13ª

Ministério do turismo, secretaria especial da cultura e belgo bekaert arames apresentam

Centro de Culturas Negras do Jabaquara – CCNJ
(pesquisa realizada pela cocuradora Louise Lenate)

R. Arsênio Tavolieri, 45 - Jabaquara, São Paulo - SP, 04321-030

Entorno do Centro de Culturas Negras do Jabaquara e Pátio de Manobras do Metrô. Recorte do Google Maps, 2022.

 

A área ocupada pelo Sítio da Ressaca teve importância estratégica para as populações negras que viveram nos arredores da antiga Vila de Piratininga, atual região central de São Paulo. Durante o período escravista, o relevo montanhoso da região e a densa cobertura vegetal proporcionavam locais de abrigo para as populações negras, além de camuflar os caminhos para um “quilombo de passagem” para o litoral das atuais cidades portuárias de Santos e São Vicente. Na descida da Serra do Mar instalou-se o Quilombo de Cubatão, mais tarde chamado de Quilombo do Jabaquara. Este processo era empreendido por um grupo secreto de homens chamados de caifazes, liderados por Antônio Bento, reconhecido por sua atuação na luta abolicionista ao auxiliar pessoas escravizadas a obter alforria. A casa do Sítio foi instalada às margens do caminho para Santo Amaro e foi feita em taipa de pilão, técnica introduzida pela colonização portuguesa e utilizada ao longo da invasão bandeirista ao interior da colônia. O último proprietário a adquirir o Sítio foi responsável por seu loteamento em 1969, o que promoveu a urbanização que resultou no atual bairro do Jabaquara. No mesmo ano, o governo estadual desapropriou mais de um terço da área do sítio para a construção da estação Jabaquara do Metrô e seu pátio de manobras, cujas linhas férreas margeiam a porção mais alta da inclinação do lote. Transformada em parque em 1980, foi reinaugurada a construção em concreto armado que abrigou o Centro Cultural do Jabaquara, que conta com um teatro e duas bibliotecas unificadas. O local recebeu durante os anos 1990 o Acervo da Memória e do Viver Afro-brasileiro “Caio Egydio de Souza Aranha”, organizado pela Mãe Sylvia de Oxalá e que atualmente se encontra sob a guarda do Axé Ilê Obá, tombado pelo conselho de defesa do patrimônio do Estado, o Condephaat. Atualmente, a Casa funciona como uma das unidades do Museu da Cidade de São Paulo. Em 2018, o lugar passou a ser oficialmente reconhecido como o “Centro Municipal de Cultura Negra do Jabaquara Mãe Sylvia de Oxalá”.