes locais buscaram apoio da Universidad Científica del Sur para elaborar um projeto de requalificação de espaços públicos com foco em sustentabilidade. Como diferencial, foram incorporados coletores atmosféricos de água de nevoeiro como solução alternativa para irrigação. 

O objetivo central foi criar uma área verde funcional e resiliente, conectando o saber acadêmico às necessidades reais da população e contribuindo diretamente para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU como 1, 2, 6, 9, 11 e 13, 17. 

A metodologia para esse experimento de mundo real envolve as etapas: 

Etapa 1: Planejamento paisagístico e territorial participativo 

Essa etapa consistiu em encontros participativos entre professores, alunos, lideranças comunitárias e demais interessados para mapear as necessidades de uso comum em Portada de Manchay II – incluindo hortas comunitárias, playground, espaços multiuso, sanitários, quadra esportiva, áreas de passeio e a preservação da Gruta do Santo. O programa de necessidades foi alinhado aos ODS 2 (Fome Zero), 3 (Saúde e Bem-Estar), 6 (Água Limpa e Saneamento), 11 (Cidades Sustentáveis), 13 (Ação Climática) e 15 (Vida Terrestre). Considerando as fortes declividades do terreno, propôs-se um sistema de rampas que conecta a quadra, os espaços multiuso, as hortas, a Gruta do Santo e o mirante, melhorando a circulação de pedestres. O principal desafio identificado foi a escassez hídrica local: embora as 60 famílias sejam abastecidas por caminhões-pipa, a irrigação das hortas e a manutenção das áreas verdes demandam soluções mais permanentes.

Etapa 2: Pesquisa aplicada sobre coletores de água de nevoeiro. 

No escopo teórico, o protótipo baseado em nanotubos de carbono desenvolvido por Ouellet (2020) na Universidade Politécnica de Montreal revelou lacunas de estudo quanto ao impacto do clima, da poluição e do vento sobre os nanotubos, além de 

sua tendência a absorver poluentes. Paralelamente, o Plano Metropolitano de Lima 2040 identificou que distritos como San Juan de Lurigancho, Lurigancho, Villa María del Triunfo e Lima Balneários del Sur sofrem déficit de água potável devido à falta de redes de distribuição e oferta insuficiente. Esses problemas são agravados pelo relatório da SUNASS, citado em El Peruano (2024), que aponta degradação dos rios Rímac, Chillón e Lurín por ocupações irregulares, contaminação industrial e expansão urbana desordenada em áreas distantes das estações de tratamento. 

Etapa 3: Protótipos testados em campo 

A fase de prototipagem consiste na construção de modelos experimentais, testando materiais hidrofílicos, estruturas aerodinâmicas e mecanismos de drenagem. Nessa etapa, técnicas como impressão 3D e simulações computacionais ajudam a visualizar e ajustar o desempenho do dispositivo. Essa etapa envolveu alunos do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da UCSur. Os protótipos desenvolvidos pelos alunos da FAU Mackenzie agora estão na fase de testes. 

Etapa 4: Experimento de Mundo Real 

A equipe observou que a malha original não retinha vapor em quantidade suficiente e a substituiu por uma Rashel de 35% para melhorar a eficiência de coleta. Em 5 de junho de 2025, durante uma visita técnica à Portada de Manchay II e arredores, verificou-se que a neblina se forma entre 750 e 900 metros de altitude, faixa incompatível com o local. Por isso, o protótipo foi instalado no quintal de um morador de Buena Vista de Manchay, a 850 metros de altitude e com umidade próxima a 100%, o que permitiu testar o dispositivo em condições reais e coletar dados de campo. 

Sob coordenação do professor José Alonso Pajuelo Bravo, esses experimentos validaram o design e esclareceram as variáveis microclimáticas cruciais para a implementação de coletores de neblina em áreas periféricas. Em seguida, a equipe desenvolveu um segundo protótipo, e atualmente dois coletores estão em operação em Portada de Manchay II, fornecendo água para os biohortos de duas famílias. 

Conclusões 

Estudos sobre captação de água de neblina mostraram que coletores convencionais funcionam bem em condições de umidade, mas perdem eficiência na estação seca. Para solucionar isso, as professoras Pérola F. Brocaneli e Verioska V. Urquizo criaram um projeto paisagístico que utiliza uma “atrapaniebla” de baixo custo e complexidade. Já os alunos de iniciação científica da Mackenzie, orientados pela Prof. Loyde A. Harbich, iteraram novos protótipos com malha Rashel a 35%, impressão 3D e simulações computacionais—resultando em maior retenção de vapor. 

Testes de campo entre 750 e 900 m de altitude, com umidade próxima a 100 %, e ensaios junto a moradores de Buena Vista de Manchay comprovaram coleta contínua de água. Um vídeo tutorial ensina a construção caseira dos coletores para abastecer biohortos e áreas verdes. O pedido de patente na Universidad Científica del Sur protege a tecnologia, e a autorização para instalar um protótipo in loco representa um marco na validação e futura expansão dessa solução sustentável.

Gratuito

Inscrições

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As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Cerimônia de abertura

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Pesquisadores: Karinne Deusdará, Jonathan Mota, Coca e Vanessa, Joana Darc de Medeiros, Adelena Maia, Sandra Saad, Andreia Lema, Heber, Wagna Moura

Resumo:

INTRODUÇÃO: Laboratórios de Mundo Real (LMRs) são espaços experimentais em territórios reais, voltados à produção de conhecimento transdisciplinar e à construção de soluções sustentáveis com participação ativa da sociedade. Neles, o entendimento compartilhado dos problemas e os processos de aprendizado científico e social são tão relevantes quanto os resultados práticos alcançados (Kohler et al. 2021; Bernert et al. 2024). Essa abordagem reconhece que, além dos dados técnicos e da capacidade institucional, é essencial que as comunidades envolvidas identifiquem coletivamente as causas estruturais dos desafios, favorecendo soluções mais justas e exequíveis (Parodi et al. 2023).

Nesse contexto, o LMR na bacia do rio Pitimbu, na região metropolitana de Natal/RN, foi criado para enfrentar os desafios da segurança hídrica diante da urbanização, da degradação ambiental e das pressões climáticas. A bacia sofre com uso desordenado do solo, poluição hídrica e fragilidade das instâncias de governança, com baixa participação social e limitada atuação do comitê de bacia. Esses fatores colocam em risco o abastecimento de água de parte significativa da população de Natal e Parnamirim (NATAL 2024). 

O objetivo principal do laboratório é desenvolver estratégias de gestão e governança participativa voltadas à proteção dos recursos hídricos e valorização dos serviços ecossistêmicos. Para isso, busca-se: (1) avaliar os impactos da urbanização e das mudanças climáticas sobre os recursos hídricos da bacia; (2) desenvolver ações de educação ambiental e mobilização social; (3) fortalecer a participação comunitária nas instâncias de governança da água; e (4) propor um programa de pagamento por serviços ambientais (PSA) voltado à conservação da nascente do rio. 

METODOLOGIA: O LMR adota abordagem transdisciplinar, unindo métodos técnicos e participativos. Para a meta 1, são aplicados modelagem hidrológica com o modelo SWAT e monitoramento instrumental. As ações da meta 2 incluem oficinas, aulas de campo e materiais educativos. A meta 3 avança por rodas de conversa e articulação com o comitê. A proposta de PSA, da meta 4, ainda em construção, baseia-se em diagnósticos socioambientais e diálogo com moradores da nascente. 

RESULTADOS PARCIAIS E CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados parciais evidenciam que a abordagem em LMR tem contribuído para integrar dados científicos e saberes locais, promovendo avanços tanto na produção de conhecimento quanto no engajamento social. As atividades de modelagem hidrológica, ainda em desenvolvimento, indicam áreas críticas para o escoamento superficial e reforçam a importância das zonas de recarga da bacia. Sensores de medição de nível do rio foram instalados, permitindo monitoramento contínuo e reduzindo a lacuna histórica de dados. 

As atividades educativas revelaram baixo grau de identificação da população com o rio Pitimbu, mas demonstraram alto potencial de transformação por meio de ações continuadas. Durante a aula de campo, observou-se o uso inadequado de resíduos de construção civil como forma improvisada de contenção da erosão pluvial, prática que, embora indique esforço local, acarreta riscos ambientais relevantes por contribuir com o assoreamento e a poluição do curso d’água. 

A aproximação com a comunidade da nascente, especialmente o Quilombo dos Palmares II, mostrou forte disposição para práticas conservacionistas, abrindo caminho para a construção coletiva de um programa de PSA. Essas ações apontam que os LMRs podem impulsionar soluções mais justas e eficazes para os desafios da gestão da água, sobretudo em regiões urbanas e periurbanas vulneráveis. A continuidade e o aprofundamento das estratégias de governança, aliados ao apoio institucional e financeiro, serão fundamentais para garantir os avanços já iniciados e ampliar os impactos positivos sobre a segurança hídrica da região.

Gratuito

Inscrições

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Estudos de casos com Lucas Padilha (Secretário de Cultura do Rio de Janeiro), Pedro Fernandes (SPUrbanismo), Marcos Barral (Oterprem – Pisos Drenantes), e mediação de Camila Reis (Narureza Urbana e IABsp)

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Ação Pantanal consiste na apresentação dos projetos e atividades desenvolvidos em bairros localizados na bacia do rio Tietê na zona leste de São Paulo (Vila Nova União, Jardim Lapenna e Jardim Helena), conhecidos em conjunto como Pantanal, área sujeita a inundações periódicas e objeto de diversos projetos da gestão pública. Retoma um projeto elaborado inicialmente por ZL Vórtice, coordenado por Nelson Brissac, agora em parceria com professores da FAU e da EE Mackenzie, com a coordenação de Afonso Castro.

Visitas guiadas aos três bairros que compõem a área do Pantanal.
26/09 – Vila Nova União
30/09 – Jardim Helena
07/10 – Jardim Lapenna

Nas visitas serão promovidas exposições in loco dos projetos de urbanização desenvolvidos ou propostos pela gestão pública e por pesquisadores universitários, com a participação de arquitetos e engenheiros da CDHU, Mackenzie e ArqCoop+.

As visitas serão acompanhadas por encontros com as comunidades, promovidos pelas associações de moradores, como a Nova União das Artes (NUA) e o CDC Jardim Helena. As rodas de conversas promoverão uma troca de experiências e integração entre as comunidades do Pantanal e as ocupações do centro _ a Ocupação 9 Julho, com representantes do MSTC e do MMLJ _ visando incentivar processos inclusivos de tomada de decisões.

Gratuito

Inscrições – visitas guiadas

Para participar das visitas envie um email para: acaopantanal@gmail.com
Inclua no email: Nome, profissão e eventualmente instituição a qual pertence. Além de qual visita está interessado.

As inscrições poderão ser feitas até 1 dia antes das visitas.

Não há limite de vagas para as visitas guiadas.

Informações detalhadas de ponto de encontro, horário, roteiro e informações necessárias serão disponibilizadas por e-mail.

O acesso será de responsabilidade de cada interessado, mas será fornecido um roteiro com toda informação necessária (linhas de transporte público, endereços e referências) para o encontro com as lideranças comunitárias, membros da gestão pública e técnicos que irão conduzir as visitas.

Além das visitas guiadas a Ação Pantanal prevê outras duas atividades:

23/09 – Fórum de Debates – Auditório da Oca

10/10 – Centro MariAntônia, da USP, e Canteiro Experimental do Mackenzie

Em breve será disponibilizado um link com mais informações.

Para dúvidas entre em contato pelo email: acaopantanal@gmail.com

Ação Pantanal consiste na apresentação dos projetos e atividades desenvolvidos em bairros localizados na bacia do rio Tietê na zona leste de São Paulo (Vila Nova União, Jardim Lapenna e Jardim Helena), conhecidos em conjunto como Pantanal, área sujeita a inundações periódicas e objeto de diversos projetos da gestão pública. Retoma um projeto elaborado inicialmente por ZL Vórtice, coordenado por Nelson Brissac, agora em parceria com professores da FAU e da EE Mackenzie, com a coordenação de Afonso Castro.

Visitas guiadas aos três bairros que compõem a área do Pantanal.
26/09 – Vila Nova União
30/09 – Jardim Helena
07/10 – Jardim Lapenna

Nas visitas serão promovidas exposições in loco dos projetos de urbanização desenvolvidos ou propostos pela gestão pública e por pesquisadores universitários, com a participação de arquitetos e engenheiros da CDHU, Mackenzie e ArqCoop+.

As visitas serão acompanhadas por encontros com as comunidades, promovidos pelas associações de moradores, como a Nova União das Artes (NUA) e o CDC Jardim Helena. As rodas de conversas promoverão uma troca de experiências e integração entre as comunidades do Pantanal e as ocupações do centro _ a Ocupação 9 Julho, com representantes do MSTC e do MMLJ _ visando incentivar processos inclusivos de tomada de decisões.

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Para participar das visitas envie um email para: acaopantanal@gmail.com
Inclua no email: Nome, profissão e eventualmente instituição a qual pertence. Além de qual visita está interessado.

As inscrições poderão ser feitas até 1 dia antes das visitas.

Não há limite de vagas para as visitas guiadas.

Informações detalhadas de ponto de encontro, horário, roteiro e informações necessárias serão disponibilizadas por e-mail.

O acesso será de responsabilidade de cada interessado, mas será fornecido um roteiro com toda informação necessária (linhas de transporte público, endereços e referências) para o encontro com as lideranças comunitárias, membros da gestão pública e técnicos que irão conduzir as visitas.

Além das visitas guiadas a Ação Pantanal prevê outras duas atividades:

23/09 – Fórum de Debates – Auditório da Oca

10/10 – Centro MariAntônia, da USP, e Canteiro Experimental do Mackenzie

Em breve será disponibilizado um link com mais informações.

Para dúvidas entre em contato pelo email: acaopantanal@gmail.com

Implantação do projeto: India
Desenvolvimento do projeto: India

Este projeto é uma intervenção num ecossistema urbano único — uma rede de tanques de pesca, criada e gerida por membros da comunidade de pescadores Koli, numa floresta de mangue do Rio Mithi, contra todas as adversidades.

Dharavi Koliwada, uma vila piscatória urbana dos Kolis, foi outrora um bairro vibrante e movimentado, rodeado pelo Estuário do Rio Mithi. Hoje, está totalmente envolto pela grande cidade. No entanto, o ecossistema estuarino continua a sobreviver num contexto urbano denso e cementificado, com vastas quantidades de poluição e resíduos a asfixiar o rio.

Os tanques representam uma iniciativa indígena de subsistência baseada na natureza, levada a cabo pela comunidade Koli.
Os seus esforços ilustram como as relações de interdependência entre o ser humano e a natureza são a chave para os esforços de conservação. O projeto participativo de base ação espera potenciar o conhecimento indígena da comunidade e restaurar uma ligação cada vez mais ténue com o seu ambiente aquático. O primeiro passo concreto do projeto é uma intervenção paisagística participativa no último espaço comum remanescente dentro do habitat que pretendem restaurar.

A comunidade contactou a urbz para ajudar a construir um programa e uma visão partilhados, de modo a orientar as ações coletivas necessárias para alcançar os seus objetivos de restauro. Juntos, delinearam uma visão e uma estratégia para facilitar o trabalho da comunidade, que já começou a reviver os tanques de aquicultura ancestrais. Após vários workshops, exposições e discussões de grupo focadas para envolver diversas partes interessadas da comunidade local, foi identificada uma lista de desafios.

O desafio premente é o acesso a estas paisagens. As famílias de pescadores precisam de acesso sem obstáculos para cuidar do seu habitat. Uma pequena faixa de terrenos comuns ao longo do rio, outrora utilizada para aceder aos tanques de pesca, sofreu de negligência administrativa, resultando em despejo ilegal e condições inseguras. Mulheres, idosos e crianças não podem visitar em segurança a margem do rio, onde outrora realizavam atividades de subsistência, culturais e recreativas. Até os pescadores arriscam ferimentos devido ao acúmulo de lodo e resíduos perigosos.

Uma vez garantido o acesso seguro, a comunidade pretende sensibilizar para a crescente poluição do Rio Mithi e a deterioração induzida pela urbanização. Propõem fazê-lo organizando passeios de barco para cidadãos preocupados, para destacar a biodiversidade urbana e motivá-los a agir para conservar a paisagem.

O projeto reconhece que os Kolis não só retiram o seu sustento destas águas, como também mantêm uma profunda relação espiritual com esta paisagem marinha anfíbia. Apoiando as suas práticas tradicionais e introduzindo inovações sustentáveis, o projeto visa criar um modelo de restauro ecológico urbano liderado por indígenas, que aborde tanto a degradação ambiental como o bem-estar da comunidade.

Quando o Brasil Era Moderno é o novo documentário do diretor Fabiano Maciel. Distribuído pela O2 Play e muito elogiado durante a 30ª edição do festival É Tudo Verdade, um dos mais importantes eventos cinematográficos do país, recebeu menção honrosa do júri por sua extensa e profunda pesquisa. Segundo os jurados, o longa-metragem faz uma contundente leitura da história brasileira, tendo a arquitetura como o fio condutor de inúmeras disputas políticas e estéticas travadas no país ao longo do século XX.

Hoje, a arquitetura moderna brasileira é considerada como uma das mais revolucionárias e ousadas do período, tendo influenciado gerações de arquitetos no mundo todo. Mas no começo dos anos 1930, a escolha de um estilo arquitetônico significava também a escolha de um projeto para o país. O estilo arquitetônico vencedor, iria determinar também o rumo das artes plásticas, da educação, da saúde e do modelo social que se queria para a nação. E a disputa não foi exatamente amistosa. Muito pelo contrário. Foram travadas inúmeras batalhas em gabinetes de governo, em universidades e, principalmente, nos jornais e nas revistas do país, onde a troca de acusações era constante. Simbolicamente, pode-se dizer que a guerra começou em 1935, com o concurso para a escolha do projeto da sede do Ministério da Educação e Saúde, no Rio, e teve seu auge com a inauguração de Brasília, em 1960.

Com produção da Ocean Films, investimento do BB Asset Management e recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, Quando o Brasil Era Moderno mostra como o país abriu mão de um projeto de excelência, que se dissipou diante dos descaminhos históricos. Abriu mão de um projeto de vanguarda- e em muitos aspectos, utópico- para mais uma vez, se acomodar nas lamacentas e escuras areias do passado.

Gratuito

Inscrições

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As mudanças climáticas constatadas nas últimas décadas vêm impondo novos desafios à forma como são planejadas e administradas as cidades. A frequência crescente de eventos extremos, como ondas de calor, enchentes repentinas, períodos prolongados de estiagem e elevação do nível do mar, evidencia que o modelo tradicional de urbanização, baseado em estruturas rígidas e pouco adaptáveis, já não oferece respostas adequadas às demandas atuais. Nesse cenário, torna-se urgente um novo olhar para a gestão urbana, baseada no pensamento sistêmico, capaz de integrar estratégias de mitigação e adaptação, integrando moradores como coprotagonistas, conciliando desenvolvimento humano com equilíbrio ambiental.

É nesse contexto que se destacam os projetos que utilizam Soluções baseadas na Natureza (SbN). Essas soluções partem do princípio de que os processos naturais podem ser incorporados à dinâmica urbana para oferecer benefícios sociais, econômicos e ambientais de longo prazo.

Diferentes tipos de SbN, como alagados construídos, biovaletas, bacias de bioretenção e de detenção, renaturalização de rios, florestas-esponja urbanas, entre outros, contribuem para que os ambientes urbanos absorvam, armazenem e reutilizem a água da chuva, reduzindo alagamentos e melhorando a recarga dos aquíferos. Áreas verdes, parques lineares, telhados verdes, jardins de chuva e corredores ecológicos tornam-se elementos estratégicos, ao mesmo tempo em que promovem o bem-estar da população, aumentam a permeabilidade do solo, conservam a biodiversidade e contribuem para o conforto térmico. Dessa forma, os serviços ecossistêmicos — como a regulação climática, a purificação do ar, a proteção da fauna e flora e a oferta de espaços de lazer — são dinamizados de forma contínua, ampliando os ganhos coletivos.

As oficinas propostas buscam explorar justamente esse potencial transformador. A partir de uma cidade fictícia, os participantes serão convidados a analisar desafios urbanos e propor diferentes SbN, exercitando a criatividade e o raciocínio integrado diante de problemas complexos. O processo será acompanhado pela equipe do PRO Sustentável, que apresentará os conceitos fundamentais para a implantação de SbN incluindo técnicas de bioengenharia, garantindo que as soluções desenvolvidas não sejam apenas tecnicamente viáveis, mas também coerentes com as necessidades sociais e ambientais.

Mais do que um exercício acadêmico, as oficinas têm como objetivo despertar nos participantes uma visão crítica e inovadora, mostrando que a adaptação às mudanças climáticas não depende apenas de grandes obras de engenharia, mas também de pequenas e múltiplas intervenções, inspiradas na própria lógica da natureza e no envolvimento dos moradores como coprotagonistas dos projetos. Assim, cada proposta contribuirá para reforçar a ideia de que cidades mais verdes, permeáveis e integradas são também cidades mais humanas, preparadas para enfrentar os desafios climáticos do presente e do futuro. Brinde: Livro POP.

Gratuito

Vagas: 25 por turma (2 turmas)

Cada participante receberá 1 livro sobre o Parque Orla Piratininga de brinde

Turma 1

6.10 – das 14h às 17h

Turma 2 

7.10 – das 15h às 18h

Inscrições:
As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.

As inscrições estarão abertas até um dia antes do início da oficina.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As mudanças climáticas são uma ameaça à humanidade e a janela de oportunidade para atenuar significativamente seus impactos está se fechando rapidamente. Os riscos climáticos estão se agravando de forma mais rápida e severa do que o previsto, o que torna a adaptação cada vez mais desafiadora. Nas cidades, a crise climática intensifica os riscos já existentes, como ondas de calor, inundações, deslizamentos de terra e limitações no fornecimento de água potável. Considerando que mais da metade da população mundial vive nessas áreas, os eventos climáticos extremos nesses espaços resultam em graves impactos socioeconômicos e elevados índices de morbimortalidade.

Esta atividade propõe uma maratona de design colaborativo – no estilo de uma “hackatona” – que convida participantes a construir imaginários acerca da adaptação das cidades brasileiras à mudança climática.

O objetivo é estimular a construção coletiva de representações visuais que expressem estratégias, soluções e futuros desejáveis de cidades adaptadas, a partir de uma perspectiva de justiça socioambiental e alinhada aos desafios enfrentados pelas cidades do Sul Global. As ilustrações deverão traduzir de forma acessível e mobilizadora conceitos relacionados ao desenvolvimento urbano resiliente e de baixo carbono, gestão de risco de desastres, gestão das águas, mobilidade sustentável com ênfase em modos ativos e transporte coletivo, presença da natureza nos espaços urbanos, soluções baseadas na natureza, materiais e técnicas construtivas de baixo carbono adaptadas aos biomas locais, arborização, biodiversidade urbana e moradias dignas, seguras e adaptadas às mudanças do clima.

As inscrições são gratuitas e abertas a todos interessados. Convidamos designers, profissionais da arquitetura e do urbanismo, artistas visuais, comunicadores, especialistas em mudança climática, estudantes de arquitetura e a quem mais possa se interessar.

Uma imagem será selecionada e seus(suas) autores(as) serão contratados(as) para desenvolver a versão final. À imagem final será atribuída a seguinte licença: Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional (CC BY-NC-SA 4.0). Isso significa que a imagem poderá ser compartilhada e adaptada desde que os créditos sejam atribuídos e que o uso não seja comercial.

Os critérios para a seleção da imagem vencedora são:
– Clareza e aderência a proposta: capacidade de comunicação de forma direta, compreensível e estruturada a proposta da solução e em consonância com a proposta temática.
– Simplicidade, clareza e coerência: representação visual clara dos conceitos propostos pelo edital.
– Acessibilidade: apresentação dos conceitos de forma compreensível para diferentes públicos.
– Síntese: condensação das ideias centrais em uma representação objetiva
– Impacto visual: criação de uma imagem atraente e memorável, que chame a atenção e permaneça na lembrança.
– Representação gráfica: qualidade, coerência e adequabilidade das composições das representações gráficas. Entende-se como representações gráficas o conjunto de desenhos, textos, cores, texturas e outros elementos que facilitam e detalham o entendimento da solução proposta.
– Abordagem de justiça climática: a proposta deve considerar os impactos sociais, econômicos e ambientais das soluções propostas, de modo a promover a justiça climática nesse contexto.

Posteriormente, as imagens produzidas e selecionadas durante a hackatona serão expostas em local e data a definir.

Gratuito

Vagas: 50

Inscrições

As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.
A seleção será feita por ordem de inscrição.
As inscrições estarão abertas até o início da Oficina, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Crédito da imagem: Jeffrey Raven, 2016.

Em caso de dúvidas, os interessados poderão contactar o Grupo de Trabalho Clima e Cidade do IABsp através do seguinte e-mail: gt_emergenciaclimatica@iabsp.org.br

A atividade consiste em uma caminhada pelo território onde está em fase de projeto o Parque Municipal Morro Grande, entre os distritos da Brasilândia, Freguesia do Ó e Pirituba, na zona Norte de São Paulo. A visita busca aproximar os participantes da história local e das mobilizações comunitárias que têm marcado a luta pela implantação desse espaço público, relevante patrimônio ambiental, histórico e cultural para a região.

Inserido em uma área de remanescente de Mata Atlântica, o terreno com mais de 600 mil m² possui nascentes e topografia acidentada, conferindo vistas para todo seu entorno. O grande vazio central, resultado da exploração mineral da extinta Pedreira Morro Grande, transformou-se em lago e, mais recentemente, em pátio de manobras do metrô. No terreno ainda resistem edificações antigas, herança do período em que a pedreira esteve em funcionamento, como a Capela Santa Clara de Assis, a Tecelagem, o cinema e as casas operárias. A Estrada do Congo – atualmente Av. Elisio Teixeira Leite – adjacente ao parque, carrega também uma memória de escravizados que vieram para a região. Esse conjunto arquitetônico, paisagístico e imaterial está presente na memória coletiva do território.

O Parque Morro Grande consta como parque urbano em planejamento no Plano Diretor Estratégico da Cidade de São Paulo (Lei 16.050/2014) e, em junho de 2023, foi assinado o Decreto de Utilidade Pública que prevê a desapropriação das áreas para serem adquiridas pelo município. Esse marco reforça a importância das mobilizações locais que, ao longo dos anos, têm pressionado o poder público pela efetivação do projeto e pela proteção contra invasões e crimes ambientais, aos quais a área está sujeita. O projeto do parque está em desenvolvimento e prevê uma última oficina participativa ainda este ano.

O Instituto A Cidade Precisa de Você convida, com apoio do Movimento em Defesa do Parque Morro Grande e Memórias do Morro Grande, para conhecer o lugar em sua dimensão ambiental, social e cultural, ressaltando a potência da co-criação e mobilização cidadã na construção dos espaços livres e coletivos da cidade.

Gratuito

Vagas: 15

Ponto de encontro para início da caminhada: R. Valêncio Augusto de Barros Filho, 829 – Sítio Morro Grande, São Paulo (Sede do Movimento em Defesa do Parque Morro Grande).

Inscrições:

ATENÇÃO: A atividade é somente para maiores de 18 anos. Será necessário assinar um termo de responsabilidade, pois possivelmente serão acessadas áreas de trilha, ruínas e caminhos com acessibilidade restrita.

Recomendamos uso de vestimenta e calçados adequados para caminhadas, uso de proteção solar, capa de chuva (caso haja previsão de intempéries) e água.

As inscrições devem ser feitas pelo e-mail: projetos@acidadeprecisa.org

Enviar: nome, idade, telefone e informar caso apresente alguma necessidade específica de acessibilidade.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até 1 de outubro, desde que haja vagas disponíveis.

Em uma madrugada de 2020, vendo um mapa de 1930 da Vila Mariana, tive uma enorme descoberta: ao lado da minha casa passa um córrego. A vazão desse achado culminou na elaboração do projeto de desenho no urbano: ‘Por aqui passa o Córrego do Sapateiro’. Nas contradições da cidade de hoje, que não nos permite romper o asfalto para fazer aflorar os córregos ocultos ao ar livre, busquei algum modo tornar essa descoberta pública, representificando o traçado do córrego de forma visível ao longo de seu trajeto no bairro.

Em uma tarde de deriva urbana foram demarcados em pontos ao longo do trajeto ‘Por aqui passa o Córrego do Sapateiro’ com duas máscaras de stencil: uma laranja, que delimita a malha urbana e o parque, e outra azul, que desenha o córrego. Com o tempo as sinalizações foram se tornando conhecidas e preservadas pelos moradores do bairro.

Como uma continuidade ao projeto a convite da Associação de Moradores da Vila Mariana, foi encomendado um mural de grandes dimensões (3,0 x 2,4 m) demarcando os traçados dos córregos do Sapateiro, Guaríba e Boa Vista, que abastecem os lagos do Ibirapuera e seguem seu fluxo até as águas do Rio Pinheiros. O projeto consistiu desde a concepção e design do mapa, corte a laser das máscaras de stencil e execução do mural, que foi inaugurado juntamente a revitalização da nascente do Córrego do Sapateiro em 3 de setembro de 2021 em clima de festa.

No contexto da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo — Extremos: Arquiteturas para um mundo quente – em consonância com o eixo Conviver com as águas – o projeto ressurge através de um percurso que vai do topo do espigão até a Oca. A proposta busca revelar indícios hídricos presentes no território onde a bienal está inserida, promovendo um contato cartográfico com os afloramentos das águas que alimentam os lagos do parque e reativando os stencils que deram origem ao projeto cinco anos atrás.

Gabriel Neistein é Arquiteto Urbanista formado pela FAU USP, com escritório no Bom Retiro. Desenvolve projetos de arquitetura em várias escalas, desde buscando diálogo entre o desenho arquitetônico e práticas artísticas ligadas ao território.

Ponto de encontro: Rua Rino Pieralini, 81 – 350m do Metrô Vila Mariana | 14h30
Chegada: Bienal de Arquitetura – Oca, Parque Ibirapuera

Gratuito

Vagas: 40

Inscrições:
As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.
A seleção será feita por ordem de inscrição.
As inscrições estarão abertas até 4 de outubro.

TERRITóRiO do Rio Bixiga: Refloresta Canudos

Dando continuidade ao cultivo da horta Denuzia, localizada dentro do Território (Parque) do Rio bixiga — realizada de forma comunitária e voluntária todos os domingos, há três anos — propomos, durante a 14ª Bienal de Arquitetura, compartilhar essa vivência com uma programação de atividades sympoéticas.

Descrição das atividades do laboratório:

Macumba poética desmassacre Canudos Rio Bixiga

Construção de pequenas casas de pau a pique (bioconstrução), espalhadas pelo espaço da horta Denuzia, criando um grande mapa-vodu que funde as imagens e histórias do que foi canudos e do que é hoje o território do Rio Bixiga, propondo um desmassacre mútuo desses ecossistemas, que se unem na mesma luta pela terra e por modos de existência coletivos. Provocando a reflexão dos participantes sobre uma arquitetura que conflui com a natureza, autonomia das comunidades quilombos, indígenas e marginalizadas na construção de suas casas, e a relação entre construção e rito. Propomos essa “acupuntura – vodu” no território, como prática de chamado à floresta e Rio Bixiga.

Datas 21/09 – 28/09 das 10h às 14h com picnic e bate papo de troca de experiências no final.
Local Horta Denuzia localizada no Território do Rio Bixiga. Rua Jaceguai, 548 – Bixiga

Selva das Cidades, oficina de florestas e o pós concreto

Leitura coletiva da peça “Selva das Cidades” de Bertolt Brecht. E roda de conversa sobre a experiência do teatro oficina dessa montagem e a luta pelo Parque do Rio Bixiga.

A montagem do Teatro Oficina, com direção de José Celso Martinez Corrêa e cenografia de Lina Bo Bardi, é uma referência importante na história do teatro brasileiro, sendo uma reação às transformações urbanas e a um período de ditadura militar. Hoje queremos nos ligar a essa história de (re)existência para fomentar nossos questionamentos sobre as necessidades e possibilidades de reflorestar as cidades e vivenciar uma sociedade “pós concreto”, refletindo sobre quais ações diretas e planejadas temos que aplicar para desarmar a realidade de cimento armado imposta as cidades de concreto, como será as cidades sem todo esse concreto? pra onde vai e o que podemos fazer com todo esse concreto? Como podemos ajudar a terra a se libertar da situação de refém da impermeabilização de concreto armado que ela vive nas cidades?

Data: 05/10 10h as 14h com picnic no final.
Local Horta Denuzia localizada no Território do Rio Bixiga. Rua Jaceguai, 548 – Bixiga

Gratuito

Não é necessário se inscrever.

O curta-metragem A Força da Forma apresenta o percurso de pesquisa, concepção e execução de uma solução estrutural inédita: uma viga lenticular fletida em madeira, desenvolvida para galpões industriais de cobertura leve. O filme documenta em detalhe o processo de concepção e execução da obra, além de reunir depoimentos de referências internacionais no campo da engenharia de estruturas em madeira:

Eric Karsh — Engenheiro estrutural canadense, fundador da Equilibrium Consulting e referência internacional em edifícios altos em madeira.

Evy Slabbinck — Engenheira-arquiteta belga-suíça, diretora da Design-to-Production e referência em design paramétrico e estruturas bending-active.

Stefan Rick — Engenheiro suíço da SJB Kempter Fitze, referência em estruturas de madeira de grandes vãos e formas geométricas complexas.

O desenvolvimento da solução, que reduz em cerca de 50% o consumo de matéria-prima em comparação a sistemas tradicionais, demanda uma nova metodologia de concepção estrutural, na qual a manipulação da forma e da rigidez se torna o principal instrumento de projeto. Em contraste com o paradigma convencional, em que a resistência é obtida pela adição de material, aqui a força decorre da geometria, concebida a partir de uma abordagem paramétrica que integra cálculo estrutural, contexto construtivo e arquitetura.

O trabalho foi apresentado em fóruns científicos de relevância internacional, incluindo a World Conference on Timber Engineering, Oslo, 2023; e a International Association of Shell and Spatial Structures – IASS, ETH Zurique, 2024. (https://app.iass2024.org/files/IASS_2024_Paper_589.pdf)

A mostra será acompanhada de uma mesa de debate dedicada à discussão das perspectivas para soluções estruturais de baixo impacto e de larga escala no contexto latino-americano, com o objetivo de fomentar a reflexão acadêmica e profissional sobre metodologias de projeto capazes de articular viabilidade econômica, eficiência construtiva e responsabilidade ambiental.

Arquitetura: aflalo/gasperini arquitetos
Engenharia: ITA Engenharia em Madeira

Gratuito

IABsp – Rua Bento Freitas, 306 – Vila Buarque – São Paulo – SP

Não é necessário realizar inscrição. Evento sujeito à lotação.

Essa obra também foi selecionada para a Bienal, sendo apresentada na Oca com modelo físico, exibição do curta e painéis de documentação do processo construtivo.

O debate Meios de Produção explora como o conhecimento arquitetônico é produzido por meio de uma variedade de mídias — desenho, filmes, publicações, encontros, maquetes, obras de arte e materiais de construção — e como essas formas moldam não apenas a arquitetura, mas também as comunidades e os imaginários ao seu redor. Indo além dos processos convencionais de projeto, as falas dos convidados consideram métodos de jogo, experimentação e participação coletiva como ferramentas vitais para reimaginar a produção material. Além de apresentar processos de projetos, as trajetórias de Jane Hall, Felipe Carnevalli, Mariana Meneghetti e da curadora Marcella Arruda, questiona como abordagens criativas e colaborativas podem desafiar as narrativas dominantes de progresso e, em vez disso, priorizar o cuidado, a resiliência e a justiça social. Arquiteturas para um mundo quente que se expressam através de esculturas sociais, projetos editoriais, intervenções espaciais e alianças com movimentos e comunidades, em processos colaborativos, experimentais e experienciais.

Jane Hall

A primeira a receber a Bolsa Lina Bo Bardi do British Council e membro fundadora do coletivo de arquitetura Assemble, vencedor do Prêmio Turner em 2015. Jane concluiu seu doutorado no Royal College of Art, em Londres, onde sua pesquisa analisou o legado de arquitetos modernistas no Brasil e no Reino Unido no período imediatamente posterior à guerra. Jane é Diretora de Estudos de Arquitetura no Emmanuel College, Universidade de Cambridge, e Bye-Fellow no King’s College, Universidade de Cambridge, especializada nas interseções entre gênero e arquitetura. Jane é autora de três livros sobre o tema: Breaking Ground: Architecture by Women, Woman Made e Making Space.

Felipe Carnevalli

Designer, arquiteto formado pela Universidade Federal de Minas Gerais e mestre em Arquitetura e Urbanismo pela mesma instituição. É coeditor de PISEAGRAMA e organizador de Cosmopolíticas editoriais, uma plataforma de pesquisa e desenvolvimento de projetos editoriais que busca produzir espaços de encontro entre mundos através dos livros. Realiza também pesquisas, cursos, oficinas e seminários sobre livros, publicações e design editorial em contextos independentes que ampliam vozes, pontos de vista, histórias e culturas marginalizadas pelo circuito hegemônico.

Mariana Meneghetti

Arquiteta interdisciplinar e pesquisadora radicada no Rio de Janeiro – Brasil. Mestre em Arquitetura – Teoria e História do Projeto (2021) pela PUC-Rio, com Graduação em Arquitetura e Urbanismo (2013). Educação Continuada em Literatura, Arte e Pensamento Contemporâneo (2018) e no Curso Fundamentação de Artes na EAV Parque Lage (2011). É cofundadora do Entre, grupo com o qual investiga a arquitetura e as transformações urbanas por meio de relatos verbais. Foi coautora das publicações “8 Reações para o Depois”, (Rio Books, 2019) e “Entre: Entrevistas com Arquitetos”, (Vianna e Mosley, 2013). Participou da pesquisa para “Muros de Ar” – o Pavilhão do Brasil na 16ª Bienal de Arquitetura de Veneza; da X Bienal de Arquitetura de São Paulo e da XIII Bienal de Arquitetura de Buenos Aires.

Marcella Arruda

Artista transdisciplinar, curadora e pesquisadora de São Paulo (BR), atualmente radicada no Rio de Janeiro (BR). Mestre em planejamento urbano pelo PROURB-UFRJ, graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Escola da Cidade-SP, e em Interactive Media Design pela Royal Academy of Arts, em Den Haag (Holanda). Por meio de intervenções, performances, esculturas sociais, curadoria de encontros culturais e programas político-pedagógicos, Marcella investiga envolvimentos: relações entre corpo e ambiente na construção simbólica de agência e pertencimento. Está como presidente do Instituto A Cidade Precisa de Você, que tem como foco a ativação e melhoria dos espaços públicos urbanos para a criação de cidades mais justas e sustentáveis, é co-fundadora da Rede Brasileira de Urbanismo Colaborativo; e co-curadora da 14a Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo EXTREMOS.

Gratuito

Inscrições
As inscrições devem ser feitas aqui.
A seleção será feita por ordem de inscrição.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Ação Pantanal consiste na apresentação dos projetos e atividades desenvolvidos em bairros localizados na bacia do rio Tietê na zona leste de São Paulo (Vila Nova União, Jardim Lapenna e Jardim Helena), conhecidos em conjunto como Pantanal, área sujeita a inundações periódicas e objeto de diversos projetos da gestão pública. Retoma um projeto elaborado inicialmente por ZL Vórtice, coordenado por Nelson Brissac, agora em parceria com professores da FAU e da EE Mackenzie, com a coordenação de Afonso Castro.

10h às 13h – Mesa 1
Leituras e mapeamento desse território crítico, um histórico das transformações socioambientais e dos projetos desenvolvidos na área.

Abertura – Nelson Brissac / Afonso Castro

União de Vila Nova – Renato Daud (CDHU), Paulo Santiago (NUA)

Jardim Helena – Afonso Virgillis / Bruno Pecini (EE Mackenzie), Luciano Silva (USJT)

Jardim Lapena – Denis Neves / Mari Anna Firmino (ArqCoop+), Fabiano Tock (Tide Setubal)

Fronteiras Metropolitanas – Carmem Silva (MSTC)

14h às 17h – Mesa 2
Serão apresentadas soluções inovadoras de drenagem e urbanização, guias e metodologias elaboradas por universidades e diferentes agências governamentais (FCTH, SMVMA, SDUH). O foco são soluções sociotécnicas desenvolvidas com os moradores, novos parâmetros de políticas públicas.

Abertura – Marcos Monteiro (Secretário SIURB)

Tipologias urbanas modulares – Mirtes Luciani (SDUH)

Planos Verdes – Ligia Pinheiro (SVMA)

Cadernos de drenagem – Antonia Guglielmi (SIURB) / André Sosnoski (FCTH)

Infraestrutura Verde – Elisa Ramalho Rocha (USJT)

Diretrizes para o manejo de águas pluviais urbanas – Luiz F. Orsini Yazaki (Consultor)

Gratuito

Inscrições

As inscrições para a Mesa 1 devem ser feitas aqui.

As inscrições para a Mesa 2 devem ser feitas aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Além do Fórum de Debates a Ação Pantanal prevê diversas atividades:

Visitas guiadas aos três bairros que compõem a área do Pantanal.
26/09 – Vila Nova União
30/09 – Jardim Helena
07/10 – Jardim Lapenna

10/10 – Centro MariAntônia, da USP, e Canteiro Experimental do Mackenzie

Em breve será disponibilizado um link com mais informações.

Panorama Urgente! O espaço como ato de permanência visa trazer para a Bienal uma situação urbana crítica: o Jardim Panorama e o Complexo Paraisópolis, na iminência de projetos de reurbanização conduzidos pela Prefeitura, no escopo da Operação Urbana Consorciada Faria Lima. A proposta é coordenada por Cristina Wehba, representante do IABsp na OUC Faria Lima, André Dal`Bó, professor representante da FAUUSP e Nelson Brissac (PUC-SP).

O Jardim Panorama, uma comunidade historicamente ameaçada de remoção, está situada ao lado de grandes empreendimentos imobiliários, às margens do Canal do Pinheiros. Trata-se de área estratégica na reestruturação metropolitana, impulsionada pelo projeto Novo Rio Pinheiros e pela implantação do Parque Bruno Covas. Um processo que pode acentuar a desigualdade social e a exclusão dos moradores da comunidade das habitações de interesse social e dos espaços públicos projetados.

No mesmo perímetro, as comunidades de Paraisópolis, Jardim Colombo e Porto Seguro formam uma das maiores favelas da cidade, um território de enorme complexidade social, urbana e ambiental, alvo de diversos projetos de pesquisa e intervenções promovidas pelo poder público. Tal como o Jardim Panorama, a favela também está implantada em uma topografia com grandes declividades e com a presença de vários córregos, acarretando significativo desafio para soluções de drenagem e urbanização.

As atividades propostas no âmbito da Bienal consistem em apresentações no auditório da Oca (dia 14/10), que busquem situar as localidades no contexto do redesenho da metrópole, com os projetos da gestão governamental e a questão da participação social na definição das políticas públicas.

Também serão apresentados projetos artísticos, preparando intervenções no território (dia 18/10).

Ao aproximar pesquisa, arte e ação comunitária, a proposta afirma o espaço como ato de permanência e reivindica que a reurbanização assegure inclusão, moradia digna e acesso qualificado aos espaços públicos para quem constrói, diariamente, a cidade — com intercâmbio de experiências entre territórios como base para coalizão política, participação efetiva e incidência nas decisões.

Equipe:
Cristina Wehba — arquiteta urbanista, doutora (FAU USP), representante do IABsp na OUCFL.
André Dal’Bó — arquiteto urbanista, professor FAU/Design-USP, pesquisador associado à Université Paris Nanterre.
Nelson Brissac — filósofo, doutor (Sorbonne), organizador do Arte/Cidade. Samira Rodrigues — arquiteta urbanista, mestre (FAU USP), representante do IABsp no CMH e no Conselho ZEIS; conselheira CAU/SP (ATHIS).
Cristiane Farah Kairalla — pedagoga, especialista em educação, arte e cultura popular e em educação ambiental.
Moradores e lideranças do Jardim Panorama

Agenda (eventos abertos ao público)

14 de outubro de 2025 – Auditório da OCA (Parque Ibirapuera)
Dia de debates e apresentações que buscam situar os territórios no contexto do redesenho da metrópole, discutindo os projetos da gestão governamental e a importância da participação social na definição das políticas públicas.

10h às 13h – Panorama Urgente – Panorama 

As inscrições podem ser feitas aqui.

14h às 17h – Panorama Urgente – Paraisópolis

As inscrições podem ser feitas aqui.

15 de outubro de 2025 – IABsp (Rua Bento Freitas, 306 – República)
Continuidade das discussões, com foco nas articulações institucionais e nos desdobramentos do projeto, reforçando o intercâmbio de experiências e a construção coletiva entre diferentes atores e territórios.Também haverá a apresentação de projetos artísticos, preparando o terreno para as intervenções no Jardim Panorama.

18 de outubro de 2025 – Jardim Panorama (16h–22h)
Local: acesso pela Rua Pedro Avancine, 130
Evento de encerramento no território, com videomapping, dinâmicas participativas e grande ato do coletivo Panorama LAB.

Inscrições:

As inscrições para a atividade do dia 18 podem ser feitas pelo e-mail panoramaurgente@gmail.com, informando nome completo, profissão e um breve texto sobre os motivos do interesse. O número de WhatsApp pode ser incluído de forma opcional.

A participação é livre, gratuita e sem limite de vagas. Todas as atividades são abertas e gratuitas, buscando fortalecer a aproximação entre público e comunidade.

Ao se inscrever e participar, as pessoas autorizam automaticamente o uso de sua imagem em registros fotográficos e audiovisuais do projeto.

Pavilhão da Oca | 1º andar | Lab Vivo

A palestra “Construindo com Fibras: Três Abordagens” convida o público a explorar o potencial das fibras como material de construção a partir de três caminhos principais: matéria, geometria e fabricação. Trata-se de uma jornada que conecta pesquisa, prática e experimentação, revelando como as fibras podem assumir um papel central na arquitetura contemporânea.

O percurso começa pela matéria, explorando as propriedades intrínsecas das fibras e suas possibilidades de transformação em compósitos híbridos. Essa dimensão envolve compreender a fibra não apenas como um recurso natural, mas como um material construtivo com desempenho próprio, capaz de responder a desafios estruturais e ambientais. A segunda abordagem é a geometria, que investiga como diferentes padrões de organização influenciam a performance estrutural, a estética e a materialidade dos objetos arquitetônicos. As fibras, ao serem dispostas em diversas direções, densidades e camadas, geram resultados distintos, ampliando o repertório de soluções arquitetônicas e demonstrando como a lógica do material pode orientar o processo de projeto. A terceira dimensão é a fabricação, onde teoria e concepção encontram a prática. Por meio de processos digitais e robóticos, a pesquisa demonstra como a fabricação pode potencializar a expressividade e a eficiência das fibras, permitindo a criação de estruturas complexas e ao mesmo tempo leves. Essa abordagem conecta diretamente a experimentação acadêmica com aplicações arquitetônicas, evidenciando como fluxos de trabalho computacionais e robóticos abrem novas fronteiras para a construção. Ao longo da palestra, diferentes projetos são apresentados como exemplos concretos dessas três abordagens, mostrando como a combinação entre matéria, geometria e fabricação resulta em explorações arquitetônicas inovadoras, de baixo impacto ambiental e alto desempenho. O destaque recai sobre o uso de fibras naturais, que se apresentam como biomateriais promissores para a construção sustentável e regenerativa, capazes de unir tradição, inovação e responsabilidade ambiental.

Rebeca Duque Estrada é arquiteta brasileira baseada em Stuttgart e pesquisadora no Institute for Computational Design and Construction (ICD). Mestre em Open Design pela Humboldt University of Berlin e Universidad de Buenos Aires, e em Arquitetura pelo programa ITECH da Universidade de Stuttgart, sua pesquisa explora a interseção entre design computacional, fabricação robótica e inovação em materiais. Com foco em sistemas híbridos de fibras naturais e madeira, investiga arquiteturas ultraleves e sustentáveis. Rebeca é docente e orientadora de trabalhos de mestrado no programa ITECH e contribuiu para diversos protótipos arquitetônicos premiados. É palestrante TEDx e ex-residente do Autodesk Build Space, tendo apresentado seu trabalho em diferentes contextos acadêmicos e profissionais.

Gratuito

A produção global de plásticos derivados do petróleo cresce em ritmo muito superior à reciclagem. No Brasil, apenas um quarto das quase 15 milhões de toneladas anuais volta ao ciclo produtivo. Mais do que reduzir o uso de matéria-prima virgem, é preciso regenerar: transformar resíduos já existentes em recursos para um futuro mais sustentável.

É nesse contexto que surge a Linha Trilha, primeiro projeto da Novidário em Economia Circular. A coleção foi criada a partir da matéria-prima Lynx — chapas de polipropileno e polietileno reciclados — resultado de mais de um ano de pesquisa em colaboração com a Arte 8, oficina especializada em reciclagem criativa. Inspirada no movimento Precious Plastic, a Arte 8 coleta resíduos pós-consumo de diferentes origens (residencial, industrial e voluntária) e os transforma em chapas aplicadas em mobiliário, revestimentos, objetos e obras de arte.

Cada peça da Linha Trilha simboliza esse processo de regeneração: resíduos que antes estariam no meio ambiente retornam como mobiliário coletivo. Combinando alumínio e plásticos reciclados, as peças foram pensadas para ambientes urbanos de alto uso, unindo resistência e leveza em suas formas orgânicas inspiradas na natureza. Ao mesmo tempo, sua modularidade e versatilidade permitem diversas composições criando cenários dinâmicos de encontro na cidade.

A Novidário é um estúdio de design e mobiliário criativo que transforma espaços de convívio e fortalece relações. Fundada por Luciana Sobral e José Machado, a marca combina expertise industrial e visão criativa, aplicando princípios circulares para oferecer soluções inovadoras e humanas. Seu propósito é simples e ambicioso: criar um design bom para o mundo e para todos.

Esta será uma palestra compartilham o processo de introdução da matéria-prima Lynx no mercado e mostram como resíduos urbanos foram transformados em mobiliário coletivo e que reintegra resíduos plásticos ao ciclo produtivo, transformando o que seria descartado em design durável, belo e coletivo.

Gratuito

Vagas: 20

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.
Um e-mail de confirmação será enviado previamente.
A seleção será feita por ordem de inscrição. Haverá reserva de ao menos 2 vagas afirmativas por turma.

A Justiça Térmica é um conceito emergente que busca compreender e enfrentar os riscos gerados pelo calor nas cidades, articulando dimensões ecológicas, tecnológicas e sociais. O aumento das ondas de calor, agravado pela urbanização densa e pela desigual distribuição da vegetação, não afeta todos da mesma maneira: populações periféricas e grupos historicamente marginalizados estão em maior vulnerabilidade. Por isso, discutir a Justiça Térmica implica também falar de Justiça Ambiental, da forma como o direito ao conforto térmico e ao abrigo se distribui no espaço urbano, e de como as políticas públicas podem garantir equidade diante da crise climática.

O painel propõe um diálogo a partir de experiências do Norte e do Sul Global, explorando como árvores e vegetação urbana podem atuar como infraestrutura viva para mitigar o calor e fortalecer a equidade socioespacial. Para isso, partimos de quatro dimensões fundamentais da justiça: distributiva, que trata da justa alocação de recursos e benefícios como sombra e conforto; de reconhecimento, que exige atenção aos grupos historicamente invisibilizados nas decisões urbanas; de capacidades, que considera não apenas a provisão de bens, mas as condições concretas para que indivíduos e comunidades possam viver e prosperar; e procedimental, que reforça a importância da participação e de processos inclusivos na tomada de decisão.

O painel contará com três pesquisadores convidados: Lucas Gobatti, Engenheiro-Arquiteto pela POLI-USP e FAU-USP, estudante de doutorado no MIT Senseable City Lab (Estados Unidos) e ETH Zürich (Suíça), e pesquisador em clima urbano e infraestrutura verde-azul, com trabalhos que integram modelagem climática, justiça socioambiental e políticas públicas. Gabriela Alves, Cientista Social pela UNIFESP e Urbanista Social pelo Insper, Co-fundadora e Diretora do Instituto Perifa Sustentável, atua com inovação social, justiça racial e ambiental, transição energética justa e desenvolvimento comunitário em territórios periféricos. Rodrigo F. Iacovini, Doutor em Planejamento Urbano e Regional pela FAUUSP e graduado em Direito pela UFC, é Diretor Executivo do Instituto Pólis, onde Coordena a Escola da Cidadania, é parte do Comitê Gestor do Programa Cidades Verdes Resilientes do Governo Federal, além de atuar como consultor para organizações da sociedade civil em processos de planejamento estratégico e avaliação institucional.

Ao reunir perspectivas interdisciplinares e trajetórias diversas, o painel busca ampliar a compreensão da Justiça Térmica como um campo de ação e reflexão que conecta o direito à cidade com a urgência climática, contribuindo para práticas urbanas mais inclusivas e resilientes.

Gratuito
Inscrições:


As inscrições devem ser feitas aqui.
A seleção será feita por ordem de inscrição.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Em um planeta que confronta os seus limites perante eventos climáticos extremos, a arquitetura e o urbanismo são chamados a uma revisão profunda do seu papel. Mais do que refletir, é necessário elaborar propostas radicais e soluções concretas. É nesta fronteira que a cidade do Rio de Janeiro se inscreve como um laboratório vivo que forja os alicerces de um novo pacto entre urbano e natural — onde a cidadania se entrelaça com a preservação e a integração da natureza no tecido urbano.

A participação da cidade do Rio de Janeiro na 14ª Bienal é a celebração do diálogo entre o urbano e o natural, que resulta em soluções urbanas únicas e inclusivas, pavimentando o caminho para uma tradição urbana carioca contemporânea. A cidade apresenta um portfólio de intervenções que traduzem em realidade os eixos curatoriais da Bienal, demonstrando que é possível conciliar resiliência climática com justiça social. Em uma estratégia multifacetada, o Rio segue na missão de se reinstituir como cidade-floresta a partir de um reflorestamento urbano manifesto em diversas as escalas, da vitalidade das hortas comunitárias e quintais produtivos à grandiosidade dos parques urbanos e à reconexão com suas florestas.

Extensa, topograficamente dramática e socialmente plural, o Rio de Janeiro — uma cidade-mundo — encarna o dilema central do nosso século: orquestrar uma transição socioecológica justa em meio a complexidades incontornáveis. Sua complexidade, inerente a um centro urbano de relevância mundial, amplifica tensões e potencialidades, exigindo operações em múltiplas escalas — do macro ao micro — sob o imperativo de integrar justiça social, planejamento urbano e ação climática.

O Rio de Janeiro, portanto, não vem à Bienal apenas para exibir projetos, mas para compartilhar um modelo de gestão urbana que entende a cidade como um ecossistema integrado. Apresentamos um conjunto de respostas que nascem do chão urbano da cidade e também da terra úmida da floresta, na firme convicção de que a arquitetura que precisamos para o futuro já está sendo construída, hoje, nas encostas, nas várzeas e no asfalto da capital fluminense.

Implantação do projeto: China
Desenvolvimento do projeto: China

A Natureza no Edifício
O Tank Shanghai Art Center está localizado às margens do Rio Huangpu, na área de West Bund, parte de um grande projeto de transformação da antiga zona industrial em uma vibrante comunidade à beira-rio.

O local específico do Tank Shanghai já foi parte de um aeroporto abandonado com tanques de combustível de aviação desativados, que passou por um longo e rigoroso processo de descontaminação antes da reurbanização.

Enquanto preservava cuidadosamente os tanques de óleo e os transformava em diferentes espaços artísticos, a OPEN “convidou” a natureza para transformar todo o local — outrora pavimentado em concreto e quase sem grama — em um parque urbano aberto a todos. O Centro de Artes está, então, perfeitamente integrado a essa floresta urbana e gramado recém-criados, sem revelar onde a arquitetura começa ou termina. É um centro de artes sem fronteiras — emblemático da visão desta instituição única para a arte contemporânea.
Central para o design é a fusão entre arquitetura e paisagem por meio de uma “Superfície-Z” em forma de Z — uma extensão paisagística de cinco hectares com árvores e gramíneas que conecta os cinco tanques e integra os diferentes elementos do local. A Superfície-Z traz benefícios estéticos e práticos para seu contexto à beira-rio, que desfruta de 115 metros de extensão de costa. A vegetação luxuriante cria uma área verde atraente e urgentemente necessária em uma cidade com apenas 17,56% de espaço verde, contribuindo para a restauração ecológica e o retorno da vida animal.

Ladeando o lado sul da praça, uma “Floresta Urbana” fornece sombra e vegetação tão desejadas pelos residentes urbanos. A leste, uma praça gramada oferece espaço aberto para lazer e eventos ao ar livre, funcionando também como área de apoio para grandes públicos durante festivais.

Programaticamente, as variadas configurações espaciais e o design flexível permitem que a instituição realize diversas exposições, performances e atividades comunitárias. Apesar dos desafios estruturais de adaptar os tanques, a renovação preserva muitas de suas características industriais originais, mantendo um diálogo entre o passado e o presente.
Em resumo, o Tank Shanghai transformou containers de combustível em containers de cultura e vida, conectando pessoas, arte e natureza. Ele se ergue como um equalizador social que atrai e generosamente acolhe pessoas de todos os caminhos da vida.

Sobre a OPEN:
A OPEN é um escritório de arquitetura que colabora entre diferentes disciplinas para praticar projetos arquitetônicos, urbanos, paisagísticos e de interiores. Também pesquisamos e desenvolvemos estratégias de design no contexto dos desafios sem precedentes que nossa geração e as futuras enfrentam.

A OPEN foi fundada por LI Hu e HUANG Wenjing na cidade de Nova York e estabeleceu seu escritório em Pequim em 2008. Alguns de seus principais projetos incluem: Sun Tower, Shanfeng Academy, Chapel of Sound, Shanghai Qingpu Pinghe International School, UCCA Dune Art Museum, Tank Shanghai, Pingshan Performing Arts Center, Tsinghua Ocean Center, Garden School/Beijing No.4 High School Fangshan Campus e Gehua Youth and Cultural Center.

Desde a primeira edição, em 2023, o Seminário Emergência Climática e Cidades (SECC), vem evidenciando os impactos das mudanças climáticas no meio urbano e a necessidade de revisão do atual modelo de desenvolvimento. Se no I SECC o foco esteve em pautar as emergências climáticas na gestão urbana, a segunda edição avançou para a discussão sobre implementação de soluções.

A publicação Emergência Climática e Cidades apresenta o registro do seminário realizado nos dias 28 e 29 de maio de 2025, na sede do IABsp, na cidade de São Paulo em parceria com a Escola da Cidade. A publicação reúne as questões mais relevantes debatidas nas quatro mesas do evento: Da cidade carbocêntrica à cidade ecológica: visões para reimaginar a sociedade; Transformando planos em ação: políticas públicas para cidades resilientes; Corpos em crise: a cidade e a saúde em um planeta quente; Quem paga a conta? O financiamento de cidades adaptadas e justas.

Voltada a arquitetos, urbanistas e demais interessados, a publicação busca consolidar um marco de referência sobre a interseção entre as agendas de clima e cidade, capaz de inspirar a prática profissional, a formulação de políticas públicas e a formação acadêmica. O lançamento integra também o Circuito Urbano da ONU-Habitat no Brasil.

Autores da publicação: Adrielly Carneiro, Cristiane Amaral, Estela Macedo Alves, Hannah Arcuschin Machado, Julia Reis, Lara Torres, Leandro Fontana, Luiz Florence, Maiara Enes Appugliese e Taiara Cifuentes.

Sobre o GT Clima e Cidade
O Grupo de Trabalho Emergência Climática e Cidades do IABsp atua para fomentar a discussão sobre as ações para mitigar os efeitos dos eventos climáticos extremos e estratégias de adaptação e mitigação nas áreas urbanas no Brasil.

A união de experiências e técnicas construtivas pelo mundo está deixando as casas de terra cada vez mais econômicas, sustentáveis e belas!

São técnicas e pesquisas espalhadas por todo o mundo. Aqui temos um pouco da França, que com o Craterre/ENSAG, possui uma pós dedicada exclusivamente a arquitetura e construção com terra. Um pouco de outras partes do mundo, inclusive da África, nosso continente irmão, de onde vieram várias técnicas que se mesclaram com outras tantas já utilizadas pelos povos originários do Brasil.

As obras nacionais contemporâneas aqui expostas mostram um pouco da versatilidade do uso da terra. O MST que mobiliza mutirões para a construção de edificações em terra nos assentamentos. E algumas residências que ajudam a romper alguns paradigmas ainda presentes no Brasil. A casa pode ser de alto padrão ou sem padrão algum, apenas apropriadas ao seu contexto. Enfim, a terra está em todo lugar, sendo utilizada nos mais diversos formatos.

Nos unimos aqui para difundir ao máximo esse conhecimento. Não existe uma grande indústria interessada no tema, logo, não existe publicidade. A terra quase sempre é gratuita. Está debaixo dos nossos pés. Ainda somos poucos, mas estamos muito seguros do que estamos fazendo. Além da casa ficar mais saudável, estamos emitindo muito menos CO2 durante e depois da construção. Nós, arquitetos e construtores, somos extremamente responsáveis pela degradação do planeta. A construção civil é uma das maiores responsáveis pela emissão de CO2 do planeta. Cabe a nós decidirmos o material construtivo que mais se adeque à necessidade urgente de mudarmos esse cenário.

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

A sessão convida para debate sobre o papel estratégico das escolas para minimizar o impacto das crises socioambientais, especialmente da crise climática, nas crianças e toda a comunidade escolar, através da adaptação da infraestrutura a partir da combinação da implementação de Soluções Baseadas na Natureza, estratégias bioclimáticas e naturalização dos espaços externos.

Visto que as escolas são equipamentos numerosos e bem distribuídos pelos territórios, exercem papel central na vida das crianças e suas famílias, fazem parte do cotidiano, funcionam como lugar de convivência comunitária, integram a rede de proteção social e são centros de irradiação de conhecimento e cultura. Eventos extremos, como ondas de calor, deslizamentos, secas e enchentes, cada vez mais frequentes e intensos, têm interrompido as atividades educacionais, prejudicando não apenas o processo de ensino-aprendizagem, mas também a saúde física e emocional de estudantes e profissionais da educação.

Se de um lado, precisamos pensar em ações que prevejam os piores cenários, devemos também nos preparar para os impactos das mudanças climáticas no dia a dia das escolas. Nesse sentido, a Natureza se apresenta como uma aliada fundamental. Ela contribui não apenas para a regeneração dos espaços escolares – tornando-os mais verdes e resilientes -, mas também para reduzir o déficit de Natureza na vida das crianças, favorecendo seu desenvolvimento integral e a vivência de um currículo vivo, crítico e pautado na ética do cuidado. Esses benefícios convergem para fortalecer a garantia do direito a uma educação de qualidade, promotora de saúde e bem-estar.

Esta sessão irá contar com a presença de:
Jerá Guarani, líder indígena e ativista da etnia Guarani Mbya

Pedro Linhares, Coordenador-Geral de Infraestrutura Educacional no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)

Rachel Trajber, coordenadora do Programa Cemaden Educação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN)

Luiz Miguel Martins Garcia, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME)
Jaume Barnada, arquiteto e urbanista, coordenador do projeto Refúgios Climáticos, em Barcelona.

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Proponentes: Arq. Profa. Dra. Renata Priore Lima (UNIP); Arq. Ms. Antonio Castelo Branco Teixeira Jr. (Amora Perdizes); Arq. Profa. Dra. Beatriz de Almeida Pacheco (UNIP); Arq. Ms. Thamires Zelinda dos Santos Souza (FAU Mackenzie).

Essa oficina será um espaço de reflexão e ação coletiva, centrado na relação entre a cidade e suas águas. O debate inicial trará registros de caminhadas realizadas previamente pelas duas bacias vizinhas (Água Preta e Sumaré), levantando questões sobre como articular soluções locais com o planejamento integrado da bacia hidrográfica. A discussão abordará projetos de drenagem sustentável e infraestruturas verde-azuis, explorando desde técnicas de microdrenagem, como pavimentos permeáveis, jardins de chuva, lagoas de biorretenção e biovaletas; até estratégias de macrodrenagem em escala territorial, como parques lineares, parques inundáveis e corredores ecológicos, que promovem a retenção e infiltração da água no tecido urbano.

Partindo de caminhadas técnicas pelas bacias dos córregos Sumaré e Água Preta, que são áreas marcadas por nascentes encobertas, projetos piscinões sobre praças e a degradação de áreas verdes protegidas, a atividade busca identificar conflitos e oportunidades para implantar Soluções Baseadas na Natureza (SBN) e desenvolver propostas, por meio de maquete e croquis.
Esta oficina surge da urgência em repensar o papel da arquitetura e do projeto urbano diante da crise hídrica e climática em São Paulo. O foco está sobre estas duas bacias hidrográficas (Sumaré e Água Preta), localizadas na Zona Oeste da cidade de São Paulo, que abrigam córregos canalizados e obras inacabadas de infraestrutura cinza, além de testemunharem a redução de áreas verdes devido à remoção da cobertura vegetal para dar lugar a novos condomínios. A isso, somam-se projetos institucionais de piscinões sobre praças arborizadas e novas estações de metrô, que agravam as inundações na área e a formação de ilhas de calor. Diante desse cenário, propõe-se um laboratório prático para redesenhar as infraestruturas urbanas. A iniciativa demonstra como a arquitetura pode mediar a relação entre técnica e território, convertendo espaços degradados em sistemas multifuncionais que integram drenagem, biodiversidade e uso público.

Vagas: 120

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até 5 de outubro de 2025.

Pavilhão da Oca | 1º andar | Lab Vivo

A oficina propõe praticar a precariedade como potência poética na arquitetura. Inspirados por referências como Cecilia Vicuña, Antonio Bispo, Manoel de Barros e Bachelard, os participantes criarão pequenas construções efêmeras exercitando formas de habitar que tecem caminhos possíveis de envolvimento com o mundo.

Vitor Barão

Biólogo e Mestre em Ciências pelo Dpto. de Botânica da USP, fotógrafo e cozinheiro autodidata, atua como artista multidisciplinar entre as linguagens da arte, ciência, natureza, cozinha e tecnologia. É pesquisador, consultor e professor de biomimética, documentarista de processos criativos e co-fundador do Gramáticas da Natureza que atua com educação, ciência e poética.

Carolina Coronato

Artista e educadora, desenvolve sua pesquisa e prática artística a partir da construção de cartografias – representações estético-poéticas de territórios subjetivos – lugares onde se materializam percepções e atravessamentos nascidos no encontro com e na natureza. É cofundadora do Gramáticas da Natureza, abordagem que propõe modos poéticos de relação com o mundo natural.

Gramáticas da Natureza

Gramáticas da Natureza é uma plataforma que investiga modos de conhecer e experienciar a natureza. O projeto propõe residências, instalações, expedições, oficinas e banquetes performativos adotando as linguagens de arte e da ciência como pontes para a experiência. Em suas ações, o coletivo ativa formas de cuidado e construção de subjetividade a partir da relação entre paisagem, estética e compartilhamento.

Vagas: 20

Tempo de duração: 60 minutos

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.

As inscrições estarão abertas até o inicio oficina, no local, desde que haja vagas disponíveis.

A seleção será feita por ordem de inscrição. Haverá reserva de ao menos 2 vagas afirmativas por turma.

 

As propostas da Oficina deverão buscar novas maneiras de enfrentar as questões referentes à adaptação e atenuação das mudanças climáticas, através do projeto interdisciplinar, associando alunos universitários e jovens diplomados, pesquisadores e professores dos dois paises. Por interdisciplinaridade entendemos associar arquitetos, urbanistas, paisagistas, geografos, engenheiros, ambientalistas, artistas e designers. As propostas deverão responder às questões do clima, dos materiais, da economia de energia, da reciclagem, da proteção da água, da biodiversidade e da paisagem natural da floresta.

Para isso pretendemos associar, desde as primeiras intenções de projeto,ou seja, dentro do proprio processo de concepção, a ciência e tecnologia das diferentes disciplinas com os saberes das populações indígenas e quilombolas, atraves da integração, valorização e interpretação no projeto dos modos de implantação e construtivos ancestrais.

O objetivo a longo prazo é de realizar protótipos em diferentes situações urbanas atraves de exercicios de projeto, criando exemplos de possiveis futuros mais sustentáveis, sensibilizando populações locais, responsáveis, jovens profissionais, pesquisadores e escolas.

O primeiro workshop com estudantes franceses e brasileiros será realizado em 2026 no terreno de 36 ha da reserva « Fruta do Lobo » em Bananal, onde já foram plantadas 70.000 arvores nativas da Mata Atlântica em lugar do pasto pela Fundação SOS Mata Atlântica.

A RPPN realiza desde 2023 diferentes eventos com as escolas locais com plantios, pedagogia ambiental e intervenções artisticas por artistas convidados cada ano.

O tema do workshop de arquiterura será o turismo « ecologico » dentro do perimetro da RPPN. Os alunos deverão imaginar equipamentos e estruturas imersas na jovem floresta para acolher pesquisadores, observadores da biodiversidade, estudantes, assim com um espaço coletivo para grupos, debates, conferências e pesquisas ligadas às questões relacionando clima, resiliência da construção, preservação da natureza, ancestralidade e arte.

Durante a Oficina da Bienal os convidados franceses e brasileiros serão solicitados para pensarem juntos a estrutura do workshop no terreno da Fruta do Lobo e sua replicação futura, em termos de métodologia, para outras situações.

A produção final da Oficina seria uma obra coletiva propondo uma maneira de organizar e conduzir o processo de projeto territorial e arquitetônico num mundo mais quente, à partir da fabricação de uma linguagem em comun entre o mundo da cultura indigena e tradicional e o mundo do saber cientifico.

França :

Jérémie Bedel, arquiteto urbanista, diretor da agência Studio Mundis (Paris), professor de teorias e praticas do projeto arquitetônico e urbano no International Terra Institute, associado ao projeto Fruta do Lobo.

Michel Hoessler, agência TER, paisagista urbanista, Prêmio Paisagem 2007, Grande Prêmio de Urbanismo 2018 (França).

Sophie Moreau, arquiteta, diretora de Ação Estratégica, Direção de Pesquisa e Inovação no CSTB (Centre technique et scientifique du bâtiment) Paris.

Boris Weliachew, arquiteto e engenheiro civil, especialista em riscos, principalmente deslizamentos de terrenos e gestão da água, Doutor em arquitetura e professor na Escola de Arquitetura Paris Val de Seine

Laurent Salomon, Doutor em arquitetura, Chevalier de l’ordre des Arts et Lettres, Chevalier de l’ordre des Palmes Académiques, Presidente honorifico da Sociedade Francesa dos Arquitetos, membro da Academia de Arquitetura Paris.

Mauricio Guillermo Corba Barreto Arquiteto e pesquisador, Doutor em Arquitetura, formado na Colombia, Mexico, Brasil e França. Especializado em habitat rural e em construção em terra, associa concepção, pesquisa e formação em projetos de desenvolvimento na Africa Subsaariana. Trabalha na Escola Nacional Superior de Arquitectura de Grenoble, Laboratório do Instituto CRATerre.

Brasil:

Sérgio Marques, Arquiteto e Urbanista (FAU/UniRitter, 1984). Sócio MooMAA com projetos de arquitetura e urbanismo na área do meio ambiente. Professor Associado Depto. Arquitetura / PROPAR / UFRGS. Coordenador do DOCOMOMO Sul Núcleo RS. Integrante do grupo Plano Coletivo, vencedor do projetos e curadoria para o Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza (2025).

Sandoval Amparo dos Santos, mestrado em arquitetura e urbanismo, Doutorado em geografia, professor de Geografia na Universidade do Pará, foi geografo da Funai. Diretor do filme “O pranto de Poinkarah” selecionado para o Festival Internacional de Cinema de Pila, Argentina.

Mryxore Kayapo indigena da aldeia Las Casas, sul do Pará, Arquiteto e Mestre dos Saberes Ancestrais, colaborador do Ob-Ter, Observatorio Interdisciplinar de Politicas Publicas, Movimentos Sociais e Territorialidades do sul do Estado do Pará.

Jucimar Ipaikire Rondon, Arquiteto e urbanista, indigena Kura-Bakairi, construtor e colaborador em pesquisas sobre arquitetura indigena em Mato Grosso.

José Henrique Penido Monteiro, Engenheiro mecânico de produção (PUC-RIO), atualmente engenheiro especializado na COMLURB (Rio de Janeiro), onde se destacou por liderar projetos estratégicos como o tratamento de residuos da Unidade de Biometanização no Ecoparque do Caju (RJ). Foi Subsecretário de Estado do Meio Ambiente RJ, é consultor OPAS, PNUD, GIZ, Banco Mundial e BID.

Helena Ayoub, Arquiteta, professora e Doutora FAU-USP, Departamento de Projeto ,grupo de disciplinas de Projeto de Edificações, diretora técnica de Helena Ayoub Silva& Arquitetos Associados

Convidados especiais que participarão da oficina :

Sérgio Magalhães, Arquiteto doutor em urbanismo, professor de Urbanismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ

Nivaldo de Andrade, Arquiteto urbanista, vice presidente das Américas para a UIA

Ana Altberg, Arquiteta PUC Rio, mestre FAU-USP, estudio no Rio de Janeiro, co-autora do livro “8 Reações para o Depois” e projeto Casa na Bocaina premiado pelo IAB-SP.

José Afonso Botura Portocarrero, Arquiteto em Cuiabá, autor de “Tecnologia indigena em Mato Grosso”, secretário do Meio Ambiente, Prefeitura de Cuiabá

Claudia Macedo, Vice-presidenta do Instituto Biosfera IBIOS

Diego Igawa, Biologo, representando a Fundação SOS Mata Atlântica, coordenador de projetos no programa de Areas Protegidas.

Ana Fernandes Xavier, representando a Fundação Florestal de São Paulo.

Debates abertos ao público:

Local: Pavilhão da Oca | Livraria | Subsolo

Dia 7 : Experiências positivas: debate de 17h às 18h com Sérgio Marques, arquiteto UFRGS, Michel Hoessler paisagista FR, Mauricio Corba arquiteto – laboratorio CRAterre FR, Mryxore Kayapo, arquiteto indigena do sul do Pará

Dia 8 : Primeiras propostas : Debate de 17h às 18h com Helena Ayoub arquiteta FAUUSP, Sandoval Amparo geografo Universidade do Pará, Boris Weliachew, arquiteto/engenheiro FR, José H. Penido, engenheiro COMLUR RJ

Dia 9 : Proposta final: debate de 17h às 18h30 com Jucimar Ipaykire, arquiteto e urbanista indigena BR, Laurent Salomon arquiteto FR e Jérémie Bedel arquiteto FR

Gratuito

A oficina é fechada para os participantes convidados e os debates são abertos ao público.

Concepção da Oficina : arquitetos Cristina Garcez e Jérémie Bedel, com a colaboração de Sérgio Magalhães et Nivaldo de Andrade
Organização : Cristina Garcez e André Cid Nogueira Alves, equipe RPPN Fruta do Lobo
Patrocinio : Associação Guarambá « le réveil de la forêt Mata Atlantica » – Paris
Apoio : Fundação SOS Mata Atlântica, Fundação Florestal de São Paulo, Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, ONE TREE PLANTED (USA), Instituto IBIOS, CSTB (Centro cientifico e de Pesquisa sobre Construções, Paris)

O setor da construção civil responde por quase 40% das emissões globais de carbono, e a adoção de materiais renováveis se torna fundamental diante do cenário de emergência climática. Nesse contexto, a madeira engenheirada destaca-se como alternativa viável, incorporando CO₂ em seu ciclo de crescimento, reduzindo cargas estruturais e permitindo soluções pré-fabricadas que minimizam o desperdício no canteiro. Contudo, projetar com essas tecnologias exige que o profissional domine diretrizes específicas, tópicos ainda pouco abordados na formação tradicional de arquitetos no Brasil.

A oficina Entre lâminas e vãos atua justamente nessa lacuna de conhecimento, estimulando a interação tátil e direta com o material e difundindo conceitos de concepção de estruturas de madeira em um contexto brasileiro. Em grupos, os participantes receberão kits com peças em escala reduzida para desenvolverem um projeto arquitetônico de pequena complexidade auxiliados por arquitetos e engenheiros especializados em estruturas do tipo. O processo configura-se como uma investigação coletiva, na qual hipóteses são testadas diretamente no ato construtivo da maquete.

De modo geral, a oficina se desenvolve como uma experiência imersiva que combina aprendizado técnico, prática projetual e reflexão crítica sobre sustentabilidade. Partindo das possibilidades construtivas reais da Madeira Laminada Colada (MLC), a atividade propõe a confecção de maquetes físicas como principal ferramenta de experimentação e concepção de estruturas de madeira. Dessa forma, a oficina busca recuperar práticas manuais para aprendizado e aplicação de tecnologia de ponta como contribuição para uma arquitetura nacional mais sustentável.

Gratuito
Vagas: 30

Inscrições:
As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.
A seleção será feita com base na formação e atuação profissional dos inscritos, formando um grupo diverso com diferentes vivências.
As inscrições estarão abertas até 30 de setembro.

A mesa apresentará a Mentoria Mulheres Negras pelo Clima, fruto da parceria da GIZ com a Secretaria Nacional de Periferias, do Ministério das Cidades, como parte do Programa Periferia Viva.

A jornada teve como objetivo o fortalecimento de lideranças periféricas urbanas, protagonistas da transformação e desenvolvimento sustentável de seus territórios. Elas passaram por capacitações, refletiram sobre medidas para melhorar as condições ambientais e combater os impactos das mudanças climáticas em seus territórios, tiveram reuniões estratégicas com o governo federal e criaram uma rede de apoio entre elas, trocando experiências e saberes.

Para compartilhar suas experiências durante a mentoria, estarão na mesa: Ana Claudia Barbosa (líder da Ocupação Terra Prometida – São Paulo/SP), Bizza Araújo (Coordenadora na Cozinha Solitária do MTST em Sol Nascente – Brasília/DF), Dayane Monteiro (líder do Clube de Catadores do Aratu – João Pessoa/PB), Lília Melo (líder do Cineclube Terra Firme – Belém/PA) e Simone Sigale (Cocoordenadora da Coletiva Mulheres da Quebrada – Belo Horizonte/MG).

A Mentoria Mulheres Negras pelo Clima foi implementada no âmbito do Projeto Apoio à Agenda Nacional de Desenvolvimento Urbano no Brasil (ANDUS), parceria entre o Ministério das Cidades (MCID), o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Ministério Federal de Assuntos Econômicos e Energia (BMWE) da Alemanha como parte da Iniciativa Internacional para o Clima (IKI). É implementado pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH no contexto da Cooperação Brasil-Alemanha.

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.
As inscrições estarão abertas até o início da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

 

Somos o “Labya-Yala. Laboratório de Estudos Decoloniais da FAU-USP”, implantado no Departamento de História e Estética do Projeto – AUH, iniciado como um grupo de estudos em 2019, junto com o programa de extensão “Quintas Ameríndias”, coordenado desde então pela Profa. Dra. Renata Martins e pelo Prof. Luciano Migliaccio, no âmbito do Projeto FAPESP Jovem Pesquisador Barroco Cifrado (2016-2021), e posteriormente do Projeto FAPESP Jovem Pesquisador 2 “Barroco Açu” (2022-2027).

O nome do laboratório é formado a partir da expressão “Abya-Yala” originária da língua Kuna (povos indígenas do Panamá e Colômbia), para se referir ao continente americano. “Terra Madura”, “Mãe Terra” ou “Terra Viva”, são algumas das suas traduções possíveis para substituir a denominação “América” adotada pelos colonizadores europeus. Neste sentido, nossa opção decolonial busca incluir e fortalecer o protagonismo das culturas Ameríndias, assim como das diásporas Africanas e intercâmbios com as Ásias, nos temas da História da Arte, da Arquitetura e dos Territórios. Portanto, nossas intervenções na FAU-USP, tanto na graduação quanto na pós-graduação, são transversais e transdisciplinares, incluindo os saberes dos povos originários, tradicionais e periféricos de forma permanente no ensino e na cultura e extensão.

Tais atividades envolvem projetos parceiros, como o “Amazônia Revelada” ou o kit educativo africano e afro-brasileiro do educativo do MAE-USP, pesquisadores associados e colaboradores, de diversas disciplinas e faculdades, do Brasil e do exterior, com destaque para as Amazônias; bolsistas FAPESP, CNPq, PUB USP -Amazônia na FAU-USP. FAU-USP na Amazônia, e pesquisas sem fomento na FAU-USP, aos níveis de Iniciação Científica, Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado, bem como pesquisadores e estudantes da USP e de outras universidades.

Assim, como continuidade dos grupos de estudos Abya-Yala e Ásia Global, e do núcleo Manis “Mulheres e Artes”, o Labya-Yala promove na FAU-USP abordagens decoloniais e contracoloniais, a partir da perspectiva do Sul Global, sobretudo da Pan-Amazônia, atuando na renovação de linhas de pesquisa existentes e na abertura de novas, ao promover o protagonismo e os saberes de comunidades tradicionais na história das artes, das arquiteturas e do território. No ensino de graduação, por exemplo, foram implantadas novas disciplinas na FAU-USP, tendo como centro de discussão, as artes ameríndias, as artes africanas, e as artes asiáticas em contexto global, e ainda, “Amazônias de todos os tempos: artes, arquiteturas, territórios”.

Parte essencial do nosso trabalho são as “Quintas Ameríndias”, ciclo de eventos que aborda de forma transdisciplinar temas relacionados aos saberes dos povos originários, com foco nas Amazônias. Nas “Quintas Ameríndias na Oca. Amazônias das Margens aos Extremos: Labya-Yala. Laboratório de Estudos Decoloniais da FAU-USP”, que ocorrerrá no âmbito da disciplina “Amazônia Indígena, Ribeirinha, Urbana” do PPGAU/FAU-USP, com a UFOPA, PPGDS do Museu Paraense Emilio Goeldi – MPEG, Stony Brook University – Suny, em colaboração com a disciplina “Amazônia Moderna: utopias e distopias” do PPGD/UFAM, exporemos na 14a Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo os debates e as parcerias frutos de anos de trabalho do laboratório por um ensino de arquitetura inclusivo e decolonizado.

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas aqui.
A seleção será feita por ordem de inscrição.
As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Toda cidade de se transforma. Na escala da casa, os filhos se tornam mais velhos e se mudam, liberando quartos que se transformam em escritórios; os pais envelhecem, abandonando casas para voltar a morar em companhia de filhos ou cuidadores. Pequenas mudanças no plano diretor fazem com que casas percam seu valor de imóvel para serem vistas apenas como terrenos – grandes demolições abrem caminho para novos moradores ou para o mercado de investimentos. No setor comercial, lojas de shopping rotacionam em alta velocidade para acompanhar tendências enquanto escritórios de empresas fecham e abrem com a fluidez imaterial da bolsa de valores. Por trás de um mundo contemporâneo dito digital, ao qual se associam palavras imateriais como nuvens e líquidos, persiste um universo material que, por conveniência, esquecemos.

A expressão mina urbana se popularizou em discussões sobre ecologia, sustentabilidade, e economia circular. O conceito – de que os espaços de extração do futuro estejam localizados na própria cidade – entretanto, é uma realidade distante. Não sabemos desejar e transformar o que temos; projetar a partir do que existe. O debate com líderes da economia circular no contexto da arquitetura e do design pretende iluminar estratégias para construir com o que já existe.

Participantes:

Maarten Gielen é um designer e pesquisador belga dedicado a transformar a forma como os materiais são utilizados na arquitetura e na construção. Em 2006, cofundou o estúdio Rotor e, em 2014, o escritório associado Rotor DC (Deconstruction). Atualmente, trabalha no estúdio de design Halfwerk. Maarten recebeu o Prêmio Maaskant para Jovens Arquitetos, um dos mais importantes do gênero no Benelux. Ele leciona com frequência em escolas de arquitetura e design na Europa, Ásia e Estados Unidos.

Jörg Schröder:
Jörg Schröder é professor de Projeto Territorial e Planejamento Urbano na Universidade Leibniz de Hannover (LUH) desde 2012. Sua pesquisa aborda dinâmicas inovadoras das interações entre espaço e sociedade, voltadas para processos de inovação em direção à sustentabilidade e neutralidade climática, bem como para a transformação social, econômica e cultural. Atualmente, é coordenador da CiD Circular Design Innovation Alliance, financiada pela União Europeia, que trabalha na forma de posicionar a economia circular para a regeneração urbana.

Pedro Alban (mediador):
Pedro Alban (Salvador, 1993) é artista visual e arquiteto formado na Universidade Federal da Bahia com mestrado na Universidade Católica do Chile. Sua pesquisa se debruça sobre o universo da construção e seus processos práticos ou subjetivos – fluxos materiais, implicações ecológicas e questões de memória. A experiência de ser o último a entrar em edificações antes delas deixarem de existir movimenta sua produção mais recente. Desde 2020, junto com Natália Lessa e Fernanda Veiga, coordena a Arquivo, um projeto dedicado a facilitar e popularizar o reuso de materiais na arquitetura.

Inscrições: 

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Urbanismo Climático e Resiliência

Simultaneamente à transição energética e regeneração ambiental que, mesmo se feitas plenamente agora, só terão impacto no médio e longo prazo, precisamos transformar nossas cidades e territórios e mudar a maneira como os fazemos rapidamente, removendo o mínimo de pessoas das suas comunidades. Hoje, nossas cidades são cobertas por concreto e asfalto que impedem a água de penetrar no solo, aumentam seu acúmulo e velocidade. É urgente
que a adaptação climática seja produzida por meio de
uso de infraestruturas multifuncionais de resiliência urbana
com os elementos naturais de terreno, vegetação, e água como tecnologias construtivas combinadas com a aplicação precisa de materiais duros, como o concreto. Isso permite a água penetrar no solo, ser absorvida por vegetação capaz
de inchar, diminuir sua velocidade, e acumular em áreas designadas para serem inundadas junto com redes construídas de drenagem, ou proteções ao aumento do nível do mar, como partes de espaços públicos verdes, enquanto se aumenta o número de árvores para diminuir a temperatura e poluição urbanas. Essas mesmas infraestruturas também têm de ser capazes de armazenar água, habilitando-a a ser espremida de volta para superfície durante secas prolongadas e acopladas a investimentos em reuso de água, saneamento, reflorestamento urbano e energia limpa, integrando adaptação, mitigação e inclusão. À síntese destas práticas com o Urbanismo Social de Medellín e novas tecnologias de resiliência desenvolvidas no Parque Sitiê por equipe de Harvard e MIT com a comunidade do Vidigal, RJ, RJ, dá-se o nome de Urbanismo Climático. Estratégia desenvolvida pelos criadores destas iniciativas em parceria com lideranças da gestão Bloomberg em NYC, este mesmo grupo desenvolveu na favela carioca instrumento de antecipação urbana, a tecnologia de Modelagem 4D.

Ficha Técnica:
> Pedro Henrique H.F. de Christo: Principal +D, 4D e Coordenador do Harvard Climate Urban Resilience Brazil Group
> Diane Davis: Charles Dyer Norton; Professor of Regional Planning and Urbanism na Harvard Graduate School of Design e Co-coordenadora do Harvard Climate Urban Resilience Brazil Group
> Carlos Leite: Diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mckenzie e Co- coordenador do Harvard Climate Urban Resilience Brazil Group
> Elena Tudela: ORU-Office of Urban Resilience
> Paulo Artaxo: IPCC-ONU e CEAS-USP

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

níveis.

Implantação do projeto: China
Desenvolvimento do projeto: China

Construindo na Natureza
Escondido sob uma duna na Baía de Bohai, o Museu de Arte da Duna, projetado pela OPEN Architecture, retorna às formas primais e atemporais do espaço e responde diretamente ao seu local à beira-mar, dotado de um ecossistema delicado.

Quando foram convidados a projetar um edifício à beira-mar, os arquitetos da OPEN souberam imediatamente que esta era uma oportunidade rara. Eles estavam profundamente preocupados com os atos negligentes de destruição de dunas para empreendimentos imobiliários com vista para o mar, que frequentemente aconteciam na China naquela época, cientes de como as dunas são críticas para o meio ambiente.

A decisão de construir o museu dentro da duna foi, portanto, intencional. Graças à existência do museu, esta extensão de duna foi finalmente preservada, em vez de destruída para a especulação imobiliária. Após a conclusão da estrutura, a areia foi restaurada sobre a envoltória do edifício, e arbustos e árvores locais foram replantados. O museu foi inaugurado em outubro, e até o junho seguinte — apenas um inverno e uma primavera depois — a vegetação havia crescido completamente. Desde então, o museu “desapareceu” efetivamente em uma coexistência harmoniosa com a natureza.

Aqui, o ato consciente de construir torna-se proteção em vez de destruição, indicando uma mentalidade diferente nas práticas climáticas e no engajamento arquitetônico com a natureza.

Envolvidas pela areia, as galerias interconectadas e de formas orgânicas do museu inspiram-se em cavernas naturais. Uma série de espaços contíguos, semelhantes a células, abrigam galerias de diferentes tamanhos, um café e alguns espaços auxiliares. Aberturas enquadram a vista do céu e do mar em constante mudança, permitindo que os visitantes vivenciem a paisagem como parte da arquitetura.

As muitas claraboias do edifício, cada uma com orientação e tamanho diferentes, fornecem luz natural cuidadosamente calibrada ao longo do ano. Seu telhado coberto de areia reduz significativamente a carga térmica, enquanto um sistema de bomba de calor geotérmica de baixa energia e zero emissão substitui o ar-condicionado tradicional.
Sobre a OPEN:

A OPEN é um escritório de arquitetura que colabora entre diferentes disciplinas para praticar projetos arquitetônicos, urbanos, paisagísticos e de interiores. Também pesquisamos e desenvolvemos estratégias de design no contexto dos desafios sem precedentes que nossa geração e as futuras enfrentam.

A OPEN foi fundada por LI Hu e HUANG Wenjing na cidade de Nova York e estabeleceu seu escritório em Pequim em 2008. Alguns de seus principais projetos incluem: Sun Tower, Shanfeng Academy, Chapel of Sound, Shanghai Qingpu Pinghe International School, UCCA Dune Art Museum, Tank Shanghai, Pingshan Performing Arts Center, Tsinghua Ocean Center, Garden School/Beijing No.4 High School Fangshan Campus e Gehua Youth and Cultural Center.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O Parque Orla Piratininga – POP representa um marco no urbanismo e na gestão ambiental no Brasil, configurando-se como um parque público urbano e, ao mesmo tempo, como um laboratório vivo de sustentabilidade. Sua concepção inovadora se fundamenta na adoção de Soluções baseadas na Natureza (SbN), estratégia que alia infraestrutura verde à restauração ecológica para auxiliar na recuperação da Lagoa de Piratininga.

Para isso, foram implantados três grandes sistemas de alagados construídos, capazes de filtrar naturalmente a água recebida das bacias urbanas do Rio Cafubá, do Rio Arrozal e do Rio Jacaré. Esses sistemas ocupam uma área de cerca de 35.000 m² distribuídos em dois quilômetros lineares ao longo da Lagoa, tratam as águas provenientes dos principais rios contribuintes, além do escoamento superficial e da drenagem dos bairros, reduzindo o aporte de sedimentos e poluentes no corpo hídrico e promovendo a recuperação gradual da qualidade ambiental da Lagoa.

Associada a essa solução, há ainda a recuperação de conectores de Mata Atlântica em áreas úmidas do entorno, que reforçam a conectividade ecológica, ampliam os habitats para a fauna local e fortalecem os serviços ecossistêmicos prestados à população.
Além da restauração ambiental, o parque também foi concebido como um espaço de integração social e cultural. O Centro Ecocultural, um equipamento voltado para a educação ambiental e atividades culturais, buscando sensibilizar a população para a importância da preservação.

O Parque inclui ainda ciclovias, píeres para pesca e contemplação, áreas de lazer e centros esportivos, constituindo uma infraestrutura multifuncional que promove saúde, mobilidade, turismo e qualidade de vida.

Com o objetivo de retratar o funcionamento dos sistemas de alagados construídos e os demais tipos de SbN aplicados no Parque Orla Piratininga Alfredo Sirkis, o espaço de exposição contará com: estação de audiovisual, onde serão apresentados os documentários e vídeos sobre Parque Orla Piratininga e Renaturalização da Bacia do Rio Jacaré; óculos de realidade virtual, propondo uma imersão no POP. Será, também, demonstrado como funcionam os alagados construídos através de uma maquete autoexplicativa.

Pavilhão da Oca | Livraria | Subsolo

Caro Leitor,

Vivemos tempos desafiadores. As cidades crescem, os recursos naturais se esgotam, os eventos climáticos extremos se tornam mais frequentes. Às vezes, tudo parece grande demais, complexo demais, urgente demais. E é exatamente por isso que precisamos parar, respirar — e olhar para as soluções que nascem do cuidado, da escuta e da natureza. Este livro que você tem em mãos é um convite à esperança ativa. Não é uma esperança ingênua, mas aquela que se constrói com raízes fortes e eficientes, como as das plantas que filtram a água no Parque Orla Piratininga (POP), em Niterói. Ao longo dos capítulos, você vai conhecer uma história real de transformação: a de um território urbano antes degradado, que está em processo de recuperação a partir de Soluções Baseadas na Natureza (SbN) e do envolvimento profundo da comunidade.

Vai ver que é possível conciliar meio ambiente, infraestrutura e justiça social quando respeitamos a inteligência do território e o saber das pessoas que ali vivem. Este não é apenas um relato técnico — é um registro sensível de processos, desafios, aprendizados e afetos. Aqui, cada jardim plantado é também uma escolha política; cada biovaleta escavada é um gesto de afeto para com a cidade. A leitura pode ser feita de forma linear ou por temas, conforme seu interesse. No sumário, você encontrará os capítulos organizados de forma clara e visual. Se você trabalha com planejamento urbano, gestão ambiental, educação, pesquisa, movimentos sociais ou simplesmente se importa com o lugar onde vive, este livro é para você. Que cada página te inspire a observar o lugar onde mora com outros olhos. Que te faça questionar: “E se a minha cidade também pudesse se regenerar?” E que você, ao terminar a leitura, sinta vontade de agir — nem que seja com o primeiro passo. A natureza nos ensina que tudo começa com uma semente. E este livro é uma delas.

Os 50 primeiros leitores, receberão o Livro do Parque Orla de brinde.

Gratuito

Não é necessário se inscrever, participação por ordem de chegada.

Desenvolvimento do projeto: Brasil

IKUYA SAGARA, KUSAKANMURI
生まれながらにして、還るところが約束されている
Desde o nascimento existe um lugar prometido ao qual se deve retornar
construção de junco, bambu e corda de sisal

Ikuya Sagara (1980) nasceu em Kōbe, situada na província de Hyogo, onde vive e trabalha. Sagara é um artesão de kayabuki (tradicionais telhados de casas japonesas feitos comumente de palha), e seu trabalho consiste em fazer, preservar, ensinar e divulgar a arte de construir com palha.

Existem registros de telhados desse tipo descritos nos dois livros mais antigos da história do Japão, Kojiki e Nihon Shoki, ambos compilados no século VIII, o que demonstra sua longa história. Nos anos 1960, foram registradas mais de 5 milhões de construções que utilizavam palha no Japão. Contudo, em 2010 esse número havia se reduzido para 100 mil, um alerta para mudanças em métodos construtivos e utilização de outros materiais, como os metais. A diminuição desse tipo de construção dificulta a perpetuação de uma técnica tradicional. Com menos demanda, o trabalho dos artesãos vai se tornando escasso, assim como o interesse de jovens em aprender o ofício, impactando uma cadeia cultural e social.

A região em que Sagara vive conserva 700 exemplares desses telhados tradicionais, o que o impulsiona a manter seu trabalho ao mesmo tempo que busca maneiras de promover e explorar as possibilidades dessas plantas e seus benefícios. Esses telhados garantem grande conforto térmico, com boa insolação e ventilação; são resistentes à água; podem ser feitos das matérias-primas que estiverem disponíveis no momento ou que sejam típicas de determinado local, e todos os elementos que compõem sua estrutura são biodegradáveis: palha, bambu e corda. Tradicionalmente, o arroz tem prevalência nessas construções, por ter sua história atrelada ao desenvolvimento da cultura japonesa, além de ser um exemplo do uso maximizado de um recurso: sua palha, a casca e o farelo têm diversas finalidades no artesanato e na indústria, além de o cereal ser usado em cerimônias de cunho espiritual.

A construção aqui apresentada foi desenvolvida especialmente para a exposição Princípios japoneses: design e recursos, da Japan House São Paulo. O artesão se baseou em abrigos ancestrais japoneses e utilizou o junco, espécie cultivada em abundância no município paulista de Registro, como forma de minimizar impactos ambientais ao fazer uso de uma matéria-prima já disponível. Ele explora as técnicas e a artesania japonesas ao mesmo tempo que reflete sobre a necessidade de ciclos responsáveis. Observando o entorno, ele percebe como as experiências e necessidades de uma pessoa ou de uma comunidade são capazes de estabelecer uma relação sustentável com a natureza, regenerando-a para conservá-la.

Desenvolvimento do projeto: Brasil

Solo
Ao tratarmos de extremos, partimos do questionamento sobre como viver, nos adequar e, sobretudo, como construir no cenário de condições extremas para o qual caminhamos. Adotamos, então, o material mais comum, que marca as construções e as paisagens urbanas, seja na cidade formal ou na informal: o tijolo. Essa construção experimental busca investigar maneiras de construir melhor com o tijolo, que apesar de sua pequena dimensão, tem grande repercussão em escala. O tijolo ecológico foi escolhido, então, por partir do solo, um elemento presente em todo o território, além de não possuir queima em sua execução, apenas areia, cimento e água prensados. Esses tijolos são, então, montados no pavilhão sem argamassa, utilizando de artifícios para sustentação o peso próprio e uma malha estrutural de amarração tubular. Uma estrutura seca, desmontável, extrema.

Comum
Ao mesmo tempo em que é desmontável e possível de ser pensado em diversas conformações, o pavilhão se insere especificamente no local onde será exposto. Partindo das linhas convergentes da rampa da Oca, dá continuidade a essas linhas invisíveis finalizando o percurso do espaço. As paredes não dividem nem criam lugares fechados; elas direcionam, convidam o olhar e o caminhar para esse espaço aberto, sugerido, comum. A intervenção suscita, ainda, discussões sobre modelos de construção temporários em cenários emergenciais, reforçando que os novos desafios que enfrentamos exigem, cada vez mais, o exercício de propor novas arquiteturas.

Solo Comum
Solo comum trata daquilo que próprio da nossa existência, nosso solo, ao mesmo tempo em lida com o que é ordinário, cotidiano. Reflete, portanto, sobre o que dividimos, como vivemos em comunidade, como partilhamos aquilo que nos é comum.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O pavilhão da AzulPitanga nasce do contraste entre o rigor da produção industrial e a delicadeza do gesto manual. Sua estrutura é definida por um grid modular de 1×1 metro, que se repete até conformar um espaço de 4×4 metros, sustentado por pilares de vergalhão de aço com 2,10 metros de altura. Essa malha regular, de caráter industrial e racional, serve de suporte para planos de fibras de bananeira trançadas artesanalmente, que percorrem a estrutura em diferentes direções. As tramas variam em densidade e opacidade, filtrando a luz, marcando percursos e criando superfícies permeáveis que dão textura viva ao espaço.

A espacialidade se organiza a partir de uma dualidade não convencional: o perímetro coberto conforma um “fora” sombreado e protegido, enquanto o centro, descoberto, revela o vazio como “dentro”, aberto à luz e à visão expandida. No coração do pavilhão, um relógio mecânico de torre introduz a dimensão do tempo. Movido à corda, ele precisa ser acionado periodicamente durante a exposição. Assim, marca o tempo industrial, o tempo da natureza e o tempo da artesania — tempos que aqui se encontram em uma mesma trama espacial.
A fibra que reveste o pavilhão é produzida pela Fibrarte, associação de artesãs de Missão Velha (CE) – oitavo maior produtor de bananas do Brasil. A Fibrarte transforma o que seria resíduo da bananeira em matéria-prima. O relógio mecânico foi instalado por Geraldo Freire, da Metalúrgica Freire, em Juazeiro do Norte, referência na produção e manutenção de relógios e sinos de torre.

Desenvolvimento do projeto: Brasil

SHIGERU BAN ARCHITECTS
Paper Log House
Casa de tubos de papel, compensado naval, engradados, areia e lona

Utilizando o papelão, material que faz parte do dia a dia de tantas pessoas em diversas culturas, Shigeru Ban produziu inicialmente estruturas temporárias, como cenografias de exposições, e aos poucos foi sendo reconhecido pela utilização desse tipo de papel, que atingiu sua máxima potência no projeto “Disaster Relief Design” (design de assistência para desastres, em tradução literal). Esse programa teve início em 1995 e prevê a construção de abrigos temporários em casos de desastres naturais ou em situações de vulnerabilidade social.

As casas chamadas “Paper Log House” são soluções inovadoras de abrigo temporário em áreas afetadas por desastres naturais para pessoas que perderam suas moradias.

O arquiteto utiliza tubos de papel e painéis de madeira para construir uma estrutura fácil de montar e que pode ser executada em pouco tempo. A fundação é formada por engradados com sacos de areia, o que facilita a construção e oferece estabilidade. Este projeto é adaptável a diferentes contextos geográficos e culturais. Com abordagem sustentável e eficiente, tem sido realizado em várias situações, oferecendo refúgio rápido e seguro. As construções normalmente são realizadas de forma colaborativa por equipe composta de estudantes locais voluntários.

A casa aqui apresentada foi desenvolvida especialmente para a exposição Princípios japoneses: design e recursos, da Japan House São Paulo. O modelo escolhido é baseado no projeto original das primeiras construções emergenciais, desenvolvidas na ocasião do Terremoto de Kobe, no Japão (1995).

Para a montagem, a JHSP priorizou a participação ativa de professores e alunos de arquitetura seguindo o formato original de construção coletiva como aspecto fundamental para promover a consciência da relevância de um trabalho em conjunto em prol da reconstrução da comunidade, outra característica bastante japonesa e que pode ser incorporada no Brasil de forma ainda mais significativa. A JHSP convidou a FAUUSP e a ETEC Itaquera IIs que, como atividade extensionista aos alunos, realizaram a adaptação do projeto do escritório Shigeru Ban Architects, a preparação dos materiais e a construção da casa. Para a etapa final de montagem, o convite foi estendido aos alunos da Escola da Cidade.

Em escala real, 1:1, a casa foi adaptada ao contexto expositivo, levando em consideração a circulação de um maior número de pessoas, e seguiu o conceito original de utilizar materiais e mão de obra locais. Para ampliar a possibilidade de acesso de diversos públicos, uma rampa e um corrimão foram adicionados ao projeto.

Ao final da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, a construção segue para a FAUUSP para ser utilizada por seus estudantes como objeto de estudo.

Implantação do projeto: Gana
Desenvolvimento do projeto: Áustria, Gana

Ensaio de Retornos Verdes é uma instalação em vídeo de dois canais que reflete sobre a transformação do Antigo Aeroporto de Tamale, no norte de Gana — uma pista desativada construída na década de 1920 — em uma paisagem viva e um terreno urbano compartilhado. Outrora uma faixa selada de infraestrutura colonial, a pista de 1,4 quilômetro de comprimento e 40 metros de largura agora se encontra dentro do tecido urbano em rápida expansão de Tamale. Sua escala incomum e superfície asfáltica rígida a marcam como um local de potencial latente: um espaço aberto “diferente”, suspenso entre a memória, a infraestrutura e a imaginação do futuro.

Ensaio de Retornos Verdes captura a natureza aberta e processual do projeto, trabalhando com a incerteza e a fragilidade em vez de oferecer soluções fixas. O ato de “desselar” suavemente busca reverter os padrões de extração, enclausuramento e superaquecimento que definem tantos ambientes urbanos atuais.

A instalação se desdobra por meio de duas perspectivas. O primeiro vídeo apresenta a proposta de design especulativa do [A]FA, que envisiona a ativação gradual da pista e sua transformação em terreno vivo. Essa mudança imaginada transforma o asfalto inerte em uma paisagem dinâmica para a reunião e a coabitação multiespécie. O segundo documenta uma intervenção direta realizada em maio de 2025: o transplante de árvores maduras da Savana de uma floresta próxima para a superfície do aeródromo. Este gesto frágil e radical — mover a vida de um solo para outro — transforma a infraestrutura selada em espaço vivo, perturbando as fronteiras entre arquitetura, paisagem e ecologia.

O transplante foi realizado com expertise local e internacional em colaboração com a Comissão Florestal de Gana. As árvores foram preparadas durante a estação chuvosa, escavadas no final da estação seca e transportadas pela cidade apesar dos obstáculos logísticos. Uma vez replantadas, exigiram irrigação, cuidados e proteção contra tempestades. Sua sobrevivência — árvores de pé, vivas e adaptando-se — forma agora a espinha dorsal ecológica para a futura transformação do local.

Ao combinar visão e implementação, especulação e trabalho, Ensaio de Retornos Verdes se desdobra como um ensaio, e não uma declaração final. Ele encena um ato radical de aterramento e esverdeamento, apontando para uma resiliência enraizada não no controle, mas no cuidado, na imaginação e na prática coletiva. Situada dentro da urgência de repensar as superfícies seladas e superaquecidas que dominam as cidades em todo o mundo, a instalação é simultaneamente um documento e uma proposição: um convite para considerar como a arquitetura pode servir como um ensaio ecológico, devolvendo a vida ao solo urbano e reimaginando futuros compartilhados.

Implantação do projeto: México
Desenvolvimento do projeto: México

Este projeto é um lavadouro público projetado com o propósito de enfrentar a crise hídrica que a comunidade de La Huerta de San Agustín tem sofrido nos últimos anos. Buscou-se projetar um espaço digno, ampliando a área de trabalho atualmente disponível e respeitando a água proveniente de um manancial natural que corre nas proximidades.

Os alunos tiveram que elaborar um diagnóstico colaborativo no qual puderam compreender as necessidades e exigências da comunidade por meio de uma série de atividades interativas, que os levaram a um programa arquitetônico. Este programa inclui o próprio lavadouro com um parque infantil anexo, onde as crianças podem ficar sob o olhar atento de suas mães; junto a isso, há uma área para estender a roupa e uma área de descanso multiuso que oferece uma vista para a área de captação de água da chuva nas redondezas.

Após vários meses de trabalho, os alunos apresentaram seus projetos à comunidade, que votou em seu design preferido. O projeto vencedor teve como inspiração as vitórias-régias, biofiltros naturais, para a estrutura, dada a relação do projeto com a água e o ambiente natural ao redor. Cada espaço é desenvolvido sob sua própria estrutura individual de madeira, apoiada por uma coluna central onde o telhado age como um funil que recolhe a água e a leva para uma cisterna. Essa água é então usada pelas pessoas para lavar suas roupas e, em seguida, é direcionada para um biofiltro que a limpa, permitindo que seja reutilizada. Cada material foi escolhido levando em consideração a disponibilidade, a facilidade de construção, o impacto ambiental e o orçamento, que depende de doações feitas por pessoas que querem apoiar a causa. Este projeto em andamento representa os esforços de inúmeras pessoas, desde os professores, os alunos até a própria comunidade, mostrando como seus esforços combinados podem levar a algo que vai ainda mais longe do que eles mesmos.

Implantação do projeto: Alemanha
Desenvolvimento do projeto: Reino Unido

Em um cenário de crescentes desafios climáticos e desigualdades urbanas, a TreesAI surge como uma resposta inovadora, com o objetivo de revalorizar a natureza urbana não apenas como um componente estético, mas como uma infraestrutura crítica e investível para cidades mais resilientes e justas. Nossa ferramenta, o Location-Based Scoring (LBS), oferece uma abordagem prática e baseada em dados para enfrentar as complexidades do ambiente construído e as questões ambientais que impactam as cidades.

A TreesAI, nascida no contexto inovador da Dark Matter Labs, não é um software tradicional. Ela é um sistema dinâmico de ferramentas e métodos quanti e qualitativos, desenvolvido para atender às necessidades específicas de parceiros envolvidos na construção de cidades mais sustentáveis. A principal essência do sistema é a capacidade de integrar tecnologias inovadoras com dados relevantes, posicionando árvores e ecossistemas urbanos como ativos de infraestrutura nos quais se pode investir.

A proposta da TreesAI vai além da visão tradicional do investimento em natureza. Em vez de se restringir à compensação de carbono, a TreesAI foca nos inúmeros co-benefícios que a natureza oferece às cidades. Esses benefícios incluem regulação térmica, gestão de águas pluviais, melhoria da qualidade do ar, além de contribuir com a saúde pública e o bem-estar social. Ao focar nesses múltiplos valores, a TreesAI propõe repensar o valor da natureza no planejamento urbano, criando modelos de financiamento que reconheçam o impacto de longo prazo das soluções baseadas na natureza.

Essa abordagem transforma ativos naturais em investimentos tangíveis, gerando uma nova economia cívica que prioriza a saúde do planeta e de seus habitantes. Um exemplo prático dessa abordagem inovadora foi o projeto piloto do Location-Based Scoring (LBS), realizado em Stuttgart, na Alemanha, em 2023. Nesse projeto, desenvolvemos uma ferramenta para fornecer uma compreensão profunda e de alta resolução das áreas de risco climático georreferenciadas.

O LBS permite que usuários, desde planejadores urbanos a membros da comunidade, explorem o perfil de localização de suas cidades, identificando com precisão os riscos e as vulnerabilidades climáticas. A ferramenta se adapta às especificidades de cada território, oferecendo uma visão granular e acionável para os gestores urbanos e formuladores de políticas. Com capacidades de ajuste contextual, o LBS transforma dados complexos em mapas e pontuações intuitivas, facilitando a tomada de decisões informadas sobre onde e como implementar soluções baseadas na natureza, como o plantio de árvores e o gerenciamento de inundações urbanas.

A visualização dos dados do LBS ajuda a simplificar a análise de informações críticas. Essa visualização permite que planejadores urbanos vejam de forma clara onde os riscos climáticos são mais elevados e onde as soluções baseadas na natureza, como o plantio de árvores, podem ter o maior impacto. Ao utilizar dados em tempo real e permitir uma análise contextual, o LBS oferece uma abordagem prática para mitigar os riscos climáticos, criando uma infraestrutura verde mais eficiente e adaptável.

A integração do LBS com outros sistemas e métodos desenvolvidos pela Dark Matter Labs cria uma plataforma robusta para os parceiros da TreesAI, permitindo que eles monitorem, planejem e invistam na infraestrutura verde de maneira mais eficaz. A proposta da TreesAI vai além do simples uso de dados — ela propõe uma revolução na maneira como as cidades abordam o uso de recursos naturais, reconhecendo-os como ativos que podem gerar benefícios de longo prazo, tanto para a sociedade quanto para o meio ambiente.

Esse é um convite para repensar o valor da natureza no planejamento urbano, especialmente para cidades como São Paulo, onde os desafios climáticos e as desigualdades urbanas são amplamente sentidos. Através de ferramentas como o LBS e o Resilience Compass, a TreesAI busca transformar a forma como os gestores urbanos pensam sobre a infraestrutura verde, oferecendo um modelo de financiamento mais justo e eficiente para o futuro sustentável das cidades.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

A criação do novo campus do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) no Ceará representa um marco na expansão da formação acadêmica militar de excelência no Brasil. Trata-se de um projeto estratégico da Força Aérea Brasileira, viabilizado pelo Acordo de Cooperação entre os ministérios da Defesa e da Educação. O campus será implantado na antiga Base Aérea de Fortaleza, local com valor histórico significativo, cuja origem remonta ao 6º Regimento de Aviação, de 1933, e ao projeto arquitetônico de Emilio Hinko, de 1941.

A proposta arquitetônica busca conciliar a preservação da memória com soluções contemporâneas. O plano diretor, elaborado pelo CEPE (Centro de Estudos e Projetos de Engenharia da Aeronáutica), prevê a requalificação do sítio histórico, aliando conservação patrimonial à inserção de novos volumes programáticos voltados ao ensino, à pesquisa e à vida acadêmica. O projeto promove a convivência entre o antigo e o novo, com uma setorização funcional pensada para eficiência, integração urbana e sustentabilidade.

A infraestrutura do campus contará com três prédios para cursos de engenharia, biblioteca, auditório, sede administrativa, cinco alojamentos estudantis, áreas de esporte e lazer, estacionamento, ciclovias, parque tecnológico e uma usina fotovoltaica, destacando o compromisso com a energia limpa. O sistema viário será reestruturado, com duplicação de vias e criação de novas ruas internas, promovendo fluidez e conexão com a malha urbana de Fortaleza.

A arquitetura adota princípios bioclimáticos, priorizando ventilação cruzada, iluminação natural, proteção solar e uso de materiais locais, como cobogós, favorecendo o conforto térmico e a identidade regional. Os edifícios incorporam práticas sustentáveis, reduzindo o consumo energético e aumentando a eficiência ambiental.

Desenvolvimento do projeto: Reino Unido

O Fórum Climático (Climate Forum) é uma plataforma de pesquisa, currículo e intercâmbio que traz o foco urgente da emergência climática e ecológica para o centro do programa de Práticas Espaciais da Central Saint Martins College of Art and Design, University of the Arts London. Liderado por Catalina Mejía Moreno, Professora Sênior de Estudos Climáticos, em colaboração com alunos e professores dos cursos de Práticas Espaciais. Nos últimos quatro anos, o Fórum Climático tem trabalhado na construção de uma plataforma colaborativa, onde iniciativas pedagógicas, práticas espaciais e projetos que envolvem justiça socioecológica, racial e ambiental são destacados e compartilhados entre alunos e professores. Ao mesmo tempo, o Fórum Climático tem trabalhado para consolidar modos de pensamento crítico que se concentram em práticas de reparação, reciprocidade, parentesco e não extrativistas, sejam elas materiais, espaciais ou outras, ao mesmo tempo em que articula métodos para compreender melhor as estruturas sociais nas quais todos nós operamos e os espaços de ação em que práticas equitativas e solidárias podem surgir.

CLIMATE WHEEL: CLIMATE WHEEL: Como profissionais da área espacial, temos o dever de nos afastar das praticas que degradam a Terra e a sociedade. Ao reconhecer as mudanças climáticas como um sintoma de um problema mais amplo, entendemos que abordar a crise climática de forma holística significa ir além das “soluções” logísticas e tecnocráticas, como apenas ferramentas de constru9ao sustentável. Esta ‘roda climática’ nasce do projeto – ‘O que é e o que pode ser’ – projeto busca compreender as inúmeras maneiras pelas quais os profissionais da arquitetura e das áreas espaciais podem, em vez disso, escolher práticas que optan por afirmação da vida. ‘O que é e o que pode ser’ e um projeto em andamento no programa Praticas Espaciais (Central Saint Martins, UAL) que busca compreender como ‘o clima’ ou ‘questões climáticas’ estão sendo abordados nas aulas: através do conteúdo ministrado, do trabalho dos alunos e das práticas de ensino dos professores. A ‘roda climática’ baseia- se numa base de quadros de ação climática existentes que moldam os cursos, a profissão e o discurso mais amplos. Analisamos 11 estruturas que abrangem princípios institucionais, orientações do Royal Institute of British Architects (RIBA), grupos de ação da indústria, certificação empresarial e movimentos de justiça climática. As palavras usadas na roda emergem de suas terminologias.

Este projeto foi concebido e produzido em colaboração entro o Fórum Climático da Spatial Practices e o MA Architecture (CSM), e apoiado pelo Gerente de Ação Climática da UAL, e os cursos BA Arquitetura e MA Cidades do CSM.
‘O que é e o que pode ser’ – visite aqui: https://climate-forum.com/climate-audit-from-what-is-to-what-might-be

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Toda cidade de se transforma. Na escala da casa, os filhos se tornam mais velhos e se mudam, liberando quartos que se transformam em escritórios; os pais envelhecem, abandonando casas para voltar a morar na companhia de filhos ou cuidadores. Pequenas mudanças no plano diretor fazem com que casas percam seu valor de imóvel para serem vistas apenas como terrenos – grandes demolições abrem caminho para novos moradores ou para o mercado de investimentos. No setor comercial, lojas de shopping rotacionam em alta velocidade para acompanhar tendências, enquanto escritórios de empresas fecham e abrem com a fluidez imaterial da bolsa de valores. Por trás de um mundo contemporâneo dito digital, ao qual se associam palavras imateriais como nevoeiros e líquidos, persiste um universo material que, por conveniência, esquecemos.

A vertigem de, todos os dias, entrar em contato com o que a cidade desfaz é uma experiência comum a poucos arquitetos. Diariamente, uma equipe percorre edifícios a serem demolidos ou transformados radicalmente em busca de elementos reutilizáveis

A Arquivo atua como casa temporária para elementos de arquitetura a partir da cessão temporária de um espaço no bairro de Ondina, em Salvador. Check-in, estoque, triagem, catalogação, recuperação e revenda acontecem na sede. Edifícios construídos a partir do arquivo são frequentemente um amálgama de partes de cidade, mas o contrário também acontece: a dissolução de um prédio em dezenas de pequenas reformas.

O trabalho conta as três etapas do processo de desmontar e construir a partir do que já existe no mundo.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O interesse por novos materiais tem orientado a pesquisa e a prática do Estúdio RAIN, que desde 2019 se dedica à investigação da resina vegetal derivada do óleo de mamona.

Na fase inicial, o estúdio concentrou-se na experimentação do biomaterial, buscando expandir seu uso além da aplicação tradicional como verniz em camadas finas. O objetivo era possibilitar a moldagem de grandes volumes do material. Dessa etapa, resultaram filtros de luz em tom âmbar — a cor natural da resina. Posteriormente, a pureza do material foi desafiada pela introdução de ar durante o processo de catalisação do material. O aumento de bolhas conferiu à resina um aspecto esbranquiçado e translúcido, possibilitando o desenvolvimento de membranas espumadas de formas orgânicas, usadas como difusores de luz.

A série Rícino C apresenta um terceiro avanço nessa pesquisa. Nela, o polímero vegetal é combinado com agregados naturais para criar materiais compostos. Elementos orgânicos e minerais — como flores, frutas, raízes, algas, sementes e rochas — são incorporados à resina, resultando em superfícies com diferentes texturas, densidades e tonalidades, que podem ser aplicadas a distintas funções.

Em meio a essa pluralidade, a presença do grânulo é o fator unificador. Ele concentra a informação intrínseca do material, definindo suas características visuais e técnicas. O grânulo, porém, não existe de forma isolada: sua essência se manifesta no acúmulo — seja dispersando-se e colorindo a resina, seja sedimentando-se e conferindo dureza e opacidade.

Explorando as novas possibilidades, foi criada uma coleção de linhas ortogonais que evidenciam o caráter enigmático do material. Volumes robustos e silenciosos, quase monolíticos, se articulam entre si por meio de encaixes visíveis, revelando conexões. A série Rícino C expressa a natureza orgânica do polímero vegetal e sua capacidade de transformação, destacando a versatilidade e a beleza do material.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O Cobogó Alberobello é fruto da pesquisa contínua e independente de Raquel Finotti da Talpa design, que investiga o potencial do reaproveitamento de resíduos de diferentes origens. Neste projeto específico, o foco está nos resíduos da construção civil.

Cada módulo do projeto contém 62% de agregados reciclados, provenientes de materiais cuidadosamente separados, triturados e preparados para serem incorporados ao traço, transformando o que seria considerado rejeito em matéria-prima de valor. Essa dedicação garante que cada peça carregue não apenas uma função prática, mas também a narrativa de cuidado e atenção em cada etapa do processo.

A tonalidade naturalmente avermelhada do cobogó é resultado dos resíduos de telhas e tijolos, criando uma paleta orgânica que dispensa corantes artificiais e resgata a essência do barro. Ao incorporar esses fragmentos triturados ao traço, revela-se uma estética singular, que alia inovação, memória e sustentabilidade.

Além da estética, o Cobogó Alberobello desempenha funções arquitetônicas importantes: modula a entrada de luz, promove ventilação e adiciona textura aos espaços, proporcionando conforto e poesia visual. Sua geometria versátil permite múltiplas paginações, oferecendo liberdade compositiva e garantindo que cada montagem seja única, adaptando-se às necessidades e desejos de cada projeto.

O design do cobogó dialoga com a tradição brasileira, ao mesmo tempo em que evoca referências mediterrâneas, remetendo a cidades históricas e paisagens carregadas de memória. O resultado é uma peça que ultrapassa a função prática e transforma descarte urbano em poesia arquitetônica, reafirmando a capacidade de encontrar beleza, significado e sustentabilidade no que antes era apenas resíduo.

O Cobogó Alberobello sintetiza a busca por soluções arquitetônicas mais conscientes, mostrando que é possível unir criatividade, responsabilidade ambiental e sensibilidade estética em cada módulo produzido.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

A ação Semear cinzas (2024), idealizada pela artista Ana Lúcia Canetti, contou com a participação da fotógrafa Mariana Alves e integrou o evento Coordenadas […], realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade de Brasília. O evento, que ocorre há 10 anos sob coordenação da professora Karina Dias, busca interromper, mesmo que brevemente, as relações rotineiras com a paisagem, reinventando vinculações com o espaço urbano por meio de ações coletivas.

Ana Lúcia Canetti é artista visual, ceramista e doutoranda em Artes Visuais na UnB. É licenciada em Artes Visuais pela Faculdade de Artes do Paraná (2007), mestre em Psicologia pela UFSC (2010), na linha de pesquisa “Relações éticas, estéticas e processos de criação”, e psicóloga formada pela UFPR (2004).

Para o trabalho, foram produzidas pela artista vinte peças em cerâmica. Algumas foram queimadas em alta temperatura e receberam esmaltação com cinzas; outras foram queimadas em baixa temperatura, nas técnicas de raku e raku nu, em que a fuligem da queima vegetal se inscreve nas peças, criando pontos e linhas.

Cada participante escolhia uma dessas peças e caminhava por uma área de monocultura de pinus, em Brasília/DF, semeando cinzas vegetais colhidas em diferentes regiões do Cerrado. Alguns as sopravam, outros as espalhavam com os dedos ou as lançavam ao alto. Antes da caminhada, recebiam instruções com as seguintes consignas:

Escolha uma semente feita de barro e fogo
Tente ler os recados deixados pela queima
O que é escrito pela fuligem nas fraturas da terra?
O que as cores dos vidrados anunciam?

Caminhe em grupo e semeie cinzas
Tente ler o que se anuncia e cai no solo
O que esses pequenos nevoeiros de poeira nos contam?

Estar no mundo é jardinar outras espécies
E também ser objeto de suas semeaduras
O que estamos semeando? Como estamos sendo jardinados?

Convido a semearmos o brilho de um fogo extinto,
Redistribuindo sentidos de vida no breu das paisagens,
Contornando repetições,
Tocando solos inférteis,
Espalhando centelhas que ainda possam nos acender.

O trabalho foi inspirado no livro O Semeador – Da natureza contemporânea, de Emanuele Coccia (2022). Para o autor, semear é uma forma de iluminação: uma “distribuição de luz astral no espaço terrestre”, feita por fragmentos de matéria que captam a luz solar na “carne mineral e cinza da terra” (p. 30). Coccia propõe uma analogia entre o semeador e o pintor: ambos manipulam luz ao tentar redesenhar o mundo. A paisagem, nesse contexto, é menos uma figura geológica e mais uma economia de luz. Semear e pintar tornam-se, assim, uma política da luz — “um ato de pôr o sol e sua força astral em outros lugares do cosmos” (p. 45).

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Implantado no campus Lagoa Seca da Unileão, em Juazeiro do Norte, o novo bloco multifuncional foi concebido como elemento estratégico para fortalecer a integração entre ensino, pesquisa, cultura e convivência. O edifício abriga a Biblioteca Central, um auditório com mil lugares, salas de aula, laboratórios da área da saúde e setores administrativos. Esses espaços são interligados por áreas livres e de estar que promovem o convívio e incentivam a permanência dos usuários.

A implantação valoriza o diálogo com o restante do campus e funciona também como passagem para o Hospital Veterinário. Um dos destaques do projeto é a grande arquibancada que conecta a praça de acesso ao foyer do auditório, tornando-se um espaço de encontro e contemplação, com vista privilegiada da Chapada do Araripe e aproveitamento da ventilação natural. Mais do que um elemento de transição topográfica, essa arquibancada tem função social e simbólica, consolidando-se como ponto de referência no campus.

A materialidade do edifício reforça sua conexão com o território. Sua estrutura em concreto armado garante robustez e racionalidade construtiva, enquanto as vedações em tijolo cerâmico maciço, produzido localmente, atuam tanto na climatização quanto na identidade do projeto. Nas fachadas leste e oeste, os tijolos vazados filtram a luz solar intensa, promovendo conforto térmico – fator essencial no clima semiárido da região.

O projeto incorpora jardins internos e externos com espécies nativas ou adaptadas, criando um microclima agradável por meio do resfriamento evaporativo. Esses jardins vão além do paisagismo, desempenhando papel funcional e ambiental, contribuindo para a sustentabilidade e o bem-estar dos usuários.

A organização espacial segue uma lógica racional. A modulação estrutural de 8 x 10 metros otimiza a execução, reduz custos e garante flexibilidade de uso ao longo do tempo, permitindo que o edifício se adapte a novas demandas e amplie sua vida útil. Entre os principais volumes, uma cobertura sombreada conecta os blocos e oferece um espaço protegido do sol, ampliando as áreas de convivência ao ar livre.

A volumetria do conjunto se destaca pelo contraste entre os blocos ortogonais e a forma elíptica do auditório. Essa escolha rompe a rigidez da composição e acrescenta dinamismo e identidade arquitetônica ao conjunto.

Mais do que um edifício acadêmico, o novo bloco multifuncional da Unileão é uma infraestrutura cultural, social e ambiental, profundamente enraizada no território e sensível às condições climáticas e culturais do local. Ao valorizar materiais regionais, integrar a paisagem e criar espaços de encontro, o projeto reflete a vocação do campus como espaço de conhecimento, pertencimento e bem-estar.

Implantação do projeto: Argentina e Alemanha
Desenvolvimento do projeto: Argentina e Alemanha

Todos os anos, mais de 10 milhões de toneladas de conchas marinhas—principalmente de ostras, mariscos, vieiras e mexilhões—são descartadas como lixo. Este projeto explora como recursos de origem marinha, frequentemente negligenciados como subprodutos, podem servir como base para a experimentação material na arquitetura, design, artesanato e ciência. Ele destaca práticas inovadoras com materiais que redefinem a relação entre o ambiente construído e os ecossistemas que o sustentam.

Abrangendo múltiplas escalas—de edifícios e elementos construtivos a cadeias de valor de materiais—o projeto examina como o design pode fomentar novas interdependências entre materiais, construção e sistemas ecológicos.
No centro desta exploração está a pesquisa colaborativa da arquiteta ambiental Angie Dub e da designer experimental Heidi Jalkh, que estão transformando conchas descartadas em um material sustentável para o ambiente construído. Ao combinar conchas trituradas com biopolímeros à base de algas, elas produzem uma biocerâmica que não requer calor, composta inteiramente de biomassa marinha. Esta pesquisa baseada na prática repensa as cadeias de valor bioregiomais, explorando o potencial dos resíduos de alimentos marinhos em territórios urbanos como Buenos Aires e Berlim, onde as designers estão baseadas.

Através de protótipos, matérias-primas, componentes moldados e amostras de teste desenvolvidos durante a fase de pesquisa, o projeto fornece uma exploração aprofundada da transformação do material, de concha para ladrilho.

A CONQ apresenta um sistema de construção modular emergente, ilustrando o potencial de aplicação desta biocerâmica à base de concha e apontando para futuras trajetórias de pesquisa. Além disso, as amostras de materiais mostram as diversas cores e acabamentos que surgem naturalmente de diferentes espécies de conchas, demonstrando a variabilidade inerente do material e o equilíbrio do design entre desempenho mecânico e versatilidade estética.

O projeto ressalta a urgência da transição de práticas extrativistas de materiais para economias regenerativas e circulares. Em vez de ver matérias-primas como recursos inertes e extraíveis, ele propõe uma abordagem sistêmica e dinâmica, uma que reconhece as profundas interconexões entre materiais, edifícios e os ecossistemas que os sustentam.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Bianca Cuvello, arquiteta e urbanista formada pela Universidade Federal do Amazonas, natural de Manaus, compreende que o desenvolvimento urbano da capital amazonense está intrinsecamente condicionado ao meio natural, em especial à extensa bacia hidrográfica que caracteriza a região. No entanto, a urbanização acelerada tem intensificado o fenômeno da periferização, gerando desafios complexos relacionados à inclusão social e ao acesso à moradia digna. A segregação espacial, nesse contexto, empurra populações de baixa renda para áreas onde a infraestrutura é precária e insuficiente.

Diante desse cenário, a proposta de habitações anfíbias surge como alternativa capaz de mitigar tais problemas, promovendo uma integração mais equilibrada entre os moradores e as áreas de várzea e alagadiças. A arquitetura anfíbia, concebida para se implantar sobre as águas, busca aliar sustentabilidade e inovação tecnológica a soluções construtivas adaptadas ao entorno, combinando duas tipologias estruturais fundamentais: a palafítica e a flutuante.

Essa estratégia reafirma os limites e potencialidades impostos pelos condicionantes naturais da Amazônia, ao mesmo tempo em que possibilita a ocupação de espaços urbanos historicamente negligenciados e pouco adensados. Além disso, a proposta dialoga com as questões sociais e habitacionais da cidade a partir de diretrizes projetuais alinhadas aos 5 pontos para uma arquitetura na Amazônia (Cereto, 2024). Trata-se, portanto, do objetivo de refletir sobre soluções habitacionais que não apenas respondam às especificidades ambientais de Manaus, mas que também promovam a integração social das populações marginalizadas ao tecido urbano consolidado.

Assim, a tipologia de habitações anfíbias pretende assegurar funcionalidade e eficiência, incorporando equipamentos adequados e sistemas construtivos coerentes com as restrições econômicas locais, especialmente em um contexto marcado pela escassez de recursos.

Implantação do projeto: China
Desenvolvimento do projeto: EUA

Sua Estufa é a Sua Sala de Estar é um dispositivo ambiental que amalgama as funções de estufa, cozinha externa e sala de estar. Ele especula sobre a capacidade de cultivar vegetais e compartilhar alimentos como um ato coletivo para combater extremos ambientais. Projetado para espaços urbanos abandonados e subutilizados, o pavilhão apresenta um conjunto de móveis móveis e operáveis que animam o entorno com racks de cultivo de vegetais, bancadas de cozinha e mesas dobráveis. Quando fechado, funciona como uma estufa que incentiva atividades de cultivo; quando aberto, transforma-se em uma sala de estar ao ar livre que promove novas formas de compartilhamento comunitário na vida urbana.

O pavilhão incorpora um microclima de cuidado que nutre tanto plantas quanto seres humanos. Promove um sistema de agricultura coletiva, no qual solos contaminados de terrenos agrícolas próximos são tratados in situ e armazenados em vasos portáteis projetados para cultivo comunitário e troca de produtos entre membros da comunidade. A água da chuva, coletada e filtrada por meio do reservatório metálico suspenso, circula no pavilhão para atividades de jardinagem e culinária. Graças a táticas espaciais que mitigam os desafios impostos pelo clima extremo em um contexto subtropical — como vãos estratégicos entre painéis que permitem o resfriamento passivo —, a estrutura proporciona um ambiente ideal para as plantas, oferecendo aos visitantes condições equilibradas de ventilação e sombreamento para coabitarem o espaço com plantas e outras espécies.

Office for Roundtable é um coletivo de prática de projeto e pesquisa liderado por Leyuan Li, atualmente sediado em Denver, Colorado, e Guangzhou, China. Seus projetos abrangem um amplo espectro de tipos e escalas na interseção entre o interior e o urbano, explorando espaços e eventos que facilitam o compartilhamento entre diversas comunidades para criar narrativas coletivas. Projetos construídos recentes foram destacados em PLOT, ArchDaily, Designboom, Architect’s Newspaper, Gooood e KoozArch, entre outros. Mais recentemente, o Office for Roundtable recebeu uma Menção Honrosa no AN’s Best of Practice Awards na categoria Architect (New Firm) – Southwest em 2025.

JXY Studio é um estúdio interdisciplinar de arquitetura e arte cofundado por Yue Xu e Jiaxun Xu. Nosso trabalho visa expandir os limites do projeto arquitetônico tradicional e explorar abordagens inovadoras para a construção do espaço e da narrativa por meio de uma gama mais ampla de mídias, envolvendo os campos do design, pesquisa e artes visuais, incorporando imagens, pintura, instalação, fotografia, imagem em movimento e outras formas multimídia. Combinando ampla experiência em criação digital, instalação espacial, reconceitualização artística do espaço e urbanismo inovador, cada projeto do estúdio está ancorado tanto em pesquisa lógica quanto em prática inventiva. Inspirados pela rica herança cultural de Lingnan e pela interseção das culturas oriental e ocidental, usamos essa perspectiva única para alimentar as explorações interdisciplinares de arquitetura e arte.

Desenvolvimento do projeto: Brasil

O DOMO POMPEIA é fruto de um exercício acadêmico e experimental conduzido pela Turma lll da Pós-Graduação “Arquitetura em Madeira: Projeto e Tecnologia” do Núcleo da Madeira em parceria com o IPT.

O projeto nasceu do desafio de criar uma estrutura desmontável, leve e manualmente construída, tendo a madeira como matéria principal da criação. Um domus não foi a primeira proposta, mas a geometria circular ganhou estabilidade nos protótipos elaborados e acabou surgindo uma evolução de processos. A proposta envolveu desde o desenho inicial, passando pelo estudo estrutural, até a execução integral da obra pelos próprios estudantes, em um processo coletivo de intensa experimentação.

A escolha pela execução manual não foi apenas uma limitação prática, mas sobretudo uma decisão pedagógica e conceitual. Cada encaixe, cada corte e cada junção do domus foi realizado sem o uso de maquinário industrial, permitindo que os participantes se reconectassem com o entendimento físico do material. Essa imersão direta possibilitou um aprendizado singular sobre a resistência, a plasticidade e o comportamento da madeira diante de diferentes esforços estruturais.

Vista de cima, a estrutura revela sua geometria radial, ripas de madeira partem de um núcleo central e se distribuem até o perímetro, formando um padrão que combina simetria e organicidade. As linhas sugerem um movimento espiralado, próximo às formas encontradas na natureza, como pétalas ou nervuras de folhas. Essa lógica construtiva garante o equilíbrio das forças, em que cada elemento trabalha em compressão e flexão, sustentado pelo todo. O domo, nesse enquadramento, se mostra não apenas como um objeto arquitetônico, mas também como um diagrama vivo da relação entre a forma e o caminho das forças.

O DOMO POMPEIA se estabelece, assim, como um experimento construído: um espaço em que teoria e prática se fundem, criando um espaço de estar e contemplação. Ele evidencia o potencial da madeira como elemento estrutural em sistemas modulares, explorando conexões precisas que garantem estabilidade ao mesmo tempo em que revelam uma estética de leveza e organicidade.

O nome foi dado em homenagem ao arquiteto Prof. Dr.Roberto Alfredo Pompeia, falecido precocemente em 2024, responsável pela disciplina de “Conceitos Estruturais em Madeira: Forma”, do curso de Arquitetura em Madeira. O curso é uma parceria entre o IPT e o Núcleo de Referência em Tecnologia da Madeira, e tem entre seus objetivos difundir o uso deste nobre material, sustentável e renovável, na construção civil.

A realização do projeto reforça a importância da experimentação no ensino da arquitetura e da engenharia de madeira. Mais do que uma obra, o domus é resultado de um processo coletivo que valoriza a manualidade, a cooperação e a investigação técnica. Ao ocupar fisicamente o espaço, o DOMO POMPEIA materializa o encontro entre tradição construtiva e pesquisa contemporânea, tendo a madeira como matéria para o futuro.

Desenvolvimento do projeto: Brasil

Como trabalho final de conclusão de curso, a segunda turma da pós-graduação “Arquitetura em Madeira: Projeto e Tecnologia” do Núcleo da Madeira, em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), desenvolveu um protótipo de estrutura geodésica, nomeado como “Carmodésica”.

Com o intuito de desenvolver um pavilhão leve e funcional, buscou-se criar uma estrutura simples, porém eficiente, capaz de vencer grandes vãos com o uso de peças pequenas e modulares, conectadas entre si. A proposta partiu da ideia de que essas peças pudessem ser fabricadas de maneira racional, permitindo fácil montagem, desmontagem e transporte, otimizando os recursos disponíveis.

O trabalho surgiu como uma forma de aprofundar o estudo sobre os sistemas construtivos modulares em madeira, com ênfase no uso de geometrias triangulares. Foram produzidas 135 lâminas curvas de madeira, coladas e prensadas em molde específico, que deram forma a 45 módulos triangulares. Essas unidades estruturais são conectadas por 55 peças metálicas especialmente projetadas e usinadas para o projeto, com furos oblongos que permitem pequenos ajustes de ângulo e favorecem a flexibilidade e adaptação da estrutura como um todo.

As lâminas utilizadas são finas e flexíveis, porém resistentes, e sua colagem em múltiplas camadas resulta em elementos autoportantes com curvaturas precisas. A combinação entre madeira engenheirada e conexões metálicas oferece um equilíbrio entre resistência, leveza e adaptabilidade.

O estudo desenvolvido pela turma buscou explorar ao máximo as possibilidades construtivas da madeira laminada colada, propondo formas que desafiam o convencional e valorizam o uso racional dos materiais. A proposta investigou também como a flexibilidade e a modulação permitem variadas configurações espaciais e estéticas.

Este exercício permitiu a criação de diferentes possibilidades de pavilhões geodésicos a partir de uma única estrutura base, que pode ser montada em forma côncava ou convexa, conforme a demanda de uso e contexto do espaço. Com isso, favorece-se a criação de ambientes únicos e inovadores, baseados em princípios geométricos e estruturais sólidos, com forte apelo arquitetônico e experimental.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

A primeira turma da Pós Graduação do Núcleo da Madeira, em parceria com o IPT, foi formada por arquitetos, engenheiros e designers interessados numa proposta pioneira de expandir o conhecimento da madeira aplicada à construção civil brasileira, buscando assim corrigir uma falha significativa na formação dos profissionais do mercado brasileiro. O Projeto Integrado de conclusão do curso foi proposto aos alunos na forma de um trabalho coletivo de aplicação dos conceitos discutidos durante o curso, como o conhecimento do material e das tecnologias, logística de montagem, experimentação geométrica e estética da forma, dimensionamento, entre outros, além de permitir que os alunos tomassem contato real com o processo e as implicações das decisões de projeto. O Protótipo Experimental foi desenvolvido com o intuito de produzir um pequeno pavilhão que pudesse ser montado elementos modulares pré-fabricados de madeira. O pórtico tri articulado é construído em chapas de compensado de 30 mm, cortados em CNC, colados e aparafusados formando um conjunto único de pilar e viga que suporta os painéis de cobertura, produzidos com peças de mercado de 12×5 cm e chapas de compensado 12 mm. A conexão metálica da base em aço galvanizado a fogo suporta, além do pórtico, a estrutura do piso onde se apoiam painéis de deck de madeira nativa produzidos em fábrica. O conjunto projetado a partir de módulos de 2,40 m permite a repetição do pórtico e a adequação da área do pavilhão em função do espaço disponível para sua expansão. A equipe formada pelos alunos e professores do curso trabalhou na marcenaria do IPT, com auxílio do técnico responsável, para produzir as peças do protótipo. Apenas a usinagem dos pórticos foi feita externamente. Entender a complexidade e a dificuldade das soluções adotadas e utilizar a criatividade para encontrar soluções viáveis foram parte do desafio de produzir todos os elementos de forma a permitir uma montagem fácil e rápida no canteiro. O desenvolvimento do projeto e a produção do protótipo contaram com o apoio das empresas parceiras: Indusparquet, Rothoblaas, Immergrum, Montana Química, Osawa, Antoni Compensados, IBF, Amarante Madeiras, Formtap, Módulo Sequência, Mado Esquadrias, Omintrade.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Módulo Tecnoíndia

Trata-se de um de projeto relacionado às áreas de arquitetura e engenharia civil, especificamente no campo das habitações de baixo custo e/ou habitações de emergência.

A construção de habitações de baixo custo com qualidade é uma questão que afeta milhares de famílias no Brasil. Os governos federal, estaduais e municipais, em seus programas de habitação, inclusive para os povos indígenas, utilizam de técnicas construtivas que em sua grande maioria, com raras exceções, adotam o uso de casas de alvenaria em tijolos cerâmicos ou blocos, resultando em longos prazos de execução e desperdício de materiais entre outros. O projeto apresentado utiliza a madeira como matéria prima; via de regra os agentes públicos financeiros, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, não financiam casas de madeira. O fundamento do sistema apresentado busca responder à demanda dos povos indígenas por habitação na sociedade contemporânea, estabelecendo um desenho capaz de ser entendido como desenho cultural uma vez que é referenciado nos desenhos das casas indígenas tradicionais. O sistema é modular, podendo também atender as situações de emergência, constituindo-se em uma alternativa de rápida execução, durabilidade e baixo custo de manutenção.

O projeto apresentado utiliza da madeira como matéria prima pelas qualidades do material, destacando o atributo de ser totalmente sustentável, pois que pode ser reposto no ambiente.

O sistema possui característica inovadora ao desenvolver todo o projeto referenciado no estudo das casas dos povos indígenas, onde a cobertura e as paredes de vedação constituem uma mesma estrutura definindo o próprio desenho da casa, configurada através do corte ogival tradicional das habitações indígenas. Nas casas urbanas convencionais, parede e cobertura constituem elementos separados.

O sistema apresentado estabelece o desenho de uma peça módulo de madeira, recortada a partir de tábuas com bitolas comerciais. O posicionamento das peças obedece a uma sequência que dá forma a um arco do tipo ogival, onde as duas partes do arco são montadas de modo a que cada parte seja constituída de cinco peças módulos, executadas em sequência.

Duas peças módulos são ligadas com outras duas usando uma peça módulo posicionada entre elas. A outra parte do arco ogival é construída da mesma forma e são ligadas as duas partes pela cumeeira. Todo o processo de ligação se faz através de parafusos.
Protótipo Módulo Tecnoíndia

O projeto do protótipo Módulo Tecnoíndia parte do desenho das tradicionais casas indígenas brasileiras, incorporando também as experiências do arquiteto francês Philibert D´Lorme (1514-1570).
Busca aliar o modo de construir das casas indígenas com as necessidades da sociedade contemporânea.

A partir de uma única peça módulo, que se justapõe, é constituído o pórtico ogival comum às casas indígenas.
Conjuntos de peças, ligadas através de parafusos e dispostas lado a lado, formam o pórtico estrutural que será repetido a cada 1,25 metros.

O Módulo Tecnoíndia é inovador e sustentável. A madeira utilizada demonstra atenção e respeito pelas tecnologias ancestrais. O desenho é simples e sofisticado. A estrutura modular permite montagem e desmontagem.

No domingo dia 28 de setembro de 2025, o Parque da Jóia, localizado no bairro do Butantã, em São Paulo, será palco do 4º Festival da Jóia, um evento que celebra a regeneração socioambiental, a cultura comunitária e a educação ambiental. Neste ano, o festival integra oficialmente a programação da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, dialogando diretamente com as suas pautas centrais: preservar as florestas e reflorestar cidades e, conviver com as águas.

Organizado pelo coletivo Gente Jóia, formado por moradores e colaboradores locais, o evento reafirma o protagonismo comunitário na transformação do Parque da Jóia — um espaço de 13 mil m² que, no passado, abrigou a antiga Favela Jóia e que, hoje, é referência em reflorestamento urbano, manejo sustentável de águas e práticas de permacultura.

A programação inclui duas inaugurações: a primeira é a Exposição de Design Biomimético, que apresentará ao público protótipos desenvolvidos por estudantes da FAU-USP a partir de soluções inspiradas na natureza. 

A segunda estreia é a do Jogo de Percurso “A Jóia do Parque”. Destinado aos frequentadores cotidianos e também a grupos escolares, propicia ao público, através de um trajeto lúdico e educativo, conhecer a história, as ações regenerativas e a biodiversidade do Parque da Jóia. Trata-se de uma experiência interativa, onde o público será convidado a assumir o papel de detetives da regeneração a fim de desvendar um mistério ecológico. O objetivo do jogo de percurso é despertar a consciência ambiental passeando pela jornada da destruição à restauração, mostrando como é possível transformar áreas degradadas em locais lindos e biodiversos através da união comunitária.

O festival ainda contará com três atrações musicais com artistas da comunidade, uma roda de capoeira, oficinas práticas de permacultura urbana, onde o público terá a oportunidade de ver de perto e entender como funcionam jardins de chuva e farão a compostagem dos resíduos produzidos ao longo do dia de festival. Todas as atividades são abertas ao público e gratuitas. 

Ao longo de todo o dia acontecerá a Feira Agroecológica da Jóia, com comidas saudáveis, artesanatos de produtores locais e com uma gestão cuidadosa dos resíduos sólidos, na direção de um festival lixo zero. Haverá também grafitagem do parque com o colevito Butantãnicas formado por artistas visuais do Butantã que participam de mutirões de grafitti pelo bairro, colorindo as paredes e dando visibilidade para o trabalho produzido por mulheres.

“O Festival da Jóia é mais do que um evento, é a celebração de um território vivo, construído coletivamente. Ao integrar-se à Bienal, reforçamos que o Parque da Jóia é também um espaço de reflexão sobre o futuro das cidades e de inspiração para práticas regenerativas contribuindo não somente com o meio ambiente, mas também com a saúde física e mental da população”, destaca o coletivo Gente Jóia.

O 4º Festival da Jóia conta com o apoio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo e também com o apoio da rede Permacultores Urbanos.

Entrada gratuita

Mais informações: instagram.com/parquedajoia

O 4º Festival da Jóia reafirma o Parque da Jóia como um laboratório vivo de práticas sustentáveis e de fortalecimento comunitário, alinhando arte, design, permacultura e educação ambiental em um espaço que luta pelo reconhecimento como parque urbano municipal.

O festival foi fomentado pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) da USP

O CLIMATIVA, composto por duas grandes etapas, viabiliza uma abordagem transversal na administração pública municipal para construção participativa e autônoma do PAC. Esse método traz para a construção de respostas ao enfrentamento da crise climática a população que invariavelmente é atingida pelas consequências dos eventos extremos.

Durante a etapa de avaliação de riscos, dados de caracterização do território, eventos danosos, projeções climáticas, políticas públicas, infraestrutura e uso do solo são analisados para verificar uma indicação inicial de riscos climáticos. Posteriormente são feitas outras duas leituras de riscos climáticos territoriais, por meio de oficinas participativas. Um primeiro conjunto de oficinas busca entender a situação pelo olhar dos técnicos que atuam junto a administração municipal e, um segundo conjunto, pela voz da população. O resultado da primeira etapa é uma avaliação de risco climático construída coletivamente, a partir da qual se faz recomendação de ações climáticas pertinentes àquele contexto. Esse primeiro filtro das ações é levado para priorização da população e, na sequência, para o detalhamento técnico e redação do PAC.

Recomenda-se que o processo seja iniciado a partir da prefeitura municipal, ente responsável pela implementação e monitoramento do PAC. Contudo a condução dos trabalhos de elaboração do PAC é feita por um grupo gestor composto por técnicos municipais e representantes da sociedade civil. Além de dar maior legitimidade ao PAC, essa parceria se mostra essencial para ampliação da visão sobre os desafios municipais a crise climática questão, expandido o repertório de respostas possíveis para aquele território.

Vagas: 25

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.

Será dada prioridade para servidores públicos e pessoas com atuação profissional em cidades de pequeno e médio porte.

As inscrições estarão abertas até 24 de setembro de 2025.

A Agricultura Urbana e Periurbana é uma das estratégias para conter o avanço da expansão urbana, sendo uma atividade econômica compatível com a natureza. Nesse contexto, a cadeia produtiva das ornamentais é muito relevante na Zona Rural Sul de São Paulo, territorial e economicamente. Por isso o Programa Sampa+Rural tem feito um trabalho focado inovador no apoio à transição agroecológica destes cultivos, com assistência técnica e extensão rural, num piloto envolvendo 20 agricultores. O que implica na adoção de práticas conservacionistas, intensificação de tratos biológicos através do uso de bioinsumos sólidos e líquidos, cobertura constante do solo e principalmente a eliminação do uso de herbicidas e/ou outras práticas que danifiquem a permeabilidade dos solos.

Convidamos profissionais do paisagismo a contribuir para uma cidade mais verde e sustentável, junto a produtores rurais e agentes públicos da Prefeitura de São Paulo (SMDET e SVMA). Queremos entender as necessidades de compras desse mercado e possibilidades de apoio nesse caminho para sustentabilidade, como a inclusão de espécies nativas e incentivo à produção local e sustentável. A atividade busca incentivar o diálogo entre esses atores, visando construir uma conscientização e maturidade do mercado em relação à importância do modo de produção agroecológico no município, para que essas iniciativas possam ser valorizadas e potencializadas. Além de trazer para o debate a questão das espécies nativas, que são pesquisadas e cultivadas pela SVMA no Viveiro Manequinho Lopes, e que poderiam ser produzidas nos locais de agricultura, gerando benefícios ecossitêmicos para a cidade. Entendemos que, quanto mais espaço este tipo de produção ganhar, maior pode ser a adesão dos demais produtores convencionais rumo a uma cidade mais saudável para todas as formas de vida. No âmbito da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura, propomos este encontro buscando estabelecer conexões na construção de um manejo sustentável apropriado para a região, que possa colaborar e impactar toda a cidade ambiental e economicamente.

Venha fazer parte dessa construção de inovação e solução baseada na natureza frente às mudanças climáticas!

25/09 – 13h às 17h

13h às 15h – visita ao Viveiro Manequinho Lopes (Umapaz/SVMA) para conhecer espécies nativas ornamentais cultivadas pela Prefeitura.

15h às 17h – roda de conversa com arquitetas(os) paisagistas, agricultoras(es) e agentes municipais: “Por uma cadeia produtiva sustentável de plantas ornamentais na cidade de São Paulo”, Umapaz.

Público-alvo: profissionais do paisagismo, produtores de ornamentais, agentes públicos

Vagas: 50

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

Florencia Sobrero (Córdoba, Argentina, 1990). É arquiteta (2014) pela Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Design da Universidade Nacional de Córdoba e mestre em Gênero e Comunicação (2023) pela Universidade Andina Simón Bolívar, sede Equador. É sócia fundadora do escritório de arquitetura Taller General (2017), onde combina design, construção, ativismo e educação para levar adiante sua prática profissional.

A questão de gênero é um ponto de conflito que vivenciamos dia após dia, em um contexto ultra-hegemônico e patriarcal, como é o caso do âmbito do design e da construção. Setor no qual enfrentamos dinâmicas complexas desde os vínculos com clientes, relações com pedreiros, negociações com fornecedores e espaços de ação coletiva, como a construção comunitária. Dinâmicas que estão enraizadas em estereótipos de gênero e construções culturais binárias excludentes, em torno de supostos papéis que mulheres e homens “devem” ocupar na sociedade. Um panorama que nos leva a (re)pensar quem tem a possibilidade de construir?

Desse questionamento surgem as jornadas de construção participativa com perspectiva de gênero: Femingas. O espaço se abre como uma alternativa às mingas (mutirão) de construção, originalmente concebidas no Equador como jornadas de trabalho participativo em que os membros de uma comunidade se reúnem para desenvolver atividades em prol do bem comum, como fazer a manutenção de uma estrada, construir um equipamento comunitário, limpar uma escola, etc.

*minga, é o termo quíchua usado no Equador para se referir ao mutirão

Em breve mais informações.

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Debate entre China e Brasil com autoridades e arquitetos brasileiros e chineses

Programação

13h30 às 14h30 – Mesa de abertura

14h30 às 15h – Visita à exposição chinesa na Oca

15h às 17h – Rodada de conversa com arquitetos chineses e brasileiros

Convidados: Pablo Hereñu (H+F Arquitetos), Catherine Otondo (Base Urbana), Marcos Cereto (curador / UFAM)

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Após uma palestra interativa conduzida pelos arquitetos e urbanistas José Bueno e Riciane Pombo, convidaremos os participantes para uma caminhada guiada pelo Parque para compreender a formação do Lago do Ibirapuera pela Bacia do Rio Sapateiro com o suporte do Audio Guia “Aguas do Ibirapuera” produzido em parceria com o Museu de Arte Moderna em 2022

Rios e Ruas foi criado em 2010 pelo arquiteto e urbanista social José Bueno e o geógrafo Luiz de Campos Jr para transformar a percepção de milhões de brasileiros a respeito da realidade sofrida de rios e riachos confinados vivos sob o tecido urbano das cidades. Tem por missão promover e inspirar múltiplas ações para estimular a descoberta, o reconhecimento e o desejo de rios saneados e regenerados nas cidades brasileiras.

Mais do que um projeto de educação socioambiental, Rios e Ruas integra arte, ciência e cultura de uma forma única, tendo inspirado e realizado centenas de ações ao longo de sua trajetória de 15 anos de existência. Essas ações já impactaram milhares de pessoas, seja por meio de expedições pela cidade, mostras culturais e artísticas, publicações, documentários, palestras inspiradoras ou como tema central em inúmeras matérias na imprensa.

Riciane Pombo é arquiteta e urbanista fundadora da Guajava Arquitetura da Paisagem e Urbanismo. Especialista em projetos de arquitetura e planejamento ambiental e urbano, como parques, praças e restauração de rios, sistemas de drenagem para bacias hidrográficas aplicando princípios de infraestrutura verde e Soluções Baseadas na Natureza – SBN. Desenvolvimento de materiais técnicos e didáticos sobre SBN apoiando a formulação de politicas publicas para este tema em âmbito nacional e internacional.

Vagas: 50

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da Oficina, no local, desde que haja vagas disponíveis.

E se a vegetação proliferasse em nossas cidades, transformando-as em verdadeiras florestas ricas em flora? Quais seriam os ecossistemas urbanos resultantes? The Green Dip, um projeto de pesquisa em andamento conduzido por The Why Factory na Universidade de Tecnologia de Delft, é um manifesto visual que especula sobre soluções de esverdeamento para cidades e imagina estratégias arquitetônicas para incorporar vegetação em edifícios.

O Green Dip envisions uma floresta urbana mundial — de Pequim a Singapura, Dubai, Moscou, Kinshasa, Paris, Nova York ou São Paulo. Ele sugere um banco de dados de espécies de plantas para designers incorporarem facilmente em seus edifícios e sonha com um software para auxiliar nesse processo.

O Green Dip adota uma perspectiva global, entendendo que diferentes climas proporcionam ambientes específicos para espécies nativas prosperarem. Ele apresenta um método para calcular benefícios ambientais e estimar os impactos planetários do esverdeamento em nossas cidades.

Em meio à emergência climática, The Green Dip é um manifesto para reintroduzir a natureza em nossos lares e transformar nossa relação com o meio ambiente. Ele demonstra que a agricultura, a silvicultura e a produção orgânica podem catalisar abordagens alternativas à urbanização.

O Green Dip é a primeira parte de uma trilogia de publicações focada na integração da natureza e da cidade. Será sucedido por BiodiverCity, que examinará a integração da fauna no ambiente construído, e Biotopia, dedicado a projetar inteiramente com a natureza.

Assim como todas as outras publicações anteriores de The Why Factory, The Green Dip é feito de trabalho estudantil — não científico. Este livro é o resultado de especulação de design com fins educacionais.

Estamos ficando sem tempo. Independentemente das preposições que escolhermos, é hora de projetar com, para e como a natureza.

Sobre os autores

Winy Maas
Winy Maas é o Diretor de The Why Factory e Sócio Fundador e Arquiteto Principal da MVRDV. Ele recebeu aclamação internacional por sua ampla gama de projetos de planejamento urbano e construção, em todas as tipologias e escalas. Na The Why Factory da TU Delft,
Maas desafia os limites dos padrões estabelecidos para produzir soluções que reimaginam como vivemos, trabalhamos e nos divertimos. Além de seu dedicado papel de liderança na MVRDV e professorado na TU Delft e em outros lugares, Maas é amplamente publicado, está ativamente engajado no avanço da profissão de design e integra inúmeros conselhos e júris.

“Eu defendo cidades mais densas, mais verdes, mais atraentes e habitáveis, com uma abordagem de design que se concentra em ideias inovadoras e sustentáveis ​​definidas pelo usuário para o ambiente construído, independentemente da tipologia ou escala.” – Maas

Javier Arpa Fernández
Javier Arpa Fernández é professor, pesquisador, autor e curador de arquitetura e urbanismo. Tendo concluído um Mestrado em Ciências em Arquitetura na Universidade de Tecnologia de Delft, Javier é especializado na disseminação da prática de arquitetura e urbanismo. Javier foi o Coordenador de Pesquisa e Educação de The Why Factory e o Curador de Programas Públicos da Faculdade de Arquitetura da TU Delft. Javier dá palestras públicas e participa de colóquios em todo o mundo. Javier foi professor na University of Pennsylvania, Crítico de Design na Harvard GSD, Professor Adjunto na Columbia GSAPP, Professor Visitante na ENSA-Belleville e na ENSA-Versailles. Foi Editor Adjunto da Domus Magazine e Editor Sênior do grupo de pesquisa a+t. É coautor da série “Density”, “Hybrids”, “Civilities”, “In Common” e “Strategy” da a+t, e do volume “The Public Chance”.
Foi curador da exposição Paris Habitat, sobre um século de habitação social em Paris, realizada em 2015 no Pavillon de l’Arsenal em Paris, e autor da monografia “Paris Habitat: One Hundred Years of City, One Hundred Years of Life”.

Adrien Ravon
Adrien Ravon é arquiteto e acadêmico. Em setembro de 2011, ele se juntou à The Why Factory na Faculdade de Arquitetura e Ambiente Construído da TU Delft. Ele participou de projetos de pesquisa e educação, foi responsável pela produção de ferramentas de design digital e colaborou ativamente na disseminação pública de ideias sobre a cidade do futuro. Ele coescreveu as publicações da Future Cities Series de The Why Factory: Barba, Life in a Fully Adaptable Environment (2015), Copy Paste, the Badass Copy Guide (2017), PoroCity, Opening up Solidity (2018), Le Grand Puzzle, Manifesta 13 Marseille (2020), (w)Ego, Dream Homes in Density (2022).
Colaborou com inúmeras instituições internacionais, incluindo ETH (Zurique), KTH (Estocolmo), GSAPP (Nova York), IAAC (Barcelona), Centre Pompidou (Paris), Dutch Design Week (Eindhoven), Manifesta 13 (Marselha) e Mori Art Museum (Tóquio).
Adrien trabalhou como arquiteto e consultor para empresas na Argentina, França e Holanda.

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Mesa e debate com Eva Pfannes e Sylvain Hartenberg (Ooze – Holanda/Índia), Kareena Kochery e Samidha Patil (urbz – Índia),  Duplantier Martin (França) e mediação de Claudia Visoni.

Em breve mais informações.

Gratuito

Inscrições

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As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Mesa redonda para discussão de documentos produzidos.

Em breve mais informações.

Gratuito

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Debate com Pierre Emmanuel Becherand, Madeleine Houbart, Marc Barani (Vencedores do Prêmio Grand Paris Express) e Renata Falzoni (mediação)

Em breve mais informações.

Gratuito

Inscrições

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Debate com Thomaz Richez, Luiz Cortez (Metrô), Sérgio Avelleda (Observatório de Mobilidade Sustentável do Insper)

Em breve mais informações.

Gratuito

Inscrições

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As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

O Parque Orla Piratininga – POP representa um marco no urbanismo e na gestão ambiental no Brasil, configurando-se como um parque público urbano e, ao mesmo tempo, como um laboratório vivo de sustentabilidade. Sua concepção inovadora se fundamenta na adoção de Soluções baseadas na Natureza (SbN), estratégia que alia infraestrutura verde à restauração ecológica para auxiliar na recuperação da Lagoa de Piratininga.
Para isso, foram implantados três grandes sistemas de alagados construídos, capazes de filtrar naturalmente a água recebida das bacias urbanas do Rio Cafubá, do Rio Arrozal e do Rio Jacaré. Esses sistemas ocupam uma área de cerca de 35.000 m² distribuídos em dois quilômetros lineares ao longo da Lagoa, tratam as águas provenientes dos principais rios contribuintes, além do escoamento superficial e da drenagem dos bairros, reduzindo o aporte de sedimentos e poluentes no corpo hídrico e promovendo a recuperação gradual da qualidade ambiental da Lagoa.

Associada a essa solução, há ainda a recuperação de conectores de Mata Atlântica em áreas úmidas do entorno, que reforçam a conectividade ecológica, ampliam os habitats para a fauna local e fortalecem os serviços ecossistêmicos prestados à população.
Além da restauração ambiental, o parque também foi concebido como um espaço de integração social e cultural. O Centro Ecocultural, um equipamento voltado para a educação ambiental e atividades culturais, buscando sensibilizar a população para a importância da preservação.

O Parque inclui ainda ciclovias, píeres para pesca e contemplação, áreas de lazer e centros esportivos, constituindo uma infraestrutura multifuncional que promove saúde, mobilidade, turismo e qualidade de vida.

O objetivo geral do POP é ambicioso: recuperar sistemas ambientais e requalificar o entorno da Lagoa de Piratininga, valorizando o patrimônio paisagístico e promovendo a sustentabilidade urbana. Entre seus objetivos específicos, estão a reversão do processo de degradação ambiental da Lagoa; a aplicação prática das SbN para o tratamento das águas; estímulo à biodiversidade, preservação da flora e fauna nativas. Mais do que uma obra pública, o POP é exemplo concreto de que é possível conciliar infraestrutura urbana, recuperação ambiental e inclusão social. Com sua implantação, a área que era de exclusão socioambiental, transformou-se em um contexto de justiça ambiental. Sua existência reforça a necessidade de pensar a cidade de forma integrada, com um processo de gestão pública baseada no pensamento sistêmico criando soluções que aumentem a resiliência das cidades e ofereçam benefícios diretos à população. Trata-se de um projeto que é referência em inovação e justiça socioambiental, ao transformar um espaço historicamente degradado em um polo de regeneração ecológica, encontro comunitário e valorização cultural. O Caminho Niemeyer foi concebido como um eixo cultural e paisagístico na Cidade de Niterói, incluindo o Teatro Popular, Museu de Arte Contemporânea, entre outros.

Gratuito

Inscrições

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Conferência de abertura da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo com Kongjian Yu (Universidade de Pequim – China).

Mediação de Renato Anelli (co-curador)

O vídeo tem legenda automática em inglês. É possível ativar a tradução para português clicando no ícone de engrenagem e selecionando o idioma de tradução.

Realizado em 19.09.25, às 18h, na Oca, Parque Ibirapuera, São Paulo, SP

Implantação do projeto: China
Desenvolvimento do projeto: China

A Exposição de Arquitetura da China na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, Compartilhar · Co-crescer · Comensalidade: Projetando para um Planeta Superaquecido, marca uma rara aparição coletiva de trinta renomados arquitetos chineses. Cada participante traz uma nova obra moldada pelos ventos do lugar, pela memória da terra e pelas urgências do clima. Estes projetos não são declarações de forma ou exibições de assinatura pessoal, mas sim conversas silenciosas e significativas com rios, com montanhas, com bairros e com pessoas. Em conjunto.

A equipe curatorial — o Curador-Chefe Li Cundong e a Curadora Executiva Xiao Wei — resistiu deliberadamente a impor um único estilo ou narrativa. Em vez disso, eles permitem que surja um coro de vozes, entrelaçando tradições, inovações e visões para o futuro. Sua abordagem destaca a arquitetura não apenas como produção técnica, mas também como empatia cultural e responsabilidade ecológica.

A exposição está estruturada em cinco eixos: Ressonância Vernacular, que reinterpreta tradições locais como pátios, estruturas de madeira ou padrões de aldeia como sementes para futuros enraizados; Inovação Verde, onde a sustentabilidade não é ornamento, mas origem, integrando energia renovável, biomateriais e práticas circulares; Resiliência para o Futuro, propondo infraestruturas adaptáveis e espaços públicos capazes de resistir a inundações, secas e extremos; O Valor das Margens, onde a inovação surge em periferias, assentamentos informais e fronteiras ecológicas; e De Volta ao Equilíbrio, uma perspetiva prospectiva rumo ao Congresso Mundial de Arquitetos da UIA 2029 em Pequim.

Complementando estes, há cinco perspectivas adicionais: Edifícios Verdes, promovendo o equilíbrio ecológico através de estratégias de ciclo de vida de baixo carbono; Regeneração Urbana, reativando áreas urbanas adormecidas através de intervenções específicas que respeitam a história enquanto atendem necessidades contemporâneas; Arquitetura Paisagística, retecendo ecossistemas fragmentados e aumentando a resiliência climática; Revitalização Rural, transformando criativamente assentamentos tradicionais em novos paradigmas de crescimento endógeno; e Práticas Inovadoras, que rompem fronteiras disciplinares e exploram novas possibilidades na interseção entre tecnologia digital, biomimética e experimentação social.

Como uma das exposições centrais desta Bienal, a Exposição de Arquitetura da China é menos uma exibição de “feitos” e mais uma prática de responsabilidade compartilhada. Ela demonstra como a arquitetura pode permanecer humilde, mas transformadora — ancorada no lugar, atenta às pessoas e orientada para um futuro planetário mais equilibrado e sustentável.

Nesta sessão, vamos explorar dois projetos que demonstram a importância da reabilitação e inovação em contextos distintos. O primeiro projeto, realizado em pastagens de montanha na Suíça, apresenta uma abordagem única para a preservação do patrimônio cultural e paisagístico. Através da reabilitação de ruínas de fazendas abandonadas, o projeto busca proteger a paisagem e restaurar a identidade do lugar. Com uma abordagem colaborativa e voluntária, o projeto envolveu a comunidade local e resultou em uma solução criativa e eficaz para a preservação do patrimônio. Sceru e Giumello é um exemplo de como a arquitetura pode ser usada para preservar a memória e a identidade de um lugar. A reabilitação das ruínas não apenas protege a paisagem, mas também oferece uma oportunidade para refletir sobre a história e a cultura da região.

O segundo projeto, desenvolvido em Portugal, destaca uma operação de habitação básica participada que combina eficiência energética e envolvimento comunitário. O projeto foi desenhado com e para a comunidade que vivia em condições deficitárias e resultou na construção de 79 moradias com grande eficiência energética. Com um custo de cerca de 50 mil euros por moradia, o projeto oferece uma solução sustentável e inovadora para a habitação social básica. O projeto é um exemplo de como a parceria entre o setor público e privado pode resultar em soluções eficazes para problemas complexos. A participação da comunidade e a priorização da eficiência energética são fundamentais para a sustentabilidade do projeto.

Gratuito

Inscrições

As inscrições devem ser feitas aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da atividade, no local, desde que haja vagas disponíveis.

Mini-oficinas de Biomateriais
Pensadas como espaços de reflexão e experimentação, as oficinas de biomateriais introduzem os conceitos de circularidade e regeneração por meio de práticas coletivas que transformam resíduos orgânicos do cotidiano em novas materialidades. Mais do que explorar aspectos técnicos e tangíveis, a proposta evidencia que o campo dos Biomateriais demanda posicionamento político e responsabilidade socioambiental com territórios e biomas, ao mesmo tempo em que valoriza confluências entre vidas humanas e mais-que-humanas.

Laboratório de Biodesign | Circularidade e Biomateriais I IED São Paulo
É um espaço de fomento da criatividade, colaboração e inovação, que conecta ensino, pesquisa e extensão com reconhecimento nacional e internacional. Mais do que desenvolver materiais, o Laboratório de Biodesign | Biomateriais e Circularidade propõe que sejam repensadas as próprias bases tangíveis do design, ampliando suas fronteiras epistemológicas e cultivando futuros inclusivos e regenerativos.

Coordenação
Arquiteta e Urbanista, com mestrado em Design pela Universidade de São Paulo, Graziela Nivoloni atua na interseção entre educação, natureza e negócios conectando inteligência coletiva e pensamento sistêmico para criar confluências entre ensino, empresas e organizações. No IED, lidera o Laboratório de Biodesign | Circularidade e Biomateriais, integra o conselho acadêmico do Centro de Inovação, Design e Negócios (CR+IED) e coordena a graduação em Design de Produto e Serviço e os cursos em parceria com a Casa Vogue.

Vagas: 20 em cada oficina

Tempo de duração: 30 minutos

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.

As inscrições estarão abertas até o inicio da Mini oficina, no local, desde que haja vagas disponíveis.

A seleção será feita por ordem de inscrição. Haverá reserva de ao menos 2 vagas afirmativas por turma.

Programação confirmada

19/setembro – sexta-feira – 15h

19/setembro- sexta-feira – 17h

23/setembro – terça-feira – 15h

23/setembro – terça-feira – 17h

25/setembro – quinta-feira – 15h

25/setembro – quinta-feira – 17h

30/setembro – terça-feira – 15h

30/setembro – terça-feira – 17h

2/outubro – quinta-feira – 15h

2/outubro – quinta-feira – 17h

7/outubro – terça-feira – 15h

7/outubro- terça-feira – 17h

9/outubro – quinta-feira – 15h

9/outubro – quinta-feira – 17h

14/outubro – terça-feira – 15h

14/outubro – terça-feira – 17h

16/outubro – quinta-feira – 15h

16/outubro – quinta-feira – 17h

Mini-oficinas de Biomateriais
Pensadas como espaços de reflexão e experimentação, as oficinas de biomateriais introduzem os conceitos de circularidade e regeneração por meio de práticas coletivas que transformam resíduos orgânicos do cotidiano em novas materialidades. Mais do que explorar aspectos técnicos e tangíveis, a proposta evidencia que o campo dos Biomateriais demanda posicionamento político e responsabilidade socioambiental com territórios e biomas, ao mesmo tempo em que valoriza confluências entre vidas humanas e mais-que-humanas.

Laboratório de Biodesign | Circularidade e Biomateriais I IED São Paulo
É um espaço de fomento da criatividade, colaboração e inovação, que conecta ensino, pesquisa e extensão com reconhecimento nacional e internacional. Mais do que desenvolver materiais, o Laboratório de Biodesign | Biomateriais e Circularidade propõe que sejam repensadas as próprias bases tangíveis do design, ampliando suas fronteiras epistemológicas e cultivando futuros inclusivos e regenerativos.

Coordenação
Arquiteta e Urbanista, com mestrado em Design pela Universidade de São Paulo, Graziela Nivoloni atua na interseção entre educação, natureza e negócios conectando inteligência coletiva e pensamento sistêmico para criar confluências entre ensino, empresas e organizações. No IED, lidera o Laboratório de Biodesign | Circularidade e Biomateriais, integra o conselho acadêmico do Centro de Inovação, Design e Negócios (CR+IED) e coordena a graduação em Design de Produto e Serviço e os cursos em parceria com a Casa Vogue.

Vagas: 20 em cada oficina

Tempo de duração: 30 minutos

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.

As inscrições estarão abertas até o inicio da Mini oficina, no local, desde que haja vagas disponíveis.

A seleção será feita por ordem de inscrição. Haverá reserva de ao menos 2 vagas afirmativas por turma.

Programação confirmada

19/setembro – sexta-feira – 15h

19/setembro- sexta-feira – 17h

23/setembro – terça-feira – 15h

23/setembro – terça-feira – 17h

25/setembro – quinta-feira – 15h

25/setembro – quinta-feira – 17h

30/setembro – terça-feira – 15h

30/setembro – terça-feira – 17h

2/outubro – quinta-feira – 15h

2/outubro – quinta-feira – 17h

7/outubro – terça-feira – 15h

7/outubro- terça-feira – 17h

9/outubro – quinta-feira – 15h

9/outubro – quinta-feira – 17h

14/outubro – terça-feira – 15h

14/outubro – terça-feira – 17h

16/outubro – quinta-feira – 15h

16/outubro – quinta-feira – 17h

Ateliescola Acaia é um projeto socioeducativo na Vila Leopoldina que oferece a 250 crianças e jovens, principalmente das comunidades de baixa renda do entorno da Ceagesp, educação gratuita em tempo integral, assistência à saúde e formação para a cidadania. Os alunos podem frequentar desde a educação infantil até o ensino pré-técnico, beneficiando-se de um ambiente que combina teoria e prática, e valoriza a criatividade e a autonomia.

Todos os dias, por volta das 07h30 e das 16h30, as famílias convergem brevemente no portão da Ateliescola Acaia — um lugar marcado pela alegria e pelo cuidado, mas também pelo asfalto, carros estacionados e calor. Nos últimos anos, São Paulo tem enfrentado ondas de calor intensas, impactando desproporcionalmente as comunidades de baixa renda com acesso limitado a infraestruturas adaptativas. As crianças da Acaia habitam e transitam por esses “extremos” diariamente.

Reagindo ao tema urgente do calor extremo na São Paulo urbana, o projeto reúne alunos, pais e educadores para projetar e construir uma estrutura protótipo temporária no limiar da Ateliescola Acaia. Ele envolve diretamente a experiência vivida dos mais afetados — crianças e cuidadores — para ressignificar e transformar a área de entrada da escola em um espaço compartilhado, sombreado e acolhedor de encontro.

Esta intervenção colaborativa parte do conhecimento vernacular e do urbanismo tático, explorando as relações entre justiça climática, transformação urbana e aprendizado intergeracional. A estrutura resultante testará soluções específicas para o local por meio de estratégias de baixa tecnologia, mas também servirá como uma plataforma para a narrativa comunitária.

Tá lá na rua do Acaia é um projeto iniciado pela marceneira Alice Barkhausen (DE), pela designer e produtora cultural Sofia Costa Pinto (BR), pela arquiteta e construtora Maddalena Pornaro (IT) e pela pesquisadora urbana e educadora Licia Soldavini

Programação

De 8 a 18 de Setembro, das 9h às 16h – Workshop de desenho e construção (apenas para os alunos do Ateliescola Acaia)

19 de setembro, das 16h às 19h – Inauguração no Instituto Acaia com música, conversa e comida (aberta a todos)

16h – Música com Cultura na Calçada por: Hilton Hits  

17h – Apresentação dos resultados e conversa coletiva com Zoy Anastassakis (ESDI/UERJ)

18h – Comes e bebes

Instituto Acaia, R. Dr. Avelino Chaves, 159 – Vila Leopoldina, São Paulo – SP, 05318-040

Como podem as cidades e suas arquiteturas enfrentar as emergências climáticas diante da tragédia exponencial, para além das estratégias construtivas e de suas tecnicidades? 

Em face de um cenário de tantas incertezas, o cinema – e a cultura de um modo geral – apresenta-se como ferramenta fundamental de denúncia, lançando indagações que interpelam a todos. Mas não apenas. Imagens em movimento sequenciadas são campo fértil para que se possa imaginar outros futuros, reinventar dinâmicas de convívio, alargar o debate sobre o consumo, pactuar verdadeiramente um equilíbrio entre humanos, espaço construído e meio ambiente.

Os desafios estão empilhados.

Esta mostra de filmes, alinhada ao pensamento curatorial da 14a BIAsp – Extremos: arquiteturas para um mundo quente, busca provocar criticamente o público a partir de uma seleção de longas e curtas-metragens, ficcionais e documentais, brasileiros e não-brasileiros, enquadrando os direitos humanos, saberes tradicionais, ciência e construções experimentais, extração de recursos naturais, preservação e justiça climática como personagens centrais.

Rafael Blas – curador/ programador

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Todas as sessões são gratuitas. A retirada de ingressos se dará na bilheteria da Cinemateca, uma hora antes das sessões.

Cinemateca: Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo – SP, 04021-070

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SESSÃO  7

O TEMPO QUE LEVA

Ficção, curta-metragem, 15 minutos
Ano: 2013
País: Brasil
Direção: Cíntia Domit Bittar
Produção: Novelo Filmeslia Obleitne

Sinopse

Mesmo com a iminência do fim do mundo, Jamila saiu de casa com um objetivo: consertar seu ventilador.


O SILÊNCIO DAS OSTRAS

Ficção, longa-metragem, 120 minutos
Ano: 2024
País: Brasil
Direção: Marcos Pimentel
Produção: Tempero Filmes

Sinopse

A vida de uma menina que nasceu em uma vila de operários de uma mina e tem
que aprender a lidar com as sucessivas perdas que a vida lhe reservou. Depois de perder todos os seus mundos, Kaylane insiste em sobreviver e resistir. Um filme sobre crescer, sobreviver e sonhar em meio à poeira, à lama e ao silêncio.

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PROGRAMAÇÃO COMPLETA

17.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 1 | Quebrante + Iracema: uma transa amazônica

21.09 | domingo | 17h30 às 19h30
Sessão 2 | Interior da terra + Topo

24.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 3 | Cores queimam + A queda do céu

01.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 4 | Heyari + Rua do Pescador nº6

02.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 5 | Recife frio + Rua do Pescador nº6

08.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 6 | The Institute of Weather Modification + A queda do céu

09.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 7 | O tempo que leva + O silêncio das ostras

Como podem as cidades e suas arquiteturas enfrentar as emergências climáticas diante da tragédia exponencial, para além das estratégias construtivas e de suas tecnicidades? 

Em face de um cenário de tantas incertezas, o cinema – e a cultura de um modo geral – apresenta-se como ferramenta fundamental de denúncia, lançando indagações que interpelam a todos. Mas não apenas. Imagens em movimento sequenciadas são campo fértil para que se possa imaginar outros futuros, reinventar dinâmicas de convívio, alargar o debate sobre o consumo, pactuar verdadeiramente um equilíbrio entre humanos, espaço construído e meio ambiente.

Os desafios estão empilhados.

Esta mostra de filmes, alinhada ao pensamento curatorial da 14a BIAsp – Extremos: arquiteturas para um mundo quente, busca provocar criticamente o público a partir de uma seleção de longas e curtas-metragens, ficcionais e documentais, brasileiros e não-brasileiros, enquadrando os direitos humanos, saberes tradicionais, ciência e construções experimentais, extração de recursos naturais, preservação e justiça climática como personagens centrais.

Rafael Blas – curador/ programador

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Todas as sessões são gratuitas. A retirada de ingressos se dará na bilheteria da Cinemateca, uma hora antes das sessões.

Cinemateca: Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo – SP, 04021-070

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SESSÃO  6

THE INSTITUTE OF WEATHER MODIFICATION

Documentário, curta-metragem, 11 minutos
Ano: 2022
País: Áustria, Latvia
Direção: Helvijs Savickis e Julia Obleitne
Produção: Helvijs Savickis e  Julia Obleitne

Sinopse

O sistema hídrico de Los Angeles está entre as infraestruturas maiores e mais controversas do mundo. Seguindo sua trajetória — desde os aquedutos e reservatórios até as estações de tratamento com luz ultravioleta, fontes termais, lagos e estações de semeadura de nuvens —, o filme revela as geografias e infraestruturas ocultas que sustentam a cidade. Ao explorar a modificação climática como parte dessa rede, ele revela como a intervenção humana no clima está profundamente entrelaçada com o controle e a sobrevivência da água em uma metrópole no deserto.


A QUEDA DO CÉU

Documentário, longa-metragem, 108 minutos
Ano: 2024
País: Brasil
Direção: Eryk Rocha, Gabriela Carneiro da Cunha
Produção: Aruac Filmes

Sinopse

A partir do poderoso testemunho do xamã e líder Yanomami Davi Kopenawa, o filme “A Queda do Céu” acompanha o importante ritual, Reahu, que mobiliza a comunidade de Watorikɨ num esforço coletivo para segurar o céu. O filme faz uma contundente crítica xamânica sobre aqueles chamados por Davi de povo da mercadoria, assim como sobre o garimpo ilegal e a mistura mortal de epidemias trazidas por forasteiros que os Yanomami chamam de epidemias “xawara”, e traz em primeiro plano a beleza da cosmologia Yanomami, dos espíritos xapiri e sua força geopolítica que nos convida a sonhar longe.

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PROGRAMAÇÃO COMPLETA

17.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 1 | Quebrante + Iracema: uma transa amazônica

21.09 | domingo | 17h30 às 19h30
Sessão 2 | Interior da terra + Topo

24.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 3 | Cores queimam + A queda do céu

01.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 4 | Heyari + Rua do Pescador nº6

02.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 5 | Recife frio + Rua do Pescador nº6

08.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 6 | The Institute of Weather Modification + A queda do céu

09.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 7 | O tempo que leva + O silêncio das ostras

Como podem as cidades e suas arquiteturas enfrentar as emergências climáticas diante da tragédia exponencial, para além das estratégias construtivas e de suas tecnicidades? 

Em face de um cenário de tantas incertezas, o cinema – e a cultura de um modo geral – apresenta-se como ferramenta fundamental de denúncia, lançando indagações que interpelam a todos. Mas não apenas. Imagens em movimento sequenciadas são campo fértil para que se possa imaginar outros futuros, reinventar dinâmicas de convívio, alargar o debate sobre o consumo, pactuar verdadeiramente um equilíbrio entre humanos, espaço construído e meio ambiente.

Os desafios estão empilhados.

Esta mostra de filmes, alinhada ao pensamento curatorial da 14a BIAsp – Extremos: arquiteturas para um mundo quente, busca provocar criticamente o público a partir de uma seleção de longas e curtas-metragens, ficcionais e documentais, brasileiros e não-brasileiros, enquadrando os direitos humanos, saberes tradicionais, ciência e construções experimentais, extração de recursos naturais, preservação e justiça climática como personagens centrais.

Rafael Blas – curador/ programador

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Todas as sessões são gratuitas. A retirada de ingressos se dará na bilheteria da Cinemateca, uma hora antes das sessões.

Cinemateca: Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo – SP, 04021-070

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SESSÃO  5

RECIFE FRIO

Ficção, curta-metragem, 24 minutos
Ano: 2009
País: Brasil
Direção: Kleber Mendonça Filho
Produção: Cinemascópio Filmes/ Vitrine Filmes

Sinopse

Na tropical cidade de Recife, as temperaturas caem drasticamente e seus habitantes precisam se adaptar. Este ‘mockumentary’ torna-se gradualmente crítico, olhando para o clima, o desenvolvimento urbano e a interação social de todos os ângulos. No fim das contas, um raio de sol atravessa as nuvens?


RUA DO PESCADOR nº6

Documentário, longa-metragem, 70 minutos
Ano: 2025
País: Brasil
Direção: Bárbara Paz
Produção: BP Filmes

Sinopse

À medida que as águas das enchentes no Rio Grande do Sul vão baixando, as memórias de muitas vidas emergem, trazendo a certeza de que, a partir de agora, nada mais será o mesmo. Uma pequena equipe de técnicos do audiovisual gaúcho, alguns dos quais também foram afetados pela tragédia e ainda estão sem um lar para retornar, saíram em busca de histórias. Em busca de memórias ‘após o fim’.
Chegaram à Rua dos Pescadores no 6 e encontraram uma comunidade ribeirinha
fortemente impactada pelas enchentes. Esta comunidade, agora buscando reafirmar sua essência, seu pertencimento e amor por esta ilha, agora está coberta de areia.

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PROGRAMAÇÃO COMPLETA

17.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 1 | Quebrante + Iracema: uma transa amazônica

21.09 | domingo | 17h30 às 19h30
Sessão 2 | Interior da terra + Topo

24.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 3 | Cores queimam + A queda do céu

01.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 4 | Heyari + Rua do Pescador nº6

02.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 5 | Recife frio + Rua do Pescador nº6

08.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 6 | The Institute of Weather Modification + A queda do céu

09.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 7 | O tempo que leva + O silêncio das ostras

Como podem as cidades e suas arquiteturas enfrentar as emergências climáticas diante da tragédia exponencial, para além das estratégias construtivas e de suas tecnicidades? 

Em face de um cenário de tantas incertezas, o cinema – e a cultura de um modo geral – apresenta-se como ferramenta fundamental de denúncia, lançando indagações que interpelam a todos. Mas não apenas. Imagens em movimento sequenciadas são campo fértil para que se possa imaginar outros futuros, reinventar dinâmicas de convívio, alargar o debate sobre o consumo, pactuar verdadeiramente um equilíbrio entre humanos, espaço construído e meio ambiente.

Os desafios estão empilhados.

Esta mostra de filmes, alinhada ao pensamento curatorial da 14a BIAsp – Extremos: arquiteturas para um mundo quente, busca provocar criticamente o público a partir de uma seleção de longas e curtas-metragens, ficcionais e documentais, brasileiros e não-brasileiros, enquadrando os direitos humanos, saberes tradicionais, ciência e construções experimentais, extração de recursos naturais, preservação e justiça climática como personagens centrais.

Rafael Blas – curador/ programador

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Todas as sessões são gratuitas. A retirada de ingressos se dará na bilheteria da Cinemateca, uma hora antes das sessões.

Cinemateca: Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo – SP, 04021-070

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SESSÃO  4

HEYARI

Ficção, curta-metragem, 20 minutos
Ano: 2025
País: Brasil
Direção: Daniel Velasco Leão
Produção: Punktu Filmes e Filmes Feito Faca

Sinopse

Heyari (em yanomami “espalhar fumaça para fazer adoecer colocando feitiço no fogo”)
narra o colapso climático em um conjunto habitacional, com a participação de moradores
no elenco e na produção. Anciãs solitárias morrem em decorrência do calor. O
ex-garimpeiro Viktor tem sua casa tomada pelo mar e retorna ao apartamento que fora de
sua mãe. Joana, uma devota negacionista, se recusa a fugir com seu filho para a serra.
Juntos, Viktor e Joana se veem cada vez mais sozinhos em um mundo ameaçador, sem
eletricidade, comunicação e alimentos. Joana se transforma no que teme: uma invasora de
apartamentos, questionando sua fé, enquanto aguarda o retorno de seu filho.


RUA DO PESCADOR nº6

Documentário, longa-metragem, 70 minutos
Ano: 2025
País: Brasil
Direção: Bárbara Paz
Produção: BP Filmes

Sinopse

À medida que as águas das enchentes no Rio Grande do Sul vão baixando, as memórias de muitas vidas emergem, trazendo a certeza de que, a partir de agora, nada mais será o mesmo. Uma pequena equipe de técnicos do audiovisual gaúcho, alguns dos quais também foram afetados pela tragédia e ainda estão sem um lar para retornar, saíram em busca de histórias. Em busca de memórias ‘após o fim’.
Chegaram à Rua dos Pescadores no 6 e encontraram uma comunidade ribeirinha
fortemente impactada pelas enchentes. Esta comunidade, agora buscando reafirmar sua essência, seu pertencimento e amor por esta ilha, agora está coberta de areia.

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PROGRAMAÇÃO COMPLETA

17.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 1 | Quebrante + Iracema: uma transa amazônica

21.09 | domingo | 17h30 às 19h30
Sessão 2 | Interior da terra + Topo

24.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 3 | Cores queimam + A queda do céu

01.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 4 | Heyari + Rua do Pescador nº6

02.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 5 | Recife frio + Rua do Pescador nº6

08.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 6 | The Institute of Weather Modification + A queda do céu

09.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 7 | O tempo que leva + O silêncio das ostras

Como podem as cidades e suas arquiteturas enfrentar as emergências climáticas diante da tragédia exponencial, para além das estratégias construtivas e de suas tecnicidades? 

Em face de um cenário de tantas incertezas, o cinema – e a cultura de um modo geral – apresenta-se como ferramenta fundamental de denúncia, lançando indagações que interpelam a todos. Mas não apenas. Imagens em movimento sequenciadas são campo fértil para que se possa imaginar outros futuros, reinventar dinâmicas de convívio, alargar o debate sobre o consumo, pactuar verdadeiramente um equilíbrio entre humanos, espaço construído e meio ambiente.

Os desafios estão empilhados.

Esta mostra de filmes, alinhada ao pensamento curatorial da 14a BIAsp – Extremos: arquiteturas para um mundo quente, busca provocar criticamente o público a partir de uma seleção de longas e curtas-metragens, ficcionais e documentais, brasileiros e não-brasileiros, enquadrando os direitos humanos, saberes tradicionais, ciência e construções experimentais, extração de recursos naturais, preservação e justiça climática como personagens centrais.

Rafael Blas – curador/ programador

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Todas as sessões são gratuitas. A retirada de ingressos se dará na bilheteria da Cinemateca, uma hora antes das sessões.

Cinemateca: Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo – SP, 04021-070

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SESSÃO  3

CORES QUEIMAM

Documentário, curta-metragem, 9,38 minutos
Ano: 2024
País: Brasil
Direção: Felippy Damian
Produção: Latitude Filmes e Filmes Feito Faca

Sinopse

Todos os anos o Pantanal queima. Esta é uma história com muitos protagonistas, como o próprio bioma e os homens que nele vivem. Mas um se destaca: o fogo. Do início ao fim dos tempos, a história do homem não pode ser contada sem ele.


A QUEDA DO CÉU

Documentário, longa-metragem, 108 minutos
Ano: 2024
País: Brasil
Direção: Eryk Rocha, Gabriela Carneiro da Cunha
Produção: Aruac Filmes

Sinopse

A partir do poderoso testemunho do xamã e líder Yanomami Davi Kopenawa, o filme “A Queda do Céu” acompanha o importante ritual, Reahu, que mobiliza a comunidade de Watorikɨ num esforço coletivo para segurar o céu. O filme faz uma contundente crítica xamânica sobre aqueles chamados por Davi de povo da mercadoria, assim como sobre o garimpo ilegal e a mistura mortal de epidemias trazidas por forasteiros que os Yanomami chamam de epidemias “xawara”, e traz em primeiro plano a beleza da cosmologia Yanomami, dos espíritos xapiri e sua força geopolítica que nos convida a sonhar longe.

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PROGRAMAÇÃO COMPLETA

17.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 1 | Quebrante + Iracema: uma transa amazônica

21.09 | domingo | 17h30 às 19h30
Sessão 2 | Interior da terra + Topo

24.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 3 | Cores queimam + A queda do céu

01.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 4 | Heyari + Rua do Pescador nº6

02.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 5 | Recife frio + Rua do Pescador nº6

08.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 6 | The Institute of Weather Modification + A queda do céu

09.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 7 | O tempo que leva + O silêncio das ostras

Como podem as cidades e suas arquiteturas enfrentar as emergências climáticas diante da tragédia exponencial, para além das estratégias construtivas e de suas tecnicidades? 

Em face de um cenário de tantas incertezas, o cinema – e a cultura de um modo geral – apresenta-se como ferramenta fundamental de denúncia, lançando indagações que interpelam a todos. Mas não apenas. Imagens em movimento sequenciadas são campo fértil para que se possa imaginar outros futuros, reinventar dinâmicas de convívio, alargar o debate sobre o consumo, pactuar verdadeiramente um equilíbrio entre humanos, espaço construído e meio ambiente.

Os desafios estão empilhados.

Esta mostra de filmes, alinhada ao pensamento curatorial da 14a BIAsp – Extremos: arquiteturas para um mundo quente, busca provocar criticamente o público a partir de uma seleção de longas e curtas-metragens, ficcionais e documentais, brasileiros e não-brasileiros, enquadrando os direitos humanos, saberes tradicionais, ciência e construções experimentais, extração de recursos naturais, preservação e justiça climática como personagens centrais.

Rafael Blas – curador/ programador

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Todas as sessões são gratuitas. A retirada de ingressos se dará na bilheteria da Cinemateca, uma hora antes das sessões.

Cinemateca: Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo – SP, 04021-070

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SESSÃO  2

INTERIOR DA TERRA 

Documentário, curta-metragem, 18 minutos
Ano: 2022
País: Brasil, França
Direção: Bianca Dacosta
Produção: Bianca Dacosta

Sinopse

Como uma investigação desde o céu até às profundezas da floresta, interior da terra é uma viagem que conduz através dos estratos até o interior do solo, revelando camadas de história enterradas e apagadas. O filme demonstra questões políticas profundas através de um relato histórico e atual da destruição da floresta amazónica e do seu povo de origem, contado através da história do povo Mura.


TOPO

Documentário, longa-metragem, 83 minutos
Ano: 2024
País: Brasil
Direção: Eugenio Puppo
Produção: Heco Produções

Sinopse

O sistema hídrico de Los Angeles está entre as infraestruturas maiores e mais controversas do mundo. Seguindo sua trajetória — desde os aquedutos e reservatórios até as estações de tratamento com luz ultravioleta, fontes termais, lagos e estações de semeadura de nuvens —, o filme revela as geografias e infraestruturas ocultas que sustentam a cidade. Ao explorar a modificação climática como parte dessa rede, ele revela como a intervenção humana no clima está profundamente entrelaçada com o controle e a sobrevivência da água em uma metrópole no deserto.

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PROGRAMAÇÃO COMPLETA

17.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 1 | Quebrante + Iracema: uma transa amazônica

21.09 | domingo | 17h30 às 19h30
Sessão 2 | Interior da terra + Topo

24.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 3 | Cores queimam + A queda do céu

01.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 4 | Heyari + Rua do Pescador nº6

02.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 5 | Recife frio + Rua do Pescador nº6

08.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 6 | The Institute of Weather Modification + A queda do céu

09.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 7 | O tempo que leva + O silêncio das ostras

Como podem as cidades e suas arquiteturas enfrentar as emergências climáticas diante da tragédia exponencial, para além das estratégias construtivas e de suas tecnicidades? 

Em face de um cenário de tantas incertezas, o cinema – e a cultura de um modo geral – apresenta-se como ferramenta fundamental de denúncia, lançando indagações que interpelam a todos. Mas não apenas. Imagens em movimento sequenciadas são campo fértil para que se possa imaginar outros futuros, reinventar dinâmicas de convívio, alargar o debate sobre o consumo, pactuar verdadeiramente um equilíbrio entre humanos, espaço construído e meio ambiente.

Os desafios estão empilhados.

Esta mostra de filmes, alinhada ao pensamento curatorial da 14a BIAsp – Extremos: arquiteturas para um mundo quente, busca provocar criticamente o público a partir de uma seleção de longas e curtas-metragens, ficcionais e documentais, brasileiros e não-brasileiros, enquadrando os direitos humanos, saberes tradicionais, ciência e construções experimentais, extração de recursos naturais, preservação e justiça climática como personagens centrais.

Rafael Blas – curador/ programador

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Todas as sessões são gratuitas. A retirada de ingressos se dará na bilheteria da Cinemateca, uma hora antes das sessões.

Cinemateca: Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo – SP, 04021-070

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SESSÃO  1

QUEBRANTE

Documentário, curta-metragem, 23 minutos
Ano: 2024
País: Brasil
Direção: Janaina Wagner
Produção: Janaina Wagner

Sinopse

Um contra-feitiço, QUEBRANTE percorre as ruínas da Rodovia Transamazônica BR-230 e sua fantasmagoria, retratando suas pedras e seus fantasmas. Situado na pequena cidade de Rurópolis (PA) – a primeira a ser construída na Rodovia para servir de base aos trabalhadores que a construíram – QUEBRANTE acompanha Dona Erismar, conhecida na região como “A Mulher das Cavernas”. Professora aposentada do Ensino Fundamental, Dona Erismar foi a responsável pela descoberta das cavernas da região: entrava nos buracos escuros e desconhecidos até seus fins, apenas com uma vela nas mãos e um isqueiro amarrado na calça – caso a chama se apagasse. Uma conversa entre as pedras e a lua, QUEBRANTE é livremente inspirado no projeto de Robert Smithson, THE TRULY UNDERGROUND CINEMA (1971) e no filme THE VERY EYE OF THE NIGHT (1958) de Maya Deren.


IRACEMA: UMA TRANSA AMAZÔNICA

Documentário/ ficção, longa-metragem, 90 minutos
Ano: 1974
País: Brasil
Direção: Jorge Bodanzky, Orlando Senna
Produção: Stopfilm

Sinopse

Em 1970, um motorista de caminhão, sulista, em Belém do Pará, durante as festas do Círio de Nazaré, conhece Iracema, uma jovem índia prostituída. Dá-lhe uma carona, deixando-a num lugarejo no meio da estrada. A viagem, como todo o filme, serve como pretexto para que sejam mostrados problemas da região – desmatamento, más condições de trabalho e saúde, venda de camponeses em confronto com a fantasiosa propaganda institucional.

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PROGRAMAÇÃO COMPLETA

17.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 1 | Quebrante + Iracema: uma transa amazônica

21.09 | domingo | 17h30 às 19h30
Sessão 2 | Interior da terra + Topo

24.09 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 3 | Cores queimam + A queda do céu

01.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 4 | Heyari + Rua do Pescador nº6

02.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 5 | Recife frio + Rua do Pescador nº6

08.10 | quarta | 17h30 às 19h30
Sessão 6 | The Institute of Weather Modification + A queda do céu

09.10 | quinta | 17h30 às 19h30
Sessão 7 | O tempo que leva + O silêncio das ostras

A comunidade Guarani Mbyá preserva sua espiritualidade e língua na menor terra indígena do Brasil, cercada pela megalópole de São Paulo. Em 1500, durante a invasão portuguesa, os Guarani habitavam vastos territórios desde o litoral brasileiro até o Paraguai. Suas prósperas aldeias prosperavam com a agricultura e a pecuária. Ao longo dos séculos, eles foram desalojados, escravizados e catequizados, contribuindo para a ascensão de São Paulo como centro comercial. Hoje, essa comunidade representa um microcosmo da crise climática global. Em meio a 22 milhões de pessoas, eles protegem um dos últimos remanescentes de floresta tropical da região, incluindo o Pico do Jaraguá, com 400 hectares. Apesar de estarem restritos a apenas 1,8 hectares de território reconhecido, eles mantêm práticas agrícolas ancestrais e protegem a biodiversidade, resistindo à degradação ambiental. Em comparação, as terras indígenas no Brasil perderam apenas 1% da vegetação nativa em 30 anos, contra 20,6% em áreas privadas. 

No centro de sua prática espiritual está o cachimbo Petynguá, feito da árvore araucária, ameaçada de extinção, conectando o passado, o presente e o futuro. Essa fumaça sagrada, que se eleva da interseção entre a floresta e a expansão urbana, simboliza sua ancestralidade ininterrupta e um apelo para repensar o impacto ambiental da vida urbana. 

Nhemboaty é o resultado de 5 anos de encontros entre o fotógrafo Rafael Vilela e os moradores da Terra Indígena Jaraguá. A exposição acontece dentro da Aldeia Pindomirim, uma experiência imersiva no Nhanderekó, o modo de vida Guarani. Durante uma tarde, os visitantes poderão experimentar a comida tradicional desse povo, caminhar pelo território, escutar suas palavras e seus cantos, visitar espaços sagrados e expositivos. A atividade acontece em parceria com a Bienal de Arquitetura de Sao Paulo e a Agência Autônoma e trará também uma mostra de curtas do projeto Imagining the Forest, com filmes de Nadeem Alkarimi, Qadir Jhatial e Sadqain Riaz (Bienal de Karachi, Paquistão), e Eelyn Lee (Richmond Arts & Ideas Festival, Reino Unido). 

Essa pesquisa teve o importante apoio e financiamento de Catchlight, National Geographic Society e British Council.

Por se tratar de um território sagrado, a experiencia na aldeia terá entrada limitada a um número de 40 pessoas. 
Está atividade é fechada para participantes convidados.

O primeiro simpósio do re:arc institute em São Paulo propõe uma experiência de investigação sobre valores, práticas e modos de pensar que expressam e cuidam das interconexões de toda a vida, a partir do conceito de arquiteturas do bem-estar planetário.

Ao longo de dois dias, em três atos, o encontro reunirá artistas, pesquisadores e agentes culturais para compartilhar saberes por meio de palestras, apresentações, performances e rodas de conversa. As pessoas convidadas trazem experiências ligadas à coletividade, ecologia, território, design e arquitetura, oferecendo perspectivas que dialogam com a história do espaço e suas interseções entre performance e imaginação revolucionária.

O programa percorrerá práticas espaciais a partir das lentes da reparação e do envolvimento, além de propor uma reorientação da temporalidade com que percebemos e criamos o ambiente construído. As presenças e perspectivas dos participantes entram em diálogo profundo com o espaço, potencializando suas interseções entre performance e imaginação revolucionária.

19 Setembro
17:00-23:00

ATO I: Reparação

Em Diálogo com a Terra

Ailton Krenak & Paulo Tavares

Teat(r)o de Mutirão: Ação Coral: ritos de possessão e transformação

Associação Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona

Reflexões sobre Arquitetura da Reparação

Ana Flávia Magalhães Pinto & Paulo Tavares

20 Setembro
10:00-14:00
ATO II: Enraizamento

Espacialidade e Tempo Espiral: Fala de Abertura

Leda Maria Martins

Temporalidades e Práticas Espaciais: Mesa Redonda

Leda Maria Martins, Mãe Celina de Xangô, Rose Afefé e Maya Quilolo

Moderada por Gabriela de Matos e Audrey Carolini, do Instituto Cambará

20 Setembro
16:00-20:00
ATO III: Envolvimento

Amaro Freitas Y’Y

Envolvimentos: Mesa Redonda

Tainá de Paula, Jerá Guarani e Maria Alice Pereira da Silva

Moderada por Marcella Arruda

Perspectivas sobre Prática

Sem Muros, Palmares Laboratório-Ação, RUÍNA Arquitetura e Grupo ][ Fresta

Empoderamento: Fala de Encerramento

Joice Berth

Mais informações e inscrições no site www.arquiteturasdobemestarplanetario.com

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: EUA

Estudante: Rodrigo Gallardo

The Fluid Territory explora a cidade além dos mapas, aquela que existe na memória, na experiência e nas histórias não contadas de seus habitantes. Em Vargem Grande, periferia de São Paulo, essa diferença se torna evidente: os mapas a mostram como um fragmento urbano em meio à floresta, mas a vida cotidiana revela outra realidade, marcada pela precariedade da habitação, pela falta de acolhimento das escolas e por um território vivido entre o medo e o esquecimento da natureza.

O projeto surge do diálogo com os moradores e da presença dos Guarani, reconhecendo que o território é compartilhado entre diferentes mundos: os jurua, que chegaram em busca de moradia, e o povo originário, cuja visão de mundo oferece outras formas de habitar. Em vez de impor respostas fechadas, as intervenções propõem condições abertas, capazes de acolher a diversidade de vozes e necessidades.

Na escola, corredores estreitos e salas quentes de metal dão lugar a espaços de encontro, onde o conhecimento circula além dos muros. Nas casas, o que antes era instabilidade se transforma em estruturas que fortalecem a permanência e a dignidade de seus moradores. A floresta, até então temida e distante, é reconectada por trilhas e percursos que convidam ao uso, ao convívio e à memória coletiva.

O trabalho não busca soluções definitivas, mas abrir possibilidades. Trata-se de pensar a arquitetura como um instrumento de escuta, capaz de fazer emergir aquilo que já existe de forma latente: a força da comunidade, a memória partilhada e a coexistência entre diferentes modos de vida. Se toda cidade é um palimpsesto de histórias sobrepostas, aqui o gesto arquitetônico não é apagar, mas revelar.

Mais do que construir edifícios, trata-se de construir condições para que novos caminhos possam ser abertos, caminhos em que a escola, a casa e a floresta deixam de ser fragmentos isolados para se tornarem parte de uma mesma trama coletiva.

Implantação do projeto: Chile
Desenvolvimento do projeto: Chile

O projeto de pesquisa-ação “Errando se Aprende” se situa, em Reñaca Alto Sur (Viña del Mar, Chile), território marcado pela precariedade habitacional, pela exclusão urbana e pela vulnerabilidade diante dos incêndios florestais. A quebrada Huasco, historicamente vista como limite, possui grande potencial para converter-se em corredor de vida comunitária e ecológica. A crise climática e os incêndios de 2024 acentuaram a urgência de repensar esse espaço, mostrando a necessidade de infraestruturas capazes de proteger população e ecossistema.

Nesse contexto, elaborou-se um masterplan coletivo, construído em oficinas participativas, percursos e observações junto à comunidade. A estratégia entende a quebrada como parque interbairros, articulando vilas por meio de infraestruturas verdes, equipamentos comunitários e corredores de proteção contra incêndios. Mais que projetar espaços, buscou-se uma mudança de olhar: compreender o campamento não apenas como assentamento informal, mas como território com direito à cidade e a um futuro sustentável.

Com base nisso, propôs-se um Centro de Encontro Comunitário em ponto estratégico da quebrada. O edifício conecta o parque interbairros a espaços de uso cotidiano — refeitório, ludoteca e escritórios. Não é um objeto isolado, mas a materialização do masterplan em espaço de encontro, coesão e cuidado mútuo, capaz de fortalecer redes comunitárias.

O projeto também introduz uma tipologia inédita de reservatórios de água, concebidos como protótipo de infraestrutura comunitária. Eles cumprem dupla função: armazenar águas cinzas para o uso diário e formar uma rede de defesa contra incêndios, em território onde o fogo é ameaça constante. Assim, inaugura-se um novo campo de infraestrutura básica para campamentos, combinando segurança, sustentabilidade e cuidado coletivo.

A escolha da alvenaria responde a critérios técnicos e sociais. Em território de difícil acesso e alta exposição ao fogo, o tijolo garante resistência, permanência e apropriação comunitária por meio da autogestão na construção. A materialidade é também recurso pedagógico de aprendizagem e enraizamento coletivo.

O projeto mostra que a arquitetura, além de abrigo, pode ativar processos de resiliência e justiça territorial. A quebrada, historicamente relegada, torna-se eixo articulador de um urbanismo situado, que vincula natureza, comunidade e cidade. Mesmo em contextos de precariedade extrema, é possível projetar infraestruturas que não sejam paliativos, mas gatilhos de transformação social e ambiental.

Mais que exercício acadêmico, trata-se de um processo de investigação-ação que conecta escalas urbana e arquitetônica, passando de um masterplan coletivo a uma infraestrutura comunitária concreta. Nesse percurso, revela-se o sentido do projeto: não impor desenho externo, mas construir coletivamente respostas que combinem memória barrial, cuidado comum e novas formas de habitar em tempos de crise climática.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Estudante: Victoria Emanuelle Belo da Silva

A produção de moradia popular na Amazônia frequentemente ignora as particularidades ambientais e culturais da região, adotando soluções padronizadas, frágeis e desconectadas do modo de vida ribeirinho. O projeto Casario surge como alternativa, propondo uma arquitetura que combina inovação técnica, identidade local e respeito ecológico, voltada à habitação digna e à regeneração do território.

A concepção se inspira no casario ribeirinho e nas palafitas, reinterpretando essas tipologias segundo critérios contemporâneos. Estruturas em madeira certificada associadas a pilares de concreto garantem resistência, durabilidade e ventilação natural. Estratégias passivas, como orientação solar, sombreamento entre volumes e coberturas ventiladas, promovem conforto térmico e eficiência energética sem depender de sistemas artificiais.

Implantado em Área Especial de Interesse Social (AEIS), na Avenida Brasil, em Manaus, o conjunto integra áreas verdes, equipamentos comunitários e espaços coletivos, fortalecendo convivência, pertencimento e redes de solidariedade. Blocos geminados de dois níveis recebem tipologias variadas, aproveitam a ventilação predominante e criam corredores de ar que funcionam como túneis de refrigeração, melhorando microclimas internos e externos.

No âmbito ambiental, a proposta atua na restauração de igarapés urbanos por meio de drenagem natural, wetlands artificiais e filtros biológicos, transformando áreas degradadas em corredores ecológicos que conectam o ambiente natural à cidade. Assim, habitar passa a significar também recuperar ecossistemas, respeitando os ciclos das águas e os modos de vida tradicionais.

A participação da comunidade é central. O uso da madeira regional permite autoconstrução assistida, mantém técnicas locais e fortalece vínculos com o território. Parcerias públicas, privadas e cooperativas habitacionais ampliam a viabilidade econômica e social, promovendo inclusão, autonomia e protagonismo local.

O Casario demonstra que habitação social, recuperação ambiental e valorização cultural podem coexistir. Ao harmonizar saberes vernaculares, soluções construtivas modernas e cuidados ecológicos, o projeto redefine a relação entre cidade, natureza e sociedade, oferecendo um modelo de urbanismo sensível e sustentável na Amazônia urbana.

Victoria Emanuelle Belo da Silva, natural de Manaus, desenvolve projetos que articulam preservação ambiental e inovação arquitetônica. Sua prática valoriza a recuperação de territórios degradados e a promoção de saberes locais, contribuindo para cidades amazônicas mais justas e sustentáveis.

Implantação do projeto: Equador
Desenvolvimento do projeto: Equador

Estudantes: Teresa Godoy Lema (Fondo Jubilados DMQ-N), José Martí-Paula S. Mendoza G (Pasaje)

N. Teresa Godoy Lema.
Alumni da Pontifícia Universidade Católica do Equador, originária de El Ángel – Carchi. Minha paixão está na reabilitação patrimonial e no design de espaços que vão além do físico: busco criar lugares que fortaleçam a memória coletiva e nutram a vida comunitária. Para mim, a arquitetura é uma ponte viva entre o que fomos e o que queremos ser, uma ferramenta para manter viva nossa identidade e inspirar novas formas de habitar a cidade.

Espaços Intermediários para a Memória: Reabilitação Integral do Fondo de Jubilados–DMQ.
A arquitetura, para além de oferecer refúgio, pode criar espaços que fomentem interações e conservem a memória coletiva. Este projeto propõe um Centro de Bem-estar e Memória focado em idosos, reconhecendo seu papel como guardiões da memória cultural. Identificou-se a importância de conectar esses adultos com crianças, para assegurar que suas histórias e saberes sejam transmitidos às novas gerações. Assim, o desenho propõe espaços que fortaleçam a relação entre passado e futuro, com atividades lúdicas e comunitárias que promovam o bem-estar mental, físico e psicológico de ambos os grupos.

Paula S. Mendoza Gómez
Alumni da Pontifícia Universidade Católica do Equador, arquiteta apaixonada pela capacidade da arquitetura de transformar a vida das pessoas. Concebo o design como uma ferramenta para criar espaços que melhorem não só a qualidade de vida física, mas também a mental e emocional, fomentando o bem-estar, a conexão social e a relação harmônica com o entorno. Busco que cada projeto dialogue com a comunidade e seu contexto, promovendo lugares de encontro, descanso e convivência. A arquitetura não é apenas construção, mas também memória, cuidado e oportunidade de mudança.

Habitação e serviços comunitários no Passeio José Martí-DMQ.
Este projeto propõe a reabilitação do passeio José Martí como precursor de um bairro identificável, reconhecendo que o monopólio hoteleiro expulsou a função residencial da zona, transformando o Centro Histórico em um espaço de passagem sem vida de bairro. Identificou-se a necessidade crítica de recuperar a tipologia da casa pátio republicana como estrutura social ativa, aplicando teorias de Restauração Histórica que equilibrem a conservação patrimonial com a habitabilidade contemporânea. Assim, o projeto propõe espaços de habitação e serviços comunitários que transformem o passeio na coluna vertebral de uma nova comunidade, aproveitando o aumento de usuários do Metro La Alameda para criar espaços de permanência onde famílias multigeracionais possam se apropriar simbolicamente do lugar, estabelecendo um modelo replicável de repovoamento que contrarie a tendência de despovoamento do Centro Histórico.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Estudantes: Aline Saemi Nakamura, Camila Miwa, Livia Naomi Nishijima Yohei, Luisa Caminha de Figueiredo

Desenvolvido por quatro estudantes de arquitetura de diferentes estados do Brasil, o trabalho investiga o papel da arquitetura em territórios que enfrentam há décadas os efeitos mais extremos da desigualdade e da crise ambiental. São comunidades invisibilizadas, racializadas e empurradas para as bordas das cidades e das políticas públicas. Lugares onde o solo cede e alaga, e onde a água não é ciclo, mas ameaça constante.

Na Zona Leste de São Paulo, no bairro Jardim Lapena do distrito de São Miguel Paulista, essa realidade se materializa. A ocupação começou na década de 1950 e hoje abriga cerca de 12 mil habitantes. É nesse contexto que se insere o projeto “Vínculos: entre margens, ciclos e pertencimento” uma proposta que busca restabelecer relações essenciais entre território, natureza e comunidade. O projeto reconhece as pessoas e a natureza, valoriza os processos que mantêm a vida em movimento e reforça o senso de pertencimento de quem já habita o lugar.

A proposta parte de uma estrutura versátil e replicável, conforme a demanda local. Oferece infraestrutura essencial para enfrentar alagamentos, ausência de drenagem, falta de espaços seguros, e cria suporte para relações comunitárias e regenerativas. Reconhece o valor das iniciativas já existentes, mas atua de forma complementar, ampliando a capacidade de resistência e prosperidade dessas comunidades.

A estratégia utiliza a leitura atenta do território e o conceito de acupuntura urbana como ação sensível e imediata. Vazios subutilizados — dentro de raios de 50 metros — foram selecionados para implantação das primeiras unidades, respondendo a demandas identificadas em diálogo com os moradores: banheiros, cozinhas, abrigo e segurança.

Mais do que oferecer proteção física, o projeto propõe uma nova forma de presença: firme, mas respeitosa. Afirma a importância de quem já habita e resiste, oferecendo suporte para que essas vidas possam se reestruturar com dignidade.. Ao elevar as plataformas do solo, também abre espaço para que a natureza retorne e se regenere, restabelecendo relações mais cuidadosas entre corpo, território e ambiente.

Porque sim, a arquitetura pode e deve ser uma ferramenta de justiça social. Mas para isso é preciso reconhecer que, por muito tempo, ela esteve conivente com processos de exclusão, remoção e silenciamento. O desafio não é apenas projetar, mas restaurar vínculos, dar visibilidade e estruturar a permanência daqueles que, por décadas, foram silenciados.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Estudantes: Caroline Jahn, Fabiane Calistro, Guilherme Staub, Yan Kruchin

Entre Margens: uma cidade em camadas é um projeto que busca reconciliar Porto Alegre com o Lago Guaíba, ressignificando um de seus maiores símbolos de separação: o Muro da Mauá. Porto Alegre sempre foi moldada por sua relação com a água — uma presença que, ao longo do tempo, tornou-se tanto identidade quanto desafio. O Guaíba, antes espaço de encontro e lazer, hoje é também limite físico e simbólico, marcado por enchentes que expõem a vulnerabilidade da infraestrutura urbana frente às mudanças climáticas.

Erguido como barreira contra as cheias, o muro acabou por afastar a cidade de sua orla, transformando o contato com a água em ausência. Ao tentar conter o rio, a cidade conteve a si mesma, relegando o lago a um pano de fundo inacessível. A proposta parte do reconhecimento dessa ruptura e busca transformá-la em oportunidade: reconfigura o muro não como barreira, mas como linha de costura entre o natural e o construído, entre passado e futuro.

O projeto redesenha essa borda rígida como espaço de encontro, circulação e permanência. Um passeio elevado conecta o Centro Histórico ao Cais Mauá, devolvendo protagonismo ao pedestre e oferecendo espaços de lazer, contemplação e mobilidade ativa. Faixas verdes e ciclovias percorrem o traçado, auxiliando na drenagem urbana e trazendo conforto ambiental, enquanto os galpões do cais são reativados como polos culturais, gastronômicos e comunitários.

Sua materialidade reforça esses princípios: uma estrutura leve e sustentável, em madeira engenheirada e módulos pré-fabricados, com soluções de infraestrutura verde – como jardins de chuva, pavimentos permeáveis e vegetação nativa – ampliando a resiliência urbana diante de eventos extremos.

Entre Margens não apaga a história: reconhece as camadas da cidade, suas fronteiras e contradições. O Muro da Mauá permanece — mas agora, é chão. É caminho. É cidade.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Departamento de Arquitetura e Urbanismo – UFES. Projetos Especiais II (ARQ 12226). 2025/01

A presente proposta é o resultado parcial da disciplina Projetos Especiais II (ARQ-12226) ofertada pelo Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo (DAU-UFES), sendo a continuidade de estudos e pesquisas acadêmicas de professores e alunos que relacionam a temática das águas com as cidades. A abordagem é a de projeto de arquitetura de infraestruturas urbanas e regionais fluviais e marítimas que busca se aproximar de fundamentos de usos múltiplos das águas e de aproveitamento integral das bacias hidrográficas. O objeto de estudo principal é o Rio Doce – importante bacia da Região Hidrográfica do Sudeste – que possui sua área de contribuição presente nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

Historicamente o vale do Rio Doce foi um eixo de penetração para o continente – como via natural sua navegação era desempenhada em trechos aquáticos que eram complementados por caminhos terrestres nas suas margens. Sucessivas ações antrópicas devastaram as margens fluviais, suprimindo as matas ciliares e assoreando o leito do rio, culminando em 2015 com o rompimento da barragem de Fundão em Mariana (MG) que lançou rejeitos de mineração nos corpos hídricos que contaminaram a bacia do Rio Doce em escala monumental, desde Minas Gerais até o Espírito Santo, uma torrente de lama tóxica alcançou o mar territorial brasileiro com impactos que ainda estão sendo mensurados.

A proposta da hidrovia do Rio Doce compreende os trechos médio e baixo do rio, entre Ipatinga (MG) e Regência (ES), conectando o Vale do Aço aos portos marítimos como um terceiro eixo de transportes que se junta em feixe à Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM) e às rodovias das vertentes longitudinais do rio. A hidrovia principal projetada possui 444 km de extensão e desnível hídrico total de 215 m de Ipatinga até a foz, com 35 Barragens de Aproveitamentos Múltiplos (BAM) – 32 novas de baixa queda e 3 existentes transpostas por escadas de eclusas. As novas barragens – com desníveis máximos de 5 m – foram projetadas para se adequar à escala urbana e ambiental do seu entorno, minimizando as áreas alagadas nas margens e reduzindo a classificação de riscos dos barramentos. Além da navegação, as barragens integram as funções de geração de energia a baixo custo, saneamento ambiental, conexão entre as margens, aquicultura/pesca, controle de inundações e combate às secas. Os reservatórios principais serão complementados por lagos de alimentação nos afluentes, constituindo um sistema integrado de infraestruturas de regulagem das vazões ao longo do ano, assim como, de recarga hídrica da bacia. As áreas alagadas também poderão ser usadas em programas públicos de uso sustentável das águas em associações positivas com as comunidades ribeirinhas. A hidrovia ainda abre oportunidades para ações de educação ambiental, recreação, esportes e turismo fluvial ao longo das margens reflorestadas, tornando melhor a convivência da população ribeirinha com as águas.

Implantação do projeto: Itália
Desenvolvimento do projeto: Itália

Estudantes do curso Learning from Abroad 2025: Andrea Moscatelli, Carmen Cicia, Chiara Di Cesare, Enrico Maria Corvese Ester Teresa Castillo Anis, Flavia Montegiglio, Francesco Di Gennaro, Gabriele Petrucco, Gianmarco Ottaviani, Hanna Helm, Leonardo Brustolon, Nina Signolet e Valentina Martucci

Vivemos uma crise climática sem precedentes. Apesar do Acordo de Paris de 2015, o mundo falhou em reduzir suas emissões. O ano de 2023 bateu recordes, e 2024 confirma uma tendência ainda mais alarmante. Climatologistas admitem que suas previsões foram otimistas: o limite de 1,5°C, previsto para 2030, já foi superado. A relação entre emissões de carbono, aumento da temperatura e elevação dos oceanos é hoje incontestável.

Neste contexto crítico, a disciplina Learning from Abroad da Universidade Roma Tre, propõe uma reflexão projetual urgente, reconhecendo o desafio desta geração de arquitetos, chamada a atuar num cenário de incertezas e mudanças aceleradas. O projeto L’Architettura Inevitabile enfrenta o imprevisível: não sabemos o futuro nível do mar, o efeito nas cadeias produtivas, infraestrutura e migração climática, com impactos territoriais em escala planetária.

Algumas cidades terão recursos para conter o mar, mas não a maioria É hora de abandonar a ideia de dominar a natureza: a água é mais forte e antiga que nós. Devemos aprender a conviver com ela e reinterpretar os territórios com inteligência.

Os alunos trabalharam o tema a partir de um caso específico, a Isola Sacra, no litoral romano. Assumiu-se o cenário de elevação do nível do mar em 2 metros — extremo, mas cada vez mais plausível. Em conjunto, eles estudaram a história e as características do local. Em seguida, organizados em subgrupos, desenvolveram projetos arquitetônicos integrados, sem perder de vista decisões coletivas. As escalas regional, local e arquitetônica caminharam juntas — como deve ser.

Este trabalho apresenta um Masterplan coletivo composto por cinco projetos distintos, porém intimamente integrados. Cada um enfrenta a água de modo único: um centro cultural que se transforma com as marés; um hospital sobre palafitas; casas flutuantes e escola que se elevam com a água; um centro esportivo que integra a água como paisagem; e um complexo arqueológico que inclui a transformação do território em seu discurso.

Em todos, o tempo e a água são protagonistas.

Por fim, um último projeto ainda permanece como embrião para uma futura reflexão: o parque arqueológico do futuro. Uma área mais densa da Isola Sacra, que será tomada pela água e pela vegetação, será transformada numa ruína visitável, monumento ao nosso tempo e às contradições da ocupação territorial.
Vale lembrar: trata-se de um exercício de poucos meses, com alta complexidade, do território ao edifício. Nem o Masterplan, nem os projetos se pretendem finais. Mesmo sem o tempo, a profundidade e a interdisciplinaridade que o tema exige, os alunos lançaram-se num desafio doloroso, mas urgente. O projeto dos alunos Andrea Moscatelli, Carmen Cicia, Chiara Di Cesare, Enrico Maria Corvese Ester Teresa Castillo Anis, Flavia Montegiglio, Francesco Di Gennaro, Gabriele Petrucco, Gianmarco Ottaviani, Hanna Helm, Leonardo Brustolon, Nina Signolet e Valentina Martucci pode ser entendido em maior detalhe aqui: https://acesse.one/tQjaH

Implantação do projeto: Portugal e Espanha
Desenvolvimento do projeto: Portugal

Estudantes: Bruna Kühn, Hugo Costa, Marta Ferreira e Patrícia Reis

Os EXTREMOS existem hoje em tal grau que é raro encontrar uma situação social, política, territorial ou ambiental não afetada por realidades assimétricas. A palavra “extremo” pode significar algo situado numa extremidade, distante, última; ou um oposto, uma realidade extraordinária. Na proposta que apresentamos, os vários significados tomam lugar numa realidade afundada, num mundo quente.

Diariamente, somos inundados por um manancial de notícias que revelam um mundo desconcertante, que dão nota de um clima estranho, de chuvas torrenciais e, paralelamente, secas infernais. Parece impossível reunir em lugares próximos condições tão diversas.

Nesta perspetiva, a proposta apresentada viaja até à Barragem do Lindoso, na raia – lugar extremo, da fronteira entre Portugal e Espanha. Com foco na aldeia submersa de Aceredo, procuramos criar um imaginário distópico, sobre os efeitos das alterações climáticas no território.
Aceredo foi uma aldeia, na paróquia de Manín, concelho de Lobios (Baixa Limia – Ourense). Desapareceu após a construção da Barragem de Lindoso, e da respetiva albufeira, assente sobretudo em território espanhol, em 1992. A comunidade foi obrigada a deslocar-se para outro lugar, para uma nova terra, deixando para trás o que o rio deu, e o que o rio tirou.

Passados 30 anos, em 2022, durante o intenso período de seca, a aldeia voltou à tona. Em plena Pandemia Covid-19, a sede de viajar, criou um fenómeno turístico com trânsitos infernais e, sobretudo, reavivou as memórias dos dias afogados. De géneses distintas – uma vez que este exemplo parte da artificialização da paisagem, através da criação de um reservatório de água, para produção de energia — os efeitos da subida e descida abrupta das águas, condicionada pelas ondas de calor e pelos intensos períodos de chuva, podem ser identificados, ou pelo menos conhecidos, a partir de Aceredo. A subida das águas, que ameaça as zonas costeiras, o desaparecimento da água doce e com os períodos de seca sucessivos, exigem a urgente mudança de paradigma, da forma como entendemos e atuamos enquanto arquitetos, num meio em constante transformação. O desenho destes processos permite identificar os traços sustentáveis das comunidades e do território, restauram a memória de passados recentes, e dão respostas para o futuro que iremos enfrentar.
O desafio de representar os Extremos, neste caso, cartografado a partir da linha de água – que dilata e retrai -, dos terrenos – férteis e áridos -, evidenciam extremos próximos. A cartografia procura relacionar e medir o clima, com o espaço e o tempo, para um laboratório da água e da sua ausência, da comunidade e do território.

Aceredo: um mundo (quente) submerso.

Procuramos dar corpo a um território que oscila entre o submerso e o deserto, entre o passado e o futuro. A partir de Aceredo, aldeia afundada e posteriormente ressuscitada pela seca, surge a ideia de um mundo em constante transformação, onde a convivência com as águas é a condição. Neste cenário, o direito dos rios cria uma contra-narrativa, que transforma o entendimento das “catástrofes naturais” em “catástrofes humanas”.
Aceredo é um laboratório que permite entender os impactos das decisões políticas centralizadas e o peso das grandes infraestruturas, no quotidiano do território e da comunidade. Através da inteligência artificial, representamos imagens de extremos (im)possíveis, como provocação distópica e não solução, que imagina um cenário próximo, caso as ações humanas não mudem, as políticas não se descentralizem, e a arquitetura não se adapte. Da legislação ao urbano, habitação e produção — os extremos estão sempre no calor da questão.

O projeto apresentado reúne contributos de quatro Dissertações de Mestrado Integrado em Arquitetura na FAUP. Agradecemos os contributos das equipas de orientação para a elaboração da proposta, bem como do apoio da Faculdade na representação institucional.
Esta proposta foi apresentada em maio de 2025 ao Comité EURAU 2026 – Latitudes – Umeå Universitet, Sweden.
Os desenhos e cartografias são originais; as fotografias são de arquivo, indicado na apresentação; as composições propostas foram geradas por IA.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Estudantes: Amanda Moreira Barchi e Marcelo Caetano Andreoli

Ao refletir sobre as formas de habitar na modernidade, nos deparamos em como a lógica antropocêntrica incide diretamente sobre as nossas relações, sobretudo com a cidade. Fica nítido o papel da Arquitetura e Urbanismo na reprodução e reafirmação dessa lógica, a qual é alimentada pela cisão entre natureza e cultura.

Mudanças climáticas, perda de biodiversidade e tantos desastres naturais nos alertam para o caminho de destruição que estamos traçando para a terra e, consequentemente, para nós mesmos. É necessário repensarmos muitas das nossas ações com a terra e reconhecer a importante luta dos povos tradicionais e do campo, os quais tem nos mostrado e ensinado outras formas de configurar urbanidades, o que reforça que não são todos os humanos que compactuam para a lógica antropocêntrica, mas sim o humano-urbano. O desenho multiespécie aparece aqui como possibilidade de repensar o processo projetual, compreendendo as cidades como espaços indissociáveis da natureza e incidindo em traços que vão além do exclusivismo humano. Compreender a relação entre humanos e não-humanos é aqui um ponto crucial do trabalho, confrontando assim as fronteiras desenvolvidas entre natureza e cultura – e todos seus derivados como campo e cidade, floresta e cidade, rural e urbano. Com isso, o trabalho voltou-se a elaborar uma rota de corredor ecológico conectando territórios indígenas de resistência na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), reafirmando o compromisso do campo da Arquitetura e Urbanismo de contribuir para o habitar de outras espécies e de outras urbanidades. Após a definição da rota do corredor ecológico, aproximamos na escala do desenho uma área com maior intensidade de conflitos antrópicos para elaborar um traçado que considere o habitar de outras espécies, mudando a direção de ataque: a cidade não mais avançando sobre o meio ambiente, mas sim dando espaço para que ele adentre a sua malha e que novas relações entre humanos e mais-que-humanos se estabeleçam no território.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Estudantes: Anna Luiza Domingos
Orientação: Iazana Guizzo

O trabalho Raízes Suburbanas: Retomada ecológica na Penha aborda temas como a adaptação climática, a preservação ambiental, a recuperação ecológica, a qualificação de rios, parques urbanos e cidades verdes. A proposta se baseia na potente união entre floresta e cidade, dessa forma elabora uma solução integrada desde a Serra da Misericórdia até o encontro com a Baía de Guanabara.

Por utilizar a metodologia afetiva e participativa de contação de histórias, as intervenções projetuais surgem a partir de narrativas interespecíficas dos próprios moradores do tradicional bairro suburbano. Logo, a proposta se divide em 4 tipologias urbanas: a Serra da Misericórdia, o Complexo Verde, o Bairro Verde e o Parque Alagável Maria Angú. Ademais, o trabalho realiza a análise das vias, resultando na proposta de trama verde com abordagens distintas para cada tipo de via.

O projeto também aborda questões urgentes como a elevação do nível do mar, o aumento das temperaturas, os deslizamentos de encostas e as inundações – alguns dos principais desafios da adaptação climática não só no Rio de Janeiro, como também em outras cidades litorâneas. Assim, a proposta lida com fatores preexistentes no bairro e com outros que surgirão ou serão agravados com o passar dos anos.

O trecho detalhado da tipologia Bairro Verde desenvolve sobre a questão dos rios urbanos, trazendo a Mata Atlântica para a cidade e detalhando as escolhas de espécies nativas com base nas histórias afetivas locais e na fauna. Com isso, o projeto se inspira na própria Penha, seus atores, seus relatos afetivos e na natureza para enfrentar a adaptação climática no Rio de Janeiro.

Anna Luiza Domingos é formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, cresceu na Penha, bairro tradicional do subúrbio carioca, e desenvolveu o projeto Raízes Suburbanas no lugar onde estão suas próprias raízes. Durante a graduação, fez parte do projeto de extensão, ensino e pesquisa Floresta Cidade, no qual aprofundou seu interesse pela interação entre a floresta e a cidade, pesquisando sobre outras cosmovisões e possibilidades de habitar o planeta.
Iazana Guizzo é professora adjunta da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro e coordenadora do grupo de extensão, ensino e pesquisa Floresta Cidade. Autora do livro “Reativar Territórios: o corpo e o afeto na questão do projeto participativo”. Doutora em urbanismo na UFRJ (2014). Realizou doutorado sanduíche no Institut d Urbanisme de Paris (2012 e 2013). Mestre pelo programa de pós-graduação em Psicologia da UFF (2008) e em bailarina contemporânea pela Angel Vianna (2011). Seus interesses de pesquisa versam com ações de regeneração e convívio com biomas, principalmente relativas às culturas afro-ameríndias, ativistas e artísticas no Brasil.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Estudantes: Bianca Purkott Cezar, Lívia Tinoco da S. Furtado, Pedro A. de Jesus, Rodrigo M. de Souza

A produção do espaço é um processo condicionado aos meios de produção. É possível conceber o espaço como o conjunto de sistemas de objetos e sistemas de ações. Adotando a visão do materialismo histórico, sistema de objetos é sinônimo de um conjunto de forças produtivas, enquanto sistema de ações é o conjunto das relações sociais de produção. O próprio “descobrimento” do Brasil é consequência direta da necessidade de expansão enfrentada pelo desenvolvimento do capitalismo mercantil europeu. O espaço construído brasileiro surge a partir das capitanias hereditárias e das expedições que visavam a captura de mão de obra indígena. Foram das rotas feitas durante as monções pelos rios do interior brasileiro e, mais tarde, das estações de estradas de ferro, que se expandiram nossas cidades. O avanço da dinâmica econômica dos países da América do Sul para o exterior é um dos fatores que levou à formação de uniões aduaneiras e de blocos de organizações intergovernamentais, como a União das Nações Sul Americanas (Unasul). A partir da organização da Unasul, surgiu a Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul Americana (IIRSA), cujo planejamento estabeleceu uma série de conselhos, entre eles o Conselho Sul Americano de Infraestrutura e Planejamento (COSIPLAN). Essa iniciativa resultou em diversos projetos de infraestrutura para o transporte de mercadorias entre os países membros, a planificação da infraestrutura e a conectividade regional. Entre os projetos desenvolvidos está a melhoria do trecho ferroviário brasileiro entre Santos (SP) e Corumbá (MS). A reativação desse trecho oferece a oportunidade de repensar seu impacto no território e como utilizar as infraestruturas de transporte a favor de um desenvolvimento que impacte positivamente a população dos municípios que são atravessados por elas. Entre os municípios cruzados pela Malha Oeste, Aquidauana chama a atenção pela proximidade com a área urbana de Anastácio. Inicialmente, a ocupação do espaço das duas cidades deu-se pela margem esquerda do rio Aquidauana, atual Anastácio. Quando a ferrovia Noroeste do Brasil foi construída na margem direita, atual Aquidauana, a presença da estação ferroviária desencadeou o rápido crescimento e aglomeração nesta margem, resultando em rivalidades e na divisão territorial. A reativação da Malha Oeste apresenta uma segunda chance para tratar a ferrovia e a hidrovia, pois lidar com a ferrovia que acompanha o traçado do rio significa também o dever lidar com o próprio rio, a água urbana, o saneamento básico ambiental e os resíduos sólidos urbanos. Essa abordagem é crucial para ambas as cidades, que sofrem com grandes inundações periodicamente, precisando adotar um modelo resiliente ao agravamento da crise climática. Discute-se aqui uma das possibilidades de desdobramento no ambiente das cidades Aquidauana e Anastácio, desde sua relação com a ferrovia, com a água e com o manejo de resíduos sólidos.

Implantação do projeto: Itália
Desenvolvimento do projeto: Itália

Equipe do departamento do curso Architecture for Heritage do Departamento de Arquitetura e Design do Politecnico di Torino.

“Reutilização Adaptativa do Patrimônio Construído” reúne mais de 40 propostas de projeto desenvolvidas por 130 estudantes internacionais, organizados em equipes ao longo de três anos letivos. Este estúdio de projeto integrado concentra-se na criação de estratégias sustentáveis de reutilização adaptativa para edificações e áreas urbanas abandonadas na cidade pós-industrial de Turim. A premissa subjacente é que, ao responder à urgência de reduzir o impacto ambiental da nova construção por meio da reutilização do ambiente construído existente, “novas funções devem seguir as formas existentes”.

A abordagem pedagógica e interdisciplinar combina projeto arquitetônico e urbano, tecnologia arquitetônica e mecânica estrutural para explorar o potencial de reutilização adaptativa de locais vagos ou subutilizados. Estes incluem tanto edifícios de propriedade pública quanto outras áreas urbanas abandonadas atualmente em debate, com o objetivo de injetar nova vida em espaços que correm o risco de abandono.

Os projetos são baseados em 20 locais selecionados a partir do portfólio de ativos públicos do Serviço de Patrimônio da Cidade de Turim – um inventário do estoque de imóveis não utilizados e à venda de propriedade da cidade –, bem como outros locais abandonados significativos espalhados pela cidade. Por meio desses projetos, os estudantes promovem e incentivam a reutilização do patrimônio urbano de Turim como um motor de regeneração cultural, social e ambiental, em linha com o eixo temático da 14ª BIASP “Reformar Mais e Construir Verde”.

Todos os anos, o curso culmina em uma exposição organizada em colaboração com a Prefeitura de Turim e com partes interessadas locais. Os projetos são apresentados por meio de maquetes físicas e de um caderno que documenta o processo de pesquisa por projeto, utilizando um código de cores comum preto–amarelo–vermelho (preservado–demolido–construído). Na Bienal deste ano, quatro projetos em três locais são exibidos. Eles ilustram um processo de projeto que começa desvendando as “camadas de mudança por cisalhamento” (site–estrutura–revestimento–sistemas), continua com desenhos críticos (preservado–adicionado) e culmina em cortes utilizados como uma ferramenta de projeto multiescala.

A equipe proponente, todos afiliados ao Departamento de Arquitetura e Design do Politecnico di Torino, inclui Elena Guidetti, Professora Assistente e Pesquisadora; Michele Bonino, Chefe do Departamento; Emanuele Morezzi, Referente do Mestrado em Arquitetura para o Patrimônio; Matteo Robiglio, Professor líder do curso Reutilização Adaptativa do Patrimônio Construído no programa de Mestrado; Arq. Necdet Ayik; Arq. Ebru Emirbayer e Dra. Ludovica Rolando, tutores e colaboradores no curso, junto com os estudantes internacionais dos últimos três anos letivos: Camila Cadena, Marvin Gronski, Nour Tabet, Melis Guher Ferah, Sahar Tajzadeh, Ahmet Can Basak, Shadi Masihi Pour, Kosar Mohammadi, Jessica Sagar, Laura Zotaj, Parisa Abna, Mahtab Fallah, Fatameh Zarnoosheh e Belynda Aggad.

Implantação do projeto: Chile
Desenvolvimento do projeto: Chile

Estudante Isidora Soto,
Orientação: Ximena Arizaga e Osvaldo Moreno

As qualidades geográficas do Arquipélago de Humboldt oferecem refúgio e favorecem uma grande biodiversidade marinha, graças a um cânion submarino que termina entre a costa de Chañaral de Aceituno e a Reserva Marinha da Ilha Chañaral. Baleias que percorrem os oceanos visitam este local todos os anos para se alimentar. Por sua relevância ecológica, foi nomeado como um hope spot mundial pela oceanógrafa Sylvia Earle.

Em um território historicamente habitado por culturas ligadas às práticas marítimas, atualmente são extraídas centenas de toneladas de algas pardas diretamente de seu ecossistema a cada mês. A exportação ocorre em escala industrial, impulsionada pelo crescimento da demanda internacional nas últimas duas décadas.

A Caleta Chañaral de Aceituno não reflete sua importância para a conservação. Carece de infraestrutura adequada para receber os cerca de trinta mil visitantes que chegam a cada temporada, promovendo uma visão distorcida em que a paisagem é destinada ao consumo turístico centrado no avistamento de baleias. Nesse contexto, o local exige um espaço integrador que sustente as atividades produtivas e turísticas, ao mesmo tempo que proteja os habitats marinhos, garantindo a continuidade de uma paisagem valiosa para as populações local, nacional e global.

O avistamento de cetáceos, os bosques marinhos e a tradição pesqueira coexistem na zona entre-marés, definida como área de mediação entre escalas de paisagem. É nesse espaço que se propõe um parque que se estende do mar — nos bosques marinhos sobre relevos rochosos — até a terra, em áreas de embarque, acúmulo de algas e espaços de convivência entre moradores e turistas.

Suas estratégias incluem: primeiro, habilitar um percurso pelo litoral rochoso de Chañaral de Aceituno, transformando as rochas em caminho acessível que conecta mar e terra; segundo, regenerar os ecossistemas entre-marés com jardins marinhos onde se cultivem, reproduzam e utilizem macroalgas como material vegetal estruturante; terceiro, cultivar algas pardas para pesca artesanal, contribuindo para o equilíbrio ecológico local e oceânico.

São propostos quebra-mares com tetrápodes ecológicos que favorecem a integração de organismos, funcionando como habitat. Inspirado no projeto Living Breakwaters do escritório SCAPE, a proposta se diferencia pela incorporação das macroalgas como agentes estabilizadores, ampliando a área propícia ao seu crescimento e oferecendo mais superfície rochosa para sua fixação. Essa mesma estrutura se transforma ao longo da zona entre-marés, criando espaços onde a maré permita usos recreativos, produtivos e socioculturais. Assim, seria possível mitigar os impactos antrópicos, conectando a biodiversidade marinha às práticas ligadas ao mar.

Implantação do projeto: Bahrein
Desenvolvimento do projeto: Líbano

Estudantes: Maya Haidar Clara Saliba
Orientação: Sandra Frem

Um dia já foi um próspero mosaico de habitats terrestres e marinhos, a Baía de Tubli é um dos últimos territórios biodiversos do Bahrein — e um de apenas oito principais locais ecológicos protegidos no reino.

Localizada logo ao sul da capital, Manama, a baía historicamente sustentou as comunidades vizinhas por meio da pesca, mergulho de pérolas e agricultura. Suas águas rasas nutrem crustáceos e camarões, enquanto manchas de mangue ao longo da borda oriental formam locais de pouso críticos para aves migratórias. Essa combinação única de riqueza ecológica e patrimônio cultural fez da Baía de Tubli um ativo econômico, social e ambiental vital. No entanto, apesar de sua significância ecológica e localização estratégica, a Baía de Tubli há muito é marginalizada no planejamento governamental. Hoje, porém, sua biodiversidade e os meios de subsistência que sustenta estão sob grave ameaça da invasão industrial, poluição e mudanças climáticas.

Eco-commons reimagina a Baía de Tubli como uma iniciativa de reabilitação ecológica e infraestrutura verde que conecta e amplifica a biodiversidade marinha e urbana por meio de uma rede contínua de habitats para aves migratórias, vida marinha e espécies terrestres. Esta estrutura regenerativa não é apenas ecológica — é urbana, social e econômica.

A rede de habitats proposta funciona também como um corredor de microclima sombreado, integrando mobilidade multimodal, aprimorando a infraestrutura social e expandindo o acesso público à orla. Essas intervenções criam espaços públicos mais frescos e caminháveis, ao mesmo tempo que promovem a continuidade ecológica através das paisagens fragmentadas da baía.

Eco-commons também estabelece as bases para uma transição econômica — de uma economia intensiva em recursos e dominada pela indústria de fundição de alumínio e manufatura pesada para uma economia limpa e resiliente impulsionada pelo ecoturismo, pesca de comércio justo e produção de energia renovável.

A captação, armazenamento e tratamento de água estão incorporados nas paisagens urbanas que alternam entre restauração de habitat, espaços recreativos e áreas de reunião sombreadas. Este design em camadas aborda múltiplas ameaças de uma vez — ondas de calor, secas, inundações repentinas e erosão costeira — enquanto melhora os microclimas locais e expande a biodiversidade.
Crucialmente, o projeto posiciona a gestão comunitária como a base para a resiliência de longo prazo. Ao envolver as comunidades locais no cuidado do habitat, gestão de recursos e operações de ecoturismo, o Eco-commons não apenas restaura ecossistemas, mas também fortalece os laços sociais e gera oportunidades econômicas equitativas.

Por meio da restauração da biodiversidade, adaptação climática e uma transição econômica justa, o Eco-commons transforma a Baía de Tubli em uma paisagem viva, resiliente e regenerativa — onde a saúde ambiental, a vitalidade social e a prosperidade econômica se reforçam mutuamente.

A proposta da oficina “Ensaio para o Depois” consiste na atividade de reutilização crítica e criativa de material descartado em obras e montagens cenográficas e de elementos trazidos pelos participantes. Será a primeira ação presencial da SuB, uma comunidade de arquitet@s de distintas regiões do Brasil, que se reúnem periodicamente para conversar sobre o campo ampliado da arquitetura, artes e prática profissional. Os membros dessa comunidade vivenciam nesses encontros a possibilidade de diálogo entre distintos profissionais fora do ambiente estritamente acadêmico. Esse é um resultado de uma iniciativa de arquitet@s que após concluírem doutorado, perceberam a lacuna que havia no diálogo entre os profissionais da área acadêmica e os que trabalham na prática da profissão e em outros campos da arquitetura.

O objetivo geral da proposta não é apenas ensaiar construções em cenários extremos e reutilizar o que já existe, mas, sobretudo, criar em comunidade. A Oficina poderá oferecer aos visitantes da Bienal de São Paulo a oportunidade de conhecer outras pessoas, não só opinando em palestras ou rodas de conversa, mas também levando para casa aquilo que constroem coletivamente. De modo similar, a Comunidade SuB vem promovendo, nos últimos meses, encontros de conversas, pautados em eixos temáticos atuais e urgentes, com profissionais de diferentes áreas dentro da arquitetura, muitos dos quais atuam no campo ampliado entre arte e arquitetura.

Assim, nessa ocasião, por meio da manipulação dos objetos descartados, esperamos que a oficina conduza os participantes por uma experiência sensorial, reflexiva, construtiva e colaborativa, ativando imaginários sobre como habitar os mundos que virão. Ao fim, teremos ensaiado criativamente, diante da precariedade e da escassez, como transformar usos e significados dos objetos disponibilizados a fim de recriar a noção de indivíduo/comunidade. Tendo como plano de fundo a emergência climática e social, ensaiaremos os limites e as possibilidades de projetar no improviso e no desconforto, indagando as implicações de um corpo coletivo nas construções do Depois. Ao experimentar em grupo formas mínimas construídas, os participantes ativam senso de cooperação, capacidade fundamental para reconstruir a ideia de comunidade em tempos de crise. O Depois que se ensaia aqui é baseado na emergência, e um convite a imaginações coletivas e a futuros possíveis, construídos em comum.

Vagas: 25 em cada dia

Gratuito

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas pelo formulário disponível aqui.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

As inscrições estarão abertas até o inicio da Oficina, no local, desde que haja vagas disponíveis.

É possível se inscrever para os dois dias de Oficina.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Pensar em extremos nos possibilita agir em rompantes de alguma radicalidade, justamente porque entende que essa ação pode ser carregada de dois movimentos: o de reparação por meio da reflexão do que podia e poderá ser; e o de avanço, como um devir, nascido da revolta do que jamais deverá ser feito novamente.

Ser uma cidade de linhas d’águas pode ser um importante exercício de reparo, não apenas na reparação do significado das coisas, mas na busca do que foi perdido, dilacerado, arrancado, mutilado e, muitas vezes, sequer imaginado.

Se a cidade da garoa, em um curto arco de tempo, se transformou em uma cidade do dilúvio – que arrasta os mais fracos para longe dela – a reparação que convocamos visa a aproximação tanto com os processos de pertencimento pela conscientização da população em relação aos seus direitos como cidadãos, quanto com os instrumentos de resistência para a constituição da possibilidade de uma vida comum. Aproximações que nos fazem apostar em ir de encontro com os problemas para, a partir deles, pensar quais os lugares, elementos e processos contribuem com efetiva e concreta transformação.

O trabalho São Paulo: Cidade Dilúvio pretende dar tessitura ao exercício do projeto de arquitetura e urbano, a partir de indissociável relação entre seus produtos e processos, dando-lhe espessura e, assim, alocando-o aproximado à compreensão dos fenômenos sociais, vindo também dos fenômenos naturais. Para isso, aposta-se nas linhas que abrem e re-velam: os 65 viadutos, tratados por nós como grampos – costuras para transpor a grande fenda-rio da cidade que vivemos – se apresentam como possibilidades múltiplas para reconhecermos caminhos de confluência. Há aqui um entendendimento de que estar em fluxo contínuo e inacabado é condição e (con)formação da própria existência para quem é fluxo. Descoberta de territórios férteis e cheios de impulso transformador.

Esses grampos que esgarçam, na mesma medida que reparam seus extremados movimentos, nos apresentam espaços de possibilidade de usos público e comum a procura de novas águas, respeitando suas particularidades, no lugar de espaços sbutilizados, em aproximação de baixios de infraestruturas e coberturas de construções existentes. Aguas que possam, elas, retornar a construção de paisagens para a vida.

A proposta vê a cidade, enfim, como rio e espaços como dilúvios para, quem sabe, lutar por transbordamentos de vida, vindos de chãos cheios de vida trazida da água, cujo objetivo é o desencadeamento da articulação política de reinvenção de, enfim, outros tempos.

O trabalho foi desenvolvido pelos alunos Tomas Lee Guidotti, Pedro Toni, Diogo da Silva, Fernando Tetsuo, Stephany Araújo, Renata, Tomita, Ana Paula Ramos, Yasmin Negri, Fernanda Vieira, Isabela Tunes, Júlia Pacheco, Leonardo Ferreira, Giovana Gare, em conversas com os professores da Fau Mackenzie Antonio Fabiano, Amaral, Catherine Otondo, Renata Coradin, Luiz Backheuser, Ricardo Ramos, Viviane Rubio.

Desenvolvimento do projeto: Brasil

Como transformar a cidade existente? Como podemos projetar metamorfoses urgentes a partir de estruturas urbanas já construídas?

Os terminais de transporte metropolitanos são infraestruturas fundamentais no recebimento e redistribuição dos fluxos da população garantindo o deslocamento diário de milhões de pessoas entre as zonas de centralidades com zonas mais periféricas nas bordas da metrópole. Estas estruturas representam lugares onde a população transcorre um tempo significativo da própria jornada, convivendo em espaços inóspitos, áridos onde tudo é mercadoria!!
Embora sejam essenciais para a mobilidade da população, os terminais são construções de concreto e malhas metálicas em solo impermeável, cicatrizes significativas no tecido urbano. Muitas vezes, isolados e sem relação com os elementos urbanos existentes recebem os usuários sem função de acolhimento. Ao contrário, esta rede em condições climáticas extremas potencializa condições de risco e alagamento e fica ilhada do restante da cidade.

Diante desse contexto, a proposta “Matrizes Verdes” revela um ensaio projetual a partir da (re)significação urbana dos terminais de transporte e suas potencialidades: antes pontos de passagem, e agora, além da sua função modal, passam a operar como espaços de permanência e transformação ecológica e sobrevivência.
As matrizes trazem a natureza como o agente semeador e a fonte de recomposição ambiental e potencializador dos terminais de transportes e seus entornos. Os espaços urbanos degradados e subutilizados no entorno são incluídos no sistema da matriz e transformados em áreas permeáveis com captação, retenção e reaproveitamento de águas das chuvas; reflorestando com vegetação nativa; promovendo diminuição das altas temperaturas. Frutifica-se, então, dentro e fora das matrizes, ambientes de produção cultural, alimentação saudável e gratuita e acolhimento de pessoas em vulnerabilidade social.

À Matriz Barra Funda, foi dada à sua capacidade de alimentar, produzindo hortas urbanas junto ao Parque da Água Branca. Já na Matriz Luz, devido ao seu valor histórico e relação com os equipamentos culturais, foi dada à sua potencialidade de produção cultural. Por fim, a Matriz Brás, em respeito ao presença, sempre crescente, de imigrantes na cidade, foi atribuído o significado de acolhimento, em conexão com o museu dos imigrantes. Isso é abrigo e serviços para quem for chegar e partir, ou a qualquer pessoa que se encontre em uma situação vulnerável, longe do seu país.
Neste recorte urbano a ressignificação dos terminais em matrizes verdes promove a ampliação das funções públicos como práticas culturais, áreas de convívio, alimentação saudável e cuidado, oferta de serviços básicos (água potável e banheiros públicos) para o bem-estar coletivo e a construção de cidades mais justas e inclusivas.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Estudantes: Juan S., Érica C, Darliane G, Luan G, Luana P, Eduarda R, Mateus C, Jefferson F Sá

A emergência climática afeta desproporcionalmente populações marginalizadas – aquelas que possuem menos acesso aos recursos de adaptação e reparação. Os impactos intensos não são só frutos de eventualidades climáticas, mas socialmente produzidos por uma urbanização excludente. Essa vulnerabilidade se mostra evidente na realidade das comunidades Joana D’Arc e Morro das Placas, no bairro Vicente Pinzón, em Fortaleza.

Situadas em uma área de alta declividade e solos instáveis, os territórios apresentam-se como adensamentos consolidados e frágeis ambiental e socialmente. O risco inerente à localização das comunidades se soma à precariedade habitacional e à carência de infraestrutura básica, como a ausência de rede de drenagem e a falta de espaços verdes e livres, refletindo um processo histórico de segregação socioespacial.

Ao considerar o contexto de injustiça ambiental, a intervenção de abordagem integrada propõe soluções infraestruturais e habitacionais nas comunidades, incorporando-as ao tecido urbano e revertendo o cenário de risco em um projeto resiliente e responsivo que se adapta à realidade local.

No projeto, foram propostas soluções que viabilizam a drenagem e saneamento básico, como alargamento das vielas, implantação de biovaletas e criação de espaço de apoio ao manejo de resíduos. Foram pensadas, ainda, a inserção de contenções, capazes de estabilizar as encostas frequentemente suscetíveis a deslizamentos, e a construção de escadarias, que promovem a mobilidade em áreas anteriormente intransponíveis.

Entendendo que a justiça climática também se relaciona ao direito à cidade, foram projetadas áreas livres e de lazer usando-se de soluções baseadas na natureza, bem como foi proposta a implantação de equipamentos públicos. Para as moradias, em uma estratégia combinada de melhorias habitacionais e reassentamento próximo, foram pensadas soluções projetuais de condicionamento ambiental passivo para reformas e tipologias progressivas para novas habitações.

As propostas foram elaboradas coletivamente para contemplar comunidades que resistem frente ao contexto de exclusão e apagamento. A equipe composta por Darliane Gomes, Eduarda Mércia, Érica Correia, Jefferson Freire, Juan Sousa, Luan Baltazar, Luana Gabrielle, Mateus Costa e Sá Nogueira, estudantes de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará (UFC), buscou no trabalho demonstrar responsabilidade social enquanto estudantes de universidade pública ao direcionar para o centro do debate áreas marginalizadas e invisibilizadas, pensando cenários possíveis para a melhoria da qualidade de vida nesses territórios.

Compartilhando experiências em programas e bolsas de pesquisa voltadas à assessoria técnica em arquitetura e cidade, mudanças climáticas e patrimônio cultural, a equipe possui interesses em História e Teoria da Arquitetura e Urbanismo, Tecnologias Aplicadas à Arquitetura e ao Urbanismo, Planejamento Urbano, Assessoria Técnica e Habitação de Interesse Social.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Estudantes: Domenico S., Gabriel W., Luigi F., Rodrigo C., Tereza P., Yuri T.
Orientação Anália A.

Com o advento da crise climática, o habitar torna-se um problema sistêmico. Passamos da era em que pensar habitação se limitava aos limites do lote de cada proprietário.
Nossa hipótese parte do reconhecimento de um modelo histórico exploratório extrativista que produziu não apenas a devastação ambiental, mas também a dependência econômica e social das populações locais frente a ciclos de exploração. O projeto, implantado na planície fluvial do Lago de Janauacá, busca inverter essa lógica: restaurar áreas degradadas por meio do manejo de espécies nativas para regenerar solos, ativar cadeias produtivas autônomas e permitir que as comunidades possuam uma autogestão de seus recursos vitais.

A ocupação territorial organiza-se a partir de núcleos cooperativos que compartilham infraestrutura coletiva edificados com sistemas pré-fabricados em madeira local. Tais núcleos, como escola, centro cultural, habitação social, mercado e unidade de saúde, são articulados por uma rede hidrográfica e criam uma cidade para cheias e secas, capaz de se adaptar conforme as dinâmicas do território.
Nesse estudo buscamos imaginar novas formas de ocupação no território amazônico. Cidades livres das lógicas extrativistas, soberanas em seus meios de subsistência, capazes de habitar sem depredar. Ao vislumbrar sobre novas paisagens, projetamos modos de vida emancipados, nos quais a relação entre ser humano e natureza se dá de forma simbiótica, possibilitando o florescimento de novos pactos sociais e ecológicos.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Estudantes: Ana Beatriz Monteiro Furtado, Kayo Gabriel da Silva Sousa, Paulo Henrique Gonçalves Alves Pereira, Tomaz Neto Meneses Cavalcante Medeiros.
Orientação Roberto Alves de Lima Montenegro Filho

No Piauí dos povos originários, do encontro com ancestralidades africanas e com a aculturação portuguesa. Piauí dos rios, do calor e da cultura do barro. Da Esperança Garcia. Em Teresina, fundada em planície onde a cota de ocupação é próxima à dos cursos d’água, convive-se com a variação dos níveis dos dois rios, com chuvas excessivas em parte do ano, alternadas a períodos de seca. Clima de calores extremos, é a capital nacional com média de temperatura mais elevada, com previsão de aquecimento mais acentuado (Wong, et al., 2024), entre aglomerados humanos em risco com as mudanças climáticas: Como habitar esses territórios e lidar com a violência de eventos naturais potencializados? Ilhas como Kiribati já têm quase todo o território parcialmente submerso, enquanto cidades costeiras veem suas orlas ameaçadas.

Com sucessivas inundações entre o Poti e o Parnaíba, o sítio é uma planície úmida e brejosa, com lagoas e vegetação densa, geografia que minimiza impactos das cheias. Território de menor interesse à especulação imobiliária, é habitado por população tradicional ribeirinha, de menor poder aquisitivo, incluindo ex-quilombolas. Recebe pouco investimento público, exceto pelo projeto Lagoas do Norte, para preservação do solo, vegetação e lagoas, nem sempre de forma participativa (MATOS, 2017).

As enchentes são agravadas pela urbanização, com solo impermeabilizado e vegetação insuficiente (SILVEIRA e MONTEIRO, 2013), e com extremos climáticos. O terreno, entre o Rio Parnaíba e o Parque Lagoas do Norte, está em zona residencial. É suscetível a inundações, especialmente na parte voltada à lagoa. Tem frentes para o Parque e uma avenida estrutural, servindo como centralidade local.

A implantação Leste-Oeste potencializa o conforto térmico, evitando a incidência solar Oeste. O sistema construtivo em estrutura independente com bambu permite elevar as construções para enfrentar variações do nível d’água. Materiais leves minimizam custos, gastos energéticos e facilitam a logística, permitindo mutirões. O partido visa disseminar a cultura do bambu: cultivo fácil, que contribui para o tratamento de encostas e minimiza assoreamento.

A forma do edifício segue a solução “Bota e Chapéu” (Armando de Holanda), com grandes beirais para sombra e cobertura clara. Os fechamentos leves empregam taipa de mão, resgatando um saber-fazer tradicional de baixo impacto. A cobertura em abóbada escorada por bambu (tecnologia da Arquiteta Leiko Motomura) evita materiais de alto impacto. Bambu, madeiras e barro são elevados do solo e protegidos por fundação em concreto.

Propõe-se uma nova relação com a cidade e a natureza, onde lagoas e vegetação são vitais para conter a força das águas. Um caráter didático, de reeducação ambiental e resgate da relação com a água. A construção como capacitação, com ética social e ambiental, difusão de práticas e geração de renda. Programa afirmativo das culturas ribeirinhas, de povos originários e africanos ou venezuelanos com tradições suprimidas. Respeito.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Estudantes: Christian Almeida Campos do Nascimento, Clara Albertini de Queiroz e Felipe de Souza Noto

“A lei do rio não cessa nunca de impor-se sobre a vida dos homens. É o império da água. […] O rio diz para o homem o que ele deve fazer. E o homem segue a ordem do rio. Se não, sucumbe.”
Thiago de Mello

As cidades da Pan-Amazônia possuem uma relação visceral com as águas. Muitas têm seu cotidiano marcado pelo regime de cheias dos rios — casos emblemáticos como Anamã (AM) e Afuá (PA), apelidadas de “Veneza da Amazônia” e “Veneza Marajoara”.

Suas metrópoles, porém, à semelhança dos grandes centros brasileiros, no processo de modernização negaram essa relação primeira: igarapés foram sufocados e soterrados em nome do “desenvolvimento”.

Este ensaio propõe revisitar essa ruptura entre cidade e água, imaginando, em chave radical e utópica, o confronto da urbanidade com sua condição natural levada ao extremo: como as cidades amazônicas se adaptariam ao avanço das águas? Quais as consequências dessa transformação? Que estratégias de mitigação seriam possíveis diante de uma nova ordem imposta pela natureza?

O estudo de caso surge quase naturalmente: Manaus, metrópole de contrastes, que cresceu de costas para a floresta e para os rios. Os igarapés dos Remédios, das Naus e do Espírito Santo, na região central, foram soterrados pela modernização, mas retornam nos períodos de cheias severas, retomando leitos que lhes foram negados.

A narrativa parte do antigo Igarapé do Espírito Santo — hoje Avenida Eduardo Ribeiro —, que desemboca nas proximidades do Teatro Amazonas, ícone da Belle Époque tropical e epicentro de nossa especulação.

O Rio Negro é monitorado pelo Porto de Manaus, cuja régua registra oscilações anuais entre 9 e 12 metros. O nível médio situa-se em +22,5 m; em 2021, a maior cheia da história chegou a +30,02 m. Pesquisadores estimam que a cota +35,0 m, diante da intensificação climática, seja plausível em futuro próximo.

Radicalizamos: pensamos Manaus sob a cota +50,0 m — a “Manaus Fluvial”. Nesse cenário, a morfologia urbana reorganiza-se a partir de um léxico já conhecido das cidades ribeirinhas, como Afuá, Anamã ou a antiga cidade flutuante manauara. Saberes construtivos tradicionais — passarelas, estivas, ruas suspensas e plataformas — tornam-se matriz de novas espacialidades urbanas, costurando permanência e deslocamento em meio às águas.

Dada a complexidade da metrópole, o exercício se concentra em três situações irradiadas a partir do Teatro Amazonas: (a) o Edifício Cidade de Manaus; (b) o Casario da Rua 10 de Julho; (c) o próprio Teatro Amazonas. Três escalas, três modos de pensar a adaptação da pré-existência urbana à nova condição. Trabalhamos com duas cotas: +47,5 m, como novo nível “normal”, e +50,0 m, como cheia extrema e nível de projeto.

Utopia ou distopia? Talvez ambas: distópica, por tomar um evento extremo como indutor; utópica, por ver o rio não como obstáculo, mas como princípio ordenador da vida urbana. Ao aceitar a água como condição e não como ameaça, abre-se um campo fértil para imaginar outras espacialidades, novas formas de convivência e permanência.

A “Manaus Fluvial” aqui vislumbrada não é projeto, mas especulação: um convite a pensar o urbano em sua relação primeira com o meio, resgatando memórias silenciadas e antecipando futuros possíveis.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Estudantes: Julia Souza, Leonardo Pecht, Giane Barzagl, Ana Flávia, Bianca Silveira e Pedro Sendretti
Orientação: Profa. Dra. Silvia Mikami Pina

O projeto Habitar Mandela teve início no apoio à comunidade Nelson Mandela em Campinas-SP, que sofreu violento despejo mesmo ocupando área que não cumpre função social há mais de 20 anos. Após mobilização e negociação, a comunidade conquistou o direito à moradia. Contudo, a prefeitura e Cohab Campinas condicionou o financiamento a lotes de 90m2 e embrião sanitário de 15m2, iniciativa em total desacordo com o conceito de moradia digna. Assim, para a área adjacente ao residencial construído pela prefeitura, foi desenvolvida esta proposta de Moradia Social visando a mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas e combate à injustiça e racismo ambiental. Prevê diversas praças, espaços verdes abertos, canteiros e jardins. A introdução de vegetação nativa nesses espaços fortalece os ecossistemas locais, ajuda na drenagem, melhora a qualidade do ar e das águas do córrego e também atua como ferramenta para a captura de carbono da atmosfera, sendo um ativo contra ilhas de calor. Foram integradas Soluções baseadas na Natureza para aprimorar a drenagem, reduzir impactos ambientais e melhorar a qualidade de vida dos moradores, trabalhando a favor do ciclo hidrológico. Houve intenso cuidado no desenho do traçado urbano de forma a conter volumes maiores de águas pluviais e a velocidade das águas devido à alta declividade da área. Biovaletas foram implementadas ao longo das ruas para captar e infiltrar a água da chuva no solo, evitando alagamentos e minimizando a erosão. Próximo às unidades habitacionais, jardins de chuva auxiliam na absorção da água pluvial, além de contribuir para um ambiente mais fresco e agradável. Para conter volumes maiores de água, bacias de retenção foram projetadas para armazenar temporariamente o excedente hídrico, liberando gradativamente e evitando sobrecargas no sistema de drenagem. Tais estratégias também foram vinculadas à tipologia e Implantação do conjunto de edifícios de Habitação Social, uma vez que um melhor adensamento permite otimização de materiais construtivos e liberação de solo para áreas livres para praças, áreas de lazer e recreação. O adensamento contribui para o não espraiamento desnecessário de áreas periurbanas e, consequentemente, melhor integração e cobertura dos modais de transporte, valorizando a mobilidade ativa. Os apartamentos são projetados para serem adaptáveis, permitindo atender famílias de diferentes perfis, além das tipologias completamente acessíveis para pessoas PCD. Houve grande atenção para o conforto ambiental das unidades, especialmente a ventilação e orientação solar, colaborando ainda para um morar mais saudável. A opção da materialidade do bloco cerâmico, produzido na região, reforça a identidade e o pertencimento das famílias, ao mesmo tempo que diminui sua pegada ambiental. Para os programas das áreas e equipamentos coletivos, foi considerada a apropriação existente dos moradores, suas demandas e as características ambientais do contexto que implicaram em programas como a praça da pipa, a sede da comunidade; a parede de escalada; as áreas de hortas e pomares, dentre outros. O fortalecimento do vínculo com as comunidades vizinhas foi um dos pilares para a implantação das unidades habitacionais, serviços, equipamentos e áreas de lazer, destacando-se a proposta da ponte de ligação sobre o corrego que elimina o isolamento, ao mesmo tempo que valoriza as áreas de preservação e de proteção ambiental.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O projeto “Cidade das Culturas Populares: encruzilhada insurgente” é uma iniciativa de extensão que propõe a ressignificação urbana e ecológica do bairro de São José, no Recife, Pernambuco. Desenvolvido por estudantes e professores do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco, o estudo responde à demanda da Liga da Cultura Popular, formada por mestres, mestras, brincantes e artistas que se mobilizaram para reivindicar um espaço permanente para manter viva suas tradições e atividades culturais na cidade.

Adotando uma abordagem decolonial e participativa, o projeto tem a ancestralidade local como eixo estruturante para construir uma arquitetura voltada à resiliência urbana e à justiça climática. Sua metodologia baseia-se na escuta ativa e no diálogo contínuo com a comunidade, cujas experiências e expectativas orientaram todas as etapas do trabalho.

A intervenção arquitetônica prevê o reuso adaptativo de galpões ferroviários desativados, convertendo-os em centros multifuncionais com museu, polo gastronômico, centro de formação para saberes tradicionais e espaços para confecção de adereços. A concepção desses espaços segue princípios de sustentabilidade, com intervenções mínimas e reversíveis, com materiais leves, telhas translúcidas, placas solares e preservação da vegetação nativa.

O projeto inclui ainda o Eixo Ancestral, corredor simbólico que conecta o bairro à Bacia do Pina, valorizando a memória afro-indígena, além de espaços como a Grande Encruzilhada e os Terreiros-Arena. Alinhado aos ODS 8 e 11, a proposta foi discutida em audiência pública e visa ser um modelo replicável de valorização cultural e requalificação urbana, fortalecendo não só as comunidades, mas todo o tecido da cidade do Recife.

Equipe de estudantes: Clarice Souza Leão Araújo, Iara de Menezes Cavalcanti, Ingrid Filgueira Rolim, João Guilherme Lucena de Vasconcelos, Lucas Emanuel Melo do Nascimento, Maria Júlia Feitosa de Macena, Salatyel Lameque Carlos dos Santos, Taísa Cardoso de Brito, Victor Polesky de Moura Almeida

Equipe Professores/Orientadores: Andréa do Nascimento Dornelas Câmara, Andréa Melo Lins Storch, Dyego da Silva Digiandomenico, Igor Villares de Carvalho, Luiz Ricardo Fonseca Marcondes, Paula Maria Wanderley Maciel do Rego Silva , Rafael Campos Rangel, Vera Christine Cavalcanti Freire.

Equipe Técnica: João Maria, Alex Costa, Furmiga DUB, Maria Goretti, Aelson da Hora, Francisco Neto, Adriano Sobral, Beto Figueiroa

Desenvolvimento do projeto: Rússia

 Estudantes do TIArch Studio

O TIArch é um Estúdio educacional de design conceitual, baseado na metodologia autêntica de ensino de disciplinas arquitetônicas por Ilnar Akhtiamov. Desde 2009, atua na base da Universidade Estadual de Arquitetura e Engenharia de Kazan. Como parte desses campos de pesquisa, o Estúdio desenvolve temas relacionados à percepção do espaço urbano, estrutura da cidade, comunidades urbanas, implementação de tecnologias modernas e biotecnologias na arquitetura, e muito mais.

Todos os temas de pesquisa lidam com o contexto atual e têm visão de futuro, incluindo o aqui apresentado.
“Somos responsáveis pelo que nossos antecessores construíram.”
Existem inúmeros edifícios abandonados, vazios e em decadência em todo o mundo, herdados de gerações anteriores. De forma tangível ou intangível, essa arquitetura, sendo um parasita no corpo da cidade, cria um campo “tóxico” ao seu redor. Ela marginaliza bairros, cria problemas ou complementa os existentes. Hoje, esse legado forma um desafio sério para os arquitetos e exige uma ótica construída especial para resolver os problemas acumulados.

E se usarmos esses locais na cidade como uma oportunidade para experimentar? Os objetos já se deterioraram à sua maneira – isso nos dá liberdade de ação; a falta de medo de piorar as coisas leva a soluções ousadas e radicais. Como resultado, os objetos podem mudar muito, mudar de função, escala e, às vezes, até de usuários. Mas o mais importante: é dada às instalações a oportunidade de mudar e trabalhar em benefício do indivíduo.

Somos herdeiros das soluções modernistas de arquitetos demiúrgicos, cujo primeiro passo (para futuros erros) foi demolir o passado. No âmbito das soluções propostas, deixamos a demolição do edifício como o pior desenvolvimento possível do objeto, as ações realizadas sobre ele. E não porque o objeto deixa de existir, mas porque algo mais monstruoso e destrutivo pode surgir em seu lugar. Nossa abordagem é baseada em outros métodos – soluções locais e sutis para trabalhar com a arquitetura existente sem demolir o objeto, por mais maligno que possa parecer para a cidade. Ao trabalhar em um edifício, usamos soluções exploratórias e não refinadas que não são uma demonstração das ambições do arquiteto, mas tornam-se uma manipulação salvadora para o objeto.

O tempo da inação acabou — chegou o momento de enxergar os cantos abandonados e esquecidos de nossas cidades não como fardos, mas como espaços de possibilidade, experimentação e novas formas de vida. O Projeto Babilônia convoca não apenas arquitetos e urbanistas, mas, acima de tudo, comunidades locais, artistas, ativistas e todos aqueles que se sentem responsáveis pelo futuro de suas cidades a ir além das soluções convencionais e parar de esperar que a mudança venha de cima. É através da coragem, do engajamento de base e da ação coletiva que podemos respirar nova vida naquilo que um dia pareceu perdido.

«Somos responsáveis pelo que nossos sucessores herdam»

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Equipe de estudantes do Centro Universitário Armando Alvares Penteado (FAAP) 

Reconquistar os rios e conviver com as águas: a cura da cidade de São Paulo é um projeto que parte do reconhecimento da origem da cidade. São Paulo nasceu dos rios — Tamanduateí, Anhangabaú, Tietê — que estruturaram a ocupação inicial e eram lugares de encontro, abrigo e troca. Com a modernização, a lógica urbana impôs-se contra a natureza. O Plano de Avenidas de Prestes Maia, nos anos 1930, corroborou com esse afastamento ao canalizar cursos d’água, impermeabilizar margens e transformar rios em vias de drenagem, invisibilizados sob o asfalto. O resultado é uma cidade que vive hoje os efeitos de sua negação: enchentes recorrentes, ilhas de calor, colapso ambiental. Nossa proposta parte de um gesto radical: rasgar a cidade para devolver espaço aos rios. Essa imagem não é apenas poética, mas estratégica. Não se trata de voltar ao passado, mas de recuperar a sabedoria esquecida: a natureza não é obstáculo, mas caminho. A reconquista das águas é o antídoto contra um modelo de “desenvolvimento” que insiste em sufocar o território. O projeto se ancora em três locais simbólicos e complementares, que funcionam como exemplos replicáveis para toda a metrópole: o Parque do Morro Grande, o Córrego do Água Preta e o rio Tietê. Neles, propomos a restituição do curso natural dos rios e córregos, permitindo que voltem a correr livres. Suas margens passam a ser zonas de proteção e convivência, com ampliação das Áreas de Preservação Permanente (APPs) de forma proporcional aos estudos de risco de alagamento. Essa estratégia transforma os parques lineares em sistemas vivos de drenagem urbana, funcionando como wetlands capazes de reverter enchentes e, ao mesmo tempo, oferecendo espaços públicos de qualidade. A infraestrutura verde é essencial. Espécies nativas reconstroem a mata ciliar, filtram a água e garantem equilíbrio ecológico. Os corredores verdes conectam diferentes áreas da cidade, promovendo biodiversidade e sombra em um território marcado pelo excesso de concreto. Assim, drenagem, lazer, saúde ambiental e memória cultural convergem em um mesmo espaço. Nosso projeto nasce desse desejo coletivo: reimaginar São Paulo a partir de suas águas. Ao devolver voz aos rios, devolvemos o respiro à cidade. É um convite a pensar uma metrópole em que infraestrutura e ecossistema não sejam opostos, mas aliados. Rasgar o asfalto, deixar a água correr e abrir caminhos verdes é mais do que gesto utópico: é estratégia de sobrevivência para um mundo quente.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

 Equipe multidisciplinar em Arquitetura e Urbanismo e Biologia da UDESC

Laguna nasceu da água e nela sempre encontrou fundamento. Os sambaquis espalhados pela paisagem testemunham a relação ancestral dos povos originários com os corpos hídricos, marcada por escuta e cuidado. A colonização europeia impôs outra lógica: a da dominação e do apagamento. As fontes naturais, antes audíveis na paisagem, foram canalizadas, vendidas em chafarizes e cindidas por torneiras. Hoje, permanecem esquecidas a poucas quadras de onde distribuidoras comercializam águas engarrafadas provenientes de longe.

A urbanização também reforçou desigualdades. Enquanto a elite ocupava a planície central, os pescadores eram empurrados para além dos morros, fundando vilas pesqueiras sobre aterros, vulneráveis à elevação do nível do mar.
A lagoa de Santo Antônio dos Anjos representa a convergência de águas límpidas das nascentes e, ao mesmo tempo, hoje também retém a carga poluente de 26 municípios trazida pela vazão do Rio Tubarão.

Apesar da desconfiguração do modo originário de habitar o território, ainda é possível testemunhar o vínculo local com a água. Os sarilhos personificam a manutenção desse elo: são estruturas erguidas sobre as águas para guardar barcos, uma espécie de extensão da casa que ultrapassa o limite das margens.

+PESCADOR+MEIO+PESCADO+ nasce desse conflito. A pesquisa parte das caixas de peixe como objeto de cadeia operatória, revela como os pescadores nunca compuseram o âmago da história da cidade enquanto traduz sua importância como interlocutor da paisagem existente. A proposta eleva esse sujeito à figura central e se propõe a pensar as relações que o circundam.

O projeto reativa as três fontes, reconstituindo uma malha hídrica que costura os diferentes elementos de um ciclo complexo. A rede permite a irrigação de hortas urbanas, o abastecimento de restaurantes populares e a sua distribuição em torneiras públicas. Antes de desembocar por completo na lagoa, a água se direciona a uma piscina coletiva.

Os sedimentos do assoreamento da lagoa são usados para formar as chinampas, estruturas de cultivo sobre as águas, expandindo as possibilidades de cultivo, enquanto em seus canais, camarão é produzido de forma orgânica.

A pesquisa busca possibilitar que os diversos elementos de um ciclo complexo se reforcem mutuamente e se sustentem, como em redes vivas, qualquer estímulo se propaga como efeito dominó.

Implantação do projeto: Chile
Desenvolvimento do projeto: Chile

Estudantes por dispositvos: 1.Varenka Garrido, 2.Arturo Villanueva, 3.Sebastian Coria, 4.Aron Fuentes

No projeto de participação cidadã, em conjunto com o grupo CENEU Talca (Grupo de Conservação de Espécies Nativas do Entorno Urbano), além dos estudantes de graduação em Arquitetura da Universidad Autónoma de Chile, se realizou um trabalho de mapeamento do setor conhecido como “El Bajo”, identificando e registrando pontos chave do território que foram fundamentais para o desenvolvimento de projetos individuais.

Essa atividade, permitiu compreender as dinâmicas, características, problemáticas e oportunidades do lugar, para então aplicá-las em propostas de intervenção que conferissem valor à importância da zona húmida na vida periurbana.

A partir da seleção de diversos projetos, foram propostos 4 dispositivos para a construção coletiva em escala real 1:1, com a dinâmica de percorrer “El Bajo” em torno a zona húmida e a água, além de adequar-se as condições especiais de cada sitio proposto. Os dispositivos foram nomeados como: MIRANTE DA ZONA HÚMIDA URBANA “EL BAJO”, AUDITÓRIO DA ZONA HÚMIDA “LOS PATOS”, PARADA ENTRE TRILHA E RIO, ESTAÇÃO SONORA DA ZONA HÚMIDA “LAS RANAS”.

A construção dos quatro dispositivos na zona húmida urbana “El Bajo” de Talca representa um importante passo para sua revalorização, ao transformar o espaço em um lugar ativo, acessível e significativo para a comunidade. Esses dispositivos, desenhados e executados por estudantes de graduação em Arquitetura da Universidad Autónoma de Chile em colaboração com a comunidade, não somente respondem às características naturais e culturais da zona húmida, mas também fomentam seu uso consciente e respeitoso.

Ao integrar áreas de encontro, educação ambiental e recreação, os projetos revitalizam a relação entre as pessoas e seu entorno natural, gerando mais consciência sobre a importância de proteger e conservar esse ecossistema. Assim, a zona húmida não somente recupera parte de sua vitalidade ecológica, bem como se consolida como um espaço de valor social e cultural para a cidade.

Por último, na etapa de candidatura ao Concurso de Escolas de Arquitetura da Bienal de Sao Paulo, cada estudante havia apresentado um trabalho individual autoral. No entanto, a comissão optou pela proposta do estudante Aron Fuentes, na qual o presente trabalho coletivo poderia representar a todos os estudantes da primeira geração da Carreira Arquitetura da Universidad Autónoma de Chile, em Talca (2023-2027).

Desenvolvimento do projeto: Reino Unido

Fachada Respiratória Entrelaçada reimagina a arquitetura como um organismo vivo e adaptativo. Concebido como um sistema autorregulador, ele responde passivamente ao calor, à umidade e à chuva, aproveitando as propriedades higroscópicas da madeira. Sem eletricidade ou componentes mecânicos, seus elementos entrelaçados expandem e contraem com as mudanças atmosféricas, abrindo para ventilar, fechando para proteger e negociando continuamente com o clima circundante.

Em vez de depender de complexidade tecnológica ou controle artificial, o projeto recorre à inteligência intrínseca dos materiais naturais. Inspirada pelas técnicas tradicionais de cestaria, a fachada transforma a capacidade higroscópica inata da madeira em um tecido responsivo. Cada ponto funciona como um poro, apertando ou afrouxando com as mudanças ambientais, criando uma trama viva que respira com seu contexto.

Ao longo da bienal, a instalação permanecerá em movimento. Mudanças sutis na temperatura, umidade e até mesmo a presença de visitantes ativarão a fachada, transformando-a em uma performance lenta de coexistência com as forças naturais.

Em um momento de extremos climáticos e urgência ecológica, a Fachada Respiratória Entrelaçada oferece uma visão alternativa para o ambiente construído. Em vez de sistemas selados e isolados dependentes de infraestruturas intensivas em energia, ela imagina edifícios como membranas porosas — sensíveis, adaptativas e vivas. Esta abordagem bioinspirada propõe uma mudança radical em como projetamos e habitamos o espaço: uma arquitetura que não impõe controle, mas que ouve, sente e evolui em ressonância com os ritmos de seu ambiente.

Agradecimentos:
A Fachada Respiratória Entrelaçada foi desenvolvida por meio do projeto de pesquisa RESPIRE: Passive, Responsive, Variable Porosity Building Skins, financiado por uma bolsa de pesquisa do Leverhulme Trust. Agradecimentos especiais a Natalia Pynirtzi por sua contribuição para este trabalho; e a Oliver Perry e Nathan Hudson pelo suporte técnico. O projeto foi realizado em parceria com o Hub for Biotechnology in the Built Environment (HBBE, www.bbe.ac.uk), financiado pelo fundo Expanding Excellence in England (E3) da Research England.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Este protótipo em escala 1:2 apresenta, em detalhe, um recorte da fachada do Platina 220, edifício projetado para a região do Tatuapé, em São Paulo. Ao trazer um fragmento construído, a exposição oferece ao visitante a possibilidade de compreender de perto a lógica construtiva e os materiais que compõem um edifício marcante na paisagem urbana da cidade de São Paulo.

Diferente da solução mais comum em edifícios corporativos — a pele de vidro contínua —, o Platina 220 adota um sistema de fachada ventilada. Nesse modelo, o revestimento externo em porcelanato é fixado à alvenaria por meio de um suporte metálico, criando entre as duas camadas uma cavidade por onde o ar circula. Essa solução, além de qualificar a expressão arquitetônica do edifício, atua de forma técnica e sustentável: a circulação constante do ar remove aproximadamente 20% do calor recebido, ampliando o isolamento térmico e reduzindo a carga de climatização interna.

A lógica construtiva se associa diretamente ao gesto arquitetônico. As aberturas, distribuídas de maneira não linear, somam-se a terraços dispostos em diferentes posições, criando uma volumetria singular. O prisma vertical do edifício parece, assim, esculpido pelos cheios e vazios da fachada, gerando dinamismo e uma leitura arquitetônica que vai além da repetição dos andares.

Outro aspecto marcante é o uso de tonalidades mais escuras no bloco mais baixo, que reforça visualmente a verticalidade da torre e produz a percepção de contrafortes — como se apoiassem a estrutura e conferissem solidez ao conjunto. Essa articulação entre técnica e forma contribui para um edifício de forte presença no tecido urbano, equilibrando racionalidade construtiva, eficiência energética e identidade plástica.

Na exposição, o protótipo não é apenas um exercício de representação. Ele funciona como uma chave de leitura do edifício real, aproximando o público da materialidade do projeto. Ao revelar a espessura da fachada, o sistema de fixação e a relação entre os planos, este recorte físico evidencia o quanto a arquitetura pode ser simultaneamente rigorosa, inovadora e sensível às demandas contemporâneas de conforto, sustentabilidade e expressão estética.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

O pavilhão de miriti idealizado pelo escritório de arquitetura paraense Guá Arquitetura, em parceria com o Atelier Miriti Sustentabilidade do mestre Joel Cordeiro, apresenta o miriti como tecnologia social e matéria de vanguarda. Originário da palmeira amazônica Mauritia flexuosa, o miriti habita, há gerações, a cultura de Abaetetuba, onde o artesanato em miriti sustenta famílias e mobiliza um repertório simbólico. Aqui, esse saber ancestral encontra a engenharia contemporânea e revela um material capaz de reconfigurar, a partir desse saber, o vocabulário da arquitetura do século XXI.

A leveza é argumento e prova. Pesquisas indicam que o pecíolo do miritizeiro é cerca de seis vezes mais leve que uma madeira comum, sem abrir mão da resistência e da durabilidade. Seu desempenho, quando beneficiado corretamente, supera a resistência do MDF comum. Essa relação entre peso e resistência organiza o sistema construtivo e define a espacialidade, fazendo do miriti uma promessa de nova materialidade sustentável e renovável.

Para este projeto, o miriti se apresenta de três formas diferentes, mostrando a versatilidade e construindo uma experiência construtiva inovadora. Na estrutura, o “MDF Cross Laminated Board” de miriti, desenvolvido com o mestre Joel Cordeiro (Miriti Sustentabilidade), comprova a robustez do laminado colado; camadas cruzadas estabilizam o material e distribuem esforços, convertendo leveza em rigidez. No perímetro, cortinas de talas exibem o miriti bruto, sem beneficiamento estrutural, criando filtros de luz e ventilação que vibram com o ar, demonstrando a sua leveza e caráter etéreo. Ao fundo, paredes translúcidas feitas pela Artesã Nazaré Alvino de papel artesanal de miriti, desenvolvido pelas artes, como um washi de miriti, revelam a versatilidade da fibra e o uso integral do material; inclusive o pó do beneficiamento retorna como insumo para o compósito.

Outro fato importante, o manejo é regenerativo. A matéria-prima vem do caule das folhas mais antigas, não se derruba a palmeira. A poda criteriosa, no tempo certo, estimula a brotação e mantém o ciclo produtivo, enquanto o desenho privilegia desmontagem, transporte leve e remontagem, estendendo a vida útil dos componentes. Assim, sustentabilidade deixa de ser adjetivo e torna-se método.

Há também um projeto econômico e cultural em curso. Desde 2022, a Guá pesquisa, ao lado de artesãs e artesãos de Abaetetuba, caminhos para ampliar o campo de aplicação do miriti na arquitetura e no design, elevando o valor percebido desse material, maximizando a renda, gerando visibilidade e reconhecimento às pessoas artesãs de Abaetetuba. A plataforma curatorial que rendeu prêmios sustenta este experimento e aponta para uma cadeia de valor redistributiva, em que a autoria é compartilhada e a floresta permanece em pé.

Ao adentrar o pavilhão, o visitante percebe camadas, o gesto manual, a engenharia das lâminas, a porosidade que convida o vento, a luz que atravessa as fibras e acende volumes. O conjunto é leve e ventilado, afirma que a inovação brota do encontro entre conhecimento tradicional e raciocínio arquitetônico. Se o século XXI exige materiais de baixo carbono e com significado, o miriti, leve, renovável e enraizado, apresenta-se como material do futuro.

Este pavilhão é o seu manifesto, ensaio de uma arquitetura que aprende com a floresta e devolve valor, cuidado e permanência.

Desenvolvimento do projeto: Brasil

A Ecosapiens é um ateliê multidisciplinar focado na construção de ambientes saudáveis. Atua com projetos e obras ecológicos na escala das tecnologias, edificações e territórios, integrando pessoas e natureza.

Nesta instalação apresentamos uma resposta ao mundo aquecido por meio da construção com cânhamo, espécie vegetal que durante seu desenvolvimento captura CO2 da atmosfera.

Quando suas fibras são usadas no hempcrete (mistura de cânhamo com cal) o carbono capturado fica armazenado na construção por décadas, podendo no fim ter um saldo positivo de carbono resultando numa construção de baixo impacto ambiental que ajuda a mitigar as mudanças climáticas.

A instalação combina um módulo pré-fabricado em painéis de madeira, cal e cânhamo e outro módulo com tijolos edificados in loco, evidenciando-se a versatilidade da técnica utilizada nas construções como vedação, muito eficiente do ponto de vista térmico e acústico.

Além do cânhamo, no Brasil faz sentido pensar em construir com outras fibras tais como cana e coco que misturadas com a cal apresentam caraterísticas semelhantes ao hempcrete.

No Brasil o cânhamo é produzido por associações para fins terapêuticos cujo valor medicinal é incontestável e sua fibra, justamente o material usado nas construções, ainda é um subproduto sem uso.

Como não temos tradição no cultivo industrial do cânhamo, sua produção agroecológica desenha uma cadeia de valor social essencial permitindo com que pequenos agricultores permaneçam no campo com dignidade.

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

Imaginar um artefato efêmero.
Arquitetônico, sim, mas fugaz.
Um corpo erguido no tempo, um espaço suspenso entre extremos —
onde o meio ambiente deixa de ser apenas cenário e passa a ser personagem.

O que está em jogo?
Quais acordos urgem ser firmados para que a vida prossiga neste mundo que ainda conhecemos?

Como trazer à mesa palavras simples, mas pesadas de sentido: generosidade, empatia, comprometimento, respeito e um norte comum?

Como reatar os laços com a natureza?
Como permitir que o feito pelo homem se curve à força do natural?

Para isso, desenhamos símbolos.
Imaginamos um espaço concêntrico, que convida ao centro, que atrai.

Um interior contido, íntimo, proporções que abraçam, limites que espelham.

Mas não espelhos nítidos — reflexos borrados, difusos, onde as faces se perdem e as presenças se misturam.
Uma sugestão de que não estamos sós.
De que o outro nos habita.

Há dois acessos.
Duas portas.
Duas travessias possíveis.

Ambas interrompidas.
Ambas apontando para lados de um mesmo todo.

Um espaço dividido — simétrico e espelhado.

Ao centro, uma mesa.
Barreira e ponto de encontro.
Convite à conversa.
Lugar de disputa.

Sobre ela, repousa uma natureza contida, controlada.

Ela será pauta.
Ela será prova.

Acima, um céu artificial.
A cúpula do Palácio das Artes, aonde a luz não vem do sol, mas de uma vontade construída.

Essa natureza, presa no tempo desse artefato, provoca.
Resiste.
Depende.

Quem cuidará dela?
De que lado virá a responsabilidade?

O que está em risco neste recinto?
O que se negocia nesta sala?

Implantação do projeto: Brasil
Desenvolvimento do projeto: Brasil

A proposta expositiva prevê discutir a possibilidade da construção em larga escala com elementos pré-fabricados em terra e palha para um caminho de construção sustentável realizável, de modo facilitado.

A ideia da reprodução seriada do artefato que, não por isso, traduz-se em sistemas industrializados de produção.

Ao contrário, olhamos para o popular e o trabalho do artífice, ou seja, a reprodutibilidade segundo o gesto manual com suas virtudes específicas.

Terra e palha: materialidades domésticas da cultura humana, são recursos construtivos abundantes nos territórios e, somados, conformam um amálgama oportuno para a arquitetura capaz de autoestruturar blocos pré-fabricados.

Segundo o último Censo do IBGE, de 2022, em 87,9% dos domicílios do Brasil o material das paredes externas era alvenaria ou taipa com revestimento, 7,2% era alvenaria sem revestimento e 4,1% em madeira para construção. Essa materialidade é, portanto, um dos maiores recursos construtivos disponíveis no País.

Apresentamos o ensaio de um sistema construtivo para paredes portantes em taipa de pilão leve, de modo a contribuir no desenvolvimento da técnica e suas aplicações: um bloco de dimensões 30x30x20cm, de 30kg de peso e capacidade de carga de pressão simples de 8400kg a 15000kg (14 a 25kg/cm²).

Diferentemente das experiências em pré-fabricação de taipa de pilão estrangeiras, sobretudo a austríaca, sob o comando do engenheiro Martin Rauch, as qual há um apelo por eficiência mecanizada em peças de grandes dimensões, buscou-se aqui uma aproximação conceitual com a pesquisa do arquiteto brasileiro João Filgueiras Lima, na qual toda peça deve ser dimensionada para ser carregada pelas mãos de quem atua no canteiro de obras.

Primeiro Tempo (duração: 45 minutos)
Domingo 28 de Setembro, 11h

De uma certa maneira podemos dizer que a evolução da cidade de São Paulo está fortemente ligada ao uso que foi feito das várzeas de seus rios, de local para jogar futebol, a local de saneamento, a áreas habitadas, com avenidas do fundo vale e zonas ocupadas. Alguns bairros de São Paulo e da periferias são totalmente construídos na várzea e por isso é fundamental falar sobre o que significa habitar e ocupar essas áreas, ainda mais em tempos de mudanças climáticas.
O futebol da várzea, agora conhecido como futebol amador, era inicialmente praticado na várzea. Terras onde os rios se expandem quando carregam muita água. Jogar futebol numa várzea significava ter uma relação temporal com a água. Você só podia jogar quando não tinha muita água.

Estamos acostumados a fazer uma distinção entre áreas onde há sempre água, como rios, lagos, e áreas onde não vemos água, e então colocamos casas para morar. O homem tentou tornar essa distinção entre água e terra, fixa e permanente. Desenhando-a em mapas e colocando muros ao redor de rios, represas, para que a água não saia do espaço que o homem decidiu que é dela, para que a agua não invada o espaço que o homem habita. Mas vemos constantemente que a água escapa, não pode ser contida.

Esta oficina é um convite a conversar sobre como você quer coexistir com a água na cidade de São Paulo, jogando futebol de várzea.

Usaremos apenas uma metade do campo, um so’ gol. Sem goleiro.
Os participantes começam em círculo e com o passar do tempo, com o jogo, se espalham pelo campo. No início a bola está no centro do círculo. Quem quer começar a falar, a dar a sua opinião, vai e pega a bola. Quem concorda e quer continuar a fala pede a bola e se alguém quiser dizer algo diferente ou contrário, a rouba o intercepta o passe.
Pode ser que durante esse processo duas ou mais equipes -grupos de pessoas com ideias semelhantes- se formem naturalmente.
Marcar um gol, nesse processo, torna-se uma forma de marcar um ponto-chave na discussão para quem fala (ou seu grupo).

Vagas: Mínimo 10 participantes – máximo 22 participantes

Inscrições:

As inscrições devem ser feitas pelo e-mail: alessio.mazzaro@polito.it

Enviar: Nome e telefone de contato

Todos são bem vindos a participar.

A seleção será feita por ordem de inscrição.

Inscrições até 26 de setembro

A oficina será gravada (audio e video).

Participe da programação de debates, oficinas e atividades associadas!

HOJE (08.10)

9h – oficina Arquitetos e engenheiros face aos desafios climáticos

14h – Fórum SP 25 Sessão Temática 3. Reabilitar o patrimônio arquitetônico e urbano, valorizar as preexistências e construir verde

16h – Fórum SP 25 Sessão Temática 4. Circular e acessar juntos uma cidade sustentável

16h30 – Economia Circular: a matéria-prima Lynx no Lab Vivo

17h30 – sessão 6 da mostra Cinema, arquitetura e sociedade: registros de um mundo quente na Cinemateca

18h30 – Fórum SP 25 Painel 2: Produção da Cidade, Mobilidade e Patrimônio

NOS PRÓXIMOS DIAS (09 a 12.10)

09.10 | 9h – oficina Arquitetos e engenheiros face aos desafios climáticos

09.10 | 14h – Fórum SP 25 Sessão Temática 5. Promover moradia digna e justiça climática

09.10 | 15h – Mini-oficinas de Biomateriais no Lab Vivo

09.10 | 16h – Fórum SP 25 Sessão Temática 6. Governar com inclusão, participação e controle social

09.10 | 17h – Mini-oficinas de Biomateriais no Lab Vivo

09.10 | 17h30 – sessão 6 da mostra Cinema, arquitetura e sociedade: registros de um mundo quente na Cinemateca

09.10 | 18h – Fórum SP 25 Painel 3: Governança, Representação e Participação Social 

10.10 | 14h30 – mesa Periferia Sem Risco no contexto de mudanças climáticas

10.10 | 16h – mesa Conhecer para Transformar: Planos Comunitários de Redução de Risco e Adaptação Climática

10.10 | 18h30 – mesa Adaptação inclusiva: Soluções Baseadas na Natureza nas Periferias

10.10 e 12.10 | 9h – Oficina desenho: a arquitetura de Oscar Niemeyer no Parque Ibirapuera e o desafio climático

11.10 e 12.10 | 9h – oficina Inventa(rio) Fronteiras: Jogando por cidades multiespécies

11.10 | 10h – oficina Maleta pedagógica Elémenterre

11.10 | 11h – mesa Aprendendo a habitar o antropoceno: a crise da arquitetura

11.10 | 14h – mesa Architecture for Learning and Civic Use

11.10 | 15h – mesa Culture and Public Architecture

11.10 – 15h – oficina Maleta pedagógica Elémenterre

11.10 | 16h – mesa Reconnecting with Nature & Circular Design

11.10 | 17h – mesa Architecture of Belonging: Interpreting Heritage Through Place

11.10 | 19h – Palmas: Há 36 anos, a capital ecológica do Tocantins

12.10 | 10h – mesa Vivência: Refúgios Climáticos e Espaços Públicos Naturalizados, com Ecobairro

12.10 | 10h30 – mesa Infâncias e Clima: Justiça Climática em Territórios Vulneráveis

12.10 | 10h30 – Oficina de Birutas com o Coletivo Flutua 

12.10 | 15h – mesa Fazer muito com pouco: arquiteturas para um planeta em transição

12.10 | 16h30 – mesa Terra – construindo um futuro sustentável e democrático 

12.10 | 18h – mesa Viver Com – Pavilhão da França na Bienal de Veneza e AJAP – Álbuns de Jovens Arquitetos e Paisagistas

PARTICIPE! É TUDO GRATUITO!

E tem muito mais até 19 de outubro!

(Atividades e projetos ainda estão em processo de inclusão; em breve o site estará completo)

NOTA DE PESAR

Em profundo pesar, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo (IABsp) lamenta o falecimento do arquiteto e paisagista Kongjian Yu, uma referência global em urbanismo ecológico, e dos membros de sua equipe que o acompanhavam, tragicamente vitimados durante a gravação de um documentário. O instituto destaca a honra de tê-lo tido como participante na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, onde sua visão transformadora fortaleceu o diálogo entre desafios globais e realidades locais. O IABsp ressalta que a contribuição de Yu, que transcende fronteiras, permanecerá como inspiração para gerações e expressa suas condolências à China, aos familiares de todos os falecidos, amigos e a todos os impactados por seu gênio e dedicação. Leia a nota completa aqui.