→ Mutirão
Meu pai fez umas vinte casas e um sem-número de reformas. Ele não é um arquiteto, mas faz arquitetura. O lugar onde nasci e vivi até começar o curso de arquitetura foi feito por ele e a última casa que ele construiu foi a da minha irmã – uma casa que eu projetei, ele construiu e ela vai morar. Conto isso porque estava refletindo de onde veio esse meu encantamento por arquiteturas feitas em mutirão. E tenho lembranças boas dessa última “nossa casa” porque foi feita a muitas mãos e muitos afetos. Me lembro dos domingos em que os parentes e vizinhos vinham bater a laje em casa – os dias de folga na periferia são dias de trabalho nos quais se constrói as casas próprias dos trabalhadores da construção. São feitas aos poucos, a gente nunca termina, são casas em processo, e isso também me encanta.
Os mutirões, as assessorias técnicas, as periferias, as autogestões, os processos, o conhecimento técnico popular e as cooperações representam a arquitetura que eu acredito para esse Brasil, então peço desculpas por não falar especificamente de um projeto. Aqui você pode saber muito mais sobre o Conjunto Paulo Freire e sobre o trabalho incrível da Usina, assessoria técnica em atuação desde 1990.
→ Site USINA_ctah
http://www.usina-ctah.org.br/paulofreire.html
Legenda: Conjunto Paulo Freire
Falar em mutirão só faz sentido se for coletivamente, então sugiro aqui outros projetos, processos e assessorias que há tantos anos cedem espaço para que o protagonismo da arquitetura não seja apenas do arquiteto.
→ Parque do Gato (Peabiru)
http://www.peabirutca.org.br/?painel_projetos=parque-do-gato
→ União da Juta (USINA)
http://www.usina-ctah.org.br/uniaodajuta.html
→ Alvorada
http://www.peabirutca.org.br/?painel_projetos=alvorada
Legenda: Eu com quase 1 ano, em 1982, na nossa casa construída pelo meu pai.
Legenda: Meu pai, Mario, “batendo a massa” em 1984, em Ribeirão Preto.